Sentei-me na grama macia, encostado no tronco robusto da árvore que nos abrigava do sol. À minha frente, a paisagem se desdobrava em um mosaico de verdes e dourados, um vale que parecia respirar em harmonia com a brisa suave. Olhei ao redor, admirando a beleza do momento. Era tudo tão perfeito que me senti, por um instante, como um artista em busca de palavras para descrever sua obra-prima.Agnes estava a poucos metros, ajeitando o lençol que trouxemos para o piquenique. O jeito como seus cabelos brilhavam sob a luz do sol me deixava absorto. Fiquei ali, admirando cada movimento seu, a delicadeza com que arrumava as coisas, como se cada gesto fosse uma dança que apenas ela conhecia.— Você não acha que é perfeito? — ela perguntou, virando-se para mim com um sorriso que iluminava seu rosto. Senti um frio na barriga, uma mistura de emoção e saudade.— É mais do que perfeito — respondi, tentando conter a intensidade do meu olhar. — Você realmente consegue transformar qualquer lugar em al
Micael se acomodou entre as minhas pernas, enquanto me beijava com desejo e paixão. Ele estava devorando ferozmente a minha boca. As nossas línguas dançando, enquanto as nossas salivas se misturavam de maneira indecente.Ele pressionou os nossos corpos ainda mais, e eu me derreti cada vez que senti a sua dureza pressionada contra a minha intimidade, que já se encontrava num estado deplorável, completamente encharcada, necessitada de carinho.Os bicos dos meus seios duros, contra o seu peitoral esculpido, separados apenas pelos malditos pedaços de pano que cobriam as nossas peles.Me remexi debaixo do seu corpo, em busca de mais contato com ele. Micael desceu as suas mãos fortes por meu corpo lentamente, pressionando os lugares certos.— Hummm...Soltei um leve gemido contra a sua boca. O Meu corpo está fervendo, quero tanto sentir ele mais próximo de mim, é como se o meu corpo necessitasse do dele. Uma sensação tecnicamente nova, pois eu nunca havia sentido uma necessidade tão grande
Quando acordei, Micael já havia arrumado tudo para partirmos. O sol brilhava através das árvores, iluminando o ambiente com uma luz suave e aconchegante. Meu coração ainda estava repleto de emoções pela noite passada. Me vesti rapidamente, sentindo uma mistura de excitação e nervosismo. Lavei o rosto e escovei os dentes com um pouco da água que Micael havia pegado mais cedo, enquanto eu ainda dormia profundamente.— Pronta? — perguntou Micael, aproximando-se de mim, colando seu peito nas minhas costas e depositando um beijo suave na pele exposta do meu pescoço. Fechei os meus olhos, sentindo uma onda de calor percorrer meu corpo. A mente em branco, ainda conseguia sentir a sensação dele entre as minhas pernas.— Está pronta, amor? — sussurrou ele, provocando-me, sabendo exatamente a sensação que estava me causando. Seus braços envolveram minha cintura, quentes e calorosos.— Sim... — respondi, soltando um suspiro e deitando a cabeça em seu ombro, ainda com os olhos fechados.Seus lábi
Conversei com o agente, e quanto mais ele falava mais confusa eu ficava. Até que decidimos conversar com Elisandra, e com a permissão do médico responsável por ela, entramos no quarto que ela estava.Assim que entrei, vi Elisandra deitada, com feridas e curativos. Seus olhos estavam inchados de chorar. Assim que me viu, começou a soluçar.— Desculpa, desculpa por tudo! — disse ela, desesperada entre soluços. — Eu errei tanto, irmã. Roubei seu namorado, te machuquei... Agora entendi o inferno que você viveu.Micael me apertou a mão, solidário.Aproximei-me dela, com lágrimas nos olhos, sem entender pelo que aquela garota havia passado.— Não precisa pedir desculpas agora, Elisandra. Estou aqui para ajudar.Ela me olhou, desesperada.— Não, preciso! Eu errei demais. Quero me redimir.— O que aconteceu no acidente?, perguntei, curiosa.Elisandra hesitou.— Foi... foi um homem. Ele me fez jurar que não diria nada... Mas não aguento mais.Micael e o agente se entreolharam.— Quem é esse ho
Quanto tempo leva para uma pessoa mudar?Me fiz essa pergunta diversas vezes, enquanto dirigia para Nova Jersey, com Agnes. Passei tanto tempo fechando o meu coração para o amor, e no fim, me dei conta de que havia me apaixonado novamente, quando vi Agnes, com o rosto triste e os olhos cheios de lágrimas. Ver ela sofrendo me fez sentir impotência, além de me fazer perceber que sentia grande afeto por ela. Na verdade, acredito que os meus sentimentos relacionados à garota, possam ser resumidos numa palavra tão pequena.Consegui fazer com que Agnes tomasse banho e vestisse uma roupa confortável, antes de comer um pouco de sopa. Ela estava exausta, tanto física quanto emocionalmente, e eu sabia que precisava de um descanso. Depois do jantar, ela se aninhou igual um gatinho ferido em meu peito e, depois de uma eternidade, finalmente conseguiu pegar no sono. Acariciei o seu rosto adormecido, antes de nos cobrir com o lençol e apagar as luzes do quarto do hotel, pegando no sono logo em seg
Corri para o banheiro, tentando disfarçar o meu desespero. A ligação desconhecida havia me deixado em um estado de pânico. Poderiam ser Simon, ou Silver. A raiva crescente invadia o meu peito na mesma medida que o medo e o desespero. Saber o que eles e a minha própria mãe fizeram à minha irmã e ao meu pai, me fazia querer arrancar seus olhos e pendura-los virados do avesso, com uma estaca perfurando seus corações. Ao mesmo tempo que desejava não os ver nunca mais na vida.Nunca tive um bom relacionamento com a minha irmã, mas nunca quis ver ela tão quebrada, como está agora. E tudo o que eu mais quero agora, é que o meu pai acorde e me chame de sua linda garotinha."Quero ouvir a sua voz".Lágrimas escapam dos meus olhos, que começam a arder. Eu me sinto tão perdida e sozinha, sem saber o que fazer ou para onde ir.Depois de tirar a camisa emprestada de Micael do corpo, entro no box e ligo o chuveiro. O jato de água quente me envolve, e eu começo a lavar o meu corpo, enquanto controlo
Dois meses se passaram, desde do incidente. O meu pai acordou duas semanas depois, e no momento ele está andando com a ajuda de uma cadeira de rodas, mas o médico garantiu que daqui a alguns dias ele vai conseguir voltar a andar. É um processo lento, mas eu estou feliz em vê-lo se recuperando.Já Elisandra, é uma história diferente. Ela precisou ser internada numa clínica psiquiatra, depois que tentou se jogar da janela do décimo andar, do quarto de hospital. Ela ficou completamente descontrolada, ela falava apenas duas frases: "Me perdoa", e "Não quero viver". Mesmo eu garantindo que a perdoava, ela continuou pedindo perdão e se machucando.Deixá-la sozinha era perigoso demais, uma vez que tentava acabar com si mesma a qualquer oportunidade que tinha. Houve algumas tentativas, antes de tentar se jogar, mas foi só depois, que decidi que ela precisava ser internada. A clínica, onde a coloquei, é um bom lugar, Elisandra fica boa parte do tempo nos jardins, deitada na grama, ou sentada
Chego na clínica, e acabo encontrando Elisandra sentada num banco debaixo de uma árvore enorme, com o livro “A escolha”, de Nicola Sparks, sobre as pernas, enquanto observa os pequenos patos nadarem no lago mais à frente. Me sento ao seu lado, e por um tempo ficamos em silêncio.— Como está hoje, Elisandra? — pergunto, quebrando o silêncio.— Um pouco melhor que ontem, eu acho — responde ela, com um tom de voz baixo e triste.Continuamos a conversar, falando sobre coisas banais, como o tempo e o livro que ela está lendo. Mas posso sentir que há algo mais profundo por trás de suas palavras, algo que ela não está disposta a compartilhar.Até que ela para e finalmente olha para mim, e me pergunta o motivo de eu a ter perdoado.— Por que você me perdoou, Agnes? — pergunta ela, com um olhar curioso e um pouco triste.— Eu não consigo odiar você, Elisandra — respondo, com um tom de voz suave. — Sei que você estava sendo guiada por nossa mãe, e sei o quanto você estava sofrendo.Elisandra ol