Alice— Ele me ama! — exaspero. — Nós nos amamos… — Paro de falar quando escuto o som da sua gargalhada ecoar pelo cômodo.—Alice, Lucca namora com essa mulher a quase três anos. A dois meses, ele a pediu em casamento. Acha mesmo que ele vai largar tudo que conquistou por causa de uma pirralha como você? — berra.Tenho vontade de gritar com ele. De bater nele. Entretanto, fecho as mãos em punho e contenho as lágrimas.— Acho — respondo firmemente. — Ele vai acabar o noivado.— Por que ele te prometeu? — retruca com ironia. — Me diga, querida? — Ele pede se aproximando de mim. Para bem na minha frente e olha dentro dos meus olhos. — Quantas desculpas ele te deu para adiar término? Duas, três, quatro? Quantas, Alice?Começo ofegar e as lágrimas lutam para vir à tona. — Sabe, eu até posso imaginar. Não deu tempo. Ela está muito doente. Ela viajou e não consegui falar. Blá, blá, blá. Ora, Alice, não seja tola! — Ele grita se afastando em seguida.Possessa, eu saio do escritório e corro
AliceAlguns dias...Olho pela janela do avião e respiro fundo. Uma semana em Londres. Um descanso para minha cabeça. Enquanto estive lá pude resolver as coisas pendentes sobre a minha formatura, a qual dispensei. Peguei apenas o meu diploma e após conversar com algumas pessoas influentes pelo telefone, estou voltando para o Brasil com um emprego em vista. Agora eu só preciso procurar um apartamento e viver a minha vida do meu jeito.Nesses poucos dias não pensei nele. Não olhei para trás e mantive o meu celular o tempo todo desligado. Uma maneira de não me torturar com seus telefonemas insistentes. E quando já estou em solo brasileiro, pego um táxi e vou direto para a mansão Ávila. Um dos empregados carrega a minha mala para o meu quarto e ansiosa, vou direto para a escadaria.—Alice? — Papai me chama assim que alcanço o primeiro batente. Contudo, suspiro e me viro para olhá-lo. — Podemos conversar um pouco, filha? —Ele pede e apenas assinto.— Claro. — Volto para a sala e me acomodo
LuccaEstou exausto. Depois de atender três emergências seguidas, sendo dois incêndios e um grave acidente de trânsito, chego em casa com o dia já claro. Contudo, ao abrir a porta encontro Samantha pronta para ir trabalhar. Eu entro em casa e fecho a porta em seguida.— Quando chegou de viagem? — Procuro saber. No entanto, ela sorrir e quando vem me abraçar me desvencilho. — Por que não me avisou que estava voltando? — Sam suspira.— Nossa quantas perguntas! Eu cheguei essa noite e você estava de plantão. Por isso não te liguei. — Assinto em concordância.— Precisamos conversar, Sam. — Tento ir direto ao ponto.— De novo isso? Agora não dá, Lucca.— E quando vai dar?— Quando eu voltar do plantão. Pode ser? — Respiro um tanto exasperado.— Essa noite, Samantha. E não vou aceitar mais nenhuma desculpa! — Enfatizo. Ela força um sorriso, mas concorda comigo.— Essa noite. Agora vem me desejar um bom dia de trabalho e deixa de ser rabugento — resmunga, segurando na minha mão e vamos para
LuccaDurante alguns dias ainda insisto em ligar para Alice e como sempre ela não me atende. Começo a imaginá-la com o tal professor em várias situações. Os dois na cama. Sinto um gosto amargo na minha boca com essa visão.Ela me destruiu. Ela conseguiu me destruir.— Você precisa descansar, Lucca. — Desperto quando escuto a voz do capitão.Estou em sua sala agora. Em posição de continência e encarando o homem de cinquenta anos, atrás da sua mesa. É a segunda vez que ele me chama a atenção. Não tenho parado nos meus dias de folga. Quando não estou na ativa, estou em um bar enchendo a cara. Não ouso ficar sozinho em minha própria casa, ou farei uma loucura. Então estou constantemente ligado em 220W porque preciso estar sempre
Lucca— Eu menti para você? — ralho sarcástico. — Me diga, Alice, quando exatamente menti para você? — Seus lábios tremulam e seus olhos se enchem de lágrimas.— Você nunca ia acabar com aquele noivado — acusa-me com mágoa na voz. — Estava me usando o tempo todo. — Assinto e bebo outro pouco da bebida.— Foi o seu pai quem te disse isso? — Minha voz agora soa áspera.Alice, Alice, a minha paciência está por um fio. Penso.— Ele só me abriu os olhos — rebate baixo.— Porra, Alice, o que eu faço com você, caralho?! — rosno sufocado. Suas lágrimas despontam e molham o seu rosto vermelho. E eu não sei dizer se é por conta do choro, ou se é da raiva do momento.— Eu vi, Lucca. — Alice sibila, encarando-me co
LuccaNo entanto, contradizendo a minha urgência, começo a tirar a sua blusa e à medida que sua pele se revela para mim, deixo um rastro de minúsculos beijos, escutando os seus sons que aprecio muito. Os beijos seguem mais para baixo. Então me livro das sandálias, depois do seu jeans e por fim, a sua lingerie.— Eu pensei que ia morrer sem você! — confesso sôfrego, saboreando a sua carne macia e morna na ponta da minha língua, que se arrasta por sua pele, sempre intercalando entre um beijo e outro.— Lucca! — Alice geme arrastado, se contorcendo debaixo de mim.— Você é a minha loucura, Alice! — rosno tomando a sua boca outra vez e ato, roço a minha dureza contra a sua sensibilidade. — Você é o meu inferno e o meu céu!— Oh! — Ela resfolega quando afasto o sutiã e abocanho o seu se
AliceNa manhã seguinte…Tento me mexer, mas estou presa a cama e um calor insuportável me faz abrir os olhos. Então percebo que ele está colado em mim. Seus braços e pernas pesadas me mantém cativa. E o barulho das ondas me faz lembrar de onde estamos. Olho para a janela e dou de cara com um dia ensolarado lá fora.Puxo a respiração bem devagar.Lembranças da nossa conversa acalorada preenchem a minha mente. Gritos, choros, palavras não ditas, sentimentos frustrados. Beijos insanos, mãos ávidas, bocas famintas e um orgasmo que literalmente me apagou.… Eu odeio você, Alice Ávila! Eu a odeio e a amo na mesma proporção!… Odeio saber que você tem esse poder de me levar do céu ao inferno ao mesmo tempo!Droga, o que foi que eu fiz?Lucca é um homem muito intenso quando se trata dos seus sentimentos. Ele não consegue controlar a sua raiva e nem o seu amor. Ele não sabe esconder as suas frustrações e parece um trator desgovernado, atropelando tudo e todos.Eu mereci cada palavra dita no c
Alice— O Cristopher? Mas que filho da mãe! — ralho com humor. Lucca larga a faca de mesa e o pão dentro de um cesto de vime e me puxa para os seus braços, beijando a minha boca em seguida.— Não reclame, ele é um grande amigo — ralha e volta a me beijar.No segundo seguinte, p observo voltar para o balcão e continuar o seu serviço. Decido ir para o outro lado do balcão e me sento em um dos bancos altos, ficando de frente para ele. Pego algumas uvas frescas dentro da fruteira e mordo uma delas.— Decidi que vou sair de casa — aviso de repente. Ele para o que está fazendo e me encara abrindo um sorriso incrédulo.— Está falando sério? — Dou de ombros.— Estou. — Seu sorriso se amplia.— Você sabe que o seu pai vai pirar, não é?Respiro fundo.— Eu preciso de espaço, Lucca. E com ele me vigiando o tempo inteiro não dá.— Café? — inquire.— Com leite, por favor! — retruco.— Bebezinha! — Implica me fazendo rir. — Você precisa aprender a tomar um café puro, Senhorita Ávila. Te manterá ati