— Uma coisa dessas, se eu não puder fazer, de que adianta ser seu cunhado? — Edson ficou até sem graça.Nesse momento, o celular dele tocou. Ao ver que era o próprio rei ligando, ele atendeu imediatamente.Enquanto ele conversava, Olívia percebeu que a expressão de Edson ficava cada vez mais séria, e imediatamente seu coração começou a apertar.Ao terminar a ligação, Laís perguntou, preocupada:— Edson, aconteceu alguma coisa?— Mateo não está mais no País T. Ele saiu do país. — O olhar de Edson era sombrio.— Saiu do país? Alguém daqui avisou ele, e ele fugiu durante a noite? — Olívia franziu o cenho, claramente irritada.— Não, ele já não estava no País T antes do ataque. Na verdade, ele está fora há algum tempo.— Onde ele está?— Yexnard.Os olhos de Olívia se arregalaram, e ela cerrou os punhos involuntariamente.Ela se lembrou do que Gilbert havia dito: Charles suspeitava que alguém em Yexnard estava colaborando secretamente com o exército do País T. E ele estava quase certo de q
Olívia ficou completamente chocada! Era difícil acreditar que o Diogo, descrito por seu cunhado, fosse o mesmo homem gentil e atencioso que ela conhecia.Eram dois extremos opostos: um anjo e um demônio.— E não é só isso. Diogo chegou a interferir nas eleições presidenciais do País F, nos bastidores. — Laís, ainda assustada ao lembrar, segurou firme a mão do marido. — Ele tentou derrubar o Edson usando a mídia. Felizmente, ele sempre foi íntegro e não se envolveu com aquela gente. Se tivessem encontrado qualquer sujeira contra ele, eu provavelmente estaria levando comida para ele na prisão agora.Olívia ofegou, sentindo um frio percorrer sua espinha. — Quando foi que ele se tornou tão perigoso? Como ele pode ter mudado tanto assim?— O País F é um ambiente muito complicado. Para alguém como Diogo, que não é de lá, subir na vida sem usar esses métodos seria quase impossível. O problema é que, mesmo assim, há limites. Se você ultrapassa esses limites, vira um monstro. — Edson apertou o
Os olhos de Diogo ficaram sombrios, cheios de maldade, como um demônio que vagueia pelo submundo, sempre à espreita.— Não precisa me olhar assim! Se não fosse por suas artimanhas, eu nunca teria chegado a esse ponto! — Mateo, mesmo tremendo por dentro, tentou manter a pose. — Você nunca deixa uma saída para os outros. Então, eu tive que encontrar uma saída para mim mesmo!— Você realmente tem essa gravação? — Diogo estreitou os olhos, sua voz suave, mas cheia de ameaça.— Hahaha... Está com medo, né? — Mateo riu, triunfante. — Claro que não trouxe comigo! Está em um lugar seguro. Se você me matar, no dia seguinte, todo mundo vai ouvir essa gravação!— Fale logo, qual é a sua condição. — Diogo não tinha paciência para enrolação.— Quero que você me consiga um avião. Eu e meus homens vamos sair do país. E quero dinheiro, muito dinheiro! Não é justo eu te ajudar a resolver dois grandes problemas e sair de mãos vazias.— Quanto você quer?— Um bilhão de dólares! Em dinheiro, na minha cont
Depois de dias de tensão, finalmente Charles saiu da UTI, com sua vida fora de perigo. Uma semana já havia se passado desde que ele foi levado às pressas para a cirurgia. Durante todo esse tempo, Olívia parecia ter se transformado em uma sombra inseparável ao lado dele, como se sua própria existência dependesse da presença de Charles. Ela mal saía do quarto, cuidando dele constantemente, como se fosse uma planta que murcharia sem a proximidade dele.Pela manhã, ela acordava ao lado da cama de Charles. À noite, ela dormia ao lado dele. Ele, ainda em coma profundo, só conseguia sobreviver graças à alimentação intravenosa. E Olívia, sem apetite, também definhava, seu rosto cada vez mais pálido e magro, visivelmente desgastada.Todos ao redor viam a situação, mas ninguém sabia o que fazer. Sabiam que, enquanto Charles não despertasse, Olívia continuaria naquele estado, afundando em tristeza e desespero, até que, como uma flor sem água, murcharia por completo.Naquela noite, com a ajuda
— Eu sou seu irmão de sangue! Nascemos da mesma mãe! Como você pode ser tão cruel comigo? Meus ossos estão rachados! — Bernardo continuou a se queixar, com uma expressão de dor exagerada.— Isso foi pra te ensinar uma lição. Quem manda não pensar antes de falar? Agora aguenta. Só assim você aprende. — Gilbert respondeu, com um tom firme.— Eu só estava brincando, pô! Você precisa relaxar um pouco. — Bernardo resmungou, olhando de esguelha para o próprio corpo. — E, de qualquer forma, não dá pra negar que o cara tá bem servido, né? — Murmurou, olhando para baixo com uma expressão de inveja.Homens... Até nessas coisas precisavam competir.— Mas, falando sério, como é que a Vivia aguenta ficar lá no quarto o tempo todo, sem comer direito, sem dormir e sem sequer mexer no celular? Ela não se cansa? — Bernardo perguntou, ainda intrigado.— Não se cansa. Quando você ama alguém de verdade, cada segundo ao lado dessa pessoa vale a pena. — Gilbert respondeu, com um olhar distante. — Você ainda
Olívia piscou, incrédula, e esfregou os olhos com força. Será que estava imaginando coisas? Talvez fosse apenas o cansaço pregando peças em sua mente.— Charles... — Ela chamou, a voz tremendo e cheia de esperança. — Charles, você pode me ouvir? Se puder, mova seus dedos de novo... Por favor...!De repente, um som suave, quase imperceptível, preencheu o quarto. A voz de Charles, fraca, mas inconfundível:— Vivia...Olívia paralisou, o coração disparado no peito. Aquele era o som que ela esperava ouvir há tanto tempo.— Charles! Você está me ouvindo? Você acordou? — Ela perguntou, com a voz embargada, as lágrimas escorrendo sem controle.Os lábios de Charles tremeram levemente, como se ele estivesse tentando falar, mas ainda estivesse preso em um sonho profundo. Mesmo assim, a única coisa que ele conseguia murmurar era o nome dela:— Vivia...— Eu estou aqui! Estou aqui com você! — Olívia respondeu, com a voz carregada de emoção, enquanto segurava com força a mão dele.Com grande esforç
Charles levou menos de quinze dias para passar do momento crítico de sua lesão, do resgate e do coma profundo até o despertar. Se fosse uma pessoa comum, talvez nem tivesse sobrevivido ao atendimento de emergência; e, mesmo que sobrevivesse, um coma de meses não seria algo improvável.Gabriel, ao analisar o caso, chegou à conclusão de que, além de Charles ter uma constituição física naturalmente superior, sua longa experiência na vida militar também o havia preparado para resistir melhor a danos físicos graves.Quando o dia amanheceu, Olívia acompanhou Charles a uma série de exames detalhados. Durante todo o processo, ele se comportou com uma obediência quase infantil, como uma criança sendo levada pela mãe ao médico. Não reclamava, não resmungava, apenas deixava que Olívia o guiasse.— Vocês já viram essa versão da Vivia? — Bernardo comentou, com um sorriso malicioso. — Ela tá irradiando um brilho maternal tão forte que dá vontade de fazer uma reverência pra ela.Ele observava com olh
Ainda bem que Pietro não estava ali, senão a confusão seria ainda maior.— Com o Charles sendo o queridinho da Vivia, quem sou eu pra falar qualquer coisa? — Bernardo respondeu, com um tom de pura inveja.— Já chega, Bernardo. — Gilbert o repreendeu com um olhar.Olívia suspirou, balançando a cabeça com um sorriso de resignação:— Bernardo, consigo imaginar sua futura esposa. Se ela olhar pra outro homem, você vai ficar com ciúmes o dia inteiro, né?— O dia inteiro? — Bernardo riu, com um brilho malicioso nos olhos. — Eu vou garantir que ela fique três dias sem conseguir sair da cama!Charles observava a interação leve e divertida dos irmãos, e aos poucos um sorriso surgia em seus lábios. Em tempos anteriores, ele certamente teria sentido ciúmes. Mas agora, ele compreendia melhor a dinâmica da família Bastos. Tudo aquilo era fruto do amor imenso que sentiam por Olívia. Eles não queriam, de verdade, afastá-la de ninguém. O que precisavam era de tempo para aceitar.Ele sabia que, para fa