Lucca— Não pode ficar aqui moço. — Uma senhora usando um chapéu de chef diz. No entanto, a encaro com olhos pidões.... Praticamente em súplica.— Eu preciso de uma pizza. — Digo. Ela me olha como se eu fosse um bicho de sete cabeças. — A minha noiva está grávida e não consegue comer muita coisa porque sente enjoos constantemente. Mas ela sentiu desejo e eu… será que você pode me ajudar?— Desejo de pizza? — Inquire.Eu assinto.— Com bastante queijo, pepperoni, calabresa e calda de chocolate. — A mulher faz uma cara nada boa com a descrição da comida.— Eu vou fazer uma especialmente para ela. — Diz e escancaro um sorriso sem tamanho.— Muito… obrigado!— Não me agradeça. Essa será a primeira comida enfadonha que faço — resmunga, fazendo graça. Então deixo a nossa localização com ela e volto para Alice.A pizza chega quase meia hora em nossa mesa. A cara até que é bonita, Alice come fazendo uma cara prazerosa. Bom, pelo menos ela comeu alguma coisa. Penso.Passamos o dia seguinte em
Lucca— Ainda não, Lucca. Quem sabe na terceira ultrassom? — Ela continua o seu trabalho de medição e prescreve mais exames para Alice. E quando o exame termina, uma enfermeira limpa o gel e eu ajudo Alice a se levantar.No consultório ouço atentamente as informações da Jenny. Muito repouso, nenhum aborrecimento, alimentação saudável e algumas vacinas. A consulta termina. Faço menção de sair da cadeira, quando escuto Alice perguntar.— E o sexo? — Alice indaga me deixando de boca aberta.Cacete, que porra de pergunta é essa?— Está liberado. — Jenny diz toda profissional. Entretanto, ela troca olhares comigo.— Sexo selvagem? — Minha noiva continua. Mortificado, eu fecho os olhos e respiro fundo.Ela não perguntou isso!— Aí depende da selvageria de vocês. Do que exatamente estamos falando?Não fala!Não fala!Não fala!— Tapinhas na bunda, puxões de cabelos, estocadas deliciosamente fortes… Essas coisas.Ela falou!Jenny segura o riso.— Uau! Depois dessa estou querendo umas com o Cr
LuccaO inferno perde pra isso aqui. O local chega a ficar vermelho com o fogo abrasador consumindo tudo que vê pela frente, de uma forma rápida demais. É difícil respirar com o teor do calor que nos rodeia. A fumaça densa dificulta a nossa visão. Para onde se olha, só de ver uma coisa... O terror abrasador devorando tudo a sua frente.— Lucca, me dê notícias! — Meu chefe pede através do rádio. Eu puxo a respiração com um pouco de dificuldade. Contudo, forço minha visão, mas é quase impossível ver alguma coisa além da fumaça e das chamas.— Estamos no décimo quinto andar, chefe. E seguindo para o décimo sexto — aviso quando alcançamos mais um lance de escadas.— Tente ser rápido, Lucca. Vocês estão ficando sem tempo.Olho para o sinal do meu oxigênio. Droga, a luz está amarela.—Só mais três andares, chefe — insisto, subindo mais alguns degraus.Atrás de mim vem mais sete bombeiros, a maioria da companhia 198. Estamos em um dos maiores prédios residenciais do Rio, bem no coração da ci
LuccaNo quarto de equipamentos, começo a pegar meu capacete e roupas de proteção. Verifico o novo tubo de oxigênio e pego mais um por prevenção. Os homens pegam as mangueiras e se certificam de que o carro precisa de água. É tudo muito rápido e bem corrido. Em menos de vinte e cinco minutos tudo está pronto e nós entramos no caminhão.A sirene soa alto pelo asfalto pedindo passagem e os carros vão saindo do caminho. Mas para o nosso desespero encontramos um engarrafamento bem nossa frente. São quase cinco da tarde e é horário de pico.Merda!— Dê a volta, Vitor! Vamos pelas ruas adjacentes — ordeno com um tom elevado na voz.— Mais assim vamos demorar mais para chegarmos, Senhor. — Ele resmunga.— E o que acha que vai acontecer se ficarmos aqui? É uma ordem! — Digo ríspido. Ele volta com o caminhão e adentra uma rua estreita.O meu celular faz um final de mensagem e eu o pego esperançoso, pensando ser Alice, mas não é. Contudo, leio a mensagem tentando entender.— Tudo bem aí, capitão
BônusChefe Maison— Encontramos a garota, chefe. Vamos precisar de uma ambulância urgente. — A voz do Lucca ecoa pelo rádio e um sorriso involuntário surge em meus lábios.De fato, Lucca Fassini é um homem determinado. E é um dos meus melhores homens, mas essa sua determinação as vezes o põe em apuros. E isso é tão irritante quanto é inspirador. E com satisfação lhe respondo prontamente.— Já temos uma aqui. Saiam agora!Faço sinal para que os homens ligarem as mangueiras e mandarem os jatos para os andares onde o fogo está mais intenso. Está na hora de pôr um pouco de controle nesse lugar. Contudo, meu coração acelera com violência quando escuto mais um estralo na estrutura abandonada.— Isso não é bom! — resmungo baixinho e aperto o botão do rádio para pedir mais informações. Entretanto, escuto o barulho de um estrondo que me deixa apreensivo. E um alívio toma conta de mim quando vejo o Rafa passar pelas portas largas com a garota em seus braços. Ele caminha a passos largos direto
AliceDepois que o Lucca sai para atender a ocorrência, eu entro na casa e vou direto para o quarto dele. Começo a tirar a minha roupa quando o anel começa a brilhar sobre a luz do quarto e eu paro. Feito uma boba sorrio para a joia delicada.Estou noiva e do Lucca. Nem em meus sonhos adolescentes achei que chegaria a esse patamar. E lembrar que por muitas vezes, nos meus dezessete anos, eu chegava a imaginar algumas situações entre nós dois... Porra, eu ficava parada em um canto, quietinha admirando a sua bunda aperta em um jeans em alguns momentos em que visitava o meu irmão e ambos entravam em uma conversa descontraída.Escuto o som da minha própria risada ecoar pelo cômodo. Contudo, levo a mão perto da minha boca e beijo o anel. Acho que sempre gostei de homens mais velhos, mas o Lucca em especial. Por isso esse gosto. Essa atração pela experiência masculina. Talvez quando estava nos braços de um homem mais velho, a minha cabeça maluca já o projeta naquele abraço e eu nem me dei c
Alice— Ana? — sibilo aliviada. Ela me dá um sorriso sem jeito.— Oi! Será que podemos conversar um pouco? — Lanço lhe um olhar especulativo, porém, aceno um sim sutil. Camila se aproxima atrás de mim.— Ah, essa é Camila. Ela é minha amiga.— Olá, Camila. Eu sou a Ana. — Ela se encarrega de terminar as apresentações. As duas mulheres apertam as mãos de uma forma cordial e logo vejo um Range Rover prata parar em frente à casa.— É o Léo, amiga. Eu preciso ir.— Claro. E vê se não some, hein? — cantarolo.— Não vou sumir. Eu prometo. — Nos despedimos com um beijo rápido no rosto e em seguida volto o meu olhar para a minha futura cunhada.Droga, preciso me acostumar com isso. Penso.— Entre, Ana. — Peço lhe dando passagem. Ela entra na casa, porém não se senta e parece muito séria. — Aconteceu alguma coisa? — Pergunto receosa. Em resposta, Ana respira fundo.— É o Lucca, Alice.O coração dispara no peito. O Lucca saiu para atender uma emergência e pensando bem… já é bem tarde e ele aind
Alice— E a Sindy? — Escuto o Lucca perguntar para alguém. Abro os meus olhos e vejo que o sol já está alto lá fora.Droga, acabei dormindo demais. Resmungo internamente.— Ela já recebeu alta. — O médico diz e Lucca assente desanimado.— Ela ainda está aqui? — O homem faz não com a cabeça.— A assistente social já a levou. — Noto o meu noivo ficar sem ação. O médico lhe entrega um papel e sai em seguida do quarto. Eu desço da cama e ponho os sapatos indo ao seu encontro, o abraço por trás. Lucca parece despertar de algo.— Tudo bem aí? — Beijo suas costas por cima da camisa, porque não consigo alcançar a sua nuca. Ele se solta dos meus braços e se vira de frente para mim.— Está. É que… eu não consigo parar de pensar na garota. Em um dia tinha todos ao seu redor felizes, comemorando e no outro está sozinha, triste e em um orfanato.— Você ficou mesmo mexido com essa história, não é? — Digo acariciando o seu rosto e o beijo levemente. Ele suspira e beija a minha boca rapidamente.— Va