Era Olívia e Charles! Era difícil de acreditar que o sempre elegante e altivo bilionário, acostumado a viver no topo do mundo, estivesse ali, sentado em um carrinho de comida de rua no meio da noite, apenas para acompanhar a mulher que amava. Ele, que só consumia os carboidratos mais refinados, agora devorava com entusiasmo um prato simples de macarrão e ainda deixava Olívia, cheia de energia, enfiar na sua boca um espetinho gorduroso, deixando seus lábios brilhando de óleo. — Está gostoso? — Perguntou Olívia com um sorriso radiante, enquanto pegava um guardanapo para limpar delicadamente os lábios dele. Charles, no entanto, não conseguiu esperar. Assim que os lábios foram limpos, ele inclinou-se e roubou um beijo rápido dos lábios cor-de-rosa dela. — Uma delícia. Com você, qualquer coisa vira o melhor sabor do mundo. O beijo foi tão inesperado e barulhento que pintou um rubor intenso nas bochechas de Olívia, que ficaram tão vermelhas quanto uma maçã. Até a dona do carrinho,
Charles arregalou ligeiramente os olhos, enquanto uma onda de eletricidade percorreu todo o seu corpo, arrepiando-o dos pés à cabeça. Suas mãos quentes seguraram firmemente a nuca dela e, com uma leve pressão, ele aprofundou o beijo, incapaz de controlar seus próprios instintos. A dona do carrinho, ocupada recolhendo os pratos e talheres, fingiu não notar a cena. Mas, claro, sabia muito bem o que estava acontecendo. Aquele beijo doce e apaixonado, cheio de entrega, foi como uma faca atravessando o coração de Diogo. A cena que ele presenciava não só machucava os olhos, mas também rasgava sua alma. Cauã, que também assistia à cena, suspirou pesadamente, a expressão abatida. Sabia que, no mundo, quase tudo era possível de conquistar com esforço e estratégia. Poder, dinheiro, status — tudo podia ser planejado e alcançado. Mas o amor... Ah, o amor era a única exceção. Diogo havia dado tudo de si por aquela mulher, feito o impossível para conquistá-la. E, ainda assim, Olívia havia
Ele sequer teve tempo de voltar para casa e trocar de roupa antes de ser chamado por Tiago para ir ao hospital. Na suíte VIP, Tiago estava fora de si. Ao saber que o Grupo Moura havia perdido dois bilhões em poucos dias, ele começou a andar de um lado para o outro, furioso, até destruir metade do quarto. Mas o dinheiro perdido não era o maior problema. O mais grave era que o escândalo havia afetado diretamente um grande projeto no País F, que estava prestes a começar. A obra foi suspensa, e os órgãos reguladores locais anunciaram uma auditoria completa nas finanças e na legalidade dos contratos do Grupo Moura. Esse golpe era o mais difícil de engolir. — Pai... Calma. Não se exalte, isso faz mal à saúde. — Disse Jair, tentando soar conciliador, mas o tom de sua voz rouca e cansada traía o próprio estado de exaustão. Com o cabelo grudado de suor e a barba por fazer, ele parecia alguém que não dormia há dias. — Dinheiro a gente consegue recuperar, mas se não resolvermos esse problem
Jair ficou com a garganta travada, o rosto tão escuro quanto uma tempestade. Desde pequeno, ele havia sido moldado como o herdeiro natural da família Moura, preparado para comandar com autoridade e respeito. Durante tantos anos no topo, ele jamais havia engolido uma humilhação dessas ou suportado tamanha afronta. — Dido, já que você tem um plano, quando pretende colocá-lo em prática? — Tiago perguntou, ansioso. — Pai, eu posso ajudar a resolver, mas... Com que autoridade devo me apresentar? — Diogo suspirou, aparentando preocupação. — Não tenho ações no Grupo, e isso não é o problema. O principal é que eu sequer tenho um cargo. Se eu for conversar com as autoridades do País F, como devo me apresentar? Apenas como seu filho? — Isso é fácil! — A mão pesada de Tiago pousou sobre o ombro de Diogo com firmeza. — Amanhã mesmo emitirei um documento oficial nomeando você como diretor executivo do Grupo. Você participará das reuniões de alto escalão! E, se conseguir reativar o projeto n
A prisão de Gael virou o assunto mais comentado do país naquela noite. Como era de se esperar, a "brilhante" solução de Tábata para sair dos holofotes foi usar alguém ainda mais idiota e corrupto: Gael, que agora a substituía no centro do escândalo. Mas o maior prejudicado de todos era, sem dúvida, Tiago. O escândalo envolvendo os dois filhos tinha empurrado a família Moura para o fundo do poço. Não bastava Gael ser preso; ele ainda tinha protagonizado um show grotesco ao tirar a cueca em público e ser ridicularizado em rede nacional. Quando Tiago viu a cobertura ao vivo nos noticiários, seu rosto ficou lívido. O corpo perdeu as forças, e ele caiu para trás, como se o coração estivesse falhando. — Pai! Jair tentou correr para ampará-lo, mas Diogo, que estava mais perto, foi mais rápido. — Pai, sente-se! Respire fundo, com calma. — Diogo o ajudou a sentar-se no sofá, enquanto olhava para Jair com expressão de urgência. — Irmão, está esperando o quê? Vai chamar o médico ou nã
— Além disso, o que eu quero é conquistar tudo de forma legítima, passar pela porta da frente. Quero ser “herdeiro” de verdade, e não um presidente apontado pelas costas das pessoas. — Diogo ergueu levemente o queixo, exibindo um sorriso cheio de arrogância e convicção. — O que Jair mais valoriza é o cargo dele como presidente. Se eu puder derrubá-lo com minhas próprias mãos e esmagá-lo sob meus pés, essa será a vingança mais cruel que posso lhe dar. — Hahaha... Acredite, o velho já está começando a detestar o Jair. Esse dia que você tanto espera não vai demorar a chegar! — Cauã respondeu, genuinamente animado pelo chefe. Diogo fechou os olhos por um momento, deixando que uma onda de emoções o atingisse. Por dentro, algo doía como um maremoto prestes a explodir. — Érico sempre teve reservas sobre mim e Vivia. Ele nunca disse nada, mas sei que, no fundo, ele me julga por não ter posição na família Moura, por não ter ações. Ele não confia em mim o suficiente para deixar Vivia comig
Samara levou as mãos à boca, completamente atônita. O que ela tinha acabado de fazer? Desde que Benjamin começou a namorar com ela, nunca mais chegou perto de outra mulher. E agora, ela tinha abraçado outro homem? Será que tinha traído Benjamin? — De-desculpa... — Depois de gaguejar por alguns segundos, ela finalmente soltou um pedido de desculpas, mas nem sabia ao certo para quem estava se desculpando: para Vasco ou para Benjamin. — Srta. Samara, por que está pedindo desculpas? Se alguém aqui deve pedir desculpas, sou eu. Faz três dias que não tenho tempo pra tomar banho, será que não te incomodei com o meu cheiro? — Vasco riu, achando graça da expressão confusa e inocente da garota. — Senhorita! Stéphanie apareceu apressada ao ouvir o barulho. No momento em que viu Vasco, parou abruptamente, surpresa. — Sr. Vasco? O nome saiu de sua boca quase sem pensar. Vasco era conhecido por ser discreto, e poucas pessoas sabiam quem ele realmente era. Stéphanie só o reconheceu porq
Vasco olhou para Stéphanie. Stéphanie olhou de volta para Vasco, a expressão cada vez mais séria. Com um tom grave, perguntou: — Foi o senhor que chamou o Sr. Érico? Vasco arregalou os olhos, assumindo uma postura defensiva e séria: — Ei, não me difama! Sou filho do Érico, mas não sou traidor. Meu coração está com a Vivia, sempre! Stéphanie não conseguiu evitar um sorriso discreto diante da resposta bem-humorada dele e perguntou em voz baixa: — E agora? Abrimos a porta? Vasco enfiou as mãos nos bolsos, soltou uma risada curta e respondeu: — Se você não abrir, quer apostar quanto que meu pai arranca essa porta do lugar? Stéphanie sabia que não podia brincar com alguém do calibre de Érico. Respirou fundo, ajeitou a postura e abriu a porta. O que viu do outro lado a fez engolir em seco. O jardim da elegante mansão branco-esverdeada estava tomado por seguranças da família Bastos, todos de pé, imóveis, formando uma barreira opressiva. Érico estava parado na entrada,