Helen chegou à empresa com um sorriso que não conseguia disfarçar. Seu corpo ainda lembrava o calor de Ethan, a intensidade do olhar dele na noite anterior. O quase-beijo queimava como um segredo doce e proibido, e ela não conseguia parar de reviver o momento.Entrou sorrindo, cumprimentou os colegas com um aceno animado e seguiu para sua sala. Assim que a porta se fechou atrás de si, encostou-se na madeira, respirando fundo, os olhos brilhando.— O que foi aquilo ontem? — murmurou para si mesma, sorrindo. — Você quase… Helen, você quase…Sacudiu a cabeça, divertida, e caminhou até a mesa. Colocou a bolsa sobre o tampo de vidro, ligou o computador e desbloqueou o celular.Uma notificação.Uma mensagem desconhecida.“Se quer saber quem de fato é o seu marido, compareça a esse endereço.”A imagem de Ethan veio imediatamente à sua mente. O sorriso dele, o toque em seu rosto. O olhar carregado de desejo e confusão. Franziu a testa.— O que é isso?Apertou o ícone da mensagem. Havia um end
Helen desceu as escadas do prédio de Miranda como se o chão fosse desabar a cada passo. O mundo girava, mas não por causa de vertigem, era a decepção, o nó na garganta, o coração estraçalhado pela traição. O vento cortava seu rosto como navalhas, mas ela mal sentia. Sua visão estava embaçada pelas lágrimas que se recusava a derramar em público.Foi quando o telefone tocou.Ela pensou em não atender, mas ao ver o nome de Zoe na tela, apertou o botão com força.— Oi… — disse com a voz fraca.— Helen! — disse Zoe, empolgada. — Estava pensando em você! Vamos almoçar juntas? Preciso de uma pausa e quero fofocar um pouco. Está livre?Helen respirou fundo. Ela precisava daquilo. Precisava de Zoe. Precisava de alguém que não mentisse.— Tô indo agora mesmo.O restaurante era charmoso, discreto, com plantas pendendo do teto e luz suave filtrando pelas janelas. Zoe chegou primeiro e levantou para abraçar Helen com um sorriso doce.Mas o sorriso desapareceu assim que notou os olhos marejados da
Ethan CarterEu joguei o corpo para trás na cadeira, soltando um suspiro longo.— E então? — Liam me olhava com um sorriso malicioso. — Vai ou não vai me contar por que está com essa cara de quem viu um fantasma?Olhei para o meu copo, girando o líquido âmbar dentro dele. Eu precisava falar sobre isso, antes de tomar meu drink encarei meu amigo e disse sem sem rodeios:— Ontem fui até o apartamento da Miranda. Liam me encarou nos olhos mas não disse uma só palavra, no fundo, ele sabia que eu tinha mais coisa para contar. — Eu fui determinado a conversar com ela, eu… eu estou confuso Liam. Na noite anterior eu e Helen nós quase…— Quase…— Nos beijamos. — disse suspirando derrotado. — E porque não aconteceu?— Porque… eu na verdade, não sei. Eu não sei o que sinto por Helen, tenho medo de apenas estar confundindo os sentimentos, em estar carente por não dormir com uma mulher há meses, por isso eu… aceitei me encontrar com a Miranda. — Peraí, deixa eu ver se eu entendi. Você está go
Helen sentiu o peito se contrair no instante em que seus olhos pousaram sobre a fotografia. O mundo ao seu redor silenciou, como se o próprio tempo a suspendesse naquele exato momento de agonia. O sorriso de Ethan na imagem, sua expressão relaxada ao lado de Miranda, a maneira como seus corpos pareciam confortáveis um com o outro… cada detalhe perfurava sua alma como estilhaços de vidro.Seu coração martelava dentro do peito, não de surpresa, mas de uma dor sufocante, excruciante. Porque, no fundo, ela sempre soube. Sempre soube que Ethan nunca a quis. Sempre soube que, se pudesse escolher, ele estaria ao lado de Miranda, vivendo o sonho dourado que nunca pôde ter. E agora, ele estava ali, mostrando ao mundo, sem qualquer pudor, que ainda a desejava.O contrato entre eles nunca envolveu amor, mas Helen o amava. Amava Ethan de uma forma que a destruía pouco a pouco, que sugava sua alma a cada dia. Nunca quis esse casamento, mas quando foi obrigada a aceitar, agarrou-se à esperança de q
O telefone de Helen tocou logo pela manhã, interrompendo o silêncio tranquilo de seu apartamento. Sua voz suave atendeu o chamado, mas o tom firme e urgente de seu pai do outro lado da linha a deixou em alerta.— Helen, preciso que venha à empresa agora. É urgente.Ela conhecia bem aquela voz fria e autoritária, mas o que a diferenciava de todos os outros era sua capacidade de enfrentar o pai sem abaixar a cabeça. Sempre o fez com elegância e gentileza, porque essa era a sua essência: uma mulher doce, generosa, mas forte.Vestiu-se com um conjunto elegante, mas simples, composto por uma blusa creme delicada e uma saia lápis que moldava seu corpo de maneira sutil. Os cabelos dourados e ondulados caíam livremente sobre os ombros, e os olhos azuis brilhavam com uma mistura de apreensão e determinação. Helen era a mulher que sempre sorria para os outros, sempre buscava o melhor nas pessoas, mesmo quando o mundo parecia desmoronar ao seu redor.Enquanto caminhava para o prédio de vidro imp
O elevador desceu lentamente, cada segundo fazendo o peito de Helen apertar mais. Mas ela se recusava a demonstrar fragilidade. Sempre foi uma mulher determinada, forte, disposta a enfrentar qualquer coisa para alcançar seus objetivos. E agora, não seria diferente.Helen repetia para si mesma: É só um contrato, só negócios. Mas, no fundo, aquilo era muito mais. Era sua chance de provar que Ethan estava errado. Que ela não era apenas uma mulher frágil apaixonada por ele. Que ela era muito mais do que a garota previsível que ele sempre viu.O amor que sentia por Ethan era algo que ela havia aceitado muito tempo atrás. Uma chama persistente que não se apagava, mesmo diante da frieza dele. Mas Helen jamais imploraria por afeto. Ela não se humilharia por um homem, por mais que o amasse.Quando as portas do elevador se abriram, ela inspirou fundo e caminhou com passos firmes até a sala de reuniões. Ethan já estava lá, sentado, com a expressão carrancuda, o olhar glacial e os ombros rígidos
A igreja estava impecável, um verdadeiro cenário de sonho. Lustres imponentes lançavam sua luz dourada sobre o altar, onde flores brancas decoravam cada canto, simbolizando pureza e renascimento. O som delicado dos violinos preenchia o ambiente, criando a atmosfera perfeita para um casamento digno de contos de fadas.Mas para Helen, aquilo era um teste. Um desafio que ela estava disposta a enfrentar. Não fugiria, não se lamentaria. Iria provar para Ethan que ele estava errado.Cada passo pelo tapete vermelho era dado com firmeza. Não era medo que a movia, era convicção. Convicção de que estava ali por escolha própria, de que amava Ethan e não se deixaria intimidar pela frieza dele.O braço firme do pai a conduzia em direção ao altar. Ela o segurava com força, não para se apoiar, mas para manter o controle absoluto sobre si mesma.E então, lá estava ele: Ethan Carter.Impecável. Inalcançável. Indiferente.O terno preto de corte perfeito moldava seu corpo com uma elegância quase cruel.
A ilha privada onde ficariam hospedados era um verdadeiro paraíso. A areia branca contrastava com o azul cristalino do mar e o sol brilhava intensamente sobre eles, como se o mundo conspirasse para que aquela lua de mel fosse perfeita.Mas o clima entre eles era frio como gelo.Quando chegaram à casa luxuosa reservada para a estadia, Helen observou o ambiente com interesse genuíno. Cada detalhe parecia cuidadosamente planejado para proporcionar conforto e elegância.— Escolha o quarto que preferir. — Ethan disse de forma indiferente, caminhando diretamente para o escritório.Helen sentiu o peito apertar. Se ele pensava que ela se afastaria, estava muito enganado.— Nós somos casados, Ethan. Acho que não precisamos de quartos separados.Ele parou, com os ombros tensos. Depois, virou-se para encará-la, com os olhos faiscando com irritação.— Não me provoque, Helen. Você pode ter o meu nome, mas nada além disso.— Eu não estou pedindo nada. Apenas que você pare de agir como se eu fosse s