Alguém quebrou o silêncio, falando em tom brincalhão: — Dra. Costa, uma notícia tão maravilhosa como essa, não vai comemorar de alguma forma? — Isso mesmo! A nossa Karina agora é a Sra. Barbosa, você não vai convidar a gente para um jantar especial? — Que tal uma festa? Que tal organizar uma comemoração? — Sim, sim, uma festa seria ótima! A conversa começou a se animar, e logo o ambiente ficou ainda mais descontraído. Felipe, observando a situação, deu uma olhada para Karina e balançou a cabeça. — Pessoal, calma aí! Todos nós somos professores e mentores da Karina. Como ela acabou de entrar, é claro que o hospital vai fazer uma recepção para ela. A animação se dissipou instantaneamente. Não por outro motivo, mas porque o tipo de confraternização que o hospital oferecia era sempre um evento sem muita graça. O orçamento era limitado, e o local escolhido para as comemorações raramente variava. Muitos tinham se animado com a ideia de aproveitar a posição de "Sra. Barbos
Quando saiu do setor e atravessou a ala cirúrgica, Karina ainda estava com o rosto fechado.— Karina. — Ademir a puxou. — Por que você está tão irritada?Já que ele havia perguntado, Karina não viu razão para esconder:— O jantar era minha responsabilidade, por que você não conversou comigo antes de tomar essa decisão sozinho?— O quê? — Ademir se sentiu injustiçado. — Fui eu que reservei o lugar, você não gostou? Não é você quem adora a comida do Cozyroom?— Adoro? — Karina estava furiosa. — Você sabe quantas pessoas tem na nossa equipe? Com médicos e enfermeiros, são mais de trinta pessoas!— E daí? — Ademir estava completamente confuso.E daí? Pensando no custo, aquele jantar ia custar cerca de 300 mil reais!Karina estava sem palavras, de tão irritada.— Você realmente não sabe o quanto isso é caro?— Caro? — Ademir franziu a testa, sem entender. Ele realmente não achava caro. Karina estava brava só por causa disso? — Karina, não é caro, a gente pode pagar, não é um problema.Esse
Todos ficaram em silêncio, observando as duas sem dizer uma palavra.Karina, envergonhada, não sabia o que fazer. Ela realmente não entendia por que precisava passar por tudo aquilo.Mordendo os dentes, ela tentou puxar Vitória:— O Ademir não está aqui! Se você quer falar com ele, é só ligar para ele!Com força, Karina puxava Vitória em direção à porta.— Não, eu não vou embora! — Vitória, lutando para se soltar, gritava. — Eu quero ver o Ademir! Eu preciso ver o Ademir!— Eu já falei, ele não está...Antes que Karina terminasse de falar, Vitória de repente soltou a mão dela e correu para a frente.— Ademir!Ademir parou, surpreso. Ele acabava de chegar e não fazia ideia de por que Vitória estava ali.Sua primeira reação foi olhar para Karina.E Karina, atônita por um momento, rapidamente desviou o olhar.Ademir sentiu uma dor no peito.Enquanto Karina tentava se controlar, os outros colegas observavam atentamente, como se estivessem assistindo a um espetáculo.Todos já tinham visto n
Com tantas pessoas observando, Karina não sabia o que fazer. Além disso, pensando em Catarino, ela também não se atrevia a contrariar a vontade de Ademir. Ela sorriu levemente e disse: — Dr. Felipe, então, por favor, faça todos descerem logo. — Claro. — Com certeza! — Vamos logo! — Estou morrendo de fome! — Eu também! Para o jantar de hoje, eu passei o dia todo sem comer, só para deixar espaço na barriga. A conversa animada se espalhou rapidamente, com todos evitando mencionar o que havia acontecido momentos antes, numa cumplicidade silenciosa. Lá embaixo, estacionados, havia seis ou sete carros, que levariam o grupo até o Cozyroom. Ao contrário da agitação de outros restaurantes, o ambiente ali era bem tranquilo. Os clientes pegaram seus pratos e, enquanto comiam, falavam em tom baixo. Eles eram muitos, então Júlio havia reservado três grandes mesas conectadas, todas com lugares ótimos perto da janela. Quanto à comida, os ingredientes eram fresquíssimos: fr
Helena colocou um camarão na tigela de Karina.Karina olhou de relance para o prato e disse:— Não.Helena se surpreendeu e percebeu que Karina não estava bem.— Karina?Normalmente, Karina jamais falaria assim.— Você não está bêbada, está?— O quê? — Karina virou a cabeça e olhou para ela com um ar de confusão. — Não, estou bem.Helena ficou em silêncio.Isso, definitivamente, era o que acontecia quando se estava bêbada.Helena engoliu em seco, visivelmente preocupada:— Karina, você está com algum mal-estar?— Não... — Karina respondeu, mas não parecia muito convincente.— E a barriga? — Helena olhou para o ventre de Karina. Dentro dele estava o herdeiro da família Barbosa. Não poderia haver nenhum erro. — Está sentindo algo na barriga?— A barriga? — Ao ouvir essas palavras, Karina colocou as mãos sobre a barriga e começou a acariciar de maneira suave. — É meu bebê.Helena e Lourenço ficaram em silêncio.Ambos trocaram olhares, sem saber o que fazer. O que mais poderiam fazer?De r
Depois de algum tempo ocupado, Ademir trouxe o hot-pot e vários pratos que Karina adorava.O garçom, vendo, tentou ajudar algumas vezes, mas Ademir não permitiu que ele fizesse nada.— Sr. Ademir, eu posso fazer isso para você.— Não, isso foi a minha esposa que me pediu para fazer.Como poderia deixar que outro fizesse por ele?Acendeu o fogo e, rapidamente, o álcool no fundo da panela começou a borbulhar. Ademir colocou os ingredientes e a carne na panela.Karina olhava fixamente, com os olhos brilhando, e engolia a saliva sem parar.A carne não precisava cozinhar muito.Vendo o jeito de Karina, Ademir achou engraçado. Pegou um pedaço de carne e colocou na tigela dela.Preparou o molho conforme o gosto dela.— Pronto. Agora pode comer.Karina não respondeu, apenas abaixou a cabeça e começou a comer a carne. Sua boca ficou cheia e, ao saborear, ela apertou os olhos, satisfeita.— Está bom?— Está bom. — Karina assentiu, apontando para a panela. — Quero mais.— Certo.— E carne de boi!
— Vocês... — Helena ficou sem palavras, tão furiosa que seu rosto estava fechado em raiva. — Eu não vou discutir com vocês! Melhor cuidarem da boca de vocês, porque se houver uma próxima vez, vou contar para o Sr. Ademir! E vocês sabem o quanto ele ama a Karina. Acha mesmo que ele vai deixar vocês assim?Ao ouvirem essas palavras, as duas meninas mudaram de expressão, visivelmente assustadas. Todas sabiam que, recentemente, os rumores no setor diziam que o problema com Hana tinha a ver com ter mexido com a Karina.— Não vamos mais falar, por favor, não conte para o Sr. Ademir...— Sim, foi nossa culpa, estávamos só falando sem pensar.Helena sentiu um nojo ainda maior ao ouvir aquelas desculpas:— Não estão indo embora ainda?— Vamos! Vamos embora!Quando as duas se viraram, acabaram esbarrando em Ademir.— Sr. Ademir...Ademir estava com uma expressão sombria:— Eu ouvi tudo o que disseram. Se acontecer de novo, vocês vão se arrepender ainda mais do que a Hana.As duas ficaram em choq
Ademir pegou Karina no colo e a colocou no carro, mas, sem querer, acabou esbarrando com a cabeça dela.Embora não tenha sido forte, Karina abriu os olhos e o olhou com raiva.— Você me machucou.A maneira como ela disse, com um tom tão fofinho e ao mesmo tempo tão vulnerável, tocou o coração de Ademir.Nos últimos tempos, eles sempre discutiam, e Karina nunca falava com ele de uma forma gentil.Se não fosse pelo fato de Karina ter bebido um pouco de álcool esta noite, nada disso teria acontecido.A situação provocou uma sensação de desejo no peito de Ademir, e sua garganta se contraiu fortemente.— Karina, não me provoque.— O quê? — Karina franziu a testa, sem entender, e inclinou a cabeça para o lado. — Eu não estou te provocando, eu não sou um anzol, eu sou médica...Ademir perdeu o controle.Ele abaixou a cabeça, segurou o queixo dela com firmeza e a beijou suavemente.A respiração ficou pesada, e Karina, insatisfeita, empurrou ele.— Não consigo mais respirar!Ademir sorriu.— At