— Sim. — Ai, ai, ai... Minha querida Jenny é mesmo tão talentosa! Não como esse meu neto, que só sabe ganhar dinheiro e mais nada! — Haroldo exclamou, brincalhão, enquanto dava um leve beliscão carinhoso no nariz de Olívia. Charles ficou visivelmente desconfortável. Tudo bem o avô alfinetá-lo, ele já estava acostumado, mas precisava ficar todo cheio de carinho com sua mulher? Os três, Haroldo, Charles e Olívia, estavam com as cabeças próximas, todos atentos ao que acontecia na tela do laptop. Olívia, ao perceber a forma como Benjamin e Samara estavam sendo humilhados, sentiu o sangue ferver. Seus punhos se fecharam com tanta força que os nós dos dedos ficaram brancos. — Vovô, vamos até lá agora? — Charles perguntou, com a voz grave e contida, enquanto tentava controlar a respiração. Haroldo ficou em silêncio por alguns instantes, a expressão séria e pensativa. — Ainda não. A resposta surpreendeu os dois. — Benjamin quer se casar com minha neta. — Haroldo começou, com
Olívia estreitou os olhos brilhantes e sorriu levemente, concordando com Charles: — Finalmente. — Benjamin, ouvi de Chad que você já notificou seu avô sobre o casamento com a Samara? — Haroldo perguntou, com seriedade. Benjamin respondeu de imediato: — Não só meu avô. Eu já avisei toda a minha família. Meu avô deu sua aprovação e, quanto à minha mãe, ela também não se opôs. Olívia e Charles trocaram um olhar cúmplice, compreendendo perfeitamente o que aquilo significava. Eles sabiam que Benjamin era do tipo que "anunciava as vitórias, mas escondia as batalhas". Convencer Osvaldo certamente não havia sido uma tarefa fácil. Quanto a Íris, ninguém precisava perguntar: a opinião dela não importava. Na família Júnior, quem tinha o poder decidia, e ponto final. — Hmm... Que bom. — Haroldo assentiu, satisfeito, com um sorriso de alívio. — Nos próximos dias, organize um encontro entre mim e Osvaldo. Se as duas famílias já aprovaram o casamento, é essencial que os mais velhos se r
— Vovô... O que o senhor quer dizer com isso? Eu sou a irmã mais velha da Samara, como poderia prejudicar minha própria irmã? — Chica exclamou, tentando justificar-se enquanto o suor gelado escorria por suas costas. Benjamin, sempre direto, soltou uma risada sarcástica e apertou Samara ainda mais contra si, como se quisesse protegê-la do veneno da irmã. Haroldo sorriu de lado, com uma expressão que misturava ironia e autoridade. — Não estou senil, Chica. Sei muito bem o que acontece ao meu redor. Se as coisas são ou não como você diz, tanto eu quanto você sabemos a verdade. — Ele pausou, fitando-a com olhar penetrante. — Sua irmã está prestes a se casar com Benjamin e se tornar a primeira-dama da família Júnior. Em vez de gastar energia com coisas inúteis, seria melhor você baixar a cabeça e deixar seu pai encontrar um bom casamento para você. Assim, ele ainda pode arranjar um genro que o agrade. Chica sentiu o sangue ferver. Seus olhos se arregalaram, cheios de raiva. Era impo
Chica cobriu o microfone do telefone com a mão, o rosto tomado por uma mistura de raiva e frustração. Sua voz saiu baixa, mas cheia de rancor: — Acabou de acontecer! Benjamin veio aqui pedir a mão daquela idiota da Samara. Meu pai, no início, não queria aceitar. Mas daí apareceram Olívia e Charles, trazendo o velho Haroldo com eles! Em poucas palavras, ele já colocou meu pai no lugar e ainda aprovou o casamento deles! Agora já está tudo praticamente acertado, e não vai demorar para eles ficarem noivos. Daqui a pouco, Samara vai engravidar. E quando isso acontecer, me diz, de que adianta você voltar? Do outro lado da linha, o silêncio caiu como uma pedra. — Ei! Tá me ouvindo? Diz alguma coisa! — Fica tranquila. — A voz de Dalila voltou, carregada de sarcasmo. — Não sou só eu que não quero essa Samara casando com o Benjamin. Em famílias como as nossas, esses casamentos arranjados parecem impecáveis por fora, mas na prática, qualquer deslize pode arruinar tudo. Um pequeno erro e t
— Além disso, o senhor trabalha tão duro todos os dias, se esforça tanto pelo Grupo, e o vovô nem ao menos reconhece o seu valor. Como ele pôde te humilhar assim, na frente de todos? Isso é de partir o coração. — Chica continuava com sua tentativa de envenenar, desta vez atacando o avô pelas costas enquanto tentava manipular Felipe. Com Tânia morta, Chica sabia que sua única chance de sobrevivência dentro da família era ganhar a confiança de Felipe. Já que Haroldo não estava mais do lado dela, decidiu ir até o fim com suas insinuações, tentando aprofundar ainda mais o abismo entre pai e filho. Como esperado, as palavras de Chica deixaram Felipe ainda mais sombrio. Ela, percebendo a reação, sorriu por dentro. Lembrou-se de algo que Tânia havia comentado uma vez, sobre a antiga rivalidade entre Felipe e seu irmão, Higor. Decidiu usar isso para ir ainda mais fundo. — Pai, o que o senhor acha que o vovô realmente quer? Ele não deve estar pensando que aquele tio morto possa voltar à
O jantar das duas felizes duplas de namorados foi na casa do vovô Haroldo. O ambiente estava repleto de risadas e alegria, um clima de harmonia que aquecia o coração de todos. Após a refeição, quando os empregados já haviam limpado a mesa, Benjamin se levantou e, diante dos convidados mais importantes, fez um sinal para Stéphanie. Ela prontamente abriu uma mala que havia trazido e começou a retirar uma pilha de documentos organizados. Em seguida, os dispôs com cuidado sobre a mesa redonda, preenchendo todo o espaço disponível com contratos, escrituras e registros de propriedades. E aquilo era apenas a ponta do iceberg. Só a quantidade de papéis relacionados a imóveis no país já foi suficiente para fazer Olívia arregalar os olhos e soltar um impressionado: — Uau! — Não precisa ficar com inveja. — Charles sussurrou, apertando os dedos dela sob a mesa, enquanto um sorriso discreto se formava em seus lábios. — Tudo o que ele tem, eu também tenho. E o meu não é menor que o dele. —
Haroldo segurou a expressão, mas não conseguiu conter os olhos marejados de emoção. Ele parecia enxergar ali o reflexo de si mesmo na juventude, e o coração se encheu de alegria ao saber que sua neta havia encontrado um bom marido. …No caminho de volta, Benjamin não cabia em si de tanta felicidade. Depois de beber algumas cervejas com Charles, ele abraçava sua noiva, cantava animado e pedia beijos sem parar. Enquanto dirigia, Stéphanie mantinha o semblante tranquilo e o olhar fixo no retrovisor, mas por dentro estava radiante, quase explodindo de felicidade. — Hmmm... Benjamin, espera aí! — Samara tentava afastar as mãos dele, rindo enquanto sentia cócegas, empurrando com dificuldade o peito firme do noivo. O pescoço longo e delicado de Samara já estava marcado por beijos que deixaram rastros visíveis, e isso fez o coração de Benjamin disparar. Ele a apertou pela cintura com ainda mais força, os movimentos carregados de desejo. — O que foi? Não quer que eu te beije? — N-nã
— Meu pai já entrou na fase de risco... Como eu posso não me desesperar? — Olívia sentiu o suor frio escorrer pelas costas, enquanto um formigamento tomava metade de sua cabeça. — Por que vocês não me ligaram na hora? Meu pai doente desse jeito, e eu, como filha, longe dele? Charles percebeu o brilho úmido nos olhos dela e rapidamente segurou suas mãos trêmulas, envolvendo-as com firmeza em suas palmas quentes. Não importava o quanto ela costumasse zombar ou se mostrar indiferente em relação a Érico, ele sabia perfeitamente o quanto ela se importava com o pai nos momentos cruciais. Gilbert fitou os olhos vermelhos da irmã e suspirou, resignado: — Foi o papai que não deixou a gente te avisar. Olívia sentiu uma pontada no peito. — Papai... — Murmurou ela, com a voz embargada. — Quando ele passou mal, ainda pediu ao Dimitri que não nos avisasse, especialmente a você. — Gilbert tentou manter o tom o mais neutro possível. — Papai sabe que você está sempre ocupada, sempre cansa