No momento em que a ligação foi atendida, Diogo endireitou a postura, sentando-se com a coluna ereta e uma expressão tensa. — Senhor... — Sr. Diogo, no horário do seu país já deve ser bem tarde, não? Ainda não foi descansar? Ao ouvir a voz de quem atendeu, Magnolia, o coração de Diogo apertou. Ele franziu o cenho, surpreso. — Olá, Srta. Magnolia. — Aqui no País M ainda é manhã. O senhor está na casa de Andrew e Fred, ocupado como sempre, e não pode atender sua ligação. — Magnolia respondeu com um tom que misturava desprezo e um sorriso malicioso. — Se tem algo a dizer, pode falar comigo. Eu transmito o recado. Diogo estreitou os olhos, apertando os dedos contra a palma da mão em um gesto de frustração contida. Ele passou anos seguindo o senhor, dedicando-se sem reservas, trabalhando como um cão fiel e leal. Mas, no fundo, ele sentia como se houvesse sempre uma barreira invisível entre eles, uma distância que ele nunca conseguia ultrapassar. Ele sequer tinha certeza se o sen
Aquele silêncio de Olívia, sua força teimosa e contida, sua forma de enfrentar tudo sem chorar ou reclamar, fazia o coração de Charles doer cada vez mais. Ele não sabia por quanto tempo mais suportaria vê-la assim, escondendo a dor de todos, mas carregando o peso como se fosse uma rocha esmagando sua alma. Ninguém sabia ao certo quanto tempo havia se passado quando Gabriel entrou apressado na sala, segurando o resultado da análise nas mãos. — Os resultados saíram. Todos se levantaram de uma vez, como se tivessem sido puxados por um mesmo fio invisível. Olívia foi a primeira a correr até ele, arrancando o papel de suas mãos. — Está tudo certo? — Ela perguntou, com os olhos fixos nos números e gráficos, a incredulidade estampada em cada traço de seu rosto. Gabriel assentiu com um olhar sério. — Inacreditável. O remédio que o Diogo trouxe não tem problema algum. Na verdade, é um medicamento recém-desenvolvido no País M, lançado este ano. É um remédio de última geração, direcio
— Sr. Benjamin, fique tranquilo, a Samara está bem. Benjamin soltou um suspiro de alívio. — E então? Stéphanie fez uma pausa, a voz ficando séria e fria: — Acabei de receber a notícia. A Srta. Dalila foi levada de volta a Yexnard por ordem do Sr. Osvaldo. — O quê? — Os olhos de Benjamin se arregalaram, e a raiva subiu como um incêndio descontrolado. — Como você deixou isso acontecer? Não era para ela estar sendo vigiada? Stéphanie soava profundamente arrependida ao responder: — Nossos agentes não saíram de perto dela por um segundo. Estava tudo sob controle, mas, de repente, ela teve uma parada cardíaca! Nossa equipe ficou com medo de que algo grave acontecesse e a levou imediatamente para o hospital. — Dalila sempre foi saudável, nunca teve problemas no coração! Como pode ter tido uma parada cardíaca? — Eu também achei estranho. — Stéphanie respondeu, com uma mistura de indignação e frustração. — Assim que o incidente aconteceu, ordenei que a informação fosse mantida
Benjamin estava tão furioso que chegou a sentir os dentes doerem de tanto apertar os maxilares. A morte de seu pai era a maior ferida de sua vida, aquela que nunca cicatrizaria. Só de pensar no nome dele, seu peito parecia ser rasgado por dentro. E agora, seu avô estava usando a memória de seu pai, a maior vulnerabilidade dele, como uma arma para manipulá-lo e proteger a maldita Dalila. Isso não era apenas inaceitável, era um insulto à memória de seu pai. — Você sabia que sua mãe desmaiou no instante em que soube que Lila foi levada para a sala de emergência? — Osvaldo continuou, a voz firme e severa. — Ainda bem que os empregados conseguiram segurá-la a tempo. Se ela tivesse batido com a cabeça no chão, talvez você não tivesse mais mãe agora! Benjamin, eu entendo que você tenha laços próximos com Charles e Olívia, mas nunca se esqueça de onde você veio. Você é parte da nossa família e, mais importante ainda, está prestes a se tornar o presidente do Grupo Júnior, meu sucessor. Nest
— Sua família toda está lá dentro com o Sr. Érico... — E daí? Eu preciso mesmo me meter no meio dessa confusão toda? Vou ganhar mais dinheiro se eu entrar lá? — Bernardo inclinou a cabeça, os olhos brilhantes e maliciosos enquanto exibia aquele sorriso típico de quem não leva nada a sério. Charles observou atentamente a expressão despreocupada, mas ele conhecia Bernardo o suficiente para perceber a verdade por trás da fachada. O leve rubor nos cantos dos olhos do rapaz entregava sua preocupação com Érico, por mais que ele tentasse disfarçar. De repente, uma voz apressada cortou o silêncio: — Bernardo! Arthur apareceu no corredor, ainda de uniforme militar. Ele parecia ter corrido sem parar desde sua chegada de Cidade A, o rosto cansado e os olhos vermelhos de preocupação. — Arthur! — Bernardo abriu um sorriso raro e caminhou rapidamente para encontrá-lo. — Como está o papai? — Arthur, sempre tão firme e determinado, parecia outra pessoa. Sua voz carregava uma cautela inco
Ele respeitava todos os outros irmãos de Vivia, mas com Bernardo era diferente. Ele sentia uma afinidade especial, como se fossem amigos de longa data que só agora haviam se reencontrado. — Ah, meu Deus! Meu irmão! Meu querido irmão! O som de passos apressados ecoou pelo corredor. Na frente do grupo vinha ninguém menos que Jacarias, o irmão mais novo de Érico, com uma expressão que misturava desespero e drama. Atrás dele, seguia uma fileira de acionistas de alto escalão do Grupo Bastos, todos com olhares curiosos e solenes. Assim que Charles e Bernardo perceberam a chegada do grupo, os dois homens trocaram olhares, e suas expressões ficaram sombrias. Érico mal havia despertado, e Jacarias já estava ali, o que deixava evidente que ele tinha informantes no hospital, monitorando cada movimento e notícia. Sua chegada, carregada de pessoas importantes, não era um gesto de preocupação, mas sim uma tentativa de espalhar a notícia da doença de Érico, desestabilizando o ambiente e pres
Jennifer Collins olhou para o acordo de divórcio que estava pronto sobre a mesa, com o nome do homem assinado.Ela ergueu os olhos em direção à janela, em seus olhos castanhos brilhantes de lágrimas, a figura alta e imponente de Charles Marques parecia divina sob o sol da tarde. Ele era frio, arrogante, solitário e dominante, até mesmo sua figura de costas era tão indiferente.- Eu já assinei, assine logo também. Antes de Rafa voltar, quero que passemos por todo o processo de divórcio. - Charles cruzou os braços atrás das costas e não olhou para trás. - Como fizemos um acordo pré-nupcial, a divisão de bens não é um problema. Mas, como compensação, darei a você vinte milhões, além de uma mansão em Bairro do Girassol. Afinal, não seria bom para minha reputação deixar você sem nada perante meu vovô.Jennifer sentiu como se tivesse sido atingida por um raio, seu coração afundou:- Vovô... Ele sabe que você quer se divorciar de mim?- E daí se ele sabe? Isso afeta minha decisão? - Respondeu
No horário do jantar, Rafaela, sobrinha da Sra. Tânia, desfrutava de uma refeição harmoniosa com a família Marques.Apenas Charles estava lá, com o semblante fechado, sem apetite.Jennifer simplesmente foi embora com Gilbert. Ela não levou nenhuma joia, incluindo os vinte milhões e a mansão.- Onde está a Jenny? Por que ela não desceu para jantar? - Perguntou Felipe Marques, pai de Charles, surpreso.- Nós nos divorciamos, o acordo já foi assinado. - Respondeu Charles, baixando o olhar. - Vamos marcar uma data para formalizar o divórcio e obter o certificado.Felipe ficou chocado:- Divórcio? Por quê?- Ah, querido, eu te disse antes, Chad e Jenny não eram compatíveis desde o início. Foi o vovô dele quem os juntou. - Suspirou a Sra. Tânia. - Jenny sofreu por três anos e agora ela conseguiu se libertar e seguir em frente, o que é bom para ambos. Você sabe que Chad sempre amou a Rafa.- Chad, o casamento não é brincadeira, e além disso, a Jenny... - Disse Felipe.- Pai, nós já assinamos