Renan Becker— Não! — Repete com um tom firme.Em seguida sinto uma dor infernal entre as minhas pernas.Eu a solto imediatamente e me curvo tentando aplacar a dor nos meus testículos.Filha da puta do caralho! Esbravejo internamente.Eu mato!Eu mato!Cadela dos infernos!Me forço a levantar do chão e saio como um louco, cambaleando a sua procura. Ando em direção dos elevadores, um deles faz sinal e abre as portas. Então paro e penso, olhando para os lados noto os sapatos esquecidos, largados no meio do corredor. As escadas. Penso e corro para lá. Alice corre como uma desesperada descendo os degraus apressadamente. Eu pulo de três em três degraus e a alcanço no segundo lance. Filha da mãe, agora você me paga. Penso possesso. Dou uma coronhada forte em sua nuca e a garota desmaia.— Sua vadia! Essa é mais uma que vai para a sua conta, porra! — rosno irritadoA casa é bem pequena e aconchegante. É do estilo lenhador. Tudo aqui é feito de madeira e tem poucos móveis. Apenas uma pequena
LuccaDez minutos...Uma viagem que levaria pelo menos meia hora do meu apartamento para o da Alice, eu levei dez minutos, mesmo com o caos do trânsito carioca a essa hora da noite. E meu coração já não batia mais como antes. Paro o carro bruscamente no acostamento ouvindo os sons das buzinas irritadas dos carros que vem logo atrás do meu. Saio como um desesperado de dentro do veículo e corro para dentro do prédio. Mas mão vou até a recepção. Se quer falo com o porteiro. Com a alma em frangalhos corro para o primeiro elevador que vejo e aperto o botão para o quinto andar. As portas se abrem e de cara vejo os seus saltos altos esquecidos no corredor.Téo sai do apartamento no mesmo instante em que eu saio do elevador. E engulo em seco quando vejo o seu olhar transtornado me encarando.— Onde está a Alice? — Pergunto imediatamente.— Eu... não seiOuvir essas palavras é como se me arrancassem o meu chão. Estou completamente desestabilizado.— Como assim, você não sabe, porra?!— Inquiro
Lucca— Então estamos procurando nos lugares errados. — Digo o óbvio. Cristopher assente. Pego o meu celular e ligo para o meu chefe imediatamente.— Lucca, alguma novidade?— Preciso da sua ajuda.— O que quiser.— Peça para alguém trazer alguns mapas de casas de caçadores no meio das florestas. E de galpões abandonados. O que você achar que serve como um cativeiro...— Sabe que isso vai demorar dias, não é? — Ele diz me cortando.O meu corpo estremece com violência. Sinto que não tenho dias para encontrá-la.— Chefe, isso é muito urgente. Se poder agilizar...— Farei o possível, Lucca.***As horas se avançam e mais um dia se passou. Estou em meu quarto pondo uma roupa para olhar mais uma opção de cativeiro. Um galpão abandonado em um distrito industrial. Alice sumiu já tem mais de vinte e quatro horas.— Lucca, tome só um café. — Ana surge em meu quaro. Ela e minha mãe estão aqui desde que souberam do sequestro. Eu a olho com carinho. Sei que está querendo cuidar de mim, mas de ver
Lucca— Lucca, se vai enfrentar Renan Backer, se quer resgatar a sua menina, não é fazendo uma greve de fome feito um pirralho mimado que vai conseguir. — Ele fala duramente.Eu não tenho palavras para revidar.— Sabe quanto tempo está perdendo em uma cama de hospital?Porra, o pior é que ele está certo.— Sabe como eu me senti quando perdi a Rose pela primeira vez? Um merda. Um nada. E desisti de viver... E por causa dessa minha atitude eu perdi vinte anos das nossas vidas... Vinte anos Lucca... É isso o que você quer?Faço não com a cabeça.— Então lute por ela dá maneira certa.— Estou com medo pai...— É a única coisa que consigo dizer.Ela dá um sorriso mínimo.— Isso é bom filho. Quer dizer que você ainda está vivo. Quer dizer que não quer largar a única coisa que te resta no momento... A esperança.Puxo a respiração.— Se agarre a ela Lucca Fassini. Não desista da sua menina. — Ele diz as palavras com firmeza.— E se ela...— Pergunto evasivo. Tenho medo de falar as palavras em v
Adriana MirandaDesde que saímos do Brasil me sinto mais segura. Tenho acompanhado a gravidez da Camila mais de perto e vejo o quanto a minha ela está feliz. São meses de paz e sossego.Camila se adaptou ao seu novo lar, mas sente falta dos amigos, mas nada se compara ao fato de deitar a minha cabeça no travesseiro e dormir sabendo que estamos bem. Que tudo vai se resolver.Sorrio ao ver o casal feliz passar pela sala ao beijos indo em direção do corredor. As risadinhas felizes são contagiantes. Depois que os dois somem pelo corredor, decido ir para o meu quarto e tomar um banho rápido.Enquanto a água do chuveiro cai sobre o meu corpo penso nos meus compromissos da semana. Pois é, aqui eu voltei a trabalhar no que eu mais gosto. Ações sociais.Tenho visitado algumas comunidades pequenas, e com ajuda de alguns bons amigos médicos e advogados temos ajudado muita gente e estou muito satisfeita com a minha vida de agora.Termino o banho e envolvo o meu corpo em um roupão branco, in
Adriana Becker É agora. Penso sentindo uma espécie de frenesi percorrendo o meu corpo. Uma mistura estranha de tremedeira com energia que me deixa em alerta.Calma, Adriana! Você consegue fazer isso. Digo para mim mesma.Vinte minutos depois, estou segurando a minha pequena mala e olhando ao meu redor no grande salão do aeroporto. O meu celular volta a tocar e o nome Alice brilha na tela.Respiro fundo e atendo a ligação._ Já estou aqui. _ Digo em um tom seco._ Ótimo! Adoro quando você é obediente. Estou indo te buscar. Não fale com ninguém, não estrague tudo Adriana.Dito isto, a ligação é encerrada.Cinco minutos. Foi o tempo de Renan levou para chegar até o aeroporto. O que me leva a pensar que ele não está distante daqui. Ele me olha com frieza dos pés a cabeça e com um sorriso dissimulado se aproxima de mim, me puxando para um abraço.Congelo imediatamente.Se ele sentir a pistola, aí sim estaremos ferradas. Me desvencilho do seu abraço e o encaro rudemente._ Vamos
Adriana Becker _ Podemos tentar a janela. Eu ergo você ou você me ergue e saímos em busca de ajuda._ Digo.Alice parece se animar com a ideia._ Eu te ajudo a chegar até a janela. Estou fraca demais para correr e pedir ajuda _ sugere.De repente não sei se isso é uma boa ideia. Alice parece muito fraca e desestabilizada e isso é preocupante, mas não temos outra saída._ Ótimo. Quando estiver do lado de fora, posso tentar tirar você daqui e..._ Não, Adriana. Só, corra e peça ajuda. Se eu for com você, vou te atrasar.Respiro fundo e assinto.Seguimos até a janela. Alice faz um calço com as mãos e com um impulso consigo ver o lado de fora. Pelo menos as árvores. É o que a minha visão alcança.Faço força tentando subir, mas não dá. Não é o suficiente._ Não dá pra alcançar. Tem que ser algo mais alto. _ Resmungo. Então desço e nos entre olhamos.Droga, essa era a nossa única chance!_ Suba nos meus ombros. _ Alice diz de repente.Com um esforço sobrenatural, Alice me ajuda
Lucca—Não, Lucca! Ficou louco, a cabana está em chamas e nós não temos o equipamento pra isso. — Rafa diz segurando firme o meu braço.tento me soltar. Preciso salvá-la!— Olhe para mim, cara. Você não sabe se Alice está ali dentro. — Insiste. Com desespero na alma e os olhos em lágrimas eu o encaro determinado.— Ela está lá. Eu sinto que ela está lá, Rafa. Me solta, caralho! — Rosno me soltando do seu agarre e corro em direção da entrada.As chamas parecem zombar de mim. A cada vez que eu avanço em direção da entrada da casa, elas parecem ainda maiores e mais aterrorizantes. Mais uma vez os rapazes me seguram e me arrastam para longe dali.— Você não vai entrar ali, porra! Não vou assistir o meu amigo se matar! — Gil diz irritado.Pense, Lucca! Pense logo em algo, porra!— Outra entrada! — Digo evasivo. — Procurem outra entrada! — Peço exasperado.Os homens se espalham rapidamente. A cabana é bem pequena, então a ação precisa ser muito rápida.— Aqui Lucca! — Rafa grita da lateral