AliceTrinta dias depois…“Senhores passageiros, por favor apertem seus cintos de segurança. Iremos aterrissar em vinte minutos.”A voz da comissária de bordo provoca uma agitação dentro de mim, tamanha a minha ansiedade de finalmente voltar para casa. Portanto, me ajeito em cima da poltrona e ponho o cinto de segurança conforme as instruções e nervosa, olha pela pequena e redonda janela de vidro transparente.Respiro fundo.… Ele a pediu em casamento em uma boate lotada e diante de todos os colegas do corpo de bombeiros.Já tem trinta dias que Camila me contou essa novidade e desde então todo o meu mundo está bagunçado. Como ele pôde fazer isso comigo? Custava nada ficar brincando de casinha com ela até que eu voltasse para o Brasil?— A culpa é toda sua, Alice — murmuro uma acusação para mim mesma e inconformada, bufo baixinho.…— Alice, pense bem, querida! — Jean Pierre insistiu pacientemente. — Querida, você ainda tem dois meses de aula pela frente. A entrega do diploma e tudo ma
Allice— Mãe! — Sim, corri para os seus braços. E mesmo falando com ela todos os dias por telefone, não fazia ideia de quanta saudade havia acumulado dentro de mim.— Filha! — Mamãe me aperta nos seus braços calorosos. — Por que não avisou que vinha? — Afasto-me para olhá-la um pouco. Céus, como a amo!Isabelly é a mãe que todo filho quer ficar escondido debaixo de suas asas protetoras. Não importa a idade, nós sempre corremos para ela.— Eu resolvi vir de repente — digo, enquanto adentramos a casa, que automaticamente me enche de boas e doces lembranças. — Não tive como avisar. — Ela olha para as malas atrás de mim e depois me lança um olhar especulativo.— Veio para ficar?Puxo a respiração.— É.— E o curso?Sorrio.— Eu praticamente já finalizei, mamãe. Só falta alguns detalhes que eu posso resolver pela internet — explico. Isa parece surpresa com as minhas palavras e eu a compreendo. Tanto ela quanto o meu pai sabem da minha paixão pelo jornalismo e dessa minha obsessão pela minh
Alice— Alice? — Fecho os meus olhos para apreciar esse seu o som e em resposta as minhas carnes começam a tremer. No entanto, respiro fundo, abrindo os meus olhos em seguida para virar-me de frente para ele.— Ah oi, Lucca! — Mantenho a minha voz firme e parcial. Contudo, ele para a uma distância segura de mim.— A quanto tempo?— Dois anos e meio.— É. Dois anos e meio — confirme. — E, você, está indo para casa? — Lucca parece cauteloso.— Estou.Droga, queria não sentir essa ardência em minhas veias. E as batidas do meu coração que parece querer me ensurdecer?— Eu também. — Arqueio as sobrancelhas.— Você… quer dividir um táxi comigo?Por favor, diga de sim!Lucca me lança um olhar perdido, parece estar em uma luta consigo mesmo.— Claro. — Não seguro um sorriso alargo. E nunca desejei tanto que um táxi chegasse como agora.Entretanto, quando o veículo chega, educadamente ele abre a porta traseira para mim e com o meu coração quase saindo pela boca passo ele, sentindo o perfume ma
Alice— Para a cama, menina! — Volta a ordenar.Merda, devo dizer que esse seu jogo pervertido está me deixando ainda mais excitada!Desde quando você se tornou essa submissa, Alice?E isso importa? Ele está aqui e eu também. Eu o amo e irei lutar por ele custe o que custar. Penso, enquanto subo na cama e ao virar-me de frente para ele, Lucca começa a desabotoar os botões da sua camisa. Os movimentos de seus dedos não o impedem de manter seu olhar fixo no meu. Depois, é a vez do jeans surrado e dos tênis. Por fim, seus olhos famintos deslizam pelo meu corpo deitado no centro da cama e ele trinca o maxilar com força. Sem dizer uma palavra, ele se aproxima da cama e me puxa repentinamente pelas pernas para a beirada. Seus dedos alcançam a calcinha delicada e eu sei que já era.Lucca assemelha-se a um animal raivoso. Ah algo primitivo em suas retinas claras. E com um movimento, a pequena peça se desfaz entre seus dedos.Puxo a respiração com força quando ele finalmente se encaixa no meio
LuccaAlguns dias depois…Ainda não acredito que isso está acontecendo comigo. Penso, olhando-a, enquanto dorme do meu lado na cama. Isso parece um sonho. Um sonho que desejei por anos. Rio por dentro. E deliberadamente ajeito alguns fios dos seus cabelos espalhados pelo seu rosto. Ela se mexe e uma brecha de olhos azuis se abrem para mim. É uma pena que ela tenha que ir. Gostaria de passar o resto da noite com ela aqui.Suspiro.— Oi! — Ela diz com voz rouca de sono e isso mexe com a minha libido.— Oi! — respondo, recebendo um sorriso seu.Como pode ser tão linda assim? Como consegue mexer com o meu corpo com gestos tão simples? Confesso que esse tipo de amor me dá medo. Esse domínio, esse poder que ela tem sobre mim.— Que horas são? — Alice pergunta me despertando.Mais um suspiro para pelas minhas narinas.— Pouco mais das cinco. — Ela ergue um pouco o seu corpo e me dá um selo na boca.— Eu tenho que ir — avisa com um tom baixo, que me faz fechar os olhos e encosto a minha testa
Lucca— Olá, rapaziada, quais as novas? — falo assim que encontro a minha equipe reunida no pátio da corporação. Dilan estranhamente de cara amarrada e Rafael mexendo no celular.— Onde está o Joe? — pergunto. largando a minha mochila em um banco de madeira.— Deve estar chegando. E a Sam? — Rafa pergunta, mas dou de ombros.— O pai está doente. Talvez ela não venha essa noite. — Dilan bufa irritadiço e sai de perto. Franzo o cenho. — O que há de errado com ele? — É a vez de Rafael dá de ombros.— Não sei. Está assim desde que recebeu um telefonema.Sorrio.— Brigou com a namorada? — ralho, usando o meu melhor tom de brincadeira.— Eu não faço ideia.— Fala, rapaziada! — Joe cantarola ao entrar no pátio. — Como estão as coisas por aqui?— Tudo tranquilo até agora. E o bebê, como está? — Procuro saber e recebo um sorriso largo como resposta.— É uma menina. O nome dela é Sophia e ela está bem. — Joe começa a contar sobre as novidades quando o alarme começar a gritar alto dentro da corp
LuccaNão tem outra saída. Terei que entrar na sala que acabei de abrir. Felizmente o fogo ainda não chegou até aqui, mas não falta muito para isso acontecer. Preciso ser rápido e encontrar outra saída desse inferno. À medida que adentro, a visão fica cada vez mais difícil. Contudo, encontro uma janela e resolvo quebrá-la. De onde estou, consigo ver alguns bombeiros lutando contra o fogo, enquanto lançam fortes jatos de água e os médicos, mas eles não conseguem me ver.Atento, procuro por uma escada do lado de fora. Que estupidez! Quem constrói um prédio sem a porra de uma saída de emergência? Volto o meu olhar para a porta por onde entrei e constato que o fogo também já chegou ali.Agora é uma questão de segundos. Eu tenho que sair daqui. Procuro manter a calma enquanto procuro por algo me ajude a avisá-los da minha posição.— Olá, tem alguém aí? — falo pelo rádio, mas ele não está funcionando. Provavelmente i calor danificou as suas peças. — Merda! — xingo exasperado. Entretanto, tr
Lucca— Fala, cara! — digo abrindo um sorriso em seguida.— Espero que não esteja ocupado.— Não estou. Estou em casa sem fazer nada, por quê?— Topa participar de uma festa infantil? — Rio alto.— Que história é essa?— É aniversário do meu sobrinho Eduardo e a família está toda aqui. Inclusive uma certa garota pinga fogo. — Meu sorriso encolhe um pouco.Pinga Fogo é o apelido de infância que pus em Alice. E… ele está mesmo fazendo isso?Respiro fundo.— Eu não sei, Chris. É uma festa de família e eu…— Ora vamos lá, Lucca. Você é nosso primo, é da família. E se não fosse, iria mesmo deixar a minha caçula triste? — Meu coração acelera no peito.Como assim? Ele sabe sobre nós?Puxo outra respiração, essa um tanto ansiosa.— Ela… te contou.Engulo em seco.— Sim, ela me contou tudo.Porra, xingo com um resfolgar interno.— E aí, você vem? — Pressiono os lábios protelando dizer um não, a final, é na casa dos Ávila. E estaremos expostos a todos ali. Merda, é cedo para isso, Lucca e você