— Vocês foram super discretos. Eu conheço o Chad. Ele é muito cauteloso. Não há chance de ele ter deixado escapar qualquer informação. Mesmo que os homens de Tristão tenham dado o alarme quando vocês chegaram, o que apareceu lá não foi apenas gente dele. Como os militares se envolveram tão rápido e ainda carregando armas pesadas? Isso é muito estranho.— Exatamente. Eu cheguei a pensar que aqueles homens não estavam lá para ajudar Tristão, mas para nos matar. — Gilbert lembrou-se da conversa com Charles, e o ar pareceu sumir de seus pulmões. — Charles me disse que estava quase 90% certo de quem era o mandante. Só que, com o caos, não tivemos tempo de continuar a conversa.Os olhos de Olívia se arregalaram.— Chad conhece o Mateo? Como ele teria contatos com os militares de País T?— Não. Charles disse que alguém de Yexnard estava em conluio com Mateo, usando os militares para nos matar.— Alguém de Yexnard? — Olívia ficou boquiaberta, tentando entender quem poderia ser tão cruel e pode
— Laís, me desculpe por ter chegado tarde. — Edson, já perto dos quarenta, tinha um olhar limpo e sincero, como o de um jovem apaixonado, enquanto encarava sua esposa.Seus olhos estavam marejados de emoção e, com certo remorso, ele abriu os braços, puxando Laís para perto de si. Suas mãos acariciavam suavemente as costas trêmulas dela, enquanto ele sussurrava ao seu ouvido com ternura repetidas vezes:— Meu amor, você não faz ideia do susto que me deu quando soube que veio sozinha para o País T! Eu quase morri de preocupação! Onde já se viu ter tanta coragem assim? Se algo acontecesse com você, o que seria de mim?— Se algo acontecesse comigo... Você arrumaria outra primeira-dama, né? — Laís, que diante do marido se transformava numa mulher doce e manhosa, respondeu com uma voz suave e melosa, escondendo o rosto corado no peito dele, sentindo o ritmo seguro do coração do homem que amava. Aquilo lhe dava tanta tranquilidade.— Não fala uma coisa dessas. — Edson beijou o topo da cabeça
Gilbert sentiu um leve tremor no peito, seu rosto corando levemente sob o olhar intenso de Gabriel.— Você está exausto. Seu rosto está pálido. — Gilbert comentou com uma voz baixa e preocupada.— Está preocupado comigo? — Gabriel respondeu, com um brilho suave e sedutor nos olhos.— Sim. — A resposta de Gilbert foi simples, mas carregada de significado. Apenas uma palavra, mas ela aqueceu o coração de Gabriel, dissipando qualquer ressentimento que ele pudesse ter sentido antes.Não tinha jeito. Ele era assim. Bastava um pequeno gesto de carinho de Gilbert, e todo o orgulho de Gabriel se desmanchava. Ele estava completamente encantado por ele.— Fiz a cirurgia no Charles. Consegui retirar a bala do ombro esquerdo e a flecha cravada nas costas. — Gabriel, ainda sendo apoiado por Gilbert, deixou-se encostar discretamente no ombro do homem. — Por sorte, a flecha não estava envenenada, ou ele teria morrido na hora. Mesmo assim, a situação é grave. A flecha quase perfurou um órgão vital. Se
— Como você está, Edson? Se estiver se sentindo mal, por favor, me avise. Não tente ser forte. — Laís não desgrudava do marido, aflita ao ver que ele parecia tão abatido, como se tivesse envelhecido vários anos em uma única noite. — Você lembra quando teve apendicite aguda e insistiu em ir dar aquela palestra na escola? No momento em que saiu do palco, desmaiou de dor e quase morreu porque demorou a ir ao hospital! Você sempre me deixa preocupada! Nunca cuida de si mesmo!— Mas eu tenho você para cuidar de mim, né? — Edson sorriu, seus olhos cheios de carinho enquanto ele apertava gentilmente a bochecha da esposa.— Estou falando sério! — Laís reclamou, dando um leve empurrão no marido.— Sinceramente, não estou sentindo muita coisa, só uma leve tontura e uma sensação de fraqueza. — Edson deu de ombros, sem dar muita importância. — Pedi ao meu secretário para preparar uma sopa de pinhão e uma moqueca de peixe para mim. Vai me ajudar a recuperar as forças. E já mandei fazer uma porção p
— Uma coisa dessas, se eu não puder fazer, de que adianta ser seu cunhado? — Edson ficou até sem graça.Nesse momento, o celular dele tocou. Ao ver que era o próprio rei ligando, ele atendeu imediatamente.Enquanto ele conversava, Olívia percebeu que a expressão de Edson ficava cada vez mais séria, e imediatamente seu coração começou a apertar.Ao terminar a ligação, Laís perguntou, preocupada:— Edson, aconteceu alguma coisa?— Mateo não está mais no País T. Ele saiu do país. — O olhar de Edson era sombrio.— Saiu do país? Alguém daqui avisou ele, e ele fugiu durante a noite? — Olívia franziu o cenho, claramente irritada.— Não, ele já não estava no País T antes do ataque. Na verdade, ele está fora há algum tempo.— Onde ele está?— Yexnard.Os olhos de Olívia se arregalaram, e ela cerrou os punhos involuntariamente.Ela se lembrou do que Gilbert havia dito: Charles suspeitava que alguém em Yexnard estava colaborando secretamente com o exército do País T. E ele estava quase certo de q
Olívia ficou completamente chocada! Era difícil acreditar que o Diogo, descrito por seu cunhado, fosse o mesmo homem gentil e atencioso que ela conhecia.Eram dois extremos opostos: um anjo e um demônio.— E não é só isso. Diogo chegou a interferir nas eleições presidenciais do País F, nos bastidores. — Laís, ainda assustada ao lembrar, segurou firme a mão do marido. — Ele tentou derrubar o Edson usando a mídia. Felizmente, ele sempre foi íntegro e não se envolveu com aquela gente. Se tivessem encontrado qualquer sujeira contra ele, eu provavelmente estaria levando comida para ele na prisão agora.Olívia ofegou, sentindo um frio percorrer sua espinha. — Quando foi que ele se tornou tão perigoso? Como ele pode ter mudado tanto assim?— O País F é um ambiente muito complicado. Para alguém como Diogo, que não é de lá, subir na vida sem usar esses métodos seria quase impossível. O problema é que, mesmo assim, há limites. Se você ultrapassa esses limites, vira um monstro. — Edson apertou o
Os olhos de Diogo ficaram sombrios, cheios de maldade, como um demônio que vagueia pelo submundo, sempre à espreita.— Não precisa me olhar assim! Se não fosse por suas artimanhas, eu nunca teria chegado a esse ponto! — Mateo, mesmo tremendo por dentro, tentou manter a pose. — Você nunca deixa uma saída para os outros. Então, eu tive que encontrar uma saída para mim mesmo!— Você realmente tem essa gravação? — Diogo estreitou os olhos, sua voz suave, mas cheia de ameaça.— Hahaha... Está com medo, né? — Mateo riu, triunfante. — Claro que não trouxe comigo! Está em um lugar seguro. Se você me matar, no dia seguinte, todo mundo vai ouvir essa gravação!— Fale logo, qual é a sua condição. — Diogo não tinha paciência para enrolação.— Quero que você me consiga um avião. Eu e meus homens vamos sair do país. E quero dinheiro, muito dinheiro! Não é justo eu te ajudar a resolver dois grandes problemas e sair de mãos vazias.— Quanto você quer?— Um bilhão de dólares! Em dinheiro, na minha cont
Depois de dias de tensão, finalmente Charles saiu da UTI, com sua vida fora de perigo. Uma semana já havia se passado desde que ele foi levado às pressas para a cirurgia. Durante todo esse tempo, Olívia parecia ter se transformado em uma sombra inseparável ao lado dele, como se sua própria existência dependesse da presença de Charles. Ela mal saía do quarto, cuidando dele constantemente, como se fosse uma planta que murcharia sem a proximidade dele.Pela manhã, ela acordava ao lado da cama de Charles. À noite, ela dormia ao lado dele. Ele, ainda em coma profundo, só conseguia sobreviver graças à alimentação intravenosa. E Olívia, sem apetite, também definhava, seu rosto cada vez mais pálido e magro, visivelmente desgastada.Todos ao redor viam a situação, mas ninguém sabia o que fazer. Sabiam que, enquanto Charles não despertasse, Olívia continuaria naquele estado, afundando em tristeza e desespero, até que, como uma flor sem água, murcharia por completo.Naquela noite, com a ajuda