— E aí, gato. — Gabriel levantou uma sobrancelha de forma maliciosa e se inclinou para mais perto de Gilbert. — Você de repente está sendo tão gentil comigo. Qual é a sua intenção?Gilbert levantou os olhos, e os olhos brilhantes de Gabriel penetraram profundamente em sua alma. Estavam tão próximos que Gilbert sentia quase como se pudesse sentir os cílios de Gabriel tocando seu nariz.Gilbert sentiu um tremor interno e manteve o olhar fixo.— O que você quer dizer com isso?— Você está aqui por ordem de Olívia para me agradar ou realmente se importa com o meu ferimento? — A voz de Gabriel não era tão feminina quanto seu rosto, mas ainda carregava um charme irresistível.— Como você é um convidado de Vivia e também sobrinho de tia Maia, por consideração e obrigação, é meu dever agir assim. — Respondeu Gilbert, voltando a olhar para baixo.— Uau, não é à toa que você é o grande CEO, suas palavras são realmente elegantes. — Gabriel claramente não gostou dessa resposta, virou-se e parou de
Gilbert entrou no escritório e sentou-se à mesa. O sorriso que mantinha no rosto começou a desaparecer lentamente. Ele inclinou a cabeça para trás, puxou a gravata e desabotou alguns botões da camisa, sentindo um alívio na respiração.Um pequeno crucifixo prateado surgiu do colarinho de sua camisa, brilhando com uma luz fria e suave. Gilbert fechou lentamente os olhos e respirou fundo, tentando acalmar seu coração agitado.Naquele momento, a imagem que surgia em sua mente não era o rosto ambíguo e atraente de Gabriel, mas sim o de outro homem. Um homem que ele pensava ter esquecido, mas que ainda persistia em seus pensamentos. Seu antigo amor.Gilbert desviou o olhar para a estante de livros que ia do chão ao teto e retirou dois volumes. A estante fez um barulho de clique e revelou um compartimento secreto. Era um cofre bem elaborado. Ele digitou a data de nascimento do homem e a sua própria, e o cofre se abriu.Dentro dele havia algumas fotos emolduradas, um envelope lacrado e uma cai
A atmosfera tornou-se subitamente tensa, quase palpável, como se estivessem prestes a se enfrentar.Gabriel arregalou os olhos, como se tivesse ouvido algo que ferisse profundamente seu orgulho. Seu rosto pálido ficou vermelho, e ele levou um tempo para conseguir pronunciar uma frase:— O que você quer dizer com isso?— Dr. Gabriel, talvez seu português tenha enferrujado depois de tanto tempo no País M. Quer que eu traduza para o inglês? — Olívia olhou para ele com um brilho afiado nos olhos e um sorriso que carregava uma pressão quase invisível.Poucas mulheres exibiam um sorriso como aquele. Combinava a autoridade de uma líder com o charme imponente de um homem, deixando Gabriel, que sempre se sentia livre e irreverente, completamente desorientado.— Então, o que você está insinuando é que eu não aceitei tratar do caso de Charles porque não consegui curá-lo? É isso? — Gabriel retrucou, mostrando os dentes brancos com raiva.— Há alguma outra interpretação? — Olívia encolheu os ombros
Olívia acariciou o queixo, pensando: “Bem, não há nada de errado com isso.”Se ele soubesse que a mulher que ele via com tanta aversão e que era a responsável pelo "sequestro" que lhe tirou a dignidade era Priscila, ele ficaria envergonhado pelas bajulações que fez e desejaria desaparecer no mesmo lugar.— Mesmo o homem que Priscila ajudou, você ainda vai duvidar do caráter dele? — Olívia perguntou com um sorriso tranquilo. — Você está, na verdade, questionando a integridade do seu ídolo também, não está?Embora essa observação tenha um tom de chantagem moral, Olívia não tinha outra escolha a não ser usar todas as armas à sua disposição para lidar com o astuto Gabriel.Gabriel prensou os lábios, puxou uma cadeira e se sentou novamente, imerso em pensamentos.— Tudo bem, por conta da Priscila, eu farei um esforço e vou dar uma olhada.Olívia ficou radiante, mas manteve um sorriso suave nos lábios.— Em nome da Priscila, obrigada....Finalmente de volta ao país, Bernardo não se apressou
— Se não é ele, quem mais poderia ser? — Bernardo tirou um cigarro do maço e o colocou entre os lábios, seus olhos cheios de indignação. — Não entendo o que a Vivia está pensando. Já se separaram, o cara é um escândalo ambulante, e ela ainda se esforça tanto para tratá-lo? Deveria deixá-lo à própria sorte!— Considere que a Vivia está ajudando um pobre coitado, não se preocupe tanto com isso. — confortou Pietro.— Hã? O Gabriel vai realmente tratar aquele sujeito?— Aparentemente sim. Afinal, quando a Vivia se envolve, não tem nada que ela não possa resolver.— Ah, eu não posso voltar para casa de mãos vazias. — Bernardo deu uma profunda tragada no cigarro, fechou os olhos intensamente e exalou a fumaça em anéis. — Vou me infiltrar na sala de cirurgia e aproveitar para dar um jeito naquele sujeito... — E fez um gesto cortando o pescoço com a mão.Pietro imediatamente deu um arrepio, assustado:— Não faça besteira! Se você tocar no Charles, o Yexnard vai fazer um lugar pacífico virar o
Bernardo piscava freneticamente, com o coração acelerado. Era raro ele sentir seu coração bater tão rápido, e o motivo era a mulher em seus braços, com um olhar inquieto e movimentos desordenados. Não era que ele estivesse interessado, mas aquela mulher era praticamente idêntica à Olívia. Abrigar alguém com a aparência de sua irmã e ainda mais estar em uma situação em que ela parecia estar tentando atraí-lo o deixou completamente desconcertado.— Humm... Eu... Estou com vontade de vomitar... — Bruna, com os olhos marejados, se deixava escorregar para baixo, seu corpo macio e quente caindo contra ele. Ela havia bebido bastante e estava com o estômago revirado, mal conseguindo suportar a sensação. — Lindo... Me ajude... Para que eu possa vomitar, por favor? Não aguento mais...Se fosse outra mulher, Bernardo a deixaria de lado, e bem longe, para evitar que ela vomitasse sobre ele. Mas, devido à semelhança com a Olívia, ele não conseguiu recusar. Então, ele a ergueu com firmeza, seguran
Ela mal conseguia acreditar que estava experimentando essas emoções complexas por um homem que não fosse Diogo.— Banheiro feminino? Olhe para este banheiro. — Bernardo sorriu de forma irônica. — Quem deveria sair daqui é você, senhorita.O rosto de Bruna ficou ainda mais vermelho, e ela, com a cabeça baixa, estava prestes a se virar e sair rapidamente. No entanto, Bernardo de repente a puxou pelo pulso, e em um movimento brusco a trouxe de volta para perto dele.Bruna colidiu novamente com o peito sólido do homem, sentindo um formigamento na cabeça e seu coração batendo descontroladamente.Os olhos de Bernardo a fitavam com uma intensidade penetrante, e seus lábios finos formaram um sorriso de leve zombaria.— Vai embora assim? Ainda não me disse obrigado.— O-obrigada... — Bruna piscava, com o coração acelerado e a respiração irregular.— Alguém já te disse que você se parece com outra pessoa? — A respiração quente de Bernardo tocava a ponta do nariz de Bruna, e seu olhar frio suaviz
— Desculpe... — Bruna dizia, com o rosto completamente vermelho e a consciência turva.— Eu já te avisei, com essa sua cara, mesmo em Yexnard, só pode aparecer no Doce Diabo, só à noite! Você é a minha arma secreta, minha propriedade. Você deve fazer exatamente o que eu mando. Não tem direito de se exibir ou de ser ousada!Diogo olhava para ela com uma fúria fria, e sua mão no pescoço dela apertava cada vez mais, quase sufocando-a!Cauã, no banco do passageiro, vendo que Bruna estava prestes a desmaiar, se esforçava para interceder.— Sr. Diogo! A Srta. Bruna não está aguentando mais! Por favor, leve em conta a lealdade dela ao longo dos anos e deixe-a passar desta vez. Ela errou ao fugir e desobedecer sua ordem, mas tudo foi para te ver... Por favor, dê a ela uma chance!Diogo, olhando com frieza para aquele rosto que mais parecia uma obra de arte, expirou com força e finalmente a soltou.Bruna, encharcada de suor, estava pálida, ofegante e com lágrimas nos olhos, olhando para Diogo.