Chuva forte

Na entrada do hospital.

A Francisca era magra e segurava em sua mão magra o relatório do teste de gravidez do hospital, com três palavras claras escritas nele.

------ Não é grávida！

- Três anos de casamento e ainda não está grávida?

- Porque você é tão inútil? Se você não estiver grávida, será desistida pela família Pereira. O que faremos então?

A mãe da Francisca, Gabriela Oliveira, usando salto alto, estava bem vestida, seus dedos apontavam para a Francisca, seu rosto estava cheio de decepção.

Os olhos da Francisca estavam vazios e todas as palavras presas em seu coração finalmente se fundiam em uma frase.

- Desculpe.

- Eu não quero seu pedido de desculpas. Eu só quero que você dê um bebê para ele. Percebeu?

A Francisca não sabia como responder à sua mãe.

Ela já tinha sido casada com o Antônio por três anos, o Antônio nunca tocava nela.

Então, como conseguiram ter bebês?

A Gabriela olhava para a fraqueza e incompetência da Francisca, apenas sentia que a sua filha não parecia ela nada.

Finalmente, Gabriela só deixava uma frase implacável.

- Se você não conseguir, deverá ajudar o Antônio a encontrar uma namorada nova. Se assim for, ele também será grato a você.

A Francisca olhava para a costa da sua mãe, o seu coração estava cheio de descrença.

Sua mãe biológica pediu que ela encontrasse uma amante nova para seu marido.

Estava extremamente desapontada no seu coração.

......

Estava no carro para casa.

As últimas palavras que a Gabriela dizia quando ela saiu ecoaram na mente da Francisca, de repente, havia um rugido no seu ouvido.

Ela sabia que a doença dela estava piorando novamente.

Neste momento, havia uma mensagem de texto do celular, era do Antônio, três anos é como um dia.

- Não volto para casa esta noite.

Eles já estavam casados por três anos, mas o Antônio nunca passava noites em casa.

A Francisca ainda se lembrava do que o Antônio dizia na noite de núpcias deles,

- Se a sua família Oliveira se atrever a trair a promessa, você deve estar pronta para viver sozinha.

Viver sozinha...

Há três anos, as duas famílias Oliveira e Pereira tinham feito casamento comercial.

Já tinha sido prometido, tudo foi para o bem comum.

Mas no dia do casamento, a família Oliveira mudava da ideia temporariamente, transferia toda a propriedade, incluindo Bilhões que o Antônio deu à Francisca.

Pensando nisso, os olhos da Francisca estavam distraídos e devolvia uma palavra “Bem”, como de costume.

O relatório do teste de gravidez em sua mão foi inconscientemente mantido em uma dobra.

Quando a Francisca chegou a casa, deixava o relatório na lata de lixo.

Nesta época de cada mês, ela sempre sentia muito cansada.

Não preparava o jantar, ela se apoiava no sofá por um tempo, quase dormindo.

Havia sempre um som de estrondo nos ouvidos dela.

Isso também era o que o Antônio odiava, ela tinha uma audição fraca, sendo equivalente a deficiência numa família rica.

Então porque é que o Antônio pode deixa-la ter filhos?

Cinco horas de manhã, o relógio na parede fazia um som baixo.

Em uma hora, O Antônio estava de volta.

A Francisca percebeu que ela dormiu no sofá a noite toda.

Ela levantava-se e preparava o café para o Antônio e tinha medo de estar um segundo atrasado.

O Antônio estava rijo em seu trabalho, e ele é ainda mais exigente com o tempo e as pessoas ao seu redor.

Às seis horas, ele voltava a tempo.

Um terno italiano padrão e reto, com o corpo longo, temperamento contido, sobrancelhas bonitas e masculinidade.

Mas a Francisca pensava que ele estava indiferente e alienado.

Ele nem olhava para a Francisca. Ele passava diretamente por ela e olhava para o café da manhã na mesa e disse.

- Você é assim todos os dias. Qual é a diferença entre você e uma serva?

Três anos, a Francisca sempre fazia coisas de forma mesma, vestindo a mesma roupa cinza e clara, e até mesmo respondendo a mensagens de texto ''Bem.''

Para ser honesta, se não fosse pelo casamento comercial, se não mentido pela família Oliveira.

Ele não poderia casa com uma mulher assim!

Serva?

Havia um rugido no ouvido da Francisca novamente, sua garganta sufocava. Ela não sabia donde vinha a sua coragem e perguntava:- Tó, tem uma pessoa que ama?

Esta frase de repente fazia com que os olhos do Antônio mudassem.

- O que você quere dizer?

A Francisca olhava para a pessoa à sua frente, suportando suas queixas internas e lentamente disse:- Se você tiver alguém que ama, pode estar com ela...

Antes de as suas palavras terminarem, ela foi interrompida pelo Antônio.

- Está louca?

......

O Antônio saia, e a francisca sentava-se sozinha na varanda, olhando para a chuva fria lá fora.

O som da chuva estava às vezes claro e às vezes borrado.

Depois de tirar o aparelho auditivo, o mundo dela ficava quieto.

Há um mês, o médico disse a ela.

- Senhora Francisca, seu nervo auditivo e o centro em todos os níveis têm lesões, causando sua competência auditiva pior novamente. Se continuar a se deteriorar, vai ficar completamente surda.

Ela não costumava o mundo tão quieto. Ela via para a sala de estar e ligou a TV, aumentava o volume a máximo, e mal conseguia ouvir um pouco de som.

Não sabia se era uma coincidência, havia uma entrevista sobre o retorno de Catarina Alves, a rainha da música na TV.

A mão da Francisca com o controle remoto tremia.

Catarina Alves, o primeiro amor do Antônio Pereira!

Depois de não a ver por muitos anos, ela ainda era linda como sempre. À frente da câmera, ela estava calma. Ela não era mais a moça tímida e baixa autoestima quando procurou o apoio da família Oliveira.

Quando o repórter perguntou porque ela voltava para o país, Catarina estava confiante e ousada.

- Eu volto desta vez para recuperar o meu primeiro amor.

O controle remoto na mão da Francisca caia no chão.

O coração dela também caia.

Parecia chover mais forte fora.

A Francisca com pressa desligava a TV e limpava o café da manhã não comido.

Quando ela chegou à cozinha, descobriu que o Antônio teria esquecido de levar seu celular.

Ela pegou o celular e viu as mensagens de texto não lidas na tela.

- Tó, você deve ter estado muito infeliz nos últimos anos, não é?

- Eu sei que você não a ama nada. Vamos nos encontrar hoje à noite. Sinto muito a sua falta.

Até a tela escurecer, a Francisca não conseguiu se recuperar.

Pegava um táxi para a empresa do Antônio.

No caminho, a Francisca olhava pela janela, e a chuva parecia nunca parar.

O Antônio não gostava que a Francisca fosse à sua empresa, então cada vez que ela o procurava, a Francisca sempre pegava o elevador de carga da porta dos fundos.

Quando o Guilherme, a assistente especial do Antônio, via a Francisca chegando, ele acabou de chamá-la friamente.

- Senhorita Oliveira.

Ao reder do Antônio, ninguém pensou que ela fosse a esposa do Antônio.

Ela estava uma pessoa em escuro para sempre.

Quando o Antônio viu o celular enviado pela Francisca, ele franzia a testa.

Ela é sempre assim, um almoço, um documento, um vestido, um guarda-chuva, desde que ela se esqueceu de alguma coisa, a Francisca ia enviar.

- Eu já disse que você não precisa de vir à minha empresa para me dar algo.

A Francisca ficava atordoada.

- Desculpe, esqueci.

“Quando é que minha memória ficou tão má?” Pensou a Francisca, “Se calhar quando vi a mensagem da Catarina, estou com muito medo. Receio que o Antônio despareça de repente.”

Antes de sair, a Francisca olhava para o Antônio e finalmente não pôde deixar de perguntar a frase.

- Tó, você ainda gosta da Catarina?

O Antônio achava que a Francisca tinha sido muito estranha recentemente.

Ela não só esquecia das coisas, mas também gostava de perguntar palavras estranhas.

Ela assim, como podia ser a esposa do Antônio?

Ele respondia impacientemente:- Se você estiver muito ocioso, encontre algo para fazer.

A Francisca antes arranjava um emprego, mas a mãe do Antônio, Sílvia Pereira, uma vez perguntou a ela sem hesitação.

- Você quer que todos no mundo saibam que nosso Antônio se casou com uma esposa com problemas auditivos?

Então, no final, ela teve de desistir do seu emprego e se encontrar em casa para ser a nominal Sra. Francisca.

Quando ela chegou a casa, ficou sozinha até à noite.

Ela não conseguia dormir.

O toque do celular à beira da cama tocou rapidamente.

É um telefonema estranho.

Mal atendia, surgia uma doce voz feminina que fazia a Francisca entrar em pânico o tempo todo.

------ Catarina Alves.

- É a Francisca? O Antônio está bêbado, você pode buscá-lo?

Clube Sênior Zé.

Quando a Francisca chegou à caixa, ela ouviu um grupo de príncipes ricos provocando por dentro.

- Cata, você quere recuperar o CEO Antônio, não é? É só agora, expresse seus pensamentos para o Sr. Antônio.

Catarina era bonita e extrovertida, e era o primeiro amor do Antônio, essas pessoas da classe alta estavam dispostas a configurá-los.

Catarina não esquivava, imediatamente disse ao Antônio.

- Tó, gosto de você, vamos nos apaixonar novamente.

Quando a Francisca chegou à porta da caixa, ela acabou de ouvir isso.

As pessoas na caixa começaram a persuadir o Antônio, especialmente a voz do seu amigo familiar Marcelo.

- Antônio, está esperando pela Catarina por três anos, e agora ela finalmente está de volta. Mostra-se a sua declaração.

A Francisca congelava na porta, e o seu coração batia como um trovão. Neste momento, a porta da caixa foi aberta por um homem.

- Srta. Francisca?