A reunião foi um sucesso absoluto. Os acionistas estavam satisfeitos, e um deles, antes de se retirar, fez questão de se levantar e expressar sua admiração ao novo CEO. — Ethan, estamos extremamente orgulhosos dos feitos que você conquistou até agora. — O homem disse, lançando um olhar de aprovação. — Sua visão para a empresa tem sido impecável.Ethan se permitiu um sorriso satisfeito e com um sorriso nos lábios, respondeu:— Agradeço pela confiança. Meu foco sempre será o crescimento da empresa e o incentivo aos nossos funcionários. O sucesso é um reflexo do trabalho em equipe.O acionista assentiu com um sorriso, assim como os demais executivos que cumprimentaram Ethan antes de deixarem a sala.Agora, apenas ele e Liam permaneciam ali. O amigo se levantou, caminhando até o bar no canto da sala e servindo duas doses generosas de uísque.— Tenho que admitir, você tem feito um trabalho incrível. — Liam comentou, entregando um copo a Ethan. — A empresa cresceu absurdamente nos últimos
Helen e Zoe estavam sentadas em um restaurante charmoso no centro da cidade. A mesa, decorada com um pequeno vaso de flores brancas, tinha pratos quase intocados, pois a conversa parecia muito mais interessante do que a comida. Zoe estava visivelmente animada, seus olhos brilhando de curiosidade enquanto se inclinava para frente.— Tá, agora me conta, Helen! — disse Zoe, sorrindo travessa. — Como assim você veio para a empresa com o Ethan hoje?Helen suspirou, mexendo distraidamente no suco com o canudo.— Ele só quis ser gentil depois do que aconteceu ontem. — respondeu, tentando parecer indiferente.— Sei… — Zoe ergueu uma sobrancelha, desconfiada. — E o que foi que aconteceu ontem?O sorriso no rosto de Helen sumiu e ele encarou Zoe nos olhos. — Não viu a matéria? — Matéria? Helen pegou o celular o mexendo e procurou nas redes socias. Elevou a sobrancelha em confusão percebendo que a matéria havia sido removida. — Vamos Helen me conta logo o que o idiota do meu irmão fez dessa
Zoe estacionou o carro com mais força do que pretendia, sua raiva ainda fervia sob a pele. Ela não conseguia tirar da cabeça a cena de Miranda se aproximando delas com aquele maldito sorriso presunçoso, humilhando Helen sem sequer precisar levantar a voz. O pior foi ver a dor estampada no rosto da cunhada, mesmo quando ela tentava disfarçar.Assim que entrou em casa, encontrou Ethan no hall de entrada, ajustando o paletó. Ele parecia prestes a sair, segurando uma pasta de documentos.— O que você tá fazendo aqui? — perguntou Zoe, cruzando os braços.— Vim deixar um documento pro papai assinar, ele tá no escritório. — respondeu, mas logo estreitou os olhos, analisando o semblante da irmã. — O que houve? Você tá com uma cara péssima.Zoe bufou, largando a bolsa sobre o sofá com irritação.— O que houve? Aquela sua maldita amante, ela é o problema!Ethan franziu a testa imediatamente.— O que tem a Miranda?:Zoe passou as mãos pelos cabelos, tentando conter a raiva antes de explodir.— E
Ao entrar na casa, Ethan foi engolido por um silêncio pesado, denso, quase opressor. Não era o tipo de silêncio calmo, confortável, era o tipo que grita em cada canto, que ecoa aquilo que a alma tenta sufocar.Ele fechou a porta devagar, como se temesse o som que pudesse fazer. O suspiro que escapou de seus lábios foi longo, cansado, arrastado como quem carrega mais do que os ombros podem suportar.Sim, ele estava exausto.Mas não era o corpo que doía, era algo mais profundo. Uma dor que lhe consumia em silêncio, algo que ele recusava dar nome. Caminhou lentamente pela sala e então parou quando viu Helen encolhida no sofá. O corpo pequeno, quase frágil, como se tentasse se proteger do mundo inteiro. O rosto relaxado pelo sono ainda guardava os traços de uma tensão invisível, um cansaço emocional que se infiltrava até em seus sonhos.Ethan ficou parado por um instante, apenas observando. O coração bateu mais lento. Mais pesado.Ele sabia que deveria simplesmente virar as costas e deix
Helen sentiu o peito se contrair no instante em que seus olhos pousaram sobre a fotografia. O mundo ao seu redor silenciou, como se o próprio tempo a suspendesse naquele exato momento de agonia. O sorriso de Ethan na imagem, sua expressão relaxada ao lado de Miranda, a maneira como seus corpos pareciam confortáveis um com o outro… cada detalhe perfurava sua alma como estilhaços de vidro.Seu coração martelava dentro do peito, não de surpresa, mas de uma dor sufocante, excruciante. Porque, no fundo, ela sempre soube. Sempre soube que Ethan nunca a quis. Sempre soube que, se pudesse escolher, ele estaria ao lado de Miranda, vivendo o sonho dourado que nunca pôde ter. E agora, ele estava ali, mostrando ao mundo, sem qualquer pudor, que ainda a desejava.O contrato entre eles nunca envolveu amor, mas Helen o amava. Amava Ethan de uma forma que a destruía pouco a pouco, que sugava sua alma a cada dia. Nunca quis esse casamento, mas quando foi obrigada a aceitar, agarrou-se à esperança de q
O telefone de Helen tocou logo pela manhã, interrompendo o silêncio tranquilo de seu apartamento. Sua voz suave atendeu o chamado, mas o tom firme e urgente de seu pai do outro lado da linha a deixou em alerta.— Helen, preciso que venha à empresa agora. É urgente.Ela conhecia bem aquela voz fria e autoritária, mas o que a diferenciava de todos os outros era sua capacidade de enfrentar o pai sem abaixar a cabeça. Sempre o fez com elegância e gentileza, porque essa era a sua essência: uma mulher doce, generosa, mas forte.Vestiu-se com um conjunto elegante, mas simples, composto por uma blusa creme delicada e uma saia lápis que moldava seu corpo de maneira sutil. Os cabelos dourados e ondulados caíam livremente sobre os ombros, e os olhos azuis brilhavam com uma mistura de apreensão e determinação. Helen era a mulher que sempre sorria para os outros, sempre buscava o melhor nas pessoas, mesmo quando o mundo parecia desmoronar ao seu redor.Enquanto caminhava para o prédio de vidro imp
O elevador desceu lentamente, cada segundo fazendo o peito de Helen apertar mais. Mas ela se recusava a demonstrar fragilidade. Sempre foi uma mulher determinada, forte, disposta a enfrentar qualquer coisa para alcançar seus objetivos. E agora, não seria diferente.Helen repetia para si mesma: É só um contrato, só negócios. Mas, no fundo, aquilo era muito mais. Era sua chance de provar que Ethan estava errado. Que ela não era apenas uma mulher frágil apaixonada por ele. Que ela era muito mais do que a garota previsível que ele sempre viu.O amor que sentia por Ethan era algo que ela havia aceitado muito tempo atrás. Uma chama persistente que não se apagava, mesmo diante da frieza dele. Mas Helen jamais imploraria por afeto. Ela não se humilharia por um homem, por mais que o amasse.Quando as portas do elevador se abriram, ela inspirou fundo e caminhou com passos firmes até a sala de reuniões. Ethan já estava lá, sentado, com a expressão carrancuda, o olhar glacial e os ombros rígidos
A igreja estava impecável, um verdadeiro cenário de sonho. Lustres imponentes lançavam sua luz dourada sobre o altar, onde flores brancas decoravam cada canto, simbolizando pureza e renascimento. O som delicado dos violinos preenchia o ambiente, criando a atmosfera perfeita para um casamento digno de contos de fadas.Mas para Helen, aquilo era um teste. Um desafio que ela estava disposta a enfrentar. Não fugiria, não se lamentaria. Iria provar para Ethan que ele estava errado.Cada passo pelo tapete vermelho era dado com firmeza. Não era medo que a movia, era convicção. Convicção de que estava ali por escolha própria, de que amava Ethan e não se deixaria intimidar pela frieza dele.O braço firme do pai a conduzia em direção ao altar. Ela o segurava com força, não para se apoiar, mas para manter o controle absoluto sobre si mesma.E então, lá estava ele: Ethan Carter.Impecável. Inalcançável. Indiferente.O terno preto de corte perfeito moldava seu corpo com uma elegância quase cruel.