— Você pode ficar bravo, pode se irritar, mas eu te imploro, por favor, não diga esse tipo de coisa! Eu não consigo aceitar! Não faça isso! — Nuvem. — Karina olhou para Túlio com os olhos brilhando. — Fique calmo e me escute, por favor, pode ser? Na esquina, dentro de um carro luxuoso. Através da janela, Ademir observava os dois abraçados. Seu rosto permanecia sem expressão, mas seus lábios começaram a se curvar lentamente. Tão rápido eles se resolveram. Túlio realmente sabia como acalmar Karina, ele pensou. Bom para eles. Era exatamente o que Ademir desejava. Desviando o olhar, Ademir se sentiu aliviado. Instruindo o motorista, disse: — Vamos. — Sim, senhor. Enquanto o carro partia, Ademir não pôde evitar dar mais uma olhada. Eles ainda estavam abraçados. Túlio fechou os olhos de repente, como se estivesse tomando uma decisão. Era hora de deixar Karina ir. Karina tinha sua própria vida, e ele também tinha as suas responsabilidades. De agora em diante,
Logo pela manhã, Karina havia acabado de chegar ao hospital e trocado de roupa para o trabalho quando recebeu uma ligação de Estêvão:— Dra. Costa, você tem tempo hoje à tarde? Se não houver problema, vá ao tribunal de justiça para cuidar da papelada.Tão rápido assim? Vitória, sem dúvida, tinha uma posição de maior influência. Depois da explosão de raiva na noite anterior, Ademir prontamente tomou providências.Karina respondeu suavemente:— Não tenho problema algum.Ela ainda estava em fase de familiarização com o grupo de projetos, sendo responsável principalmente pela parte de pesquisa documental. Não precisava ficar o tempo todo no escritório, o que lhe dava certa liberdade.— Então, nos vemos à tarde.— Até à tarde.Após desligar o telefone, Karina começou a se concentrar no trabalho. Havia muitos documentos para organizar, e, ao meio-dia, ela mal teve tempo de almoçar. Sem apetite, bebeu um pouco de água, comeu um pão e algumas ameixas que haviam sobrado do dia anterior, improv
Júlio estava muito intrigado. O que estava acontecendo com a Karina? Será que ela estava fazendo isso de propósito para provocar o Ademir? Ademir já havia tomado duas xícaras de café. Seu semblante estava cada vez pior. Ademir estava claramente irritado! O tempo passava lentamente, e o sol já começava a se pôr. ... Quando a cirurgia terminou, já passava das cinco da tarde. Karina estava extremamente preocupada. Tomou um banho rápido e saiu correndo da sala de cirurgia. Ao chegar no escritório, pegou o celular rapidamente e ligou para Júlio. — Júlio, sou eu. — Karina. O que aconteceu? — Júlio abaixou a voz. — Por que você não apareceu? — Desculpa. — Karina massageava as têmporas. — Surgiu um imprevisto, não consegui avisar... — Karina. — De repente, outra voz surgiu na linha. Ademir pegou o telefone diretamente, seu tom era uma mistura de irritação e impaciência: — Onde você está? Venha aqui agora! — O quê? — Karina ficou surpresa e logo perguntou: — Você ain
Não era a primeira vez que Ademir falava assim com ela. Karina realmente não entendia, o que exatamente ela não conseguia compreender? Mas hoje a culpa era dela, e ser zombada fazia sentido. Karina admitiu seu erro com sinceridade: — Chegar atrasada foi errado da minha parte, atrapalhei você. Será que amanhã de manhã... Ademir riu friamente, sem demonstrar emoções, mas sua expressão deixava claro o descontentamento. — Eu pareço ter tempo de sobra? Você decide a hora e eu só obedeço? Karina ficou sem palavras e respondeu: — Não foi isso que eu quis dizer. Ela não o via tão apressado? Caso contrário, ele não teria ficado esperando por ela no tribunal de justiça durante toda a tarde. — Júlio! — Ademir desviou o olhar e lançou um rápido olhar para Júlio. — Já terminou de falar? Se terminou, entre logo no carro! Hoje você está falando demais! Júlio suava de nervoso. — Sim, Ademir. — Sem ousar dizer mais nada, entrou apressadamente no carro. — Vamos, dirija. O c
Patrícia continuou a falar: — Antes, você não lutava porque não tinha como vencer, mas agora, o Lucas te deu uma oportunidade. Não desperdice essa chance! — Mas... — Karina ainda estava preocupada. — Ele fez isso por algum motivo, com certeza. — Isso é ótimo! — Patrícia ergueu o queixo e disse. — Ele tem planos para você, e você quer recuperar o que é seu e do Catarino, isso é mais do que justo. As palavras de Patrícia fizeram Karina acordar de vez! Depois de dois segundos de silêncio, Karina sorriu: — Sim, faz todo sentido. — Vá em frente. — Patrícia se inclinou e segurou a mão de Karina. — Recupere o que é de vocês, assim você e o Catarino vão ter uma vida bem melhor. Ao dizer isso, ela olhou para a barriga de Karina e acrescentou: — Além do mais, você tem um filho para criar. Se você recuperar o patrimônio, tudo se resolve. Exatamente! Karina mordeu o lábio, sentindo o sangue pulsar rápido em suas veias, uma excitação e entusiasmo como nunca antes. Ela assent
— Você, você... — Eunice tremia de raiva, gritando irritada. — O que você quer dizer com filha? Não se esqueça de que tudo o que você tem hoje é por causa da Vitória! — É mesmo? — Lucas riu de canto e ajeitou os óculos. — Os outros podem não saber, mas eu sei muito bem. Naquela noite no Hotel Dynasty, quem estava lá era a Karina, não a Vitória. De repente, até Vitória ficou nervosa: — Pai, por que está falando sobre isso? Eunice lambeu os lábios, sua arrogância de antes havia sumido um pouco, e ela perguntou: — O que você quer dizer com isso? Vai contar para o Sr. Ademir? Não se esqueça de que aquela mulher odeia você! Se você contar a verdade, não vai ganhar nada com isso! Além disso, a situação já chegou a esse ponto, você quer prejudicar a Vitória? Ela também é sua filha! — Sim, pai. — Vitória assentiu repetidamente. Lucas não negou, apenas disse calmamente: — Não vou fazer nada. Só quero que a família se reúna e tenha um bom jantar. O que ele queria dizer com isso
Lucas então disse: — Então vamos comer depois. Falando isso, ele ergueu a cabeça e olhou para Eunice e sua filha, que estavam do outro lado: — Karina, cumprimente sua madrasta e sua irmã. Ao ouvir essas palavras, Karina franziu as sobrancelhas. No entanto, ao se lembrar do motivo pelo qual havia vindo, controlou a repulsa que sentia e acenou com a cabeça: — Eunice, irmã. — A Karina chegou. — Eunice sorriu, o rosto cheio de falsidade. — Há quanto tempo. Hoje é o aniversário do seu pai, estamos todos reunidos como uma família. Ela disse isso com uma calma perturbadora, como se nunca tivesse havido qualquer desentendimento entre eles. Karina riu internamente. Essas duas... Realmente combinavam. Nenhuma delas era normal. Olhando assim, até a Vitória, com sua expressão fria, parecia mais autêntica: — Hoje é o aniversário do papai. Já que está aqui, aproveite e coma conosco. — Claro. — Karina sorriu de leve, os lábios se curvando suavemente. Interpretar um papel? Quem n
Diferente da fúria que dominava Ademir, Karina curvou os lábios num sorriso e olhou para Lucas. "Filha de um amigo? É assim que ele chama o que disse ser uma família reunida?" Lucas desviou o olhar, visivelmente desconfortável, mudando o assunto: — Karina, o Sr. Ademir, vocês... Ele ignorou o olhar questionador de Karina. Estava claro que não tinha intenção de reconhecê-la como filha. Karina, no entanto, não o desmascarou. Com um sorriso tranquilo, ela se virou para Ademir e disse: — Não precisa de apresentações. Todos aqui já se conhecem, não é? Todos já nos encontramos antes. Sua franqueza foi tão inesperada que até Eunice ficou surpresa, paralisada por um momento. Sem perceber, Karina continuou: — De acordo com a lógica, a Vitória é quase como se fosse minha irmã, então, Sr. Ademir, isso faz de você meu cunhado, não é? Ela lançou um olhar suave para Vitória e, com um sorriso gentil, acrescentou: — Irmã, você transformou seu cunhado em marido. Meus parabéns. O