— Um homem de terno? — O rosto delicado de Yasmin ficou paralisado por um momento. — Isso mesmo! Agora que você falou, lembrei! Eu sabia que o sujeito não me era estranho! É aquele moleque que apareceu aqui da última vez com um casal jovem e tomou umas boas bordoadas minhas! É ele! Todo esquisito, com jeitinho de quem não presta! Antes mesmo que ela terminasse a frase, algo apertou forte no peito de Yasmin. Sem pensar duas vezes, ela largou tudo, nem se deu ao trabalho de trocar os chinelos e disparou porta afora. …Dante, parado na calçada, olhava para o celular na mão. Por várias vezes considerou ligar para Yasmin, mas a coragem nunca vinha. Suspirou fundo, sentindo o peso da frustração. Ele sabia que aquela noite não seria diferente. A insegurança venceu mais uma vez. Com o coração apertado, Dante deu meia-volta, decidido a ir embora. Porém, antes que pudesse dar o primeiro passo, uma voz suave, cristalina e doce perfurou o silêncio e atingiu direto o seu peito: — Dante!
A verdade é que, na frente da Samara, o Benjamin parecia perder toda a pose. Se pudesse, ele até ajudaria a garota a segurar o penico. — Hah! Eu sei que isso é inveja. — Charles jogou de volta, sem se abalar com a provocação. — Escuta aqui, faz o seguinte hoje à noite pra dar uma apimentada com a Olívia. — Benjamin deu uma leve cotovelada no amigo, um sorriso malicioso surgindo no canto da boca. — Vai só com o avental e nada mais. Você tá todo definido, musculoso... Cara, eu aposto que ela vai ficar tão fora de si que vai te implorar pra não sair de cima dela. Charles sentiu o rosto esquentar, um rubor inesperado subindo até as orelhas. Com a voz rouca e grave, soltou um curto e direto: — Vai pro inferno! Na sala, o clima era outro: pura descontração e harmonia. — Mana, isso é pra você. — Samara, com as bochechas levemente rosadas, entregou um ramalhete de lírios perfumados para Hebe. Seus olhos brilhavam de admiração enquanto ela completava. — Você e a Olívia são minhas in
Pietro chegou apressado, e não era pela comida. Seu objetivo era outro: discutir algo importante. Vasco, embora tivesse uma aparência rude e um jeito despojado, era atento aos detalhes. Antes de vir, fez questão de passar quase duas horas na fila para comprar os cupcakes favoritos de Olívia e Hebe. Sabia exatamente o que agradava as irmãs mais novas. O que ele não esperava era encontrar Samara ali. Se soubesse que ela estaria presente, teria comprado mais uma porção. Agora, olhando para os doces, sentia que havia cometido uma gafe, como se estivesse favorecendo umas e deixando outra de lado. — Uau! Esse cupcake com o tema de panda é novo? Que coisa mais fofa! Hebe, que era apaixonada por doces, não resistiu. Pegou um sem pensar duas vezes e, em uma mordida generosa, devorou metade. Era engraçado. Quando jantava com Breno, ela sempre mantinha um ar educado e contido, quase como uma dama. Mas bastava aparecer algo que realmente a encantasse para revelar seu lado mais espontâneo
— Charles, você ainda tem apetite para comer? Se eu fosse você, não conseguiria engolir nem um grão de arroz. — Pietro virou o copo de água gelada de uma vez só e o colocou com força sobre a mesa. — O caso da Tânia vai a julgamento na próxima sexta-feira.Ao ouvirem o nome de Tânia, que há tempos não era mencionado, os rostos à mesa ficaram sombrios.— Eu sei. Estou contando os dias. — Charles ergueu levemente as sobrancelhas, mas sua voz saiu tensa e rouca, como se lutasse para conter a dor que parecia uma lâmina cega cortando lentamente seu coração. — Não há um único dia em que eu esqueça como minha mãe morreu. E não há um único dia em que eu não pense em fazer justiça por ela e por todas as vidas inocentes que a Tânia destruiu.Olívia, sentindo o coração disparar, deslizou a mão quente por baixo da mesa, entrelaçando os dedos com os de Charles, que tremiam.Como se tivesse agarrado o último raio de luz em meio à escuridão, Charles apertou os dedos dela com força, olhando profundamen
— Chad, eles não te entendem, mas eu entendo. — Olívia suspirou, pousando a palma quente e delicada sobre as costas da mão dele. — Se fosse comigo, eu também faria de tudo para cumprir o último desejo da minha mãe. Mas eu também sei o que sua mãe realmente queria. Ela só desejava que você tivesse força para se proteger, que se tornasse alguém forte. O caminho que você escolheu não foi um erro. Mesmo que você guarde rancor do seu pai, seu avô sempre te amou e te deu oportunidades que mudaram sua vida. Por ele, por tudo que você conquistou, seu esforço nunca foi em vão.— Vivia... Obrigado. — Charles segurou as lágrimas, mas sua voz carregava uma leve tremura ao chamá-la.— Não precisa agradecer. Eu só entendo você. — Olívia sorriu, e o brilho em seu rosto parecia iluminar toda a sala.— Agora que Tristão virou delator e está testemunhando contra a Tânia, acusando-a de contratar assassinos, além das provas de tráfico e posse de drogas, a sentença dela será longa. — Pietro estreitou as so
Naquele momento, os problemas pareciam se multiplicar.Mesmo que Tristão tivesse confessado tudo o que sabia, o fato de Mateo, uma peça-chave, ainda não ter sido capturado tornava impossível o plano de envolver Diogo no caso.Depois que os convidados foram embora, Bianca chegou para ajudar Charles e Olívia a arrumar a cozinha e a casa.— Chad, você pode arranjar um momento pra conversar com o Benjamin? — Olívia perguntou enquanto colocava os pratos na pia. Seu tom era levemente irritado, e os lábios formavam um pequeno bico. — Ele precisa parar de surtar toda vez que vê o Vasco. Por que ele tem que achar que todo homem bonito e solteiro é um inimigo? Eu tenho cinco irmãos solteiros, mas ele só encasqueta com o Vasco! Ele e a Samara nem casaram ainda, e ele já tá com essa coisa de possessividade doentia. Quando eles se casarem de verdade, o que vai ser? Vai trancar a Samara em casa? Vai vigiar ela pra não olhar pra nenhum outro homem? Meu Deus, será que ele vai acabar batendo na Samara?
Olívia ergueu lentamente os olhos, cheios de lágrimas prestes a transbordar.Charles apressou-se em enxugar o rosto dela, e ao vê-la chorar, sentiu seu coração se despedaçar.— Então... Isso quer dizer que a primeira pessoa por quem você se apaixonou fui eu? — Perguntou Olívia, insistindo, com um olhar determinado.O homem hesitou por um instante, escolhendo cuidadosamente as palavras.— Quer ouvir a verdade? — Disse ele, cauteloso.— Claro que sim. — Respondeu ela, sem pestanejar.— Não. — Respondeu Charles com firmeza.— Charles! Seu idiota! — Gritou Olívia, completamente furiosa, enquanto seus punhos pequenos desferiam socos fortes contra o peito dele. — Como eu não percebi antes que você era esse tipo de homem? Canalha! Vai embora! E deixa a Bianca comigo!Charles deixou que ela o golpeasse, sem sequer tentar se defender. Mesmo com a voz entrecortada pelos impactos dos socos, ele falou com seriedade:— Vivia, a pessoa que eu mais amo no mundo é você. A mulher que eu mais quero casa
O coração de Olívia ainda batia acelerado, mas ela tentou parecer tranquila ao perguntar:— E depois... Você nunca tentou procurar essa garota?— Eu nunca parei de procurá-la, mas eu nem sei o nome dela, nem como ela era. Não tinha por onde começar. — Charles riu de si mesmo, com um toque de amargura. — Eu dei a ela um apelido: anjinha. Representava esperança. E foi por causa dela que eu consegui sair vivo daquele campo de batalha. Ela era minha esperança.Os olhos de Olívia ficaram novamente marejados. Até aquele momento, não importava se ele sabia ou não que ela era sua anjinha. Só isso já era suficiente para ela....Depois de terminarem de arrumar a cozinha e a sala, o casal tomou banho juntos e vestiu pijamas combinando. Estavam prestes a subir para descansar quando Dante voltou para casa.— Dante, você chegou! Já jantou? Se não, eu posso esquentar algo pra você. — Disse Olívia, com um tom carinhoso.Ela parecia mais uma irmã atenciosa do que a dona da casa.— Eu... Não tô com fom