Se ele morresse, Tristão só poderia descontar a raiva. Mas, se estivesse vivo, seria uma verdadeira mina de ouro!Tristão se deixava levar pela ganância, e essa era a oportunidade de Charles!Com um gesto largo, Tristão gritou na língua local: — Peguem ele vivo! Estamos feitos!Os assassinos avançaram em massa, cercando Charles de todos os lados! Seu braço esquerdo já estava inutilizado, mas ele cerrou os dentes, disparando com a mão direita diretamente nos corações de seus inimigos. Um a um, caíram mortos no chão, sem a menor hesitação de sua parte.Mesmo vendo seus companheiros tombarem, aqueles animais sedentos por sangue avançavam sem parar, determinados a capturar Charles vivo! Afinal, estavam pensando nos bilhões que poderiam ganhar. Mesmo que fosse "apenas" algumas centenas de milhões, já garantiria uma aposentadoria tranquila. E os que caíam? Bem, esses apenas tiveram azar...Tristão, sempre esperto e ardiloso, havia recuado para o fundo, usando seus capangas como escudo de c
Todos, sem exceção, olharam para o céu e ficaram completamente atônitos.Se existia uma deusa descendo à Terra, com certeza era aquela mulher!No exato momento em que todos ficaram paralisados, Olívia, com os olhos cheios de fúria, armou sua pistola e disparou três tiros contra Tristão!— Bang! Bang! Bang!Ela não acertou. Tentou de novo.— Bang! Bang! Bang! Bang!Olívia, tomada por uma raiva intensa, estava decidida a não parar até ver Tristão morto. Ela continuava a atirar sem cessar, com a firme intenção de acabar com ele!A Desert Eagle era uma arma pesada, especialmente para uma mulher. O coice da arma era imenso, mas Olívia mantinha a pistola estável, revelando seu treinamento impecável.Infelizmente, sua pontaria ainda deixava a desejar. Nenhum dos tiros acertou o alvo.Tristão se movia com a agilidade de um animal selvagem, esquivando-se entre as árvores como uma doninha, com movimentos rápidos e imprevisíveis!— Bernardo! Dá pra descer mais um pouco? Estamos longe demais! — Ol
— Vivia! — O coração de Charles quase explodiu de pânico.Naquele instante, ele esqueceu a dor lancinante do ferimento e correu sem hesitar. Com uma força de vontade inacreditável, estendeu os braços e segurou firmemente a mulher que amava.O ferimento em seu ombro esquerdo se abriu novamente no momento em que ele a abraçou, e o sangue encharcou sua camisa preta. Contudo, ele não sentiu dor alguma. Na verdade, sorriu de alívio, satisfeito por ter conseguido ampará-la.Lembrava-se de quando era criança, se machucava ou precisava tomar injeção, sua mãe sempre lhe dava um doce para que a dor desaparecesse. Agora, Olívia era o seu doce. Com ela em seus braços, ele podia suportar qualquer dor.Olívia se aconchegou em seu peito, sentindo o cheiro forte de sangue que emanava dele e ouvindo sua respiração ofegante e pesada. Seu coração apertou de dor, e lágrimas quentes e pesadas escorreram de seus olhos, molhando o peito quente dele.— Seu mentiroso! Idiota! Por que veio sozinho? Você vai mor
Se ela tivesse hesitado por mais um segundo, seria como um animal preso, à mercê de quem quisesse abatê-la!Nesse momento, uma risada sombria e sinistra ecoou na escuridão.— Tristão! Aparece logo, seu covarde! — Olívia gritou, os olhos atentos, o corpo tenso.Desde pequena, ela havia sido treinada por Gilbert e Bernardo, e sua audição era aguçada. Em um instante, ela identificou de onde vinha a voz. Com as mãos firmes no revólver, atirou em direção à sombra que mal se distinguia no breu.O suor já encharcava o corpo de Olívia, e seus ombros tremiam levemente. O tiroteio intenso de segundos atrás a deixou sem perceber que seu pente estava vazio.Ela rapidamente tentou alcançar a arma sob a cintura, mas só então se deu conta de que seu carregador de reserva havia desaparecido!O pânico tomou conta dela. Olhando ao redor, viu o carregador caído a poucos metros de distância, provavelmente perdido quando ela rolou no chão para evitar a armadilha.Assim que fez menção de ir pegá-lo, dois ti
Olívia usou toda a sua força para abraçá-lo, chorando desesperada ao seu ouvido, chamando o nome dele repetidas vezes.Mas, para ela, aquele que sempre a respondera, Charles, agora não conseguia mais lhe dar nenhuma resposta.— Vivia! Charles!— Vivia! Estou aqui! Vivia!— Chad! Cheguei!Foi nesse momento que Gilbert, Bernardo e Benjamin finalmente os alcançaram.Gilbert disparou dois tiros certeiros: o primeiro estourou a rótula de Tristão, e o segundo atingiu seu braço, fazendo a besta cair no chão enquanto ele gritava de dor.Mesmo assim, Tristão não desistiu. Como um cão, ele tentou rastejar para pegar sua arma e revidar.Bernardo, com reflexos rápidos, se adiantou. Seus olhos faiscavam de raiva enquanto ele pisava com força na mão de Tristão. Num movimento brusco, ele retorceu o calcanhar, esmagando os ossos do adversário.— Aaaah! — O grito de Tristão cortou a noite silenciosa e sombria, e o som dos ossos se partindo fez todos estremecerem. Aquela mão, que havia causado tantos ma
Benjamin levou Charles para a capital de País T o mais rápido possível, direto para o hospital mais renomado da cidade.A situação de Charles era crítica: ferido gravemente e com uma grande perda de sangue, sua vida estava por um fio.Benjamin, que quase nunca chorava, sentiu uma lágrima escorrer involuntariamente ao ver o amigo pálido, frágil, sendo empurrado em uma maca pelos corredores até a sala de emergência. Ele rapidamente enxugou os olhos, tentando se recompor.— Sr. Benjamin. — Uma voz clara e firme veio de trás. Benjamin hesitou um pouco antes de se virar, confuso.— Você é o...Ele tinha uma vaga lembrança do homem à sua frente. Era o mesmo que Olívia havia levado como acompanhante para o coquetel no hotel do Grupo Marques.— Pode me chamar de Dr. Gabriel. — Antes mesmo que terminasse de falar, Gabriel, vestido com um jaleco cirúrgico, já passava por Benjamin com passos rápidos. Ao cruzar por ele, disse com serenidade. — Deixe o ferimento do seu amigo comigo. Eu cuido disso
Ela ainda estava viva, mas sua alma parecia já ter partido para o lado de Charles, deixando apenas um vazio naquela bela casca que antes era seu corpo.Gilbert suspirou profundamente, abriu o primeiro botão da camisa e, com as duas mãos, tirou de dentro do colarinho um pequeno crucifixo de prata que usava há anos.— Quando o Charles acordar, dê isso a ele. — Disse ele, colocando a corrente na palma da mão de Olívia e fechando seus dedos ao redor do objeto.— Irmão, isso... Isso é... — Olívia, com os olhos arregalados de surpresa, mal conseguia acreditar.— Essa corrente não vale muito dinheiro, mas tem um significado especial para mim. Eu a uso há mais de dez anos. Durante esse tempo, sempre que estive em perigo ou enfrentei grandes problemas, ela parecia me proteger de alguma forma, me ajudando a escapar das piores situações. — Gilbert esboçou um sorriso amargo, mas seus olhos brilhavam com uma força intensa. — Agora, não há mais nada que eu possa fazer. Tudo depende do destino, da fo
Olívia e Bernardo ficaram um pouco confusos. Pelo tom de Gilbert, parecia que ele estava um pouco irritado. Será que ele estava defendendo Gabriel?Benjamin, como neto mais velho de Osvaldo, sempre teve uma vida confortável e nunca precisou se preocupar em ler as entrelinhas. Mas, mesmo com sua falta de tato, ele percebeu que o olhar frio de Gilbert carregava um traço de irritação. Rindo sem graça, ele disse:— Eu... Eu só estava perguntando. Se você o trouxe, com certeza ele é um médico de primeira. Foi só um comentário bobo, não precisava me preocupar.— Benjamin, o Dr. Gabriel é ainda melhor que eu. Não se preocupe, ele vai ter sucesso na cirurgia. — Olívia tentou tranquilizá-lo, mas sua voz começou a falhar, os olhos já vermelhos de emoção. — Quando o Chad superar essa situação, ainda precisaremos muito da ajuda dele. Ele também é especialista em neurologia, então poderá ajudar com as sequelas que o Chad pode ter...Conforme falava, sua voz foi diminuindo, até se tornar um sussurro