Lucca— Você é maluca, sabia? — retruco, puxando-a para perto de mim.— E você gosta das minhas maluquices. — Ela rebate.— Na verdade, eu amo!E logo que alcançamos a porta de casa, destravo o controle do painel de segurança e a abro em seguida. Alice passa por ela em silêncio e eu fecho a porta atrás de mim. A observo largar os saltos altos de qualquer jeito e em qualquer lugar. Depois ela faz o mesmo com a bolsa, lançando-me um olhar indecifrável. Na sequência, a maluca me choca contra uma parede. E os seus olhos encontram os meus, expressando… raiva?Engulo em seco.Então eu espero pelos seus gritos e tapas. Mas inesperadamente ela puxa a minha camisa com força e os botões pulam para todos os lados. A peça é retirada do meu corpo de uma forma brusca e violenta. E eu não sei o que fazer.Isso é tesão ou raiva?— Não pense que uma simples transa no banco de trás de um táxi aplacou a minha raiva, Lucca Fassini.Eis a minha resposta.Penso em falar qualquer coisa para amenizar essa su
Lucca— O que? — inquiro receoso.Ela dá de ombros.— Eu não sei. Alguma coisa que esteja me escondendo, além de um maldito beijo? — meneio a cabeça em um não.— Depois disso, tirei a Samantha da minha equipe.— Oh! — Ela arqueia as sobrancelhas.— Estamos trabalhando em horários diferentes agora. — Ela permanece séria.— Por causa do beijo? — indaga. Faço menção de sair de debaixo dela, mas Alice não me permite e procura os meus olhos.— Fala, Lucca! — exige.— Não. Não foi por causa do beijo. — Um pouco mais de silêncio. Um olhar especulativo.Estou fodido, já estou vendo.— Por que então?— Alice essa é uma conversa que eu…— Fala logo! O que aquele embute fez para você tirá-la da sua equipe?Bufo.— Ela te deixou para morrer no incêndio — digo de vez. Seus olhos se apertam. Suas mãos apertam com força os meus ombros.— O que quer dizer com, me deixou para morrer? — questiona com um tom baixo e assustador.— No incêndio. No apartamento de Camila. Cada bombeiro tinha a finalidade de
Lucca— Lucca? — Escuto Alice me chamar quase vinte minutos depois ligação— Estou aqui! — grito de onde estou e em segundos ela aparece no meu campo de visão.Então mostro-lhe tudo que vi e observei. Explico a minha visão do que aconteceu e ela assente séria. Enquanto ela caminha pelo cômodo, não consigo evitar de observá-la. O seu corpo, o rosto, seus cabelos.Deus, ela é tão linda!E é a minha vida. Constato.— Pode fazer um novo laudo sobre o incêndio? — Desperto com a sua pergunta.— Infelizmente não.— Por que não?— Porque não sou investigador. Mas, eu posso tirar algumas fotos e enviar para um amigo.— E, você confia nele?— Completamente.— Ótimo! — Ela faz menção de sair, mas seguro no seu braço e os nossos olhos se conectam.— Vamos conversar, Alice.— Tenho que ir trabalhar, Lucca. Nos falamos a noite. — Ela tenta se livrar do meu agarre, mas a puxo para mais perto de mim.Deus, eu preciso senti-la. Preciso beijá-la e saber que ficaremos bem. Portanto, levo as minhas mãos
AliceMomentos antes do incêndio no jornal…— Mandou me chamar, Henrico? — pergunto, adentrando a sua sala. Ele tira os óculos de descanso e abandona a tela do computador para me olhar.— Feche a porta Ávila — pede e faz um gesto para eu me sentar em uma cadeira que fica de frente para a sua mesa.— Chamei para avisar que você está fora da matéria sobre as eleições. — Ele diz diretamente e eu uno as sobrancelhas.—Como assim? — questiono completamente extasiada. — Por que está me tirando dessa matéria? Achei que estava gostando do meu trabalho — resmungo irritada.Ele suspira.— E estou. Você é realmente maravilhosa no que faz. Essa sua garra e persistência. Tudo o que conseguiu em tão pouco tempo…— Então por quê? — O corto. Em resposta, Henrico solta um suspiro desanimado, encostando-se no encosto de sua cadeira.— Eu recebo ordens, Alice — sibila com ar cansado. —O chefe quer você em outra matéria.Bufo.— Em qual matéria?— Moda.— O que? — grito a pergunta.— Haverá um megaevento
Alice— Completamente.— Ótimo!Faço menção de sair, mas Lucca segura repentino no meu braço e automaticamente a lateral do meu corpo fica colado no seu. Logo sinto o calor da sua respiração levemente ofegante bater no meu rosto e os nossos olhos voltam a se conectar.— Vamos conversar, Alice. — Um pedido fraco e sussurrante preenche os meus ouvidos, causando-me arrepios pelo corpo todo.Céus, eu queria. Mas estou com tanta raiva dele ainda. Como Lucca pode esconder algo tão importante assim de mim? Como pode proteger a mulher que tentou me matar? Definitivamente ainda não estou preparada para ter essa conversa. Se iniciarmos isso agora irei machucá-lo de uma forma irreversível e eu não posso. Não quero machucá-lo.— Eu tenho que trabalhar Lucca — sibilo fria e sem vida. — Nos falamos a noite. — Livro-me do seu agarre, mas ele torna a me puxar para mais perto dele. No ato, Lucca segura em cada lado do meu rosto e uma simples carícia quase me derrete inteira.Fecho os meus olhos e apre
Alice— Como ele está? — A voz de Ana soa preocupada do outro lado da linha telefônica. De dentro do seu escritório, o olho adormecido em um sofá da sala, constatando que tudo está tranquilo agora.— Ele está bem. Está dormindo agora.— Céus, o Joe era um dos seus melhores amigos. — Ela lamenta.— Eu sei — digo com um suspiro baixo.— Mamãe queria ir vê-lo, mas acho melhor deixá-lo descansar um pouco.— Sim. Ele precisa de forças nesse momento. — Concordo, sentando-me na cadeira por trás da mesa retangular, onde deixei alguns documentos espalhados pelo tampo envernizado. — Eu ligo quando ele acordar. Ter vocês por perto fará bem para ele.— Obrigada, Alice!— Não por isso.— Adoro você, cunhadinha!Me pego sorrindo.— Também te adoro!E quando a ligação é encerrada, fito os papéis mergulhando fundo em cada linha digitada, esquecendo-me de tudo ao meu redor. Dentro da pasta também guardo a cópia do CD das entrevistas que fiz no evento. E se Lucca conseguir provar que o incêndio no apar
Lucca— Como você está? — O sargento pergunta assim que entro na sua sala.— Estou bem! — Ele me lança um olhar sério e destemido.— Sabe que o Joe errou durante a missão, não é? — inquire. Provavelmente ele quer me fazer sentir melhor. Mas não está ajudando muito. —Lucca, tanto você quanto qualquer um aqui sabe que precisa questionar, vasculhar, antes de tomar qualquer decisão. Joe não sabia o que encontraria dentro daquela sala e mesmo assim ele abriu aquela porta. Foi imprudente…— Eu sei. —O interrompo baixo, porém, impaciente. — Mas não foi fácil ver o meu amigo ser engolido pelo fogo daquele jeito.Respiro profundamente.— Eu tentei avisá-lo, mas… Meu Deus! — As palavras saem agoniadas da minha boca e eu solto o ar com força.&md
LuccaDurante o dia houve poucas ocorrências. O que é bem frustrante, porque eu realmente preciso de ação para manter a minha mente ocupada. Os rapazes estão reunidos na sala de lazer. Uns assistindo TV, outros, jogando para passar o tempo. O meu celular começa a tocar e abro um meio sorriso ao ver o nome Rose brilhar na tela.— Oi, mãe! — digo ampliando o meu sorriso.— Ora, ora! — Ela resmunga com fingida frustração. — Então você se lembra que tem uma mãe?— Não faz assim, Rose Fassini. Sabe que eu te amo!— Estou com saudades, Lucca. Quando você virá me fazer uma visita? — Puxo o ar com força.— Estou um pouco ocupado, mãe…— Não me venha com essa, Lucca Fassini! — Rose usa o seu melhor tom autoritário.— Ok, q