Lucas então disse: — Então vamos comer depois. Falando isso, ele ergueu a cabeça e olhou para Eunice e sua filha, que estavam do outro lado: — Karina, cumprimente sua madrasta e sua irmã. Ao ouvir essas palavras, Karina franziu as sobrancelhas. No entanto, ao se lembrar do motivo pelo qual havia vindo, controlou a repulsa que sentia e acenou com a cabeça: — Eunice, irmã. — A Karina chegou. — Eunice sorriu, o rosto cheio de falsidade. — Há quanto tempo. Hoje é o aniversário do seu pai, estamos todos reunidos como uma família. Ela disse isso com uma calma perturbadora, como se nunca tivesse havido qualquer desentendimento entre eles. Karina riu internamente. Essas duas... Realmente combinavam. Nenhuma delas era normal. Olhando assim, até a Vitória, com sua expressão fria, parecia mais autêntica: — Hoje é o aniversário do papai. Já que está aqui, aproveite e coma conosco. — Claro. — Karina sorriu de leve, os lábios se curvando suavemente. Interpretar um papel? Quem n
Diferente da fúria que dominava Ademir, Karina curvou os lábios num sorriso e olhou para Lucas. "Filha de um amigo? É assim que ele chama o que disse ser uma família reunida?" Lucas desviou o olhar, visivelmente desconfortável, mudando o assunto: — Karina, o Sr. Ademir, vocês... Ele ignorou o olhar questionador de Karina. Estava claro que não tinha intenção de reconhecê-la como filha. Karina, no entanto, não o desmascarou. Com um sorriso tranquilo, ela se virou para Ademir e disse: — Não precisa de apresentações. Todos aqui já se conhecem, não é? Todos já nos encontramos antes. Sua franqueza foi tão inesperada que até Eunice ficou surpresa, paralisada por um momento. Sem perceber, Karina continuou: — De acordo com a lógica, a Vitória é quase como se fosse minha irmã, então, Sr. Ademir, isso faz de você meu cunhado, não é? Ela lançou um olhar suave para Vitória e, com um sorriso gentil, acrescentou: — Irmã, você transformou seu cunhado em marido. Meus parabéns. O
Com o rosto pálido e frio, Karina seguiu em frente sem hesitar.— Karina!Ademir não conseguiu detê-la. Ele passou a mão pela testa, preocupado, e se apressou para acompanhá-la....Na hora de se sentar, Lucas puxou a cadeira para Karina e se colocou bem ao lado dela.— Venha, Karina, se sente aqui.— Obrigada. — Karina se sentou obedientemente, colaborando sem hesitar.Duas pessoas do outro lado da mesa olharam em sua direção. Coincidentemente, Ademir estava sentado bem em frente a ela, com o olhar fixo, sem expressar nenhuma emoção.Karina não se importou nem um pouco, baixou a cabeça e tomou um gole de água.Um garçom se aproximou e trouxe toalhas quentes para as mãos.— Karina. — Lucas, sempre atencioso, estendeu a toalha já aberta para ela. — Cuidado, está bem quente.— Certo.Depois de limpar as mãos, os pratos começaram a chegar devagar.Hoje, Lucas parecia uma pessoa completamente diferente, demonstrando muita paciência e cuidado com Karina:— Karina, o que você quer comer?Ka
Logo, Lucas já não conseguia mais beber.Seu rosto ficou extremamente vermelho, o cheiro de álcool emanava de todo o corpo, e ele balançava as mãos repetidamente, dizendo:— Sr. Ademir, eu realmente não aguento mais.— É mesmo? — Ademir parecia lamentar. — E eu que pensei que, em um dia tão especial, poderíamos beber mais um pouco...Karina, que estava ao lado, não disse nada. Silenciosamente, chamou o garçom e pediu um copo de água quente. Ela o colocou ao lado de Lucas e disse:— Tome um pouco de água quente, descanse um pouco.— Certo. — Lucas sorriu enquanto pegava o copo, olhando para Karina com alegria, e assentiu satisfeito.Do outro lado da mesa, o rosto de Ademir escureceu imediatamente.Eles não tinham vergonha? Agindo com tanta intimidade diante de todos!Já Eunice e Vitória tinham expressões igualmente desagradáveis, mas por motivos diferentes. Elas se preocupavam com outra coisa. Lucas e Karina estavam tão próximos assim? Isso não era um bom sinal.Eunice deu uma ris
— Mãe. — Vitória pediu com um tom manhoso. — Como pode ser assim? O seu é feito com carinho, isso é algo que dinheiro nenhum pode comprar. Papai, você não acha?— Sim. — Lucas sorriu, assentindo vigorosamente. — Com certeza.Ele pegou o relógio e disse:— O relógio que você me deu... O papai também gostou muito. Obrigado, minha filha.— Fico feliz que o papai tenha gostado.Agora, era a vez de Ademir.O presente dele estava dentro de uma pequena caixinha.Vitória, curiosa, abriu a caixa por ele, sorrindo enquanto perguntava:— O que é isso? Tão pequeno... Será que é outro relógio? Acabamos dando a mesma coisa?Ademir não respondeu à pergunta de Vitória e disse apenas:— Abra para ver.Assim que a caixa foi aberta, lá estava uma chave de um carro.— O que é isso? — Vitória levantou a cabeça de repente, os olhos brilhando de surpresa.Ademir respondeu calmamente:— É um carro.— O quê! Sr. Ademir, você gastou dinheiro demais!Eunice, radiante de felicidade, olhou para o marido e disse:—
Após entregar os presentes, Karina pegou o pedaço de bolo que não tinha terminado de comer antes. Seu apetite raramente era bom, mas ela havia gostado muito do bolo naquela noite. Lucas observou enquanto ela terminava de comer e até usava a colher para raspar o restante do creme no prato. Lucas sorriu e perguntou: — Você gostou desse bolo? — Sim, esse bolo está delicioso. — Karina assentiu. — Tem mais. — Lucas imediatamente cortou outro pedaço para ela, com uma expressão carinhosa e gentil. — Coma devagar, tem bastante bolo ainda. De onde estava, Ademir viu tudo com clareza. Esse bolo era realmente tão bom assim? Seguindo o olhar dele, Vitória notou. Ademir estava olhando para Karina? Uma sensação desconfortável tomou conta de seu coração. ... O jantar demorou bastante. Quando acabou, já eram nove horas, e Ademir e Lucas haviam bebido um pouco demais. Mesmo assim, Lucas insistiu: — Karina, eu te levo de volta. Está tarde, e uma garota sozinha... Não é seguro. Ex
— Sim, Ademir. — Karina, vamos. Enzo ouviu as palavras de Ademir, levou Karina para o carro e partiu primeiro. Assim que ela foi embora, Vitória suspirou de alívio. Contanto que Ademir não estivesse com ela, tudo ficaria bem. Depois disso, Ademir colocou a família de Vitória no carro e instruiu o motorista: — Dirija com cuidado. Quando chegar, me ligue para avisar. — Sr. Ademir, fique tranquilo. Assim que o carro com a família de Vitória saiu, o rosto de Ademir mudou de expressão. Ele abriu a porta do carro, se curvou e entrou, dizendo: — Dirija. Ademir estava com uma expressão sombria, claramente muito irritado. No carro com ele estava Bruno. — Ligue para o seu irmão e peça para ele parar o carro em algum lugar! Bruno ficou surpreso, sem entender o motivo, mas hesitou e assentiu. — Certo. — Então, fez como Ademir disse e ligou para Enzo. — Irmão, o Ademir pediu para você encontrar um lugar e parar o carro. Do outro lado da linha, Enzo também ficou confuso, ma
Ademir estava furioso, segurando a caixa de bolo no alto, seus olhos negros semicerrados enquanto rangia os dentes. — E se eu o quebrar? — Ameaçou ele. Karina, com o olhar gélido, encarou ele diretamente, a expressão séria: — Esse bolo é meu. Por favor, coloque ele no chão, eu não estou brincando com você. Ela realmente se importava tanto... Ao olhar para o rosto delicado e rosado de Karina, Ademir apertou ainda mais o braço que segurava o bolo. Com um sorriso frio e uma expressão de escárnio nos lábios, ele retrucou: — E eu também não estou brincando quando digo que vou destruí-lo! Mal terminou de falar, levantou o braço de repente e, com toda sua força, arremessou o bolo no chão. O grito surpreso de Karina ecoou no ar, enquanto a caixa se espatifava no chão, sobrando apenas a base do bolo. O conteúdo foi jogado para todos os lados, grudando no asfalto em uma bagunça completa. Enzo e Bruno, que estavam ao lado, ficaram completamente atônitos. Ademir estava tomado p