Com o rosto pálido e frio, Karina seguiu em frente sem hesitar.— Karina!Ademir não conseguiu detê-la. Ele passou a mão pela testa, preocupado, e se apressou para acompanhá-la....Na hora de se sentar, Lucas puxou a cadeira para Karina e se colocou bem ao lado dela.— Venha, Karina, se sente aqui.— Obrigada. — Karina se sentou obedientemente, colaborando sem hesitar.Duas pessoas do outro lado da mesa olharam em sua direção. Coincidentemente, Ademir estava sentado bem em frente a ela, com o olhar fixo, sem expressar nenhuma emoção.Karina não se importou nem um pouco, baixou a cabeça e tomou um gole de água.Um garçom se aproximou e trouxe toalhas quentes para as mãos.— Karina. — Lucas, sempre atencioso, estendeu a toalha já aberta para ela. — Cuidado, está bem quente.— Certo.Depois de limpar as mãos, os pratos começaram a chegar devagar.Hoje, Lucas parecia uma pessoa completamente diferente, demonstrando muita paciência e cuidado com Karina:— Karina, o que você quer comer?Ka
Logo, Lucas já não conseguia mais beber.Seu rosto ficou extremamente vermelho, o cheiro de álcool emanava de todo o corpo, e ele balançava as mãos repetidamente, dizendo:— Sr. Ademir, eu realmente não aguento mais.— É mesmo? — Ademir parecia lamentar. — E eu que pensei que, em um dia tão especial, poderíamos beber mais um pouco...Karina, que estava ao lado, não disse nada. Silenciosamente, chamou o garçom e pediu um copo de água quente. Ela o colocou ao lado de Lucas e disse:— Tome um pouco de água quente, descanse um pouco.— Certo. — Lucas sorriu enquanto pegava o copo, olhando para Karina com alegria, e assentiu satisfeito.Do outro lado da mesa, o rosto de Ademir escureceu imediatamente.Eles não tinham vergonha? Agindo com tanta intimidade diante de todos!Já Eunice e Vitória tinham expressões igualmente desagradáveis, mas por motivos diferentes. Elas se preocupavam com outra coisa. Lucas e Karina estavam tão próximos assim? Isso não era um bom sinal.Eunice deu uma ris
— Mãe. — Vitória pediu com um tom manhoso. — Como pode ser assim? O seu é feito com carinho, isso é algo que dinheiro nenhum pode comprar. Papai, você não acha?— Sim. — Lucas sorriu, assentindo vigorosamente. — Com certeza.Ele pegou o relógio e disse:— O relógio que você me deu... O papai também gostou muito. Obrigado, minha filha.— Fico feliz que o papai tenha gostado.Agora, era a vez de Ademir.O presente dele estava dentro de uma pequena caixinha.Vitória, curiosa, abriu a caixa por ele, sorrindo enquanto perguntava:— O que é isso? Tão pequeno... Será que é outro relógio? Acabamos dando a mesma coisa?Ademir não respondeu à pergunta de Vitória e disse apenas:— Abra para ver.Assim que a caixa foi aberta, lá estava uma chave de um carro.— O que é isso? — Vitória levantou a cabeça de repente, os olhos brilhando de surpresa.Ademir respondeu calmamente:— É um carro.— O quê! Sr. Ademir, você gastou dinheiro demais!Eunice, radiante de felicidade, olhou para o marido e disse:—
Após entregar os presentes, Karina pegou o pedaço de bolo que não tinha terminado de comer antes. Seu apetite raramente era bom, mas ela havia gostado muito do bolo naquela noite. Lucas observou enquanto ela terminava de comer e até usava a colher para raspar o restante do creme no prato. Lucas sorriu e perguntou: — Você gostou desse bolo? — Sim, esse bolo está delicioso. — Karina assentiu. — Tem mais. — Lucas imediatamente cortou outro pedaço para ela, com uma expressão carinhosa e gentil. — Coma devagar, tem bastante bolo ainda. De onde estava, Ademir viu tudo com clareza. Esse bolo era realmente tão bom assim? Seguindo o olhar dele, Vitória notou. Ademir estava olhando para Karina? Uma sensação desconfortável tomou conta de seu coração. ... O jantar demorou bastante. Quando acabou, já eram nove horas, e Ademir e Lucas haviam bebido um pouco demais. Mesmo assim, Lucas insistiu: — Karina, eu te levo de volta. Está tarde, e uma garota sozinha... Não é seguro. Ex
— Sim, Ademir. — Karina, vamos. Enzo ouviu as palavras de Ademir, levou Karina para o carro e partiu primeiro. Assim que ela foi embora, Vitória suspirou de alívio. Contanto que Ademir não estivesse com ela, tudo ficaria bem. Depois disso, Ademir colocou a família de Vitória no carro e instruiu o motorista: — Dirija com cuidado. Quando chegar, me ligue para avisar. — Sr. Ademir, fique tranquilo. Assim que o carro com a família de Vitória saiu, o rosto de Ademir mudou de expressão. Ele abriu a porta do carro, se curvou e entrou, dizendo: — Dirija. Ademir estava com uma expressão sombria, claramente muito irritado. No carro com ele estava Bruno. — Ligue para o seu irmão e peça para ele parar o carro em algum lugar! Bruno ficou surpreso, sem entender o motivo, mas hesitou e assentiu. — Certo. — Então, fez como Ademir disse e ligou para Enzo. — Irmão, o Ademir pediu para você encontrar um lugar e parar o carro. Do outro lado da linha, Enzo também ficou confuso, ma
Ademir estava furioso, segurando a caixa de bolo no alto, seus olhos negros semicerrados enquanto rangia os dentes. — E se eu o quebrar? — Ameaçou ele. Karina, com o olhar gélido, encarou ele diretamente, a expressão séria: — Esse bolo é meu. Por favor, coloque ele no chão, eu não estou brincando com você. Ela realmente se importava tanto... Ao olhar para o rosto delicado e rosado de Karina, Ademir apertou ainda mais o braço que segurava o bolo. Com um sorriso frio e uma expressão de escárnio nos lábios, ele retrucou: — E eu também não estou brincando quando digo que vou destruí-lo! Mal terminou de falar, levantou o braço de repente e, com toda sua força, arremessou o bolo no chão. O grito surpreso de Karina ecoou no ar, enquanto a caixa se espatifava no chão, sobrando apenas a base do bolo. O conteúdo foi jogado para todos os lados, grudando no asfalto em uma bagunça completa. Enzo e Bruno, que estavam ao lado, ficaram completamente atônitos. Ademir estava tomado p
De volta ao lado de Karina.Reprimindo a inveja e a raiva em seu coração, ele gritou:— Pare de chorar! É só um bolo, eu compro para você! Quantos você quiser...Antes que pudesse terminar a frase, Karina se levantou de repente, como se não tivesse ouvido nada do que ele disse. Não, na verdade, era como se ela não o enxergasse. Caminhava diretamente para frente, ignorando sua presença.Vendo isso, Enzo e Bruno fecharam os olhos imediatamente, fingindo que não tinham visto nada. Ademir, por outro lado, mantinha as sobrancelhas franzidas, com um leve sorriso irônico nos lábios.Ele correu dois passos à frente, agarrou o braço de Karina e disse:— Estou falando com você! Não me ouviu?Quando viu o olhar frio de Karina, seu coração vacilou, e sua raiva desapareceu instantaneamente.— Eu disse que vou comprar para você... — Ele hesitou, se sentindo desconfortável e sabendo que precisava dizer o que estava entalado. — Eu já não te disse para não aceitar mais nada do Lucas? Isso inclui os pre
"Que sentimentos?" Ademir ficou imóvel, perdido em pensamentos. Filipe o olhou calmamente e continuou: — Você diz que quer que a vida de Karina melhore, mas no fundo, não consegue aceitar que ela fique próxima de outro homem. Basta uma palavra dela, um olhar, e você enlouquece. Após uma breve pausa, Filipe perguntou: — Então, me diga, quais são os seus verdadeiros sentimentos? Ademir permaneceu em silêncio, sua garganta se apertando, mas ele não respondeu. — Vamos. — Filipe o puxou da área onde estavam assistindo à dança e o levou a uma mesa próxima, onde se sentaram. Ele serviu um copo de água gelada para Ademir. — Você está cheirando a álcool. Beba essa água e se acalme. Ademir segurou o copo, mas não bebeu. As palavras de Filipe ecoavam em sua mente. Ele sabia que Filipe tinha razão. Ele gostava de Karina. Se não sentisse algo por ela, por que teria aceitado o passado dela, o filho, e ainda desejado se casar com ela? Ademir fechou os olhos, sua voz rouca ao dizer: