Renan BackerAlice Ávila, se tornou o meu maior alvo. Em poucos dias a garota se tornou o meu inferno. A pior parte é ter os meus bens congelados... Eu não posso mexer em um tostão do meu dinheiro para poder fugir daqui.— Ai, Renan, seja rápido! Não quero que percebam que estou te ajudando. — O carcereiro diz colocando o celular na minha mão dissimuladamente. Esse é o lado bom de ser o único dentro dessa cela... Ninguém ver nada... E ninguém ouve nada. Pego a pequeno aparelho, com teclados de botões e me afasto da grade indo para o banco de concreto. Observo o carcereiro se afastar sutilmente, então ligo para a única pessoa que pode me ajudar nesse momento... Juiz Kameron.Com um suspiro baixo aguardo que ele me atenda.— Alô?— Kameron?— Backer? Como conseguiu?— Não importa, preciso da sua ajuda!Ele bufa do outro lado da linha.— Não posso te ajudar Backer. Estou de mãos atadas...— Uma porra que não pode. Quero que me tire daqui antes do dia amanhecer...—Como acha que eu vou f
Renan Becker— Mais um número desconhecido— Resmungo.— Backer falando. — Digo em meu habitual tom seco.— Renan? Quer uma dica boa?— Quem está falando?— Isso não importa. Alice está indo agora mesmo para o apartamento dela. Essa é a sua chance de se livrar de uma pedra no seu sapato. — O homem diz isso apenas e desliga.Meu sangue chega a pulsar quente nas veias.Olho para o lado de fora. Pensei que ia ter mais trabalho, mas até que está sendo fácil demais. Penso satisfeito. Durante o curto passeio ligo para um antigo amigo... Fernando Aristides. O homem foi policial federal e foi expulso da corporação por ajudar traficantes nas travessias das fronteiras levando drogas e prostitutas. Eu sei que ele tem uma paixão por caça e por isso mantém uma cabana no meio da floresta. É justamente disso que eu preciso para pôr o meu plano em prática.— Renan Backer? A quanto tempo? — Ele diz assim que me atende.Fernando me deve muitos favores e eu pretendo cobrá-los hoje.— Soube que estava pr
Renan Becker— Não! — Repete com um tom firme.Em seguida sinto uma dor infernal entre as minhas pernas.Eu a solto imediatamente e me curvo tentando aplacar a dor nos meus testículos.Filha da puta do caralho! Esbravejo internamente.Eu mato!Eu mato!Cadela dos infernos!Me forço a levantar do chão e saio como um louco, cambaleando a sua procura. Ando em direção dos elevadores, um deles faz sinal e abre as portas. Então paro e penso, olhando para os lados noto os sapatos esquecidos, largados no meio do corredor. As escadas. Penso e corro para lá. Alice corre como uma desesperada descendo os degraus apressadamente. Eu pulo de três em três degraus e a alcanço no segundo lance. Filha da mãe, agora você me paga. Penso possesso. Dou uma coronhada forte em sua nuca e a garota desmaia.— Sua vadia! Essa é mais uma que vai para a sua conta, porra! — rosno irritadoA casa é bem pequena e aconchegante. É do estilo lenhador. Tudo aqui é feito de madeira e tem poucos móveis. Apenas uma pequena
LuccaDez minutos...Uma viagem que levaria pelo menos meia hora do meu apartamento para o da Alice, eu levei dez minutos, mesmo com o caos do trânsito carioca a essa hora da noite. E meu coração já não batia mais como antes. Paro o carro bruscamente no acostamento ouvindo os sons das buzinas irritadas dos carros que vem logo atrás do meu. Saio como um desesperado de dentro do veículo e corro para dentro do prédio. Mas mão vou até a recepção. Se quer falo com o porteiro. Com a alma em frangalhos corro para o primeiro elevador que vejo e aperto o botão para o quinto andar. As portas se abrem e de cara vejo os seus saltos altos esquecidos no corredor.Téo sai do apartamento no mesmo instante em que eu saio do elevador. E engulo em seco quando vejo o seu olhar transtornado me encarando.— Onde está a Alice? — Pergunto imediatamente.— Eu... não seiOuvir essas palavras é como se me arrancassem o meu chão. Estou completamente desestabilizado.— Como assim, você não sabe, porra?!— Inquiro
Lucca— Então estamos procurando nos lugares errados. — Digo o óbvio. Cristopher assente. Pego o meu celular e ligo para o meu chefe imediatamente.— Lucca, alguma novidade?— Preciso da sua ajuda.— O que quiser.— Peça para alguém trazer alguns mapas de casas de caçadores no meio das florestas. E de galpões abandonados. O que você achar que serve como um cativeiro...— Sabe que isso vai demorar dias, não é? — Ele diz me cortando.O meu corpo estremece com violência. Sinto que não tenho dias para encontrá-la.— Chefe, isso é muito urgente. Se poder agilizar...— Farei o possível, Lucca.***As horas se avançam e mais um dia se passou. Estou em meu quarto pondo uma roupa para olhar mais uma opção de cativeiro. Um galpão abandonado em um distrito industrial. Alice sumiu já tem mais de vinte e quatro horas.— Lucca, tome só um café. — Ana surge em meu quaro. Ela e minha mãe estão aqui desde que souberam do sequestro. Eu a olho com carinho. Sei que está querendo cuidar de mim, mas de ver
Lucca— Lucca, se vai enfrentar Renan Backer, se quer resgatar a sua menina, não é fazendo uma greve de fome feito um pirralho mimado que vai conseguir. — Ele fala duramente.Eu não tenho palavras para revidar.— Sabe quanto tempo está perdendo em uma cama de hospital?Porra, o pior é que ele está certo.— Sabe como eu me senti quando perdi a Rose pela primeira vez? Um merda. Um nada. E desisti de viver... E por causa dessa minha atitude eu perdi vinte anos das nossas vidas... Vinte anos Lucca... É isso o que você quer?Faço não com a cabeça.— Então lute por ela dá maneira certa.— Estou com medo pai...— É a única coisa que consigo dizer.Ela dá um sorriso mínimo.— Isso é bom filho. Quer dizer que você ainda está vivo. Quer dizer que não quer largar a única coisa que te resta no momento... A esperança.Puxo a respiração.— Se agarre a ela Lucca Fassini. Não desista da sua menina. — Ele diz as palavras com firmeza.— E se ela...— Pergunto evasivo. Tenho medo de falar as palavras em v
Adriana MirandaDesde que saímos do Brasil me sinto mais segura. Tenho acompanhado a gravidez da Camila mais de perto e vejo o quanto a minha ela está feliz. São meses de paz e sossego.Camila se adaptou ao seu novo lar, mas sente falta dos amigos, mas nada se compara ao fato de deitar a minha cabeça no travesseiro e dormir sabendo que estamos bem. Que tudo vai se resolver.Sorrio ao ver o casal feliz passar pela sala ao beijos indo em direção do corredor. As risadinhas felizes são contagiantes. Depois que os dois somem pelo corredor, decido ir para o meu quarto e tomar um banho rápido.Enquanto a água do chuveiro cai sobre o meu corpo penso nos meus compromissos da semana. Pois é, aqui eu voltei a trabalhar no que eu mais gosto. Ações sociais.Tenho visitado algumas comunidades pequenas, e com ajuda de alguns bons amigos médicos e advogados temos ajudado muita gente e estou muito satisfeita com a minha vida de agora.Termino o banho e envolvo o meu corpo em um roupão branco, in
Adriana Becker É agora. Penso sentindo uma espécie de frenesi percorrendo o meu corpo. Uma mistura estranha de tremedeira com energia que me deixa em alerta.Calma, Adriana! Você consegue fazer isso. Digo para mim mesma.Vinte minutos depois, estou segurando a minha pequena mala e olhando ao meu redor no grande salão do aeroporto. O meu celular volta a tocar e o nome Alice brilha na tela.Respiro fundo e atendo a ligação._ Já estou aqui. _ Digo em um tom seco._ Ótimo! Adoro quando você é obediente. Estou indo te buscar. Não fale com ninguém, não estrague tudo Adriana.Dito isto, a ligação é encerrada.Cinco minutos. Foi o tempo de Renan levou para chegar até o aeroporto. O que me leva a pensar que ele não está distante daqui. Ele me olha com frieza dos pés a cabeça e com um sorriso dissimulado se aproxima de mim, me puxando para um abraço.Congelo imediatamente.Se ele sentir a pistola, aí sim estaremos ferradas. Me desvencilho do seu abraço e o encaro rudemente._ Vamos