Charles respirou fundo. Ele sabia muito mais sobre Diogo do que Olívia jamais imaginou. Enquanto ela ainda via Diogo através do filtro da juventude e das boas lembranças, Charles enxergava o verdadeiro Diogo: um homem rancoroso, vingativo e extremamente perigoso. Se alguém o contrariasse, ele não hesitaria em destruir essa pessoa.— Se o amor precisa de trapaças e esquemas para existir, então não é amor verdadeiro. Ele perde seu valor mais puro e sagrado. — Gilbert falou com firmeza, seus olhos fixos em Olívia, cheios de preocupação e carinho. — Só de pensar que você esteve próxima de alguém assim, eu perco o sono. O Diogo não tem limites, ele faria qualquer coisa para conseguir o que quer. E quem pode garantir que um dia ele não usaria esses mesmos métodos contra você? Vivia, você é a pessoa que eu mais amo neste mundo. Eu não posso arriscar sua felicidade. Eu não suportaria perder você.As palavras de Gilbert, cheias de emoção, fizeram os olhos de Olívia se encherem de lágrimas.— Ma
Após uma breve luta interna, Olívia decidiu que não contaria a verdade.Charles já carregava um fardo pesado de culpa e arrependimento por tudo o que havia feito a ela. Embora fosse reconfortante vê-lo tão arrependido, disposto a arriscar a própria vida para compensar seus erros, Olívia sabia que ele já havia feito o suficiente. Ele estava tentando de todas as formas reparar o passado, e ela não queria aumentar ainda mais o peso em sua consciência.Ela queria que ele continuasse brilhando em sua vida como uma estrela, sem ser sufocado por mais culpa. Esse era o jeito discreto que ela tinha de amar alguém. — Protegendo-o até mesmo de seus próprios erros.— Vivia? Tem certeza de que está tudo bem? — Charles perguntou, preocupado, vendo o rosto pálido dela. Suas mãos quentes pousaram nos ombros dela, tentando confortá-la.— Claro que sim. — Olívia levantou o rosto, abrindo um sorriso radiante. — O que poderia estar errado? Meu dedo? Ah, isso foi só uma lesão de infância. Escorreguei quan
O único problema agora era Érico.Érico amava sua filha profundamente, mas, fora a família e a mulher que amava, ele era frio e implacável com o resto do mundo.Charles já estava na lista negra dele há muito tempo, e tirá-lo de lá não seria tarefa fácil. Fazer com que Érico mudasse de opinião seria um processo lento.Mas Olívia não estava tão preocupada. Sabia que, enquanto ela e Charles estivessem unidos, ninguém poderia separá-los.Com mãos delicadas, Olívia colocou o colar no pescoço de Charles. Ao fazer isso, seus dedos roçaram no peito firme dele, e ela não pôde evitar que sua mente vagasse por pensamentos menos inocentes. A pele dele era quente, e a musculatura sob seus dedos era irresistível.— Como eu deveria agradecer ao Gilbert? — Charles murmurou, de olhos baixos, enquanto seus dedos fortes apertavam suavemente a cintura dela. Ele sabia o quanto ela tinha sofrido.Durante o tempo em que ele esteve desacordado, Olívia claramente não havia se cuidado. Ele sempre adorou o toque
— Você está me conhecendo hoje? Não sabia que eu e as mulheres nunca somos razoáveis? — Gabriel falou com um sorriso malicioso, seus olhos brilhando de provocação.— Não vejo muitas diferenças. A única coisa que te separa de uma mulher, na minha visão, é a parte biológica. — Gilbert respondeu com um raro tom de brincadeira. — Se você fosse uma garota, até acharia bonitinho.— E agora, eu não sou? — Gabriel arregalou os olhos, fingindo indignação.— Não. Você é um coitado sem ninguém que te ame.— Que merda! — Gabriel praguejou, irritado. — As pessoas que me querem dariam a volta no Pacífico e você ainda diz que não sou amado?Gilbert ignorou a provocação e mudou o tom:— A cirurgia do Charles... Muito obrigado.Gabriel parou, piscando os olhos, surpreso com a mudança abrupta no clima.— Graças à sua ajuda, o Charles pôde se recuperar. — Gilbert respirou fundo. — Salvando o Charles, você salvou a Vivia também. Não é só ele que te deve essa, eu também te devo.— Toda vez que falam disso,
Cinco horas depois, o jato particular pousou suavemente em Yexnard.Ao chegarem ao aeroporto, uma equipe médica já estava pronta, organizada previamente por Gilbert, para levar Charles ao hospital.— Não preciso ser internado. — Charles recusou de maneira firme.— Como assim! Não pode fazer isso! — Olívia ficou furiosa. — Você prometeu que iria ao hospital para continuar o tratamento! Mentiroso!Charles suspirou, derrotado, e se aproximou para envolvê-la em um abraço apertado.— Vivia, me perdoa. Pode me bater, me xingar, fazer o que quiser... Só não me ignore, por favor.— Pois vou te ignorar sim! Mentiroso! — Olívia resmungou, encolhida nos braços dele, virando o rosto para não olhá-lo.Gilbert e os outros assistiam à cena com um sorriso divertido. Pareciam duas crianças brigando, tão teimosos e imaturos.Percebendo que Olívia estava realmente chateada, Charles ficou pensativo por um instante e, logo em seguida, seu rosto assumiu uma expressão mais séria.— Vivia, o mais importante a
Benjamin se despediu dos amigos e saiu correndo de volta para casa, com o coração acelerado. Nos últimos dias, ele fingia ser o típico homem durão, que não liga para romantismo, mas a verdade é que, quando estava sozinho, se enfiava debaixo das cobertas e ficava revendo as fotos íntimas dele com Samara. Quanto mais olhava, mais os olhos marejavam.Sem a mulher ao seu lado, Benjamin se sentia abandonado, mal comia, mal dormia, e a saudade estava prestes a consumi-lo. Ver Charles e Olívia trocando carícias minutos antes só piorou a situação: o desejo e a ansiedade que ele tentava controlar explodiram de vez....A noite já havia caído, e o céu estava pontilhado de estrelas.Durante os dias em que Benjamin esteve ausente, a temperatura em Yexnard subiu rapidamente. As plantas do jardim, antes adormecidas, agora floresciam com vigor, como se respondessem ao calor da primavera.Já fazia cinco dias que seu chefe não dava notícia, e Stéphanie estava cada vez mais preocupada. Embora tivesse m
— A Dalila disse que ela e Samara eram colegas de colégio e que tinham uma boa relação naquela época. Afirmou que, depois de refletir sobre o que aconteceu, percebeu que foi egoísta e teimosa. Por isso, veio hoje para conversar e fazer as pazes com Samara pessoalmente.— Você acredita nisso? — Benjamin perguntou com frieza.Stéphanie balançou a cabeça, sem emoção.— Não deixei ela entrar.— Então ela te bateu só porque você não deixou ela ver a Samara? — Benjamin perguntou, incrédulo.Stéphanie não respondeu.— Então tudo o que ela disse foram mentiras! — Benjamin respirou fundo, tentando conter a raiva crescente. — Está claro que a Dalila não veio aqui com boas intenções. Ela é uma cobra, fingindo ser boazinha. Quem sabe se ela até já não virou aliada da Tânia?Stéphanie deu de ombros, resignada. Ela sabia que não havia muito o que fazer.— Stéphanie, você está sempre no meio dos problemas da minha família e ainda tem que cuidar da Samara. Desculpe por isso. — Benjamin suspirou, senti
Nos últimos dias, foi a primeira vez que Samara esboçou um leve sorriso.Agora que Samara estava acordada, Benjamin não poderia simplesmente deixá-la em paz. O homem, tomado pela urgência de vê-la, não se preocupou nem em tomar banho. Enquanto tirava as roupas, suas mãos deslizavam rapidamente e buscavam seus lábios, que ele tanto desejava, até finalmente deitá-la por completo na cama.A delicada camisola de renda branca de Samara foi jogada no chão, amassada, enquanto suas pernas, levantadas pelos movimentos do homem, tremiam de leve. Na luz suave da lua, o quarto foi preenchido com a mistura de respirações ofegantes e gemidos sutis.Os amantes, conectados em corpo e alma, se entregavam um ao outro.Depois do ato de amor, ambos estavam exaustos demais para qualquer coisa. Nem banho tomaram. Cobertos de suor, eles se abraçaram e caíram no sono, sem o mínimo desconforto.— Meu amor, me desculpa... Te faço esperar demais. — Benjamin murmurou, a culpa evidente em sua voz.Por dentro, ele