Não era a primeira vez que Ademir falava assim com ela. Karina realmente não entendia, o que exatamente ela não conseguia compreender? Mas hoje a culpa era dela, e ser zombada fazia sentido. Karina admitiu seu erro com sinceridade: — Chegar atrasada foi errado da minha parte, atrapalhei você. Será que amanhã de manhã... Ademir riu friamente, sem demonstrar emoções, mas sua expressão deixava claro o descontentamento. — Eu pareço ter tempo de sobra? Você decide a hora e eu só obedeço? Karina ficou sem palavras e respondeu: — Não foi isso que eu quis dizer. Ela não o via tão apressado? Caso contrário, ele não teria ficado esperando por ela no tribunal de justiça durante toda a tarde. — Júlio! — Ademir desviou o olhar e lançou um rápido olhar para Júlio. — Já terminou de falar? Se terminou, entre logo no carro! Hoje você está falando demais! Júlio suava de nervoso. — Sim, Ademir. — Sem ousar dizer mais nada, entrou apressadamente no carro. — Vamos, dirija. O c
Patrícia continuou a falar: — Antes, você não lutava porque não tinha como vencer, mas agora, o Lucas te deu uma oportunidade. Não desperdice essa chance! — Mas... — Karina ainda estava preocupada. — Ele fez isso por algum motivo, com certeza. — Isso é ótimo! — Patrícia ergueu o queixo e disse. — Ele tem planos para você, e você quer recuperar o que é seu e do Catarino, isso é mais do que justo. As palavras de Patrícia fizeram Karina acordar de vez! Depois de dois segundos de silêncio, Karina sorriu: — Sim, faz todo sentido. — Vá em frente. — Patrícia se inclinou e segurou a mão de Karina. — Recupere o que é de vocês, assim você e o Catarino vão ter uma vida bem melhor. Ao dizer isso, ela olhou para a barriga de Karina e acrescentou: — Além do mais, você tem um filho para criar. Se você recuperar o patrimônio, tudo se resolve. Exatamente! Karina mordeu o lábio, sentindo o sangue pulsar rápido em suas veias, uma excitação e entusiasmo como nunca antes. Ela assent
— Você, você... — Eunice tremia de raiva, gritando irritada. — O que você quer dizer com filha? Não se esqueça de que tudo o que você tem hoje é por causa da Vitória! — É mesmo? — Lucas riu de canto e ajeitou os óculos. — Os outros podem não saber, mas eu sei muito bem. Naquela noite no Hotel Dynasty, quem estava lá era a Karina, não a Vitória. De repente, até Vitória ficou nervosa: — Pai, por que está falando sobre isso? Eunice lambeu os lábios, sua arrogância de antes havia sumido um pouco, e ela perguntou: — O que você quer dizer com isso? Vai contar para o Sr. Ademir? Não se esqueça de que aquela mulher odeia você! Se você contar a verdade, não vai ganhar nada com isso! Além disso, a situação já chegou a esse ponto, você quer prejudicar a Vitória? Ela também é sua filha! — Sim, pai. — Vitória assentiu repetidamente. Lucas não negou, apenas disse calmamente: — Não vou fazer nada. Só quero que a família se reúna e tenha um bom jantar. O que ele queria dizer com isso
Lucas então disse: — Então vamos comer depois. Falando isso, ele ergueu a cabeça e olhou para Eunice e sua filha, que estavam do outro lado: — Karina, cumprimente sua madrasta e sua irmã. Ao ouvir essas palavras, Karina franziu as sobrancelhas. No entanto, ao se lembrar do motivo pelo qual havia vindo, controlou a repulsa que sentia e acenou com a cabeça: — Eunice, irmã. — A Karina chegou. — Eunice sorriu, o rosto cheio de falsidade. — Há quanto tempo. Hoje é o aniversário do seu pai, estamos todos reunidos como uma família. Ela disse isso com uma calma perturbadora, como se nunca tivesse havido qualquer desentendimento entre eles. Karina riu internamente. Essas duas... Realmente combinavam. Nenhuma delas era normal. Olhando assim, até a Vitória, com sua expressão fria, parecia mais autêntica: — Hoje é o aniversário do papai. Já que está aqui, aproveite e coma conosco. — Claro. — Karina sorriu de leve, os lábios se curvando suavemente. Interpretar um papel? Quem n
Diferente da fúria que dominava Ademir, Karina curvou os lábios num sorriso e olhou para Lucas. "Filha de um amigo? É assim que ele chama o que disse ser uma família reunida?" Lucas desviou o olhar, visivelmente desconfortável, mudando o assunto: — Karina, o Sr. Ademir, vocês... Ele ignorou o olhar questionador de Karina. Estava claro que não tinha intenção de reconhecê-la como filha. Karina, no entanto, não o desmascarou. Com um sorriso tranquilo, ela se virou para Ademir e disse: — Não precisa de apresentações. Todos aqui já se conhecem, não é? Todos já nos encontramos antes. Sua franqueza foi tão inesperada que até Eunice ficou surpresa, paralisada por um momento. Sem perceber, Karina continuou: — De acordo com a lógica, a Vitória é quase como se fosse minha irmã, então, Sr. Ademir, isso faz de você meu cunhado, não é? Ela lançou um olhar suave para Vitória e, com um sorriso gentil, acrescentou: — Irmã, você transformou seu cunhado em marido. Meus parabéns. O
Com o rosto pálido e frio, Karina seguiu em frente sem hesitar.— Karina!Ademir não conseguiu detê-la. Ele passou a mão pela testa, preocupado, e se apressou para acompanhá-la....Na hora de se sentar, Lucas puxou a cadeira para Karina e se colocou bem ao lado dela.— Venha, Karina, se sente aqui.— Obrigada. — Karina se sentou obedientemente, colaborando sem hesitar.Duas pessoas do outro lado da mesa olharam em sua direção. Coincidentemente, Ademir estava sentado bem em frente a ela, com o olhar fixo, sem expressar nenhuma emoção.Karina não se importou nem um pouco, baixou a cabeça e tomou um gole de água.Um garçom se aproximou e trouxe toalhas quentes para as mãos.— Karina. — Lucas, sempre atencioso, estendeu a toalha já aberta para ela. — Cuidado, está bem quente.— Certo.Depois de limpar as mãos, os pratos começaram a chegar devagar.Hoje, Lucas parecia uma pessoa completamente diferente, demonstrando muita paciência e cuidado com Karina:— Karina, o que você quer comer?Ka
Logo, Lucas já não conseguia mais beber.Seu rosto ficou extremamente vermelho, o cheiro de álcool emanava de todo o corpo, e ele balançava as mãos repetidamente, dizendo:— Sr. Ademir, eu realmente não aguento mais.— É mesmo? — Ademir parecia lamentar. — E eu que pensei que, em um dia tão especial, poderíamos beber mais um pouco...Karina, que estava ao lado, não disse nada. Silenciosamente, chamou o garçom e pediu um copo de água quente. Ela o colocou ao lado de Lucas e disse:— Tome um pouco de água quente, descanse um pouco.— Certo. — Lucas sorriu enquanto pegava o copo, olhando para Karina com alegria, e assentiu satisfeito.Do outro lado da mesa, o rosto de Ademir escureceu imediatamente.Eles não tinham vergonha? Agindo com tanta intimidade diante de todos!Já Eunice e Vitória tinham expressões igualmente desagradáveis, mas por motivos diferentes. Elas se preocupavam com outra coisa. Lucas e Karina estavam tão próximos assim? Isso não era um bom sinal.Eunice deu uma ris
— Mãe. — Vitória pediu com um tom manhoso. — Como pode ser assim? O seu é feito com carinho, isso é algo que dinheiro nenhum pode comprar. Papai, você não acha?— Sim. — Lucas sorriu, assentindo vigorosamente. — Com certeza.Ele pegou o relógio e disse:— O relógio que você me deu... O papai também gostou muito. Obrigado, minha filha.— Fico feliz que o papai tenha gostado.Agora, era a vez de Ademir.O presente dele estava dentro de uma pequena caixinha.Vitória, curiosa, abriu a caixa por ele, sorrindo enquanto perguntava:— O que é isso? Tão pequeno... Será que é outro relógio? Acabamos dando a mesma coisa?Ademir não respondeu à pergunta de Vitória e disse apenas:— Abra para ver.Assim que a caixa foi aberta, lá estava uma chave de um carro.— O que é isso? — Vitória levantou a cabeça de repente, os olhos brilhando de surpresa.Ademir respondeu calmamente:— É um carro.— O quê! Sr. Ademir, você gastou dinheiro demais!Eunice, radiante de felicidade, olhou para o marido e disse:—