Todos ficaram em silêncio, observando as duas sem dizer uma palavra.Karina, envergonhada, não sabia o que fazer. Ela realmente não entendia por que precisava passar por tudo aquilo.Mordendo os dentes, ela tentou puxar Vitória:— O Ademir não está aqui! Se você quer falar com ele, é só ligar para ele!Com força, Karina puxava Vitória em direção à porta.— Não, eu não vou embora! — Vitória, lutando para se soltar, gritava. — Eu quero ver o Ademir! Eu preciso ver o Ademir!— Eu já falei, ele não está...Antes que Karina terminasse de falar, Vitória de repente soltou a mão dela e correu para a frente.— Ademir!Ademir parou, surpreso. Ele acabava de chegar e não fazia ideia de por que Vitória estava ali.Sua primeira reação foi olhar para Karina.E Karina, atônita por um momento, rapidamente desviou o olhar.Ademir sentiu uma dor no peito.Enquanto Karina tentava se controlar, os outros colegas observavam atentamente, como se estivessem assistindo a um espetáculo.Todos já tinham visto n
Com tantas pessoas observando, Karina não sabia o que fazer. Além disso, pensando em Catarino, ela também não se atrevia a contrariar a vontade de Ademir. Ela sorriu levemente e disse: — Dr. Felipe, então, por favor, faça todos descerem logo. — Claro. — Com certeza! — Vamos logo! — Estou morrendo de fome! — Eu também! Para o jantar de hoje, eu passei o dia todo sem comer, só para deixar espaço na barriga. A conversa animada se espalhou rapidamente, com todos evitando mencionar o que havia acontecido momentos antes, numa cumplicidade silenciosa. Lá embaixo, estacionados, havia seis ou sete carros, que levariam o grupo até o Cozyroom. Ao contrário da agitação de outros restaurantes, o ambiente ali era bem tranquilo. Os clientes pegaram seus pratos e, enquanto comiam, falavam em tom baixo. Eles eram muitos, então Júlio havia reservado três grandes mesas conectadas, todas com lugares ótimos perto da janela. Quanto à comida, os ingredientes eram fresquíssimos: fr
Helena colocou um camarão na tigela de Karina.Karina olhou de relance para o prato e disse:— Não.Helena se surpreendeu e percebeu que Karina não estava bem.— Karina?Normalmente, Karina jamais falaria assim.— Você não está bêbada, está?— O quê? — Karina virou a cabeça e olhou para ela com um ar de confusão. — Não, estou bem.Helena ficou em silêncio.Isso, definitivamente, era o que acontecia quando se estava bêbada.Helena engoliu em seco, visivelmente preocupada:— Karina, você está com algum mal-estar?— Não... — Karina respondeu, mas não parecia muito convincente.— E a barriga? — Helena olhou para o ventre de Karina. Dentro dele estava o herdeiro da família Barbosa. Não poderia haver nenhum erro. — Está sentindo algo na barriga?— A barriga? — Ao ouvir essas palavras, Karina colocou as mãos sobre a barriga e começou a acariciar de maneira suave. — É meu bebê.Helena e Lourenço ficaram em silêncio.Ambos trocaram olhares, sem saber o que fazer. O que mais poderiam fazer?De r
Depois de algum tempo ocupado, Ademir trouxe o hot-pot e vários pratos que Karina adorava.O garçom, vendo, tentou ajudar algumas vezes, mas Ademir não permitiu que ele fizesse nada.— Sr. Ademir, eu posso fazer isso para você.— Não, isso foi a minha esposa que me pediu para fazer.Como poderia deixar que outro fizesse por ele?Acendeu o fogo e, rapidamente, o álcool no fundo da panela começou a borbulhar. Ademir colocou os ingredientes e a carne na panela.Karina olhava fixamente, com os olhos brilhando, e engolia a saliva sem parar.A carne não precisava cozinhar muito.Vendo o jeito de Karina, Ademir achou engraçado. Pegou um pedaço de carne e colocou na tigela dela.Preparou o molho conforme o gosto dela.— Pronto. Agora pode comer.Karina não respondeu, apenas abaixou a cabeça e começou a comer a carne. Sua boca ficou cheia e, ao saborear, ela apertou os olhos, satisfeita.— Está bom?— Está bom. — Karina assentiu, apontando para a panela. — Quero mais.— Certo.— E carne de boi!
— Vocês... — Helena ficou sem palavras, tão furiosa que seu rosto estava fechado em raiva. — Eu não vou discutir com vocês! Melhor cuidarem da boca de vocês, porque se houver uma próxima vez, vou contar para o Sr. Ademir! E vocês sabem o quanto ele ama a Karina. Acha mesmo que ele vai deixar vocês assim?Ao ouvirem essas palavras, as duas meninas mudaram de expressão, visivelmente assustadas. Todas sabiam que, recentemente, os rumores no setor diziam que o problema com Hana tinha a ver com ter mexido com a Karina.— Não vamos mais falar, por favor, não conte para o Sr. Ademir...— Sim, foi nossa culpa, estávamos só falando sem pensar.Helena sentiu um nojo ainda maior ao ouvir aquelas desculpas:— Não estão indo embora ainda?— Vamos! Vamos embora!Quando as duas se viraram, acabaram esbarrando em Ademir.— Sr. Ademir...Ademir estava com uma expressão sombria:— Eu ouvi tudo o que disseram. Se acontecer de novo, vocês vão se arrepender ainda mais do que a Hana.As duas ficaram em choq
Ademir pegou Karina no colo e a colocou no carro, mas, sem querer, acabou esbarrando com a cabeça dela.Embora não tenha sido forte, Karina abriu os olhos e o olhou com raiva.— Você me machucou.A maneira como ela disse, com um tom tão fofinho e ao mesmo tempo tão vulnerável, tocou o coração de Ademir.Nos últimos tempos, eles sempre discutiam, e Karina nunca falava com ele de uma forma gentil.Se não fosse pelo fato de Karina ter bebido um pouco de álcool esta noite, nada disso teria acontecido.A situação provocou uma sensação de desejo no peito de Ademir, e sua garganta se contraiu fortemente.— Karina, não me provoque.— O quê? — Karina franziu a testa, sem entender, e inclinou a cabeça para o lado. — Eu não estou te provocando, eu não sou um anzol, eu sou médica...Ademir perdeu o controle.Ele abaixou a cabeça, segurou o queixo dela com firmeza e a beijou suavemente.A respiração ficou pesada, e Karina, insatisfeita, empurrou ele.— Não consigo mais respirar!Ademir sorriu.— At
Os sequestradores causaram queimaduras graves em Vitória, e, como consequência, Ademir e Karina passaram a ter desentendimentos. Ademir definitivamente não deixaria isso passar em branco! — Sim, Ademir. ... Na manhã seguinte, quando Karina desceu as escadas, Ademir ainda não havia saído e estava esperando por ela. — Acordou? — Ademir a puxou gentilmente para se sentar, observando com atenção o rosto de Karina, enquanto perguntava de forma suave. — Sua cabeça ainda dói? A Wanessa preparou uma sopa nutritiva, daqui a pouco você deve tomar um pouco. Enquanto falava, Wanessa trouxe o café da manhã de Karina. Indicando a legumes: — Esta é a sopa de legumes que o Sr. Ademir pediu para fazer logo cedo. Ele disse que, como a Karina bebeu um pouco ontem à noite, é importante que você tome para ajudar no estômago. — Obrigada. — Karina agradeceu. Ela não sabia se a frase era dirigida a Wanessa ou ao Ademir. Observando Karina tomar a sopa, Ademir tirou uma caixa do bolso e colo
— O quê? — Eunice ficou paralisada por um momento, incapaz de acreditar no que ouvia. — Você realmente está dizendo que eu sou ousada? Num piscar de olhos, Eunice parecia uma chama prestes a explodir. — Lucas! Você realmente acha que isso é algo que uma pessoa pode dizer? Eu estive com você todos esses anos, somos casados! O dinheiro da casa é um bem comum entre nós! — Bem comum? — Lucas riu de forma sarcástica. — Não se esqueça, quando você se casou comigo, não tinha nada! Como você entrou nesta casa? Você não tinha um tostão! O corpo de Eunice imediatamente se endureceu, e, quando conseguiu processar suas palavras, a raiva a tomou com mais intensidade. — Ah, é? Agora você vem me dizer esse tipo de coisa sem consideração? A Vitória não é minha filha? — É. — Lucas respondeu com frieza. — Se não fosse pela Vitória, você acha que eu teria me casado com você? Eunice estava prestes a enlouquecer. Ela o agarrou, com força, como se estivesse tentando arrancar de Lucas algo qu