Capítulo 3
A voz de Francisca era tão calma, tão leve.

Falar sobre divórcio era como falar sobre um assunto trivial e comum.

Os olhos profundos do Antônio encolhiam.

- O que você disse?

Depois de três anos de casamento, por mais extremo que fosse, A Francisca nunca mencionou o divórcio.

Na verdade, O Antônio sabia muito bem o quanto a Francisca se amava.

Os olhos vazios originalmente da Francisca estavam extremamente claros neste momento.

- Antônio, você tem sido atrasado ao longo dos anos.

- Vamos nos divorciar.

A mão do Antônio caia de lado e foi inconscientemente apertada.

- Você acabou de ouvir, não é? A família Oliveira é o fim da besta. Qual é a diferença entre mim e os outros?

- O que você quer para o divórcio? É para as crianças ou para dinheiro?! Ou você quer que eu não lide com a família Oliveira? - O Antônio perguntou friamente.

- Não se esqueça, eu não te amo de jeito nenhum. Sua ameaça é inútil para mim!

O Antônio Pereira, que estava refletida nos olhos da Gabriela, de repente ficou estranho. Ela sentia um nó na garganta e havia uma dor em seus ouvidos. Mesmo que ela usasse um aparelho auditivo, ela não conseguia ouvir o que Antônio estava dizendo.

Ela só podia responder à pergunta sozinha

- Eu não quero nada.

Com medo de que o Antônio visse algo estranho dela, a Francisca saiu do escritório.

O Antônio olhou para as costas dela. Por algum motivo, ele sentia-se entediado que nunca tinha sentido.

Ele nunca tratava de emoções de outras pessoas, por isso, ele derrubava a mesa à frente dele.

A sopa preparada pelo Antônio derramava-se no chão.

......

A Francisca voltou para seu quarto e engoliu muito remédio em seu estômago com força.

Ela estendeu a mão e tocou atrás das orelhas, e as pontas dos dedos estavam cobertas de vermelho brilhante.

Talvez o remédio tivesse funcionado. Quando o céu estava branco, seus ouvidos recuperaram um pouco de audição.

Olhando para o sol sutil vindo da janela, a Francisca perdeu a cabeça por um longo tempo.

- A chuva parou.

Hoje, o Antônio não saiu de casa.

De manhã cedo, ele se sentou no sofá, esperando que a Francisca se desculpasse e se arrependesse.

Durante três anos de casamento, a Francisca nunca perdeu a paciência.

Mas toda vez que ela chorava ou fazia barulho, ela se desculpava depois de pouco tempo.

O Antônio pensou que não havia diferença desta vez.

Ele viu a Francisca sair depois de se lavar, usando um vestido escuro que ele costumava usar, arrastando uma mala e segurando um pedaço de papel na mão.

Quando a Francisca entregou o acordo ao Antônio, ele descobriu que estava escrito com as palavras do acordo de divórcio.

- Antônio, quando você tem tempo? Entre em contato comigo.

A Francisca só disse isso para o Antônio. Depois de dizer as palavras mais comuns, ela arrastou a mala para fora da porta.

Do lado de fora da porta havia um céu claro depois da chuva.

Por um momento, a Francisca sentiu como se tivesse ganhado uma nova vida.

O Antônio pegou o acordo de divórcio e congelou no sofá da sala de estar.

Ele não recuperava o juízo há muito tempo.

Hoje é o fim de semana após a Páscoa.

Neste momento, nos anos anteriores, o Antônio tinha levado a Francisca de volta à antiga casa para adorar seus antepassados.

Era inevitável que ele fosse tratado de forma diferente pelos familiares da família Pereira.

Ele era o único hoje.

O Antônio estava de bom humor.

Na casa antiga.

A mãe do Antônio, Sílvia Pereira, e os ancestrais ficaram um pouco confusos quando o viram sozinho.

Neste momento, nos anos anteriores, a neta mais velha Francisca sempre foi a primeira a vir e a última a sair, bajulando a todos.

- Ela ainda não veio hoje?

A Linda Sílvia franziu a testa e não pôde deixar de perguntar ao Antônio:- Antônio, onde está a Francisca?

Ouvindo isso, os olhos do Antônio ficaram frios.

- Divorcie-se e fuga de casa.

Assim que estas palavras foram ditas, todos ao seu redor ficaram em silêncio, e todos não podiam acreditar.

A Sílvia ficou ainda mais chocada.

Neste mundo, exceto os pais, ninguém ama o Antônio mais do que a Francisca.

Sete anos atrás, o Antônio quase foi esfaqueado, e foi a Francisca quem o salvou.

Quatro anos atrás, os dois ficaram noivos, e o Antônio foi para Dubai para tratar de assuntos de negócios. Algo aconteceu.

Todos disseram que Antônio estava morto, mas a Francisca não queria admitir. Sem dizer nada, ela foi até ele.

Naquela cidade estranha, a Francisca o procurou por três dias......

E após o casamento, fosse doença e hospitalização, dieta e vida, ou tudo ao redor do Antônio, até mesmo a secretária assistente, a Francisca tratava os com cuidado por medo de ofender.

Tal Francisca, que não podia viver sem o Antônio, realmente pediria o divórcio...

Por quê?

A Sílvia não entendeu, mas ficou feliz por ter deixado o filho ir.

- Uma mulher como ela não pode alcançar os escalões superiores da sociedade, e é bom se divorciar.

- Ela não merece você de jeito nenhum.

Assim que a Sílvia abriu a boca, os outros também ecoaram.

- Sim, o Tó é um jovem talentoso com melhores anos e ele foi atrasado pela Francisca.

A adoração aos ancestrais se tornou em uma reunião de calúnias para a Francisca.

Parecia que ela era uma pessoa hedionda.

O Antônio deveria ter sido feliz, mas ele não sabia por quê. Ouvindo essas vozes, ele se sentiu mal.

Ele se afastou da casa antiga mais cedo.

Quando voltei para Mara Villa, estava ficando cada vez mais escuro.

O Antônio empurrou a porta e entrou, e a escuridão varreu todo o seu corpo. Mais tarde, ele percebeu que a Francisca já tinha saído...

Ele calçou os chinelos e jogou o casaco na máquina de lavar.

Ele não sabia por que estava tão cansado.

O Antônio foi à adega e estava pronto para buscar o vinho para comemorar a partida da Francisca.

Mas quando ele chegou à adega e olhou para a porta trancada, percebeu que não havia chave!

Ele não gostava que pessoas de fora viessem à casa dele, então não havia serva na vila.

Depois do Antônio se casar, tudo foi tratado por ela.

O Antônio teve que voltar para o quarto, pegar o celular e ligá-lo. Exceto as notícias de trabalho, a Francisca não ligou para ele ou mandou uma mensagem para se desculpar até agora.

- Vamos ver por quanto tempo você aguenta!

Antônio deixou seu celular de lado, se levantou e caminhou em direção à cozinha com suas longas pernas.

No momento em que ele abriu a geladeira, ele ficou atordoado.

Porque na geladeira, exceto por alguma comida, estava cheia de todos os tipos de medicina.

Ele casualmente pegou uma e viu que dizia.

- Cinco maços por dia, especializada no tratamento da infertilidade.

Infertilidade......

O Antônio sentiu o cheiro desagradável da medicina.

Pensando no cheiro medicinal da Francisca antes, descobri a fonte.

Ele zombou em seu coração que os dois nunca tinham feito sexo, e não importava quanto remédio ele tomasse, era impossível engravidar.

......

Do outro lado, num hotel escuro.

A Francisca abriu os olhos com sono, sentindo dor de cabeça, e os arredores eram particularmente silenciosos.

Ela sabia que a condição estava piorando.

Se de costume, ela podia ouvir sons pequenos mesmo sem aparelhos auditivos.

A Francisca se levantou tateando, pegou o remédio da mesa de cabeceira e colocou-se na boca, o que era amargo e adstringente.

Depois de deixar Mara Villa, que viveu por três anos, ontem.

Ela voltou primeiro para a casa dos pais.

No entanto, quando chegaram à porta de casa, ouviram que a mãe e o irmão mais novo, Lorenzo Oliveira, estavam discutindo como deixar a Francisca casar se com um velho com ano de mais de oitenta depois de a família Pereira não querer ela.

Os olhos da Francisca estavam vazios e agora ela percebeu que não tinha casa.

Faz dois dias que não comia nada e a Francisca não sente fome.

Estava tão quieto ao seu redor, tão quieto.

Cidade C, parecia que chove com mais frequência este ano do que nos anos anteriores.

A Francisca olhou para os pedestres apressados do lado de fora, em grupos de dois e três, e ficou sozinha.

Não pude deixar de comprar uma passagem para fora da cidade e vim para o campo morar com sua babá Helena.

Quando chegou já eram nove horas da noite.

Quando Helena viu Gabriela, seu rosto gentil ficou cheio de surpresa.

- Frannie......

Olhando para o sorriso gentil da Helena, o nariz da Francisca ficou azeda e ele estendeu os braços para abraçá-la:-Tia Helena......

Por motivos de saúde, Helena nunca foi casada e nunca teve filhos.

Ela era mais próxima da Francisca do que sua mãe biológica.

Esta noite.

A Francisca aninhou-se nos braços da Helena, sentindo-se como se fosse uma criança novamente.

A Helena a abraçou e percebeu que ela era terrivelmente magra, quase sem carne no corpo.

Ela colocou a mão nas costas ossudas da Francisca, incapaz de parar de tremer, e se forçou a se acalmar.

- Frannie, como o Antônio está tratando você agora? Ela perguntou com cautela.

Ao ouvir o nome do Antônio, a garganta da Francisca doeu e ela instintivamente quisesse enganar a Helena novamente, dizendo que Antônio era muito bom…...

No entanto, ela entendeu que a Helena não era estúpida.

Agora que decidiu partir, ela não queria mais enganar a si mesma ou aos outros que a amavam.

- A pessoa de quem ele gosta está de volta. Estou pronta para deixá-lo ir e me divorciar dele.

A Helena ficou chocada e não conseguia acreditar.

A Francisca tinha dito a ela mais de uma vez que queria envelhecer junto com o Antônio.

A Helena não sabia o que dizer, então ela só conseguiu confortá-la suavemente, dizendo que havia tantas pessoas no mundo e que sempre haveria pessoas que a amavam.

A Francisca acenou com a cabeça abafado, e o zumbido em seu canal auditivo cobriu a voz reconfortante da Helena.

Depois de um raro sono bom, quando a Francisca acordou, de repente viu uma grande mancha de sangue nos lençóis florais onde havia dormido.

A Francisca tocou a orelha direita e a orelha ficou pegajosa.

Abria sua mão e viu que estava coberta de sangue......
Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo