AliceMal entro em minha sala e Carla, a assessora do senhor Cristóvão Lamborghini entra sem bater. Ela olha o pequeno espaço... Os objetos sobre a minha mesa e por fim se aproxima pegando o porta-retratos que tem a foto da minha família reunida. Ela faz um cara de desdém e me olha por fim.— Alice Ávila. — Diz dando um meio sorriso. — Você caiu nas graças do chefão. — Franzo o cenho confusa com o comentário evasivo.— Vi o seu blog. Quem diria, mais de dois milhões de visualizações. — Diz para o meu espanto.Dois milhões? Isso em que? Faz pouco mais de uma hora que o olhei.Cacete!— O senhor Lamborghini deseja vê-la. — Eu Balbucio alguma coisa. E me sinto uma idiota diante dessa mulher sem palavras para lhe dizer.Puxo a respiração e me forço a dizer alguma coisa.— Claro, eu só...— Agora Ávila! — ordena com um tom seco.Merda, será que agora estou encrencada?Cristóvão Lamborghini é um mega CEO e dono da emissora de TV mais prestigiada no Brasil inteiro. O homem é uma potência n
AliceUau, definitivamente eu não esperava por isso. É uma oportunidade única na vida de uma jornalista recém-formada. Eu deveria subir um degrau de cada vez, mas ao invés disso, estou subindo confortavelmente de elevador.— Eu aceito! — Digo sem titubear. Ele sorri.Eu já disse que o sorriso dele é uma perfeição?— Perfeito! — Ele olha para Carla atrás de mim e faz um gesto para ela se aproximar.— Quero que solicite para os meus advogados um novo contrato para Alice Ávila. Veja a questão da mudança de função, salário, gratificações, horários, e mudança de sala. E peça a Henrico que venha a minha sala, antes do meio-dia. Há e prepare a minha viagem para a Irlanda, veja o horário com o piloto. — Carla assente sutilmente e sai.Minutos depois, saio da sala do meu chefe superior praticamente suspensa do chão. Entrei aqui com o rabo entre as pernas, certa de que seria demitida. No entanto, saio promovida e dona da porra toda... Pelo menos da porra toda do segundo andar.Sorrio amplamente
Alice— Pensei em pedir algo para comer. O que prefere?— Hum, que tal uma lasanha à bolonhesa? — Sugiro com água na boca.— E um bom vinho para acompanhar? — Sugere em seguida.— Ótimo! Chego em meia hora. — Digo animada.— Espera, o Téo está com você?É impossível não perceber a sua preocupação na voz. De verdade, não sei o que eles pensam que pode acontecer comigo com Renan atrás das grades. Bufo internamente.— Sim, ele está. Não se preocupe. Te amo! — Volto a sorrir.— Também te amo! Se cuida. — Lucca encerra a ligação e logo começo a ajeitar algumas coisas sobre a minha mesa e ponho o meu laptop em minha bolsa.***Do lado de fora do meu escritório encontro Téo ao telefone, ele me ver e se despede rapidamente de seja lá quem for. Eu começo a andar em direção do elevador e ele segue logo atrás. As portas de metal se fecham e eu o olho rapidamente.— Está tudo bem? Não era o Lucca ou o meu pai pegando no seu pé né?— Não. Estava falando com a minha esposa. — Ele solta um suspiro.
Renan BackerAlice Ávila, se tornou o meu maior alvo. Em poucos dias a garota se tornou o meu inferno. A pior parte é ter os meus bens congelados... Eu não posso mexer em um tostão do meu dinheiro para poder fugir daqui.— Ai, Renan, seja rápido! Não quero que percebam que estou te ajudando. — O carcereiro diz colocando o celular na minha mão dissimuladamente. Esse é o lado bom de ser o único dentro dessa cela... Ninguém ver nada... E ninguém ouve nada. Pego a pequeno aparelho, com teclados de botões e me afasto da grade indo para o banco de concreto. Observo o carcereiro se afastar sutilmente, então ligo para a única pessoa que pode me ajudar nesse momento... Juiz Kameron.Com um suspiro baixo aguardo que ele me atenda.— Alô?— Kameron?— Backer? Como conseguiu?— Não importa, preciso da sua ajuda!Ele bufa do outro lado da linha.— Não posso te ajudar Backer. Estou de mãos atadas...— Uma porra que não pode. Quero que me tire daqui antes do dia amanhecer...—Como acha que eu vou f
Renan Becker— Mais um número desconhecido— Resmungo.— Backer falando. — Digo em meu habitual tom seco.— Renan? Quer uma dica boa?— Quem está falando?— Isso não importa. Alice está indo agora mesmo para o apartamento dela. Essa é a sua chance de se livrar de uma pedra no seu sapato. — O homem diz isso apenas e desliga.Meu sangue chega a pulsar quente nas veias.Olho para o lado de fora. Pensei que ia ter mais trabalho, mas até que está sendo fácil demais. Penso satisfeito. Durante o curto passeio ligo para um antigo amigo... Fernando Aristides. O homem foi policial federal e foi expulso da corporação por ajudar traficantes nas travessias das fronteiras levando drogas e prostitutas. Eu sei que ele tem uma paixão por caça e por isso mantém uma cabana no meio da floresta. É justamente disso que eu preciso para pôr o meu plano em prática.— Renan Backer? A quanto tempo? — Ele diz assim que me atende.Fernando me deve muitos favores e eu pretendo cobrá-los hoje.— Soube que estava pr
Renan Becker— Não! — Repete com um tom firme.Em seguida sinto uma dor infernal entre as minhas pernas.Eu a solto imediatamente e me curvo tentando aplacar a dor nos meus testículos.Filha da puta do caralho! Esbravejo internamente.Eu mato!Eu mato!Cadela dos infernos!Me forço a levantar do chão e saio como um louco, cambaleando a sua procura. Ando em direção dos elevadores, um deles faz sinal e abre as portas. Então paro e penso, olhando para os lados noto os sapatos esquecidos, largados no meio do corredor. As escadas. Penso e corro para lá. Alice corre como uma desesperada descendo os degraus apressadamente. Eu pulo de três em três degraus e a alcanço no segundo lance. Filha da mãe, agora você me paga. Penso possesso. Dou uma coronhada forte em sua nuca e a garota desmaia.— Sua vadia! Essa é mais uma que vai para a sua conta, porra! — rosno irritadoA casa é bem pequena e aconchegante. É do estilo lenhador. Tudo aqui é feito de madeira e tem poucos móveis. Apenas uma pequena
LuccaDez minutos...Uma viagem que levaria pelo menos meia hora do meu apartamento para o da Alice, eu levei dez minutos, mesmo com o caos do trânsito carioca a essa hora da noite. E meu coração já não batia mais como antes. Paro o carro bruscamente no acostamento ouvindo os sons das buzinas irritadas dos carros que vem logo atrás do meu. Saio como um desesperado de dentro do veículo e corro para dentro do prédio. Mas mão vou até a recepção. Se quer falo com o porteiro. Com a alma em frangalhos corro para o primeiro elevador que vejo e aperto o botão para o quinto andar. As portas se abrem e de cara vejo os seus saltos altos esquecidos no corredor.Téo sai do apartamento no mesmo instante em que eu saio do elevador. E engulo em seco quando vejo o seu olhar transtornado me encarando.— Onde está a Alice? — Pergunto imediatamente.— Eu... não seiOuvir essas palavras é como se me arrancassem o meu chão. Estou completamente desestabilizado.— Como assim, você não sabe, porra?!— Inquiro
Lucca— Então estamos procurando nos lugares errados. — Digo o óbvio. Cristopher assente. Pego o meu celular e ligo para o meu chefe imediatamente.— Lucca, alguma novidade?— Preciso da sua ajuda.— O que quiser.— Peça para alguém trazer alguns mapas de casas de caçadores no meio das florestas. E de galpões abandonados. O que você achar que serve como um cativeiro...— Sabe que isso vai demorar dias, não é? — Ele diz me cortando.O meu corpo estremece com violência. Sinto que não tenho dias para encontrá-la.— Chefe, isso é muito urgente. Se poder agilizar...— Farei o possível, Lucca.***As horas se avançam e mais um dia se passou. Estou em meu quarto pondo uma roupa para olhar mais uma opção de cativeiro. Um galpão abandonado em um distrito industrial. Alice sumiu já tem mais de vinte e quatro horas.— Lucca, tome só um café. — Ana surge em meu quaro. Ela e minha mãe estão aqui desde que souberam do sequestro. Eu a olho com carinho. Sei que está querendo cuidar de mim, mas de ver