AliceMomentos antes do incêndio no jornal…— Mandou me chamar, Henrico? — pergunto, adentrando a sua sala. Ele tira os óculos de descanso e abandona a tela do computador para me olhar.— Feche a porta Ávila — pede e faz um gesto para eu me sentar em uma cadeira que fica de frente para a sua mesa.— Chamei para avisar que você está fora da matéria sobre as eleições. — Ele diz diretamente e eu uno as sobrancelhas.—Como assim? — questiono completamente extasiada. — Por que está me tirando dessa matéria? Achei que estava gostando do meu trabalho — resmungo irritada.Ele suspira.— E estou. Você é realmente maravilhosa no que faz. Essa sua garra e persistência. Tudo o que conseguiu em tão pouco tempo…— Então por quê? — O corto. Em resposta, Henrico solta um suspiro desanimado, encostando-se no encosto de sua cadeira.— Eu recebo ordens, Alice — sibila com ar cansado. —O chefe quer você em outra matéria.Bufo.— Em qual matéria?— Moda.— O que? — grito a pergunta.— Haverá um megaevento
Alice— Completamente.— Ótimo!Faço menção de sair, mas Lucca segura repentino no meu braço e automaticamente a lateral do meu corpo fica colado no seu. Logo sinto o calor da sua respiração levemente ofegante bater no meu rosto e os nossos olhos voltam a se conectar.— Vamos conversar, Alice. — Um pedido fraco e sussurrante preenche os meus ouvidos, causando-me arrepios pelo corpo todo.Céus, eu queria. Mas estou com tanta raiva dele ainda. Como Lucca pode esconder algo tão importante assim de mim? Como pode proteger a mulher que tentou me matar? Definitivamente ainda não estou preparada para ter essa conversa. Se iniciarmos isso agora irei machucá-lo de uma forma irreversível e eu não posso. Não quero machucá-lo.— Eu tenho que trabalhar Lucca — sibilo fria e sem vida. — Nos falamos a noite. — Livro-me do seu agarre, mas ele torna a me puxar para mais perto dele. No ato, Lucca segura em cada lado do meu rosto e uma simples carícia quase me derrete inteira.Fecho os meus olhos e apre
Alice— Como ele está? — A voz de Ana soa preocupada do outro lado da linha telefônica. De dentro do seu escritório, o olho adormecido em um sofá da sala, constatando que tudo está tranquilo agora.— Ele está bem. Está dormindo agora.— Céus, o Joe era um dos seus melhores amigos. — Ela lamenta.— Eu sei — digo com um suspiro baixo.— Mamãe queria ir vê-lo, mas acho melhor deixá-lo descansar um pouco.— Sim. Ele precisa de forças nesse momento. — Concordo, sentando-me na cadeira por trás da mesa retangular, onde deixei alguns documentos espalhados pelo tampo envernizado. — Eu ligo quando ele acordar. Ter vocês por perto fará bem para ele.— Obrigada, Alice!— Não por isso.— Adoro você, cunhadinha!Me pego sorrindo.— Também te adoro!E quando a ligação é encerrada, fito os papéis mergulhando fundo em cada linha digitada, esquecendo-me de tudo ao meu redor. Dentro da pasta também guardo a cópia do CD das entrevistas que fiz no evento. E se Lucca conseguir provar que o incêndio no apar
Lucca— Como você está? — O sargento pergunta assim que entro na sua sala.— Estou bem! — Ele me lança um olhar sério e destemido.— Sabe que o Joe errou durante a missão, não é? — inquire. Provavelmente ele quer me fazer sentir melhor. Mas não está ajudando muito. —Lucca, tanto você quanto qualquer um aqui sabe que precisa questionar, vasculhar, antes de tomar qualquer decisão. Joe não sabia o que encontraria dentro daquela sala e mesmo assim ele abriu aquela porta. Foi imprudente…— Eu sei. —O interrompo baixo, porém, impaciente. — Mas não foi fácil ver o meu amigo ser engolido pelo fogo daquele jeito.Respiro profundamente.— Eu tentei avisá-lo, mas… Meu Deus! — As palavras saem agoniadas da minha boca e eu solto o ar com força.&md
LuccaDurante o dia houve poucas ocorrências. O que é bem frustrante, porque eu realmente preciso de ação para manter a minha mente ocupada. Os rapazes estão reunidos na sala de lazer. Uns assistindo TV, outros, jogando para passar o tempo. O meu celular começa a tocar e abro um meio sorriso ao ver o nome Rose brilhar na tela.— Oi, mãe! — digo ampliando o meu sorriso.— Ora, ora! — Ela resmunga com fingida frustração. — Então você se lembra que tem uma mãe?— Não faz assim, Rose Fassini. Sabe que eu te amo!— Estou com saudades, Lucca. Quando você virá me fazer uma visita? — Puxo o ar com força.— Estou um pouco ocupado, mãe…— Não me venha com essa, Lucca Fassini! — Rose usa o seu melhor tom autoritário.— Ok, q
LuccaO meu sangue está fervendo e o coração agitado no peito. A inquietude acelerada dentro de mim. Eu preciso fazer algo, ou eu vou explodir a qualquer momento. Portanto, decido encerrar o banho e quando volto para o quarto, encontro Alice me esperando e para a minha surpresa, ela me fita com preocupação.— Você está bem, Lucca? — repete a pergunta de minutos atrás.— Estou — respondo sem entrar em detalhes sobre a minha conversa com Edgar.— O que aconteceu naquele escritório?Merda, ela quer realmente falar sobre isso?!—Eu não quero falar sobre isso, Alice — digo livre que qualquer emoção. Entretanto, entro no closet, pego uma calça e camisa de moletom, ponho os tênis e me preparo para uma corrida noturna. — Aonde você vai, Lucca? — Alice pergunta vind
Lucca— Sou seu, Alice — falo quase sem voz, envolvido pelo seu toque suave. Preso a intensidade dos seus olhos. E quando o seu sorriso se abre para mim, sinto que todas as minhas guerras foram ao chão. Estou leve e liberto. — Sou seu.Silenciosamente ela começa a arrastar o meu short para fora do meu corpo e inevitavelmente a minha ereção surge radiante e rígida diante do seu olhar faminto. Sua mão se espalma no meu peitoral, revelando as suas unhas comprimas e pintadas de vermelho. E ela faz uma leve pressão no meu tronco, me fazendo deitar na cama. Depois, Alice se afasta por uma questão de segundos, voltando logo em seguida com um pequeno frasco na mão. O meu olhar curioso sai do pequeno vidro para encontrar os seus olhos, que agora estão intensos e fixos nos meus. A garota derrama uma quantidade vantajosa de um óleo perfumado na minha pele e o líquido mor
AliceDe dentro de meu carro posso ver a entrada do luxuoso hotel cinco estrelas onde o Renan Becker mora. São sete e quarenta e cinco da noite. A rua está silenciosa.O movimento de pessoas e de carros tranquilos. O tempo todo os meus olhos revezam entre a entrada do hotel e a avenida que parece não ter fim. Escuto o suspiro do Téo ao meu lado no banco do passageiro.— Tem certeza de que ele disse essa noite? — Inquire impaciente. Assinto sem nada a dizer.Paciência, esse é o segredo. Estamos aqui a quase uma hora e meia, aguardando o momento em que aquele estuprador, mentiroso, filho da puta será preso. Paciência, esse é o segredo.— Ali. — Digo tirando rapidamente o cinto de segurança e pegando o meu microfone. — Pegue a câmera Téo, quero que registre a chegada de promotor e de toda a sua equipe.Saímos do carro, no exato momento em que três carros da polícia federal para em frente ao prédio chamando a atenção das pessoas na rua.Os homens saem de dentro de carro de cara fechada, u