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Doze de Outubro, 2004.

            Parece que meu trabalho como professora, mesmo que substituta, vem agradando. O professor e coordenador da área já está me chamando para vários outros eventos musicais da escola. Quer que eu faça parte do coral, servindo de apoio instrumental, além de acompanhar a banda do colégio em suas pequenas apresentações escolares. Ah, claro, no teclado – afinal, por razões óbvias, não há como levar um piano para todos os lugares.

            Creio que ele tenha conhecimento sobre minhas outras habilidades no ramo musical. Se não me engano, acho que deixei bem claro que também cantava e que estava aprendendo a tocar violão. Se não tiver dito, talvez tenha sido o melhor – não quero ser muito explorada.

*

            Nunca mais a viu. Logicamente, não porque não quisesse, mas por saber que seria errado – ficou totalmente vulnerável aos encantos da professorinha, não poderia arriscar sempre. Ainda assim, não conteve a vontade de descobrir mais sobre ela. Conseguiu todas as informações sobre as aulas de piano, porém, relacionado unicamente à figura da moça, descobriu apenas o essencial: seu nome.

            Chamava-se Jade. Jade Morgan.

            Repetiu aquele nome várias vezes, tanto mental quanto oralmente. Ela era única. Nenhuma garota com quem tinha contato poderia assemelhar-se, nem mesmo Cecília conseguiria. A intensidade do seu olhar, a opacidade proposital dos seus olhos, a elegância de sua pose... Pensar nela era ir mais alto, superar as barreiras de seu mundo moleque, embalado por Smells Like Teen Spirit, do Nirvana. Significava acabar com a adolescência, com as espinhas que, às vezes, brotavam em seu rosto; aniquilar suas brincadeiras tipicamente infantis; ignorar as roupas surradas e largadas, as quais costumava usar; esquecer as baquetas em cima da cama; acabar com seu estilo grunge. Era preciso crescer para, pelo menos, supor alcançá-la.

            Sentia-se culpado. Por que pensava em uma desconhecida, se sua namorada era outra? Logo percebeu que Cecília, naqueles dias, não povoava a sua mente, exceto quando estavam próximos um do outro. Não mais se incomodava com as mentiras que ela contava aos pais para esconder o namoro, tampouco ligava quando ela negava aos amigos o relacionamento de ambos. Próximos, eram namorados. Distantes, duas pessoas opostas.

            Censurou-se, tentou bloquear a imagem da professorinha que lhe atormentava os pensamentos – precisava ser cem por cento fiel à namorada e, agindo daquela maneira, estava desrespeitando-a. Sendo assim, criou muros que isolassem a figura única de Jade Morgan. Quando, inconscientemente, suas lembranças vagavam em direção à sala de música, forçava-se a pensar em Cecília e em todos os instantes que viviam. Lembrava-se dos beijos que trocavam, das carícias mais sensuais, de qualquer característica dela que conseguisse levá-lo à loucura. Tornou-se um exercício difícil, entretanto, necessário.

*

Vinte e Três de Outubro, 2004.

            Imagino quão lindos os parques não estão no hemisfério Norte, com aquele brilho dourado ao final da tarde, típico do outono. Suspiro apenas em pensar nas histórias sussurradas debaixo das folhas envelhecidas, nos beijos furtados em uma atmosfera de nostalgia, nas brincadeiras com as folhas caídas, nos passeios de bicicletas com o vento frio da estação batendo na face. É inspirador pensar nisso, mesmo que me deixe cada vez mais ansiosa e começando a contar dias e horas. Quero estar lá para poder viver estes pequenos e singelos momentos.

            Mal espero poder sair daqui. Um ano a mais e, em breve, estarei livre para poder realizar meus sonhos – embora isto me custe desprendimentos dolorosos.

*

            O auditório estava parcialmente lotado. Forçou a vista enquanto se esforçava para erguer o pescoço. Pelo pouco que conseguira ver, não havia qualquer sinal de Cecília e seus familiares. Suspirou frustrado. Por quanto tempo mais iria esperar? Sentou-se nas cadeiras destinadas ao público, logo atrás das exclusivas para os poetas. Queria encontrá-la logo.

            Não tinha muito saco para suportar os saraus literários da escola – ainda mais de poesia. Detestava escutar aqueles textos melosos, tristes, de exacerbação do amor platônico ou de qualquer coisa do tipo. Por mais que escrevesse inúmeros rascunhos, achava poemas insuportáveis, sentia sono ao lê-los ou escutá-los. Contudo, Cecília estaria lá, apresentar-se-ia com um dos sonetos que escrevera para ele quando não eram nada além de amigos. Embora não entendesse muito do que aquelas palavras significavam, adorava-as – foram feitas para ele. Ninguém nunca lhe escreveu nada. Ninguém nunca o dizia o quão era importante, porque, simplesmente, ele não tinha importância alguma.

            Mas Cecília o fez. Portanto, a presença dele naquele evento era mais do que necessária – era obrigatória.

            Ficou jogando no celular enquanto a esperava. Para Cecília, porém, não parecia que a sua ida seria de muita importância – a família dela estaria presente, afinal. Caso fosse possível, gostaria de deixar bem explícito a relação que mantinham há alguns meses, não suportava mais deixar tudo por debaixo de panos negros. Já havia dito aquilo a ela, mas nada mudava. E, quando questionava a namorada sobre o porquê de ainda manter o namoro escondido, recebia sempre a mesma resposta: os pais não deixariam.

            Começava a desconfiar daquela hipótese. Quem, em sã consciência, iria impedir que a filha de quase dezessete anos tivesse um relacionamento amoroso? Às vezes, não conseguia aceitar. Acreditava que ela o fazia por ter medo de assumir o namoro. Afinal, Fergus não fazia o tipo de rapaz com quem meninas como Cecília se relacionariam. O que ele era? Um dos piores alunos da escola, com um dos mais relapsos guarda-roupas. Era feio, usava roupas de flanela, tinha cabelos longos e desgrenhados e não possuía nenhuma perspectiva de vida. Entretanto, ainda assim, era um cara apaixonado. E, por gostar demais de Cecília, não conseguia falar abertamente sobre suas desconfianças. Continuava calado, escondido, afirmando não existir o óbvio.

            Nenhuma ligação. Cansado, jogou o celular no bolso, ficando a olhar as pessoas que chegavam. Já estava perto do sarau começar e, ainda assim, não vira sinais de Cecília. O coração ficava apertado, magoado. Doía. Alguns amigos o incentivavam, outros o desmotivavam. No meio termo, não sabia qual das facções estava certa – tinha certeza apenas do que sentia.

            Enxergou-a a alguns metros de distância.

            Não parecia ter chegado há pouco tempo. Conversava com alguns amigos, a mãe a acompanhava e participava do assunto, rindo divertidamente. Outro aperto no peito. Perguntou-se há que horas havia chegado, por que não telefonou, por que não o avisou. Era assim que demonstrava a importância que ele tinha para ela? Maneira estranha – e irônica.

            Encheu o peito, levantou-se. Embora Cecília quisesse continuar a esconder, não estava muito a fim de participar do seu jogo – pelo menos, não por aquela noite.

            — Boa noite.

            Viraram-se para ele, a mãe, a filha e os amigos. A cor fugiu às faces da namorada.

            — Tudo bem, Cecília?

            — Oi, Adriano — ela parecia um tanto fria, chamou-o pelo primeiro nome. Bem diferente de quando estavam a sós, nos momentos íntimos em que gemia e dizia que nunca havia amado tanto alguém.

            — Olá, Adriano! — a mãe, por sua vez, estava sorridente. Fergus conhecia a sogra, encontrou-se com ela algumas vezes, especialmente quando esta ia pegar a filha no shopping ou quando ia a eventos escolares. Amélia era bem conhecida por aquelas bandas.

            — Tudo bom? — ele controlava-se para se manter empolgado e amistoso, sem demonstrar qualquer tipo de frustração.

            — Veio ver a Cecília apresentar o soneto? Fiquei tão feliz por ela ter sido selecionada para o sarau! Ela é muito talentosa, não acha?

            — Muito.

            Os cabelos dourados e lisos de Cecília corriam pela sua face, escondendo a sua expressão – que, provavelmente, não era agradável.

            — Ah, Adriano, queria te mostrar uma coisa... Pode ir comigo ao bebedouro? — era um visível sinal de que tinha algo a confidenciar. Em particular.

            Acompanhou-a pelos corredores parcialmente iluminados – a condição de luminosidade da escola à noite não era a melhor. Desceram as escadas, dirigiram-se ao bebedouro. Apenas lá, Cecília bufou.

            — Você perdeu o juízo de vez? — perguntou visivelmente alterada — Quer que a minha mãe descubra e acabe com tudo?

            — Não acredito que ela faça isto. Pelo que vi, foi muito simpática comigo — havia ironia em sua voz. Sentia-se cansado daquela farsa.

            — Mas ela vai fazer! Ela já desconfia! — Cecília suspirou — Acha mesmo que não dá para se tocar de quando chego mais tarde em casa, ou quando passamos horas e horas no telefone?

            — Quer saber? Melhor que perceba mesmo! — ele alterou um pouco o tom de voz — Estou cansado de fingir, de ser algo seu apenas quando estamos às quatro paredes! Acha que isso não machuca e tortura?

            — Fergus...

            — Até quando você vai continuar com essa vergonha de mim? Só por que não correspondo ao tipo perfeito de cara que a sua família gostaria?

            — Aqui não, Fergus! — ela repetiu firme, embora houvesse ficado relativamente perturbada com a pergunta — E, se quiser realmente me fazer feliz esta noite, volte para aquele auditório e fique sentado lá, assistindo a apresentação, e me procure só quando tudo estiver terminado! Entendeu?

            Estava cheio daquela farsa, mas não conseguia negar nada à Cecília.

            — Como quiser.

            Ele não a esperou, resolvendo ir à frente. Apressado, andou pelos corredores do colégio, perdendo-se de Cecília e perguntando-se se realmente deveria permanecer ali. A pouca vontade que possuía de assistir ao sarau se esvaía, a cabeça girava, sentia-se furioso. E, como se pudesse descontar aquela fúria em atos, caminhava, esbarrando em qualquer pessoa que cruzasse o seu caminho, sem se preocupar em pedir desculpas.

            — Ei, garoto! Quando quiser, me traga de volta, por favor!

            Até ali, ninguém havia o repreendido por seus bruscos modos. Por isso, no auge de sua raiva, resolveu responder ao comentário, virando-se, pronto para falar o melhor vá se foder da sua vida.

            Contudo, perdeu a coragem. As palavras esmoreceram na garganta.

            — Perdão — disse, extasiado, dócil.

            Ela vestia um bonito vestido preto, de delicadas estampas florais. Os cabelos, como de praxe, estavam organizados no meio rabo de cavalo, a franja pequena correndo-lhe a fronte e terminando um pouco abaixo de suas sobrancelhas. Usava salto alto e, ainda assim, continuava menor que ele. Um brilho prateado localizava-se em seu colo, como um pequeno toque àquela beleza cheia de elegância.

            Tão linda!

            — Criança — ela resmungou, ignorando-o e continuando o trajeto o qual percorria.

            Jade Morgan não se lembrava dele. Porém, Adriano Fergus lembrava-se dela. Tanto que resolveu seguir seus passos de maneira discreta, encantado pela elegância com a qual ela andava, e não retrocedeu ao vê-la entrar no auditório. Hipnotizado, sentou-se em um dos assentos ainda livres, esperando-a – e não mais Cecília. Que a namorada e sua família explodissem, não dava mais importância. Tudo o que queria era ver Jade.

            Assistiu a algumas poesias sem muito ânimo, contudo ansioso. Durante vários minutos, não viu a professorinha, mesmo que seus olhos vagassem nervosos e constantes, pelo palco. O piano estava no auditório, sem a capa costumeira, pronto para ser usado. Jade apresentar-se-ia, era óbvio. Mal poderia esperar para vê-la em ação – novamente.

            Cecília apresentou-se antes dela, lendo o soneto que, supostamente, fora escrito para ele. Não fazia diferença agora. Escutou aquelas palavras como se estivessem muito distantes, sendo proferidas a vários metros. Não enxergava Cecília, não via o olhar que ela lhe lançava, algo incerto em seus orbes escuros. Ele não via nada. Concentrava-se apenas em balançar a perna, em nítido sinal de agonia. Desejava que a moça se calasse, parasse de jogar aqueles inúmeros verbetes e substantivos falsos no ar, deixasse os outros passarem à sua frente. Se eram apenas mentiras, então não valiam a pena serem falados.

            Ainda ocorreram mais três leituras de poemas antes da apresentação do coral, aquela que encerraria de vez o sarau do ano de 2004. Em fila indiana, o grupo adentrou no palco, sendo acompanhado por uma salva de palmas. Próximo ao fim da fila, Jade.

            A imagem da pianista fez Fergus ajeitar a postura, sentando-se de modo ereto. Esticou a cabeça um pouco para conseguir vê-la melhor – embora sua figura pequena estivesse escondida por detrás de todos os participantes. Um rápido discurso foi realizado pelo organizador geral e professor de música, sendo seguido, novamente, pelas palmas constantes. O coração saltou dentro do peito. Com a mesma ânsia, viu-a sentar-se defronte ao piano, uma expressão compenetrada invadindo sua face sempre tranquila. Enquanto isso, o professor pegava o violino, dando início às primeiras notas que, em breve, seriam seguidas pelo coro.

            Era uma antiga música italiana. No entanto, por mais que o coral estivesse empenhado e bem ensaiado, as inúmeras vozes não lhe tinham tanta importância naquele momento. Tudo que Fergus via era uma pianista talentosa, debruçando-se por cima daquelas teclas, a emoção visível em sua face séria, as pálpebras cerradas, o cabelo que balançava e dançava sobre seus ombros, de acordo com seus movimentos. Aquela onda negra e brilhosa enchia seus olhos, cegava-os, encantava-os. O conjunto inteiro o enfeitiçava. Bem mais do que Cecília. Bem mais do que qualquer mulher ali.

            Os pelos do corpo eriçavam-se, não somente com as notas atingidas pelo bonito coro, mas com qualquer pequena movimentação graciosa que Jade fazia, com seus dedos ágeis e perfeitos, com a sincronia que possuía. Tudo nela era encantador, diferente, único, incrível, esplêndido, sem palavras certas que pudessem exprimir toda a grandiosidade escondida naquela garota. Ela não era mais velha do que ele – pelo menos, não parecia, visto que seu rosto ainda possuía traços joviais. Deveriam, até mesmo, serem da mesma idade. Todavia, sem sombra de dúvidas, aparentava estar a vários anos luz à sua frente. Perto dela, Fergus sentia-se um simplório e medíocre menino sujo, sem talento, chorão e feio.

            Será que era esse o motivo para a sua admiração quase que total pela professora?

            Foi o primeiro a se por de pé quando a música acabou, o primeiro a bater palmas frenéticas e a assobiar alto. Pouco depois, foi seguido. O coral era ovacionado pelo belo trabalho, no entanto, naquele momento, não era o talento do coro o principal motivo para as suas exaltações.

            Tudo o que via era apenas uma pequena pianista que não era tão mais velha que ele, mas que possuía uma grandeza infinitamente maior.

1º de Outubro de 2013, algumas horas depois.

— Diz, Adriano.

            — Está no escritório?

            — Seria meio estranho se eu não estivesse, não é? Já viu que horas são e que dia é hoje?

            — Preciso me encontrar contigo.

            — Só se for mais tarde. O que é?

            Ele suspirou dolorosamente.

            — Ela voltou, cara.

            Houve um longo instante de silêncio – necessário, talvez, para que o amigo pudesse compreender as últimas palavras.

            — Ela? Ela? Tá dizendo que...

            Outro suspiro.

            — É, ela. — Adriano concluiu — E eu estou perdido. Sem saber o que fazer.

            — Calma, aguenta aí que vou dar um jeito. Assim que eu sair, te ligo.

            Escutou o barulho da ligação encerrada. Seriam horas sofríveis até que Edgar pudesse  encontrá-lo.

*

            — Explica direito que não estou entendendo nada: como é que você soube que ela voltou? E por quê?

            As perguntas vinham em série e rapidamente. Ele baixou a cabeça, frustrado.

            — Eu não sei de nada, foi tudo muito inesperado. Ela havia tomado os remédios, estava grogue e não tinha convicção alguma do que estava dizendo. Foram os efeitos da droga que a fizeram soltar pedaços de perguntas.

            — Mas... Mas... — Edgar bufou — Tem certeza que era realmente ela?

            Sorveu-se de café, dando um gole longo e sôfrego – precisava que o amargor da bebida o trouxesse de volta à realidade.

            — Ao que tudo indica... — concluiu ainda incerto de suas palavras.

            Passaram algum tempo quietos, imersos em pensamentos e conjecturas. A situação exposta ainda era indigerível, por mais que quisessem acreditar que o jovem enfermeiro não havia sido traído por sua mente exausta. Coincidências em demasia eram sempre suscetíveis a falhas.

            — Quer um conselho? — perguntou o outro, pondo sua xícara na mesa e observando-a.

            — Se ele vier a me servir, estou aceitando.

            Edgar apoiou os cotovelos na mesa, passando a encarar firmemente o amigo.

            — Tire a prova — proferiu — Vá atrás da garota, fale tudo o que tem para falar e resolva as pendências.

            — Ficou louco? — perguntou o outro, estupefato — Não posso infringir normas do hospital, e tentar saber esses detalhes da vida de um paciente é...

            — Não estamos falando de normas ou obrigações, Adriano — cortou o contador, sério — Estamos falando de você, da Jade e de um passado cheio de falhas a serem resolvidas. Ou será que todos esses anos em que sonhou em ter essa chance não valeram de nada?

            Adriano silenciou, vencido, sem ter como contra-argumentar. Fitou o rosto sério que Edgar mostrava, os olhos verdes do amigo exprimindo uma severidade quase desconhecida. 

            — Mas, e se...

            — Dane-se! — o amigo cortou novamente — Ao menos você terá tentado. Passei oito anos da minha vida precisando escutar suas lamúrias e, quando aparece uma oportunidade, quer desistir? Poupe a minha paciência, Adriano Alves — o contador sorveu mais um pouco de café — Oito anos se passaram, e você aí, chorando por todos os cantos. Oito anos, cara, oito anos sem você ter nada para se apoiar. Mas, agora que ela voltou, você tem todas as armas para ser feliz. Vá lá e faça o que tem de ser feito, ou não irei me arrepender de quebrar a sua cara depois!

            Era um tapa furioso em sua moral, Adriano sabia disso. Contrito, aguardou os últimos golpes verbais de Edgar – àquela altura, nada poderia falar.

            — Tenha em mente uma coisa: o destino está sendo muito bondoso para que essa oportunidade seja algo de tão pouco valor. É escolha sua correr atrás dela enquanto ainda dá tempo. Só depende da tua vontade.

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