Romão
— Será que ela vem? — inquiro olhando para o relógio no meu pulso.
— Relaxa, Nunes. Eu sei que ela vem. — Athos pede me oferecendo um copo de uísque e aponta uma cadeira para mim no seu escritório.
— Só que a festa já começou tem uma hora.
— Coisas de mulher. Você sabe que elas amam se atrasar. — Ele ralha se sentando em uma cadeira atrás da sua mesa e eu beberico a minha bebida na esperança de me acalmar.
— Eu quero te pedir um favor.
— Pode falar.
— Eu vou insistir em uma conversa com ela e se por um a caso a Barbara tentar se fastar de mim, ponha essa música para tocar.
— Only Love Can Hurt Like This? Está falando sério? — Ele ri, eu reviro os olhos.
— Foi essa música que tocou quando revelamos o nosso relacionamento. E eu e
BarbaraAlgumas semanas depois... — Amor, está pronto! — Romão grita lá da cozinha, porém, sorrio me olhando no espelho. Temos uma viagem longa em algumas horas e com certeza ele espera que eu saia desse quarto arrumada e pronta para sair, mas não. Na verdade, estou realmente de banho tomado e propositalmente deixei os meus cabelos úmidos, e soltos. Pus uma calcinha minúscula e vesti apenas uma camisa sua, e arregacei as mangas compridas que insistiam em cobrir as minhas mãos.Eu sei, estou brincando com fogo, mas fazer o que? Eu quero mesmo é me queimar.— Babi? — Ele volta a chamar e o meu sorriso travesso se amplia assim que abro a porta do quarto para ir ao seu encontro. Como era de se esperar, o meu promotor cobiça faminto o meu corpo começando dos meus pés descalços, parando demoradamente em algumas curvas e para bem nos meus olhos. — O que está tentando fazer, advogada? — O seu tom falsamente duro me faz dar de ombros seguido de um gesto desdenhoso.— Eu não estou fazendo nada
Barbara— Espera, esse não é o caminho para a serra. Para onde está me levando, promotor? — ralho quando ele entra em uma avenida larga e movimentada, mais propriamente no lado sul da cidade.— Está com medo de ser sequestrada por mim, minha dama indomável? — Me pego sorrindo.— Na verdade, eu adoraria ser sequestrada por alguém como o Senhor, mas...— Alguém como eu? — Ele para no sinal vermelho e aproveita para me olhar nos olhos.— Você é a minha perdição, Romão Nunes. Então sim, eu gostaria de me perder com você em qualquer parte desse mundo.— Vem cá! — Sua mão se apressa em segurar na minha nuca e logo sou atraída para um beijo demorado, parando apenas quando algumas buzinas começam a reclamar atrás de nós e rindo desse alvoroço lá fora, Romão pisa no acelerador. — Está vendo o que você faz comigo?— Não vai me dizer para onde está me levando?— Olha só, nós ainda vamos para o nosso fim de semana na serra, mas antes, eu tenho uma surpresa para você.— Ah não! — resmungo. — Romão
Barbara— Ah é? — Sorrio secando as lágrimas, lançando lhe um olhar cheio de expectativas. Romão vai até a cômoda, abre a primeira gaveta e tira um embrulho quadrado, porém, fino de lá. — O que é isso?— Abre pra ver. — Não meço distância para rasgar o embrulho de papel e um quadro branco com uma mensagem surge diante dos meus olhos.Você é a joia preciosa do papai e da mamãe.Sorrio amplamente.— Tem um prego ali naquela parede. Você pode ir colocá-lo lá? — Romão pede apontando para o outro lado do quarto e ansiosa, vou pôr o objeto no lugar, deslizando as pontas dos meus dedos nele em seguida.— Eu amei cada detalhe dessa sua surpre... — Paro de falar quando me viro para olhá-lo e o encontro de joelhos bem diante de mim. — Romão o que você...— Eu sempre me perguntei quando esse momento chegaria para mim, Babi e ele finalmente chegou. Eu te disse uma vez e não tenho problema algum de repetir cada palavra. Eu não vivo sem você, Barbara e me casar com a mulher da minha vida é o meu ma
AthosAlgumas semanas...— Está na hora de saber quem está escondidinho na barriga da minha adorada esposa, meu amigo — falo cheio de ansiedade me levantando da cadeira do meu escritório em casa, após dar alguns conselhos amorosos para o meu amigo, que agora parece mais animado. A verdade, é que estou louco para descobrir que esperamos mais um garotinho e assim teremos um belo time aqui em casa para fazer as nossas bagunças. Com o Levi e o Liam dando os primeiros passos e descobrindo o ambiente ao seu redor tenho andado bem distraído quando estou fora do escritório e eles sempre me dão motivos para sorrir todos os dias.— Espero que seja uma garotinha para brincar com a minha em um futuro próximo. — Desperto dos meus devaneios quando Romão fala parando bem do meu lado.Ele não pode estar falando sério. De verdade Romão Nunes não faz ideia de onde está se metendo. Penso após um curto debate que eu interrompo para ir ao encontro da minha linda e grávida esposa, que nesse exato momento e
Prólogo 1KimUm ano e meio antes...— Kim? Kim venha aqui, filha. Temos algo para te falar. — Escuto mamãe gritar do andar de baixo e sem ânimo encaro o teto do meu quarto.— Já estou indo, mamãe! — respondo com um tom sobressaltado para ela me ouvir e ansiosa, pulo para fora da minha cama.Desde que a Ollie saiu de casa há alguns dias tudo aqui ficou quieto demais, não importa o quão eu seja animada, nada é mais como antes.— Kim, venha logo, filha! — Ela insiste com uma animação que eu desconheço e empolgada, saio com pressa do quarto. — Vai ser o melhor a fazer, querido. — A escuto dizer para o meu pai à medida que desço os batentes da escadaria e isso me faz desacelerar. — Não podemos correr o risco de perdê-la para esse mundo cruel como aconteceu com a sua irmã.Suspiro.Está acontecendo de novo. Penso sentindo o meu coração se comprimir dentro do meu peito.— Ah, você está aí, querida! — A Senhora Martin fala com um tom doce na voz que também não reconheço. Quer dizer, ela não
Prólogo 2 Artêmis Três anos antes... ... Para Athos! Para o carro, porra! Grito completamente apavorado enquanto ele acelera como um louco no asfalto molhado. ... PARA! VOCÊ VAI NOS MATAR, CARALHO! Berro dessa vez, mas é tarde demais e o controle da toda a situação escapa das minhas mãos sem que eu possa detê-lo. ... — Oi, querido! — Escuto o som baixo da voz de Corina bem do meu lado e com uma respiração profunda abro os meus olhos, percebendo que estou em um leito de hospital. — O que aconteceu? — pergunto aturdido, olhando para os fios colados no meu corpo e depois para as máquinas que não param de fazer barulho. — Onde estou? — inquiro apavorado, arrancando os fios e logo as máquinas começam a protestar. — Calma, Artêmis, fique calmo por favor! Você sofreu um acidente e precisa ficar parado. — Ela pede segurando as minhas mãos que não param de se mexer. Entretanto, lembranças de algumas cenas de terror preenchem a minha mente. Vidros quebrados, pessoas se aproximando de
Olivia— O que você acha de sairmos desse barulho? — Essa pergunta mudou a minha vida de uma forma irreversível. Tudo começou quando eu finalmente concluí o meu curso de secretária e línguas estrangeiras. Pela primeira vez na minha família uma mulher tinha um diploma e mesmo contra a vontade do meu pai, eu iria trabalhar e ser independente. Nesse mesmo dia quebrei várias regras de uma família tipicamente tradicional e rígida, e saí para festejar com as minhas colegas do curso. Na minha mente seria algo tão rápido que os meus pais jamais perceberiam. Contudo, entre um gole e outro, o tempo voou e logo me vi envolvida em uma dança com um belo e atraente estranho. O seu cheiro era inebriante e ele exibia uma sensualidade que eu podia sentir a flor da pele. Então, após a nossa terceira dança veio o tal convite. O que eu posso dizer? Eu estava envolvida demais com aqueles pequenos beijos no meu pescoço e com o seu hálito que insistia em aquecer a minha pele. Na maneira como ele aspirava o
Olivia— Me conte tudo! — A empolgação na voz d minha irmã é palpável. Isso é aceitável, já que a rigidez da nossa família não nos permite ir a festas e menos ainda a clubes ou danceteria.— Minha nossa, Kim, o que você quer saber? — retruco achando graça da sua ansiedade e a fito deitada na sua cama de solteiro que fica ao lado da minha.— Eu quero saber sobre tudo. Você sabe, as luzes, as músicas. Quero que me conte sobre o sabor das bebidas e sobre como é dançar com um homem. Ai Ollie, me conte! Não me esconda nada! — Termino de escovar os meus cabelos e vou imediatamente para a minha cama, para debaixo do cobertor, virando-me no colchão para ficar de frente para ela.— A boate é exatamente como vimos nos filmes — falo e o seu sorriso se amplia. — Tinha toda aquela fumaça esbranquiçada, as luzes que corriam de um lado para o outro causando uma sensação esquisita na nossa cabeça. As minhas amigas optaram por beber cervejas e nossa, elas são horríveis! — Rimos do meu comentário. — Ma