Do outro lado, na delegacia.Samuel havia sido interrogado incessantemente por três dias e três noites, sob luzes fortes que castigavam tanto seu corpo quanto sua mente. Mas, apesar da pressão, ele resistia.Apenas pensar em Tânia, na filha que ele desejava ardentemente, mas com quem não podia se encontrar, era suficiente para mantê-lo firme, mesmo se o mundo desabasse.Nesse momento, a porta da sala de interrogatório se abriu, e Vasco entrou com um semblante indiferente e despreocupado, balançando os ombros.Diante dos suspeitos e criminosos, ele não parecia mais aquele jovem de família rica e influente. Agora, exalava uma aura de durão, imponente e temido, com os mafiosos chamando-o de “chefe”.— Ah, ainda está acordado? — Vasco bocejou, puxou uma cadeira de metal e, com uma postura descontraída, sentou-se. — Vamos preparar um café para o Sr. Samuel, para que ele se mantenha alerta. Afinal, a noite está apenas começando.— Sim, capitão Vasco.Samuel rosnou, com um sorriso frio: — Ca
Vasco falou com um tom frio e olhos sombrios.— Então, o que você disse sobre odiar Glória por causa do amor que sentia por ela não faz sentido.Samuel manteve o queixo erguido e, com um sorriso cruel, respondeu:— E se você descobriu isso? Eu realmente sou um fã de Tânia. A amo loucamente e, por ela... Eu faria qualquer coisa, até mesmo matar Glória!Vasco, enfurecido, tremia de raiva, desejando poder socar a cabeça de Samuel até despedaçá-la.— Mas se você quer saber sobre minha relação com Tânia... Não existe. Ela não tem nada a ver comigo, tudo foi um desejo unilateral. Eu estava disposto a fazer qualquer coisa por ela, até morrer ou matar. E ela nunca precisou saber disso.Após essas palavras, Samuel fechou os olhos, exibindo uma expressão de quem estava pronto para o pior.Ele falava com essa confiança porque acreditava que, sendo apenas um crime de lesão corporal, a punição mais severa que enfrentaria seria uma tentativa de homicídio. Afinal, Charles e Glória estavam bem, e a fa
Felipe observava Tânia com um olhar frio e penetrante, seus cílios longos ocultando olhos profundos e gelados.— Sra. Tânia, será que você orientou Samuel secretamente para que ele atacasse minha tia Glória, provocando o incidente recente? — Olívia de repente mudou o tom de voz.— Eu não... Eu não fiz isso! Tudo foi ideia do Samuel, eu não tenho nada a ver com isso! — Tânia, com lágrimas nos olhos, agarrou o paletó de Felipe e implorou. — Felipe, eu e Glória não temos nenhum rancor. Por que eu faria algo assim? Sou a dona da família Marques, e Glória é apenas uma concubina de Érico! Por que eu iria me preocupar com uma concubina?— Tânia! Chega de falar. — Felipe franziu a testa e a alertou com severidade.— Sra. Tânia, você pode me insultar, mas não pode desrespeitar minha família. — Olívia, com um olhar ameaçador e carregado de autoridade, apontou para o rosto de Tânia, que estava choroso e traiçoeiro. — Se você continuar a ofender minha tia Glória, cuidado para eu não ter que lhe da
Íris ficou tão envergonhada que teve uma crise de tosse, e seu coração estava acelerado.Olívia pensou: “Hmph, você acha que pode me desafiar com essa língua pouco afiada? Você ainda está longe de ser tão afiada quanto Tânia!”— Olívia! Por que você está sendo tão desrespeitosa com minha mãe? Ela é uma pessoa mais velha. Que falta de educação e respeito! — Dalila, agarrada a Osvaldo, gritava com autoridade, como se estivesse se aproveitando da situação.Charles ouviu, e sua testa se franziu com um olhar de desdém para Dalila.— Será que ser mais velho faz alguém automaticamente um "respeitável mais velho"? Então, se for assim, eu também sou sua superior. Você está realmente se dirigindo a mim dessa forma? — Olívia, que já era mais alta que Dalila, agora a observava com um olhar frio e intimidante, fazendo Dalila sentir um nó no peito.Dalila, intimidada, tremia dos lábios e não ousava responder, com medo de Olívia ficar ainda mais hostil.Íris sabia que Osvaldo não iria criar problemas
— Lila, não se preocupe, essa situação não vai ficar assim. Eu vou me certificar de que você tenha a sua revanche! — Íris tentou confortar a filha, seus olhos brilhando com uma frieza ameaçadora.— E agora? Tudo em casa está sob o controle do meu irmão, e ele tem uma boa relação com Charles e Olívia... O que você pode fazer? — Dalila estava desesperada, com os olhos vermelhos de raiva.Íris respondeu com amargura: — Se seu irmão não quer que você fique com Charles, então ele também não terá a sorte de estar com aquele imbecil! Você tem o apoio do avô, ele nunca deixaria a reputação da família Júnior em jogo. Ele vai fazer o possível para garantir que você e Charles se casem. Além disso, ele nunca permitirá que Samara se case com seu irmão!— Mãe, meu irmão está nos tratando como se fôssemos inimigos! Não vê que ele nos protege como se estivéssemos à espreita? — Dalila estava furiosa, gritando com os olhos cheios de lágrimas. — Ele defende Samara como se ela fosse um tesouro. Onde está
— Dido! O que... O que você está fazendo? — Olívia ficou desconcertada, suas mãos instintivamente empurrando os ombros dele.Mas para Charles, aquela luta parecia um jogo de sedução, como se ela estivesse resistindo apenas por orgulho.Diogo não respondeu. Em vez disso, apertou ainda mais o abraço, encarando Charles com um olhar cheio de sarcasmo e provocação.Por mais que Olívia tentasse se soltar, Diogo não a deixava ir.O coração de Charles parecia ser dilacerado por mil facas, cada fibra do seu corpo tremendo, incapaz de conter o tremor que o dominava. Ver Olívia nos braços de outro homem era pior do que qualquer dor física que ele já tinha experimentado, mais doloroso do que qualquer ferida de batalha.O rosto de Charles ficou pálido como a neve. Ele se virou, como se tivesse bebido demais, suas pernas fraquejando enquanto cambaleava de volta para a casa.Foi então que Diogo, finalmente, afrouxou os braços. Olívia aproveitou a chance para se soltar, recuando um passo com os olhos
Olívia estava com os nervos à flor da pele enquanto dirigia em alta velocidade de volta para sua casa em Yexnard. Inicialmente, sua intenção era enfrentar Tânia, mas durante todo o trajeto, sua mente estava dominada pela lembrança de Charles a pressionando contra a parede.Os olhos do homem, intensos e fervorosos, a fixavam com uma mistura de dor e desespero. A expressão de raiva impotente e humilhação dele não saía de sua cabeça. Os dedos de Olívia apertavam o volante com tanta força que ficaram brancos e vermelhos, um formigamento correndo por sua pele como se fosse eletricidade.Aquele olhar, tão cheio de sentimento, parecia sincero. Mas o que isso importava? Mesmo que ele a olhasse com a intensidade de mil punhais, nada mudaria o fato de que ele não conseguia resistir a trair sua confiança, mantendo um caso com Dalila!Olívia desceu do carro com o semblante carregado e, para sua surpresa, encontrou Gilbert, Vasco e Breno esperando por ela na porta da casa.— Vivia! — Gilbert a ch
Olívia não o cumprimentou, nem se aproximou dele. Sob a luz, ela viu claramente Diogo abaixar-se lentamente, enterrando boa parte do rosto delicado no braço, deixando à mostra apenas seus belos, porém, tristes olhos.Aquele olhar miserável e solitário, lembrava um filhote de cachorro ferido, exatamente como quinze anos atrás, quando ela o viu ser forçado por Tiago a ficar de castigo sob a chuva torrencial.— Caramba, quando foi que ele chegou aqui? Nem percebi... — Vasco deu de ombros, sentindo um calafrio percorrer sua espinha.Gilbert olhou na direção de Diogo, depois lançou um olhar enigmático para Olívia, que exibia uma expressão complicada. — Ele te seguiu até a família Marques?— Sim.Nesse momento, o carro esportivo voltou a ligar, fez uma manobra rápida e partiu na direção oposta, desaparecendo na escuridão.— O quê? Ele foi embora assim? — Vasco franziu a testa, incrédulo. — Vivia, que tipo de gente esquisita anda atrás de você? Não é um canalha histórico, é um maníaco perse