Lucca— Olá, rapaziada, quais as novas? — falo assim que encontro a minha equipe reunida no pátio da corporação. Dilan estranhamente de cara amarrada e Rafael mexendo no celular.— Onde está o Joe? — pergunto. largando a minha mochila em um banco de madeira.— Deve estar chegando. E a Sam? — Rafa pergunta, mas dou de ombros.— O pai está doente. Talvez ela não venha essa noite. — Dilan bufa irritadiço e sai de perto. Franzo o cenho. — O que há de errado com ele? — É a vez de Rafael dá de ombros.— Não sei. Está assim desde que recebeu um telefonema.Sorrio.— Brigou com a namorada? — ralho, usando o meu melhor tom de brincadeira.— Eu não faço ideia.— Fala, rapaziada! — Joe cantarola ao entrar no pátio. — Como estão as coisas por aqui?— Tudo tranquilo até agora. E o bebê, como está? — Procuro saber e recebo um sorriso largo como resposta.— É uma menina. O nome dela é Sophia e ela está bem. — Joe começa a contar sobre as novidades quando o alarme começar a gritar alto dentro da corp
LuccaNão tem outra saída. Terei que entrar na sala que acabei de abrir. Felizmente o fogo ainda não chegou até aqui, mas não falta muito para isso acontecer. Preciso ser rápido e encontrar outra saída desse inferno. À medida que adentro, a visão fica cada vez mais difícil. Contudo, encontro uma janela e resolvo quebrá-la. De onde estou, consigo ver alguns bombeiros lutando contra o fogo, enquanto lançam fortes jatos de água e os médicos, mas eles não conseguem me ver.Atento, procuro por uma escada do lado de fora. Que estupidez! Quem constrói um prédio sem a porra de uma saída de emergência? Volto o meu olhar para a porta por onde entrei e constato que o fogo também já chegou ali.Agora é uma questão de segundos. Eu tenho que sair daqui. Procuro manter a calma enquanto procuro por algo me ajude a avisá-los da minha posição.— Olá, tem alguém aí? — falo pelo rádio, mas ele não está funcionando. Provavelmente i calor danificou as suas peças. — Merda! — xingo exasperado. Entretanto, tr
Lucca— Fala, cara! — digo abrindo um sorriso em seguida.— Espero que não esteja ocupado.— Não estou. Estou em casa sem fazer nada, por quê?— Topa participar de uma festa infantil? — Rio alto.— Que história é essa?— É aniversário do meu sobrinho Eduardo e a família está toda aqui. Inclusive uma certa garota pinga fogo. — Meu sorriso encolhe um pouco.Pinga Fogo é o apelido de infância que pus em Alice. E… ele está mesmo fazendo isso?Respiro fundo.— Eu não sei, Chris. É uma festa de família e eu…— Ora vamos lá, Lucca. Você é nosso primo, é da família. E se não fosse, iria mesmo deixar a minha caçula triste? — Meu coração acelera no peito.Como assim? Ele sabe sobre nós?Puxo outra respiração, essa um tanto ansiosa.— Ela… te contou.Engulo em seco.— Sim, ela me contou tudo.Porra, xingo com um resfolgar interno.— E aí, você vem? — Pressiono os lábios protelando dizer um não, a final, é na casa dos Ávila. E estaremos expostos a todos ali. Merda, é cedo para isso, Lucca e você
Alice— Alô? — Escuto a voz do meu professor do outro lado da linha.— Pronto capitão, trabalho enviado com sucesso — ralho com humor. — Este é o último, Jean Pierre. Nos vemos na formatura.— Está perfeito, Alice! Impecável como sempre. Como estão as coisas aí no Brasil?— Está tudo indo muito bem.Ele faz uma pausa mínima e depois, escuto o som da sua respiração.— E o tal Lucca?— Não devíamos falar sobre o Lucca, professor.— Tem certeza de que não quer voltar para Londres? Essa é a melhor época…— Nos vemos na formatura, antes disso não. — O interrompo.— Eu… ainda te amo, Alice!Céus, isso é tão… doloroso e frustrante.Suspiro baixinho.— Boa tarde, professor!—Boa tarde, Alice! — Encerro a ligação e decido ir tomar um banho frio para desanuviar os meus pensamentos e quando termino, escuto meu celular tocar em cima da minha cama. Saio apressada para atendê-lo e sorrio ao ver que é a minha amiga Mila.— A, onde você está?— Estou em casa — digo, me jogando na cama ainda envolta e
Alice— Que carinha é essa? — A voz de Christopher me desperta e eu lanço um olhar aturdido para o meu irmão.— Não é nada — digo com desdém e dou de ombros, voltando os meus olhos para as balinhas.— Como nada, Pinga Fogo? Você está com uma carinha triste.Puxo uma respiração sutil. Se tem uma coisa que eu sou péssima é esconder as minhas emoções. Se estou com raiva, explodo. Se estou triste, choro. Se estou feliz… bom, já deu para entender.— Eu não sou mais criança, Cristopher. Não me chame assim.— O repreendo, mas ele abre um sorriso debochado para mim.— Não vai me dizer o que está acontecendo? — Ele insiste.Contudo, tenho o cuidado de olhar para os quatro cantos da cozinhar para ter certeza de que estamos sozinhos. No ato, bufo e protelo se devo falar ou não sobre o assunto. Droga, Chris é o meu irmãozão. Aquele que sempre encobriu as minhas traquinagens.— Estou gostando de alguém. — Começo a falar.— Alguém? Quem? — Lanço lhe um olhar escrutínio.— Do Lucca. — Meu irmão une a
Alice— Ele me ama! — exaspero. — Nós nos amamos… — Paro de falar quando escuto o som da sua gargalhada ecoar pelo cômodo.—Alice, Lucca namora com essa mulher a quase três anos. A dois meses, ele a pediu em casamento. Acha mesmo que ele vai largar tudo que conquistou por causa de uma pirralha como você? — berra.Tenho vontade de gritar com ele. De bater nele. Entretanto, fecho as mãos em punho e contenho as lágrimas.— Acho — respondo firmemente. — Ele vai acabar o noivado.— Por que ele te prometeu? — retruca com ironia. — Me diga, querida? — Ele pede se aproximando de mim. Para bem na minha frente e olha dentro dos meus olhos. — Quantas desculpas ele te deu para adiar término? Duas, três, quatro? Quantas, Alice?Começo ofegar e as lágrimas lutam para vir à tona. — Sabe, eu até posso imaginar. Não deu tempo. Ela está muito doente. Ela viajou e não consegui falar. Blá, blá, blá. Ora, Alice, não seja tola! — Ele grita se afastando em seguida.Possessa, eu saio do escritório e corro
AliceAlguns dias...Olho pela janela do avião e respiro fundo. Uma semana em Londres. Um descanso para minha cabeça. Enquanto estive lá pude resolver as coisas pendentes sobre a minha formatura, a qual dispensei. Peguei apenas o meu diploma e após conversar com algumas pessoas influentes pelo telefone, estou voltando para o Brasil com um emprego em vista. Agora eu só preciso procurar um apartamento e viver a minha vida do meu jeito.Nesses poucos dias não pensei nele. Não olhei para trás e mantive o meu celular o tempo todo desligado. Uma maneira de não me torturar com seus telefonemas insistentes. E quando já estou em solo brasileiro, pego um táxi e vou direto para a mansão Ávila. Um dos empregados carrega a minha mala para o meu quarto e ansiosa, vou direto para a escadaria.—Alice? — Papai me chama assim que alcanço o primeiro batente. Contudo, suspiro e me viro para olhá-lo. — Podemos conversar um pouco, filha? —Ele pede e apenas assinto.— Claro. — Volto para a sala e me acomodo
LuccaEstou exausto. Depois de atender três emergências seguidas, sendo dois incêndios e um grave acidente de trânsito, chego em casa com o dia já claro. Contudo, ao abrir a porta encontro Samantha pronta para ir trabalhar. Eu entro em casa e fecho a porta em seguida.— Quando chegou de viagem? — Procuro saber. No entanto, ela sorrir e quando vem me abraçar me desvencilho. — Por que não me avisou que estava voltando? — Sam suspira.— Nossa quantas perguntas! Eu cheguei essa noite e você estava de plantão. Por isso não te liguei. — Assinto em concordância.— Precisamos conversar, Sam. — Tento ir direto ao ponto.— De novo isso? Agora não dá, Lucca.— E quando vai dar?— Quando eu voltar do plantão. Pode ser? — Respiro um tanto exasperado.— Essa noite, Samantha. E não vou aceitar mais nenhuma desculpa! — Enfatizo. Ela força um sorriso, mas concorda comigo.— Essa noite. Agora vem me desejar um bom dia de trabalho e deixa de ser rabugento — resmunga, segurando na minha mão e vamos para