Lucca
O meu sangue está fervendo e o coração agitado no peito. A inquietude acelerada dentro de mim. Eu preciso fazer algo, ou eu vou explodir a qualquer momento. Portanto, decido encerrar o banho e quando volto para o quarto, encontro Alice me esperando e para a minha surpresa, ela me fita com preocupação.
— Você está bem, Lucca? — repete a pergunta de minutos atrás.
— Estou — respondo sem entrar em detalhes sobre a minha conversa com Edgar.
— O que aconteceu naquele escritório?
Merda, ela quer realmente falar sobre isso?!
—Eu não quero falar sobre isso, Alice — digo livre que qualquer emoção. Entretanto, entro no closet, pego uma calça e camisa de moletom, ponho os tênis e me preparo para uma corrida noturna.
— Aonde você vai, Lucca? — Alice pergunta vind
Lucca— Sou seu, Alice — falo quase sem voz, envolvido pelo seu toque suave. Preso a intensidade dos seus olhos. E quando o seu sorriso se abre para mim, sinto que todas as minhas guerras foram ao chão. Estou leve e liberto. — Sou seu.Silenciosamente ela começa a arrastar o meu short para fora do meu corpo e inevitavelmente a minha ereção surge radiante e rígida diante do seu olhar faminto. Sua mão se espalma no meu peitoral, revelando as suas unhas comprimas e pintadas de vermelho. E ela faz uma leve pressão no meu tronco, me fazendo deitar na cama. Depois, Alice se afasta por uma questão de segundos, voltando logo em seguida com um pequeno frasco na mão. O meu olhar curioso sai do pequeno vidro para encontrar os seus olhos, que agora estão intensos e fixos nos meus. A garota derrama uma quantidade vantajosa de um óleo perfumado na minha pele e o líquido mor
AliceDe dentro de meu carro posso ver a entrada do luxuoso hotel cinco estrelas onde o Renan Becker mora. São sete e quarenta e cinco da noite. A rua está silenciosa.O movimento de pessoas e de carros tranquilos. O tempo todo os meus olhos revezam entre a entrada do hotel e a avenida que parece não ter fim. Escuto o suspiro do Téo ao meu lado no banco do passageiro.— Tem certeza de que ele disse essa noite? — Inquire impaciente. Assinto sem nada a dizer.Paciência, esse é o segredo. Estamos aqui a quase uma hora e meia, aguardando o momento em que aquele estuprador, mentiroso, filho da puta será preso. Paciência, esse é o segredo.— Ali. — Digo tirando rapidamente o cinto de segurança e pegando o meu microfone. — Pegue a câmera Téo, quero que registre a chegada de promotor e de toda a sua equipe.Saímos do carro, no exato momento em que três carros da polícia federal para em frente ao prédio chamando a atenção das pessoas na rua.Os homens saem de dentro de carro de cara fechada, u
AliceO olho por trás da xícara de café e tomo um pequeno gole, colocando a xícara de volta na mesa em seguida. Internamente respiro fundo e tento não explodir em cima dele. Algumas perguntas povoam o meu cérebro agora...Como?Quando?E onde?— Como assim? — Inquiro me sentindo confusa.Ele dá de ombros.— Uma maluca apareceu lá no quartel essa semana. Eu juro, Alice. Eu apenas fiz o treinamento dela. Não houve flerte, uma conversa, nada.Respira fundo e parece pensar no que dizer em seguida.— Naquela noite que eu saí para correr e a encontrei bêbada na rua. Ela estava saindo de um bar. Estava confusa e não falava coisa com coisa.— Me deixe adivinhar? — O interrompo. — O meu namorado deu uma de bom samaritano e resolveu levá-la para casa — ralho sarcástica.Lucca trinca o maxilar.— Eu só fiz isso porque estava prevendo um acidente, ou qualquer coisa do tipo. Eu juro que a deixei na porta da casa dela e só. Eu abri a porta da casa, ela entrou e eu a tranquei.— Então por que ela di
AliceEle arregala os olhos em compreensão.— Acha que foi criminoso? Soube pelo chefe que foi um curto-circuito.Faço uma careta.— Não confio neles, Lucca. Será que você não pode dar uma olhada? — Peço carinhosamente.Ele se aproxima da mesa e enlaça a minha cintura, me dando um beijo rápido.— Claro que eu posso. Depois do aviso de ontem, não vou trabalhar hoje. Posso te levar ao trabalho e aproveito para dar uma olhadinha no local.Sorrio.O laptop faz mais sons chamando a nossa atenção.Só então percebo que até ele foi ao chão e que o piso está uma bagunça total.Encaramos a nossa sujeira e rimos como dois lunáticos.— Que som é esse? — Inquire curioso.Eu o olho por um tempo e saio de cima da mesa. Vou direto pegar o laptop e abro a tela.Faço um sinal sutil e Lucca se aproxima. Quase engasgo quando vejo mais que quinze mil visualizações e comentários.— Cacete, Alice, você atacou com vontade mesmo. — Lucca retruca pasmo, olhando as postagens. — Sabe que ele não vai deixar isso
LuccaÉ extremamente irritante ver esse Téo arrastando as asas para Alice.Porra, o cara vive colado nela praticamente vinte e quatro horas por dia! Só pode ser brincadeira! Preciso falar com Daniel, ele precisa providenciar outro segurança, se ele não fizer, eu mesmo faço. Paro o carro em frente a emissora onde Alice trabalha. Saio do carro e abro a porta para ela passar. O Téo para o seu carro logo a frente do meu. O idiota se aproxima da minha namorada como se fosse a sombra dela...É mole?Ele é segurança e cameraman. Ou seja, eles estão juntos o dia inteiro. Salvo quando ela está em minha casa e em minha cama a noite.—Eu preciso ir à minha sala pegar algumas coisas... Vocês podem ir para o almoxarifado, encontro os dois lá. — Ela diz parando abruptamente.—Alice eu não acho... — O Téo tenta intervir.Sério?Ele quer o que? Acompanhá-la até a sua sala? Não mesmo meu amigo, se alguém tiver de acompanhá-la, esse serei eu ... Bufo internamente. Ele que se atreva.— Não vou demorar T
LuccaMinutos depois estaciono o carro em frente ao corpo de bombeiros, quando aperto o controle vejo Jéssica saindo de lá.Ela usa óculos escuros, mas é possível notar que ela fica sem graça ao me ver e tenta se desviar. Eu paro na sua frente, a impedindo de continuar o seu caminho.— Por que está fazendo isso comigo? — Pergunto em um tom baixo e seco.— Acho melhor você manter distância senhor Fassini.— Agora você quer distância? O que é tudo isso Jéssica? Foi porque eu te disse não? — Inquiro tentando manter o controle.— Você tentou me beijar a força, por que não admite isso?— Você é maluca porra? Eu nunca te toquei...— Lucca? — Escuto a voz de Rafael na entrada da corporação.— Fique longe de mim ou vou denunciá-lo por perseguição. — Ela diz se afastando. Rafa se aproxima levando a mão ao meu ombro.— Soube do que houve. Se Joe estivesse aqui pediria para você manter a calma e acreditar no sistema cara.Assinto.—O chefe pediu para você ir até a sala dele.Bufo.Droga, o que
LuccaEstaciono o carro no meio fio e antes de sair olho a rua com um trânsito barulhento. Nas calçadas há alguns feirantes gritando preços e os nomes dos produtos, enquanto pessoas andam desordenadas para todos os lados. Daqui é possível ver a parte de trás do prédio onde Camila morou. Sem pressa alguma eu olho para as fachadas das lojas... Os muros rabiscados...Suspiro quando não vejo nenhuma câmera em lugar nenhum.Resolvo sair do carro e dá uma olhada mais atenciosa. Ando em direção da ponte que nos leva a orla marítima... Não é possível que um bairro como esse não tenha câmeras... Resmungo internamente. Paro a caminhada antes de atravessar a ponte e decido ir na direção contrária. Do outro lado há um pet shop luxuoso e logo mais a frente uma lanchonete e bar...Nada.Não é possível que não vamos conseguir incriminar quem quer que seja, que provocou aquele incêndio. Estou quase desistindo quando escuto o som de uma buzina forte... Eu olho ao meu redor. Um motorista parou o carro
AliceA luz forte não me permite ver mais nada a minha frente. O grito alto e exasperado do Téo vem seguido do impacto forte que me joga ao chão. Bato forte a minha cabeça contra o chão forrado por uma grana densa, o que faz com que a pancada seja amenizada. Eu abro os meus olhos e encaro um Téo enlouquecido de raiva.— Cuide dela, Lucca. — Diz em um tom alto e sai de cima de mim, correndo para o seu carro feito um louco. Lucca me ajuda a levantar do chão. Minha roupa está molhada devido os jatos de água que molham o gramado todo fim de tarde.— Você está bem? — Ele pergunta. Lucca está totalmente em pânico. A voz tomada de uma preocupação. Tento sorri para tranquilizá-lo.— Estou bem. — Digo.—Vem, vamos para casa.Saímos juntos da calçada, a mão forte e quente se apossa da minha cintura cuidadosamente. Como se eu fosse me quebrar a qualquer momento. O fato, é que eu já esperava por esse ataque quando recebi a mensagem mais cedo, só não esperava que ele agisse assim tão rápid