Olívia estava com os nervos à flor da pele enquanto dirigia em alta velocidade de volta para sua casa em Yexnard. Inicialmente, sua intenção era enfrentar Tânia, mas durante todo o trajeto, sua mente estava dominada pela lembrança de Charles a pressionando contra a parede.Os olhos do homem, intensos e fervorosos, a fixavam com uma mistura de dor e desespero. A expressão de raiva impotente e humilhação dele não saía de sua cabeça. Os dedos de Olívia apertavam o volante com tanta força que ficaram brancos e vermelhos, um formigamento correndo por sua pele como se fosse eletricidade.Aquele olhar, tão cheio de sentimento, parecia sincero. Mas o que isso importava? Mesmo que ele a olhasse com a intensidade de mil punhais, nada mudaria o fato de que ele não conseguia resistir a trair sua confiança, mantendo um caso com Dalila!Olívia desceu do carro com o semblante carregado e, para sua surpresa, encontrou Gilbert, Vasco e Breno esperando por ela na porta da casa.— Vivia! — Gilbert a ch
Olívia não o cumprimentou, nem se aproximou dele. Sob a luz, ela viu claramente Diogo abaixar-se lentamente, enterrando boa parte do rosto delicado no braço, deixando à mostra apenas seus belos, porém, tristes olhos.Aquele olhar miserável e solitário, lembrava um filhote de cachorro ferido, exatamente como quinze anos atrás, quando ela o viu ser forçado por Tiago a ficar de castigo sob a chuva torrencial.— Caramba, quando foi que ele chegou aqui? Nem percebi... — Vasco deu de ombros, sentindo um calafrio percorrer sua espinha.Gilbert olhou na direção de Diogo, depois lançou um olhar enigmático para Olívia, que exibia uma expressão complicada. — Ele te seguiu até a família Marques?— Sim.Nesse momento, o carro esportivo voltou a ligar, fez uma manobra rápida e partiu na direção oposta, desaparecendo na escuridão.— O quê? Ele foi embora assim? — Vasco franziu a testa, incrédulo. — Vivia, que tipo de gente esquisita anda atrás de você? Não é um canalha histórico, é um maníaco perse
Olívia sentiu seu coração amolecer e, suavemente, apoiou-se no ombro de Gilbert, aliviando instantaneamente o cansaço que a dominava.…Depois de uma noite tumultuada, Benjamin voltou para o ninho de amor que compartilhava com Samara, com uma expressão preocupada no rosto. Ainda no caminho, uma leve neve começou a cair. Quando o carro de luxo estacionou em frente à mansão, Stéphanie já estava esperando por ele na porta, segurando um grande guarda-chuva preto, como de costume.— Sr. Benjamin, o senhor voltou.Assim que Benjamin desceu do carro, Stéphanie fez uma reverência e rapidamente posicionou o guarda-chuva sobre a cabeça dele, expondo-se completamente à neve.— E a Samara? Já foi dormir? — Benjamin perguntou, ansioso.— Srta. Samara está esperando o senhor voltar. Tentei convencê-la a descansar, mas ela não quis. — Stéphanie sorriu, resignada e com um toque de ternura. — Não a culpe, ela só estava preocupada com o senhor.Benjamin sentiu um calor subir pelo peito e entrou na mans
Samara ouviu os passos pesados se aproximando, mas não teve coragem de se virar. Com os braços frágeis, abraçou o próprio corpo nu, tremendo como um coelho assustado. A presença imponente de Benjamin, por outro lado, lembrava um lobo grande e faminto, pronto para atacar.— Samara... — A voz de Benjamin saiu rouca, seu pomo de adão subiu e desceu de forma visível, e seus olhos estavam vermelhos de desejo.Ele ergueu a mão trêmula, querendo tocar a pele macia da garota, quando ela, subitamente, falou com a voz baixa e hesitante:— Eu... Eu tomei banho e queria passar um pouco de hidratante. Passei no corpo todo, mas não consegui alcançar as costas... Se não fosse por isso, já teria terminado e estaria deitada te esperando.Benjamin ouviu cada palavra, sentindo o rosto arder, com os dedos formigando. Seu controle estava por um fio.Ele já tinha conhecido muitas mulheres. Algumas se exibiam nuas diante dele, outras, sedutoras, se jogavam em seus braços. Mas nenhuma delas o deixava tão ner
Ela não disse uma palavra, mas ele pôde ouvir sua resposta nas orelhas coradas, no olhar apaixonado e na respiração cada vez mais ofegante: Eu aceito....Naquela noite, ele a envolveu em seus braços, fazendo amor com ela sem parar, do banheiro à sala, depois ao quarto, até que voltaram ao banheiro para mais uma vez.A pele macia e delicada da jovem, ainda virgem, levou Benjamin a um êxtase indescritível. Ele nunca havia se sentido tão satisfeito, tanto no corpo quanto na alma.O corpo frágil de Samara, incapaz de suportar o ritmo, estava exausto, com a cintura tão dolorida que mal conseguia se mover. Ela suspirava ofegante, pedindo clemência, até que adormeceu aconchegada no peito dele.Benjamin, exausto, mas contente como um leão saciado, olhou para ela com ternura. Seu braço direito envolvia o corpo delicado de Samara, enquanto a mão acariciava suavemente suas costas, embalando-a para o sono.Com a outra mão, ele levantou a coberta com cuidado. No lençol branco, a mancha vermelha ch
Se o segredo fosse revelado, mãe e filha estariam completamente arruinadas, sem saída!Tânia ficou internada no hospital por três dias, e Chica, entediada, a acompanhou durante todo esse tempo. No terceiro dia, o inchaço no rosto de Tânia finalmente diminuiu, mas Felipe não apareceu nenhuma vez. Durante esse período, Chica ligou para ele várias vezes, perguntando quando ele viria visitar a mãe, mas ele sempre desligava o telefone com respostas frias e evasivas.Chica esperava que, ao saber disso, Tânia desabasse em lágrimas, afinal, qual mulher não queria ser cuidada e amada pelo marido? Ser ignorada pelo esposo enquanto estava no hospital seria motivo suficiente para qualquer mulher enlouquecer.No entanto, para sua surpresa, Tânia se mostrou incrivelmente calma e controlada. Não houve choros, gritos ou qualquer atitude desesperada. Ela continuava comendo normalmente, se recuperando como se nada estivesse acontecendo, o que era, no mínimo, estranho.Essa atitude deixou Chica complet
A atmosfera no quarto do hospital estava carregada de tensão.Tânia, antes a favorita de Felipe, sempre foi tratada com todo o carinho. Esse homem, que nem sempre conseguia visitar o pai doente todos os dias, fazia questão de estar presente ao lado dela, mesmo que fosse por um resfriado. Não importava o quanto estivesse ocupado, sempre arranjava tempo para vê-la. Três dias sem dar notícias? Isso seria impensável no passado.— Felipe... — Tânia murmurou, encostada debilmente na cabeceira da cama. Seus lábios trêmulos estavam cobertos de pó, e os olhos, cheios de lágrimas, fixavam-se em Felipe com um olhar perdido. — Você deve estar muito ocupado, certo? Entendo... Com tantas coisas na empresa, você não tem como estar por aqui o tempo todo. Eu estou bem, realmente... Só uma perfuração no tímpano, nada demais... Já fiz a cirurgia...Antes que pudesse continuar, Felipe a interrompeu com um tom sombrio:— Tânia, eu vim porque preciso te fazer uma pergunta. O que Olívia disse naquele dia...
Tânia ficou completamente atônita.“Pura e inocente?” Essas palavras realmente a descreviam? Ela só conseguia pensar em Camila, a mãe de Charles, ao ouvir aquilo. Quanto mais Felipe falava, mais suas palavras soavam como farpas em seus ouvidos.— Mas agora, vejo que você não precisa mais da minha proteção. Mesmo sem mim, você encontra um jeito de conseguir o que quer, usando de todos os meios para se vingar de quem você odeia. — Disse Felipe, o cenho franzido, o olhar carregado. — Mas esta será a última vez. Espero que daqui em diante você se comporte e não cause mais problemas para mim, nem para a família Marques. Caso contrário, terei que te mandar para fora do país, longe das intrigas de Yexnard, para que possa se esconder de toda essa confusão.Ao ouvir que Felipe pretendia mandá-la embora, Tânia sentiu o sangue gelar, tomada por uma raiva profunda.— Felipe... O que você quer dizer com isso? Vai me abandonar? Quer me transformar numa mulher desprezada? Tudo por causa das mentiras