Alice— Como ele está? — A voz de Ana soa preocupada do outro lado da linha telefônica. De dentro do seu escritório, o olho adormecido em um sofá da sala, constatando que tudo está tranquilo agora.— Ele está bem. Está dormindo agora.— Céus, o Joe era um dos seus melhores amigos. — Ela lamenta.— Eu sei — digo com um suspiro baixo.— Mamãe queria ir vê-lo, mas acho melhor deixá-lo descansar um pouco.— Sim. Ele precisa de forças nesse momento. — Concordo, sentando-me na cadeira por trás da mesa retangular, onde deixei alguns documentos espalhados pelo tampo envernizado. — Eu ligo quando ele acordar. Ter vocês por perto fará bem para ele.— Obrigada, Alice!— Não por isso.— Adoro você, cunhadinha!Me pego sorrindo.— Também te adoro!E quando a ligação é encerrada, fito os papéis mergulhando fundo em cada linha digitada, esquecendo-me de tudo ao meu redor. Dentro da pasta também guardo a cópia do CD das entrevistas que fiz no evento. E se Lucca conseguir provar que o incêndio no apar
Lucca— Como você está? — O sargento pergunta assim que entro na sua sala.— Estou bem! — Ele me lança um olhar sério e destemido.— Sabe que o Joe errou durante a missão, não é? — inquire. Provavelmente ele quer me fazer sentir melhor. Mas não está ajudando muito. —Lucca, tanto você quanto qualquer um aqui sabe que precisa questionar, vasculhar, antes de tomar qualquer decisão. Joe não sabia o que encontraria dentro daquela sala e mesmo assim ele abriu aquela porta. Foi imprudente…— Eu sei. —O interrompo baixo, porém, impaciente. — Mas não foi fácil ver o meu amigo ser engolido pelo fogo daquele jeito.Respiro profundamente.— Eu tentei avisá-lo, mas… Meu Deus! — As palavras saem agoniadas da minha boca e eu solto o ar com força.&md
LuccaDurante o dia houve poucas ocorrências. O que é bem frustrante, porque eu realmente preciso de ação para manter a minha mente ocupada. Os rapazes estão reunidos na sala de lazer. Uns assistindo TV, outros, jogando para passar o tempo. O meu celular começa a tocar e abro um meio sorriso ao ver o nome Rose brilhar na tela.— Oi, mãe! — digo ampliando o meu sorriso.— Ora, ora! — Ela resmunga com fingida frustração. — Então você se lembra que tem uma mãe?— Não faz assim, Rose Fassini. Sabe que eu te amo!— Estou com saudades, Lucca. Quando você virá me fazer uma visita? — Puxo o ar com força.— Estou um pouco ocupado, mãe…— Não me venha com essa, Lucca Fassini! — Rose usa o seu melhor tom autoritário.— Ok, q
LuccaO meu sangue está fervendo e o coração agitado no peito. A inquietude acelerada dentro de mim. Eu preciso fazer algo, ou eu vou explodir a qualquer momento. Portanto, decido encerrar o banho e quando volto para o quarto, encontro Alice me esperando e para a minha surpresa, ela me fita com preocupação.— Você está bem, Lucca? — repete a pergunta de minutos atrás.— Estou — respondo sem entrar em detalhes sobre a minha conversa com Edgar.— O que aconteceu naquele escritório?Merda, ela quer realmente falar sobre isso?!—Eu não quero falar sobre isso, Alice — digo livre que qualquer emoção. Entretanto, entro no closet, pego uma calça e camisa de moletom, ponho os tênis e me preparo para uma corrida noturna. — Aonde você vai, Lucca? — Alice pergunta vind
Lucca— Sou seu, Alice — falo quase sem voz, envolvido pelo seu toque suave. Preso a intensidade dos seus olhos. E quando o seu sorriso se abre para mim, sinto que todas as minhas guerras foram ao chão. Estou leve e liberto. — Sou seu.Silenciosamente ela começa a arrastar o meu short para fora do meu corpo e inevitavelmente a minha ereção surge radiante e rígida diante do seu olhar faminto. Sua mão se espalma no meu peitoral, revelando as suas unhas comprimas e pintadas de vermelho. E ela faz uma leve pressão no meu tronco, me fazendo deitar na cama. Depois, Alice se afasta por uma questão de segundos, voltando logo em seguida com um pequeno frasco na mão. O meu olhar curioso sai do pequeno vidro para encontrar os seus olhos, que agora estão intensos e fixos nos meus. A garota derrama uma quantidade vantajosa de um óleo perfumado na minha pele e o líquido mor
AliceDe dentro de meu carro posso ver a entrada do luxuoso hotel cinco estrelas onde o Renan Becker mora. São sete e quarenta e cinco da noite. A rua está silenciosa.O movimento de pessoas e de carros tranquilos. O tempo todo os meus olhos revezam entre a entrada do hotel e a avenida que parece não ter fim. Escuto o suspiro do Téo ao meu lado no banco do passageiro.— Tem certeza de que ele disse essa noite? — Inquire impaciente. Assinto sem nada a dizer.Paciência, esse é o segredo. Estamos aqui a quase uma hora e meia, aguardando o momento em que aquele estuprador, mentiroso, filho da puta será preso. Paciência, esse é o segredo.— Ali. — Digo tirando rapidamente o cinto de segurança e pegando o meu microfone. — Pegue a câmera Téo, quero que registre a chegada de promotor e de toda a sua equipe.Saímos do carro, no exato momento em que três carros da polícia federal para em frente ao prédio chamando a atenção das pessoas na rua.Os homens saem de dentro de carro de cara fechada, u
AliceO olho por trás da xícara de café e tomo um pequeno gole, colocando a xícara de volta na mesa em seguida. Internamente respiro fundo e tento não explodir em cima dele. Algumas perguntas povoam o meu cérebro agora...Como?Quando?E onde?— Como assim? — Inquiro me sentindo confusa.Ele dá de ombros.— Uma maluca apareceu lá no quartel essa semana. Eu juro, Alice. Eu apenas fiz o treinamento dela. Não houve flerte, uma conversa, nada.Respira fundo e parece pensar no que dizer em seguida.— Naquela noite que eu saí para correr e a encontrei bêbada na rua. Ela estava saindo de um bar. Estava confusa e não falava coisa com coisa.— Me deixe adivinhar? — O interrompo. — O meu namorado deu uma de bom samaritano e resolveu levá-la para casa — ralho sarcástica.Lucca trinca o maxilar.— Eu só fiz isso porque estava prevendo um acidente, ou qualquer coisa do tipo. Eu juro que a deixei na porta da casa dela e só. Eu abri a porta da casa, ela entrou e eu a tranquei.— Então por que ela di
AliceEle arregala os olhos em compreensão.— Acha que foi criminoso? Soube pelo chefe que foi um curto-circuito.Faço uma careta.— Não confio neles, Lucca. Será que você não pode dar uma olhada? — Peço carinhosamente.Ele se aproxima da mesa e enlaça a minha cintura, me dando um beijo rápido.— Claro que eu posso. Depois do aviso de ontem, não vou trabalhar hoje. Posso te levar ao trabalho e aproveito para dar uma olhadinha no local.Sorrio.O laptop faz mais sons chamando a nossa atenção.Só então percebo que até ele foi ao chão e que o piso está uma bagunça total.Encaramos a nossa sujeira e rimos como dois lunáticos.— Que som é esse? — Inquire curioso.Eu o olho por um tempo e saio de cima da mesa. Vou direto pegar o laptop e abro a tela.Faço um sinal sutil e Lucca se aproxima. Quase engasgo quando vejo mais que quinze mil visualizações e comentários.— Cacete, Alice, você atacou com vontade mesmo. — Lucca retruca pasmo, olhando as postagens. — Sabe que ele não vai deixar isso