— Então, você escolheu fugir para um lugar totalmente desconhecido e se aventurar no meio do nada.Micael gesticulou com a mão direita, se referindo a cabana no meio de uma floresta quase deserta, em que estávamos, apenas com alguns bichanos da mata, vagalumes e o sons de alguns gafanhotos e sapos, que atravessavam as paredes de madeira da cabana.— Você queria que eu fizesse o quê? — Me acomodei ainda mais, na cadeira de descanso, de frente para o sofá, onde Micael esteve deitado desde que eu terminei de fazer o curativo em seu braço. — Voasse nos cabelos loiros dela e arrancasse tufos e mais tufos, enquanto fazia o maior barraco na casa onde eu vivi praticamente toda a minha vida, pagando de corna sofrida?— Eu não tenho o direito de querer nada, mas confesso, que fico surpreso de saber que você se segurou e não fez tudo o que acabou de falar, uma vez, que adora agredir as pessoas.Reviro os olhos, esse homem claramente não tem noção do perigo. Sinceramente, não consigo entender com
— Eu não acredito que você me convenceu a fazer isso?! — Fala com um misto de revolta, incrédula com ela mesma, enquanto caminha ao meu lado pelo bosque, com folhagens de vários tipos de tons de verde.Estamos caminhando devagar na direção do lago, por conta do pé dela, que ainda está sensível. Raios de sol, se espreitam entre as frestas das folhas, das árvores, e banham a sua pele clara, enquanto o vento frio toca o seu cabelo castanho escuro, conforme o balançar dos fios a cada passo que ela dá.Sentindo o meu olhar sobre si, a pequena, linda e problemática ao meu lado, para de andar e começa a olhar para mim, fixando as suas duas órbitas lindas, verdes-claros, em mim.— Está frio! — Esbraveja, totalmente chateada comigo, por tê-la feito sair daquela maldita caverna sombria, onde ela se esconde do mundo.— Não seja dramática, não está tão frio assim, é apenas um ventinho gelado. — Voltamos a caminho no seu ritmo lento.— Ventinho gelado a sua bunda... — Resmungou de mau humor.— Gar
Em exatamente o quê, ele estava pensando quando fez aquela provocação idiota, sobre a minha boca querer provar da dele?!Os pensamentos loucos, estavam me deixando perturbada, depois dele ter feito a sua provocação.Fui pega de surpresa, quando comecei a sentir cãibra nos pés e logo comecei a me debater contra a água. Foi uma experiência agonizante, da qual eu não gostei nenhum pouco de me recordar, a última vez que me afoguei, foi quando eu tinha sete anos, na época em que o meu pai começou a me ensinar a nadar e depois disso, me tornei praticamente um peixinho.Fiquei agradecida ao conseguir respirar naturalmente de novo, sem a maldita água fria do lago invadir os meus lábios ou a minha narina.Quando senti a terra nos meus pés, foi quando percebi que estávamos bem próximos da margem.Afastei o meu rosto o suficiente do lugar aconchegante que era o seu pescoço e olhei no seu rosto para agradecer a ele por não me deixar ir para o mundo dos mortos, antes de eu mesma decidir me levar p
A cabana no meio do bosque estava cercada por silêncio, exceto pelo som ocasional do vento soprando entre as árvores e o farfalhar das folhas. O crepitar suave da lareira iluminava o ambiente com uma luz quente e trêmula, que contrastava com a tensão no ar. A mesa de madeira rústica entre mim e Micael estava ocupada com um simples baralho de cartas, mas o verdadeiro jogo estava sendo jogado sem palavras.Segurei as cartas com as minhas mãos trêmulas, tentando focar nelas e ignorar a presença esmagadora de Micael à minha frente. Ele estava concentrado nas próprias cartas, seus dedos longos e fortes movimentando-se habilmente. As linhas de seu rosto são bem definidas, os cabelos curtos levemente desgrenhados, e sua barba rala só aumenta o charme masculino e maduro que está me fazendo perder o fôlego. Ele é mais velho, mais experiente, e isso não me deixa de forma alguma intimidada, mas, sim, excitada. O que acontecera no lago no dia anterior... Bem, depois que voltamos, eu enlouqueci co
— Agnes — sussurrei entre nossos beijos, meu tom grave fez o seu corpo tremer. — Você é incrível.As minhas palavras a estimularam ainda mais. Agnes me acolheu entre as suas pernas, enquanto aprofundava ainda mais o nosso beijo. Me afastei por um momento, meus olhos fixos nos dela, Agnes estava uma mistura desgrenhada e bela, como uma gatinha manhosa, ela estava terrivelmente sexy. Vi uma mistura de necessidade e desejo nos seus olhos, e as suas mãos que não param quietas e invadiram a minha camisa, tocando o meu corpo com um desejo fulminante, apenas comprovou que a necessidade de me tocar, estava no mesmo nível que a minha de tocá-la, de beijar cada centímetro do seu corpo suave.— O que você quer? — perguntei, a minha voz saiu baixa e ao mesmo tempo cheia de promessas, das quais eu ainda não sabia que me levariam a cometer loucuras por essa mulher.Ela sorriu, um misto de nervosismo e excitação pareceu percorrer o seu corpo.— Você sabe o que eu quero — respondeu, com os seus olhos
Acordei lentamente, sentindo a luz suave do sol me aquecer. O cheiro da madeira da cabana e a lembrança da noite intensa que passei com Micael me fizeram sorrir. Ao meu lado, ele ainda dormia, com aquele sorriso despreocupado nos lábios. Meu coração se acelerou só de olhar para ele.— Bom dia, dorminhoco — murmurei, sabendo que minha voz suave poderia acordá-lo. Micael abriu os olhos devagar, e quando nosso olhar se encontrou, a química entre nós parecia brilhar.— Bom dia, bela — ele respondeu, e o calor em sua voz me fez sentir uma onda de alegria. Levantei-me, esticando os braços e deixando que a luz me envolvesse. Era como se cada raio fosse um lembrete da magia da noite anterior.Micael se levantou e começou a se mover pela cabana. Me levantei logo em seguida, fizemos nossa higiene matinal e tomamos banho, separados. Nos locomovemos para a cozinha, e a ideia de um café da manhã especial me animou.— O que você acha de panquecas? — ele sugeriu, já começando a vasculhar toda a cozi
Dia seguinte;O sol matinal já iluminava a cabana de madeira, banhando tudo em um brilho dourado suave. Eu estava sentada à mesa, os cabelos ainda úmidos do banho que havia tomado. O cheiro fresco de café recém-passado enchia o ar. Arabelle, estava no sofá, enrolada em um cobertor, com a cabeça inclinada para o lado. Ela dormira profundamente a noite toda, enquanto eu me mantinha acordada, perdida em pensamentos sobre Micael. As lembranças dos nossos momentos íntimos ainda pulsavam em mim, um calor que eu tentava esconder embaixo de gestos triviais como fazer o café ou ajustar as almofadas.Ouvi o barulho de um carro chegando, interrompendo minha linha de pensamentos. Olhei pela janela e vi Oliver saindo de sua caminhonete, sua figura ágil e enérgica atravessando a pequena trilha de pedras que levava à cabana. Ele estava três horas adiantado. Algo incomum, mas que me fez sorrir de leve. Oliver era imprevisível, sempre com um comentário espirituoso na ponta da língua, mas também pareci
Sentei-me na grama macia, encostado no tronco robusto da árvore que nos abrigava do sol. À minha frente, a paisagem se desdobrava em um mosaico de verdes e dourados, um vale que parecia respirar em harmonia com a brisa suave. Olhei ao redor, admirando a beleza do momento. Era tudo tão perfeito que me senti, por um instante, como um artista em busca de palavras para descrever sua obra-prima.Agnes estava a poucos metros, ajeitando o lençol que trouxemos para o piquenique. O jeito como seus cabelos brilhavam sob a luz do sol me deixava absorto. Fiquei ali, admirando cada movimento seu, a delicadeza com que arrumava as coisas, como se cada gesto fosse uma dança que apenas ela conhecia.— Você não acha que é perfeito? — ela perguntou, virando-se para mim com um sorriso que iluminava seu rosto. Senti um frio na barriga, uma mistura de emoção e saudade.— É mais do que perfeito — respondi, tentando conter a intensidade do meu olhar. — Você realmente consegue transformar qualquer lugar em al