Passei o dia seguinte recebendo as louças que foram encomendadas para o jantar, organizando o grande Salão Sul e palpitando sobre a decoração. Não vi o Sr. Colleri durante o restante do dia. Will e Benjamin estavam tão ocupados como eu, e Maria estava fora, havia ido visitar a irmã na cidade e só voltaria na noite seguinte. Tive tanta coisa para fazer que mal consegui sentar. Mas finalmente a noite havia chegado e eu estava deitada na confortável cama. Meu celular vibrou na cama e eu atendi no primeiro toque — Nicole! — Alice gritou do outro lado da linha — Estamos com muita saudade! Está tudo bem aí? — Sim claro. — Sorri. — Todos aqui me tratam muito bem. — Você não nos ligou no almoço — Vivian gritou por cima da minha voz. — Desculpe, estive muito ocupada. Colleri vai dar uma festa depois de amanhã e eu estou ajudando a organizar. — Hum... Colleri? Nada de Sr. Colleri? — Vivian disse pausadamente, com desconfiança. — Ai, Vivian, que nojo! Ele deve ter o dobro da idade dela. Q
— Eu não posso fazer isso. E você precisa de um banho! Está fedendo a urina. — Ela me pegou pelo braço e me levou até o grande banheiro de cerâmica branca. Durante o caminho, eu chorei alto, esperneei, tentei me soltar das suas mãos, gritei por alguém. Pela minha mãe. Por meu pai. Qualquer um que pudesse me tirar de lá. Ela tirou minha roupa, ligou o chuveiro e me jogou na água fria, dando-me as costas. — E não demore no banho! — ela disse de forma brusca antes de sair. A água fria batia na minha costas enquanto eu tremia encolhida. Chorei por momentos que pareciam intermináveis. Eu não quero ficar sozinha. Por que me deixaram sozinha? Vi a porta do banheiro se abrir e a luz do corredor entrar. Pequenos pés se aproximaram. Olhei para cima. — Nós vimos o que fizeram com você — uma menina ruiva, aparentemente um pouco mais nova que eu, disse. — Foi cruel. Eu sinto muito. — Ela me deu o sorriso mais gentil que eu havia recebido em dias. — Ela é mesmo uma bruxa! — uma menina loira de
— Sim, eu realmente prefiro trab... — E se você trabalha para mim, isso significa que você faz oque eu mando. — Me corta. — E se eu desejo você amanhã no baile, você estará no baile. — Seu rosto ficou sombrio, sua expressão ilegível, até que ele deu um pequeno sorriso e se afastou um pouco. Sem saber oque fazer com o conhecimento de que eu teria um baile para ir amanhã, resolvo ir fazer meus serviços. — Bom, se não se importa, vou subir. Tenho alguns afazeres na parte de cima. — Sim, claro. Também preciso resolver umas coisas no escritório. Se não se importa, gostaria de lhe acompanhar. Subimos juntos. Eu me senti um pouco deslocada. Colleri não me parecia uma má pessoa e definitivamente não me assustava. Porém, era um enigma que claramente gostava de dar ordens e nitidamente não aceitava que seus desejos não fossem realizados. Eu me perguntava se isso era por tudo oque passou. O fato dele ter sido sequestrado e maltratado. Talvez isso lhe tivesse mostrado como é não estar no cont
Às 15h do dia seguinte, eu estava recebendo as flores no salão de festas. Tudo estava lindo, Ethan realmente havia caprichado. A decoração estava toda em dourado e vermelho. Retirei da grande proteção as rosas para retirar os espinhos e decorar o último vaso, espalhando-as na mesa ao meu lado. — Você sabe que eu contratei gente para fazer isso, Nicole. Dei um pulo de susto. Eu não estava muito bem depois que descobri que ele era o homem perigoso que ouvi falar. Simplesmente não parecia com o bom homem que Colleri era. Não perco o lampejo de luxúria em seus olhos quando ele observa que coloquei um uniforme de empregada. — Quem lhe deu essa roupa? — A Maria, porque? Oque há de errado? — Espiono rapidamente a minha roupa. Seus lábios estão pressionados em uma linha dura. — Ele é muito pequeno. — Diz com sua voz rouca. Eu atiro meu rosto para baixo, escondendo o rubor profundo pintado por todo o meu rosto. — É tamanho PP. — Justifico, porque ele parece querer me devorar com olhar.
Quatro horas depois, eu estava decidindo o que usar. Eu não havia levado muita roupa. Por sorte, as meninas mandaram pelo menos duas peças para esse tipo de evento. Eu estava preparada para começar a me vestir quando ouvi Maria me chamar do outro lado da porta. — Sim... Só um segundo. — Abri a porta. Maria estava parada, segurando uma grande caixa dourada. — Oh! Está linda, Maria! — disse sorrindo. A senhorinha, vestida elegantemente, rodou em volta de si mesma. — Muito obrigada, mocinha! — Ela sorriu. — Vejo que ainda não está pronta. — É. Na verdade, estou na dúvida sobre o que vestir. — Dei um sorriso frouxo. — Não seja por isso! — Ela estendeu a grande caixa para mim. — O que é isso? — O Sr. Colleri pediu para que eu lhe trouxesse. Ele queria poder entregar pessoalmente, mas a Caroline chegou, e ela sempre exige muita atenção do Sr. Colle. — Revirou os olhos, fazendo-me rir. — Entendo — disse, enquanto me sentava. Puxei a fita da caixa lentamente e a abri. Dentro havia um
— Cale-se! — ele disse, segurando seu pulso. — Mais uma ofensa a ela e eu te ponho no primeiro voo de volta. Ouvi-a resmungando. Em seguida, saiu batendo o pé como uma criança. — Desculpe por isso. Ela apenas... não sei o que deu nela hoje. — Tudo bem — falei com sinceridade. — Acho melhor eu ir atrás dela. Caroline tem um imã para atrair encrencas, me deem licença por alguns minutos. — Ethan vai atrás dela. — Claro — Thomas disse primeiro. — Claro — assenti. Ele saiu nos deixando sozinhos. Criou-se um silêncio constrangedor. — Você não gosta de champanhe? — Eu? — Ah, claro, com quem mais ele estaria falando? — Na verdade, não acho que bebidas e grandes eventos combinem. — Não mesmo. — Eu entendo — disse com um sorriso bonito. — Então, está trabalhando aqui? — Sim, há uma semana. — Entendo. Ethan tem um bom coração. Não deixe que Caroline lhe afete. Ela não é de todo mal, mas na maioria das vezes ela é uma vaca. Acabei sorrindo. — A verdade é que eu até entendo. Eles são
— Eu quis dormir no quarto ao lado para ter certeza que você teria uma boa noite de sono. Eu não poderia dormir sem ter certeza que você estava bem. — Passou com delicadeza seus dedos no meu rosto, pela minha linha da mandíbula. Suspirei fundo com seu toque. Ele era sempre tão bom. — Eu nunca mais vou te deixar passar por algo assim. — Ele sorriu com tristeza. — Você não precisa ter medo. O que aconteceu hoje não vai se repetir. Essa mulher se infiltrou há uns seis meses pois sabia do evento. Acho que o plano dela era envenenar a mim, mas não esperava que você estivesse lá a observando. Ela certamente calculou que o veneno que usaria demoraria para fazer efeito e daria tempo de ela fugir sem levantar suspeitas. Você salvou a mim e a mais seis pessoas que beberiam aquele champanhe. — E seu amigo? — Thomas? Ele ficará bem. Ele foi medicado e deve ter alta amanhã. Ele não ingeriu grande parte do veneno. Também graças a você. — Sorriu com gentileza. — Eu pensei que ele fosse morrer — dis
Senti meu coração apertar com aquelas palavras. Ela era uma vaca, e eu sabia que estava tentando me provocar, mas e se fosse verdade? Mesmo que não a amasse, Ethan nunca afirmou que não saía com ela. Fiquei em silêncio, eu sabia que a corroía por dentro o fato de eu não responder. Ela estava sendo ignorada, por isso estava tão nervosa. — Sua idiota! — ela gritou e começou a estalar os dedos na minha frente, como se fosse me tirar de um transe. — Você é uma idiota mesmo, achar que alguém como Ethan olharia para você. — Riu de forma ridícula. — Me ouviu? Mal sabe forrar uma cama. E ainda tem esse sotaque ridículo texano. Você pode fingir oque quiser para ele, mas não me engana. Ele NUNCA vai olhar para você. — Na verdade, acho que ele me olharia — respondi, quase me arrependendo de ter começado a falar. — Na verdade, tenho certeza! E quer saber, eu adoro a forma com que ele me olha, o seu cheiro, o jeito que sorri, tudo nele. Passo muito tempo só fantasiando como seria o seu beijo. Não