AthosEstou me despedaçando. Tudo dentro de mim está em ruínas agora. Falar sobre o meu passado com o meu presente é mais do que a minha própria destruição, é o meu exílio e eu sei que quando chegar no final dessa conversa, ela irá embora de vez. Portanto, não ouso olhá-la nos olhos. Não quero encontrar o seu julgamento neles e menos ainda a minha condenação. Ela sente muito, mas estou tão acostumado com toda essa lama me sufocando que já não sinto mais nada....— Nossa mãe lhe ofereceu uma quantia, Athos. — Meu irmão disse quando lhe devolvi o celular. Contudo, o fitei com tanto ódio e com tanto rancor. A minha garganta se fechou de um jeito que a respiração passava por ela com dificuldade. — E ela aceitou o acordo. Quinhentos mil dólares mais as passagens para fora do país e uma cobertura para morar. — Completou. — Saia daqui! — ordenei, mas ele continuou lá parado me olhando. Eu queria gritar com alguém, quebrar alguma coisa e Deus se ele ficasse ali na minha frente eu não hesita
Athos— Obrigada, Athos, você pode ir se quiser. — Ela diz deixando um beijo rápido na minha boca. Contudo, não consigo me contentar tão pouco e antes que ela consiga se afastar de mim, seguro no seu braço e a puxo para beijar-lhe como deveria ser. Cheio de intensidade e quando afasto-me só um pouco, encosto a minha testa na sua contendo a minha necessidade de estar com ela. — Tchau! — Ela sussurra meio ofegante e eu me forço a me despedir dela. Observa-la sair do meu carro e caminha alguns poucos centímetros para longe de mim me deixa inseguro, completamente ansioso e eu não penso duas vezes em sair do veículo para ir atrás dela.— Olívia? — A chamo sentindo-me um menino necessitado dos seus cuidados e atenção, e o simples fato de ela olhar para trás acalma tudo dentro de mim. — Eu vou com você... se você não se importar, claro. — O seu sorriso me dá a carta branca que eu precisava.— Você tem certeza?— Tenho certeza.— E a reunião? — Dou de ombros.— Ela pode esperar. — Aproximo-me
Athos— Você disse que não acredita no amor, Athos. — A voz de Olívia me traz de volta a essa doce, porém, agoniante realidade. — Então olhe para o que você fez, Athos Mazza. Eles são a versão mais pura do amor verdadeiro. — Ela sibila parando do meu lado e logo sinto a sua mão afagar as minhas costas. Ao ouvir as suas palavras choro feito um menino, completamente rendido a um sentimento devastador. Algo que eu não sentia a tanto tempo. Portanto, sem forças ajoelho-me na lateral cama e mesmo com os meus olhos embaçados continuo a fitá-los com a imagem mais surpreendente que eu já tive na minha vida.— São meus filhos, Olívia — confirmo entre soluços. — Meus! — digo com uma posse palpável.— Sim, eles são seus. — Por um minuto paro e respiro fundo, muito fundo mesmo e tento me conter. Sinto que algo se partiu aqui dentro do meu peito. Quebrou-se em mil pedaços e quando tudo começa a girar ao um redor seguro firme na grade de proteção do berço e logo tudo dentro de mim começa a se aquec
Olívia— Oh, céus como você consegue fazer isso? — resmungo completamente ofegante após um orgasmo de arrasar quarteirões. Satisfeito com o meu comentário, Athos se deixa cair ao meu lado e sorrindo, ele encara o teto.— E então? — indaga entre uma respiração e outra, e intrigada ergo parcialmente o meu corpo, apoiando a minha cabeça em uma das mãos para fitá-lo com uma nítida interrogação.— Não está usando o sexo para me convencer a vir morar na sua mansão, não é? — Ele me lança um olhar divertido e me beija rapidamente em seguida.— Assim você me faz sentir sujo, Senhorita Martin! — ralha com diversão.— Athos, é sério isso?! — O repreendo, mas é impossível não rir desse seu jeito descontraído que devo admitir, estou amando.— Pense comigo, Olívia. Você vai poder dormir todas as noites com os meus beijos e acordar eles todas as manhãs, hum? Sem falar nesse corpo espetacular que estará ao seu dispor sempre quiser. — Não segura uma risada sonora.— Você nem é pretencioso. — O ataco c
Olívia Não é um grito, mas o seu rugido ecoou tão alto e tão forte dentro dos meus ouvidos que me fez estremecer inteira. — Athos, eu posso explicar! — Suas sobrancelhas grossas se unem de uma forma assustadora e receosa, recuo um passo para trás. — Eu fui conversar com o Edie... — Senhor Duran! — Lanço lhe um olhar confuso. — Como? — Para você ele é o Senhor Duran! — Ele rosna entre dentes. — Eu só... fui lá para dar um basta. — Athos arqueia as sobrancelhas de uma forma sarcástica e eu reviro os olhos internamente. — Eu pensei que já tinha dado um basta nesse assunto com ele. — Você não o conhece como eu o conheço. Ele precisava ouvir isso de mim, entende? — Então ele sorri, mas de um jeito bem maldoso. — E para dar um basta vocês precisavam se beijar? Que merda você está tentando me dizer, Olívia?! — Dessa vez ele berra e eu me sinto agitada. — Não grite comigo! — Solto um rugido baixo o enfrentando. — Foi um beijo inesperado e se o Senhor o viu acontecer, deve visto o mom
Olívia— Eu tenho um plano, Senhor Mazza. Você entra primeiro no escritório, age feito um idiota com todos os seus funcionários como sempre faz e eu chego logo em seguida, servindo o seu café — digo assim que ele para em frente a Mazza Law e Order.— Nem pensar! — Meu namorado ruge feito um leão feroz e eu bufo contrariada.— Athos, todos vão falar.— E qual é o problema?— O problema é que eu sou a novata da empresa e já estou pegando o chefe!— Hum, isso soa um tanto interessante, Senhorita Martin! — Ele brinca e eu reviro os olhos. — O que você sugere e por favor não me venha com essa de eu entrar primeiro e você vir depois.— Ok, nada de pegar na minha mão durante todo o expediente e não ouse me tratar diferente dos demais funcionários. Aqui eu sou a sua secretária e você é o meu chefe.— Isso é ridículo, Olívia!— Eu sei, mas será só por alguns dias.— Promete? — Sorrio.— Eu prometo. — Após esse empasse que terminou a meu favor saímos do seu carro e adentramos o hall da empresa
Athos— Como você está? — pergunto assim que entro o quarto do meu irmão, fechando a porta atrás de mim, enquanto o olho perdido em pensamentos na pequena sacada. Ele parece despertar quando escuta o som da minha voz e se afasta um pouco, virando-se para me olhar. É nesses momentos que eu me arrependo de tudo que fiz. Ver essa dor nos seus olhos, no rosto levemente distorcido. Com certeza ele estava pensando nos seus momentos de glória. Aqueles que inconscientemente roubei da sua vida.— Como você acha que eu estou? — Ele retruca com uma irritação palpável e eu volto a me martirizar. — Aquela garota é... irritante! Como ela pode agir daquela maneira? Será que ela não percebe?! — Franzo o cenho para essa frase.— Ela não fez por mal, Artêmis. — Tento defendê-la, mas ela bufa audivelmente e a sua cadeira logo o guia para o outro lado do quarto.— Só a mantenha longe de mim, Athos. Não quero ser tachado de intolerante quando ela é a causadora de toda a minha frustração!— Tudo bem! Aliás
Athos— O que você acha? — indago enquanto o meu amigo lê as mensagens.— Com certeza é ela. — Ele ralha e eu entorno a minha bebida. — O que pretende fazer, Athos? — Solto uma respiração alta pela boca.— Eu não sei. Ignora-la talvez?— Acha que ela vai deixar isso barato? — bufo audivelmente.— Logo agora que tudo está indo tão bem! — resmungo contrariado.— Como assim, logo agora? Cadê aquele meu amigo autoritário? Aquele que não permite que ninguém se meta na sua e nem nas suas decisões? — O encaro fixamente.— E se eu cair, Romão?— Não estou acreditando no que estou ouvindo, Athos! Pare para se perguntar: o que você sente pela Olívia? — Dessa vez quase me engasgo com a minha própria saliva e incomodado com essa pergunta me mexo em cima da cadeira.— Eu... a amo! — digo meio hesitante e céus, nunca foi tão difícil falar uma frase tão curta! — Puta merda, como é bom dizer isso em voz alta! — rosno me sentindo aliviado e o meu amigo sorrir para mim.— Então está aí a sua resposta,