Mariane estacionou o carro à beira da estrada, olhou para trás e viu Vinicius dormindo profundamente. Da sua perspectiva, ela só conseguia ver o perfil dele, iluminado por uma luz suave, destacando suas linhas bonitas.Ela abriu a porta do carro cuidadosamente, nem se atrevendo a fechá-la. Ao sair do veículo, se certificou de que ele não tinha acordado e correu rapidamente em direção à pastelaria.- Oh, é a Mari! - A dona da pastelaria a cumprimentou.Mariane cumprimentou a tia alegremente, olhando para a panela de óleo fritando pastéis e seu estômago roncando de vontade. Ela tinha comido um pedaço de bolo antes, mas agora estava com fome novamente.- Quer um pastel pequeno? Recheio de sempre? - Perguntou a tia.- De sempre, mas quero um grande!- Tudo bem! Senta aí.Mariane assentiu e escolheu uma mesa, esperando a comida obedientemente.Não demorou muito e o grande pastel chegou. Estava recheado de muito frango desfiado e muito catupiry, uma delícia, parecia estar muito apetitoso.“H
Mariane levantou a cabeça e percebeu que Vinicius estava olhando para ela com surpresa.Eles estavam cara a cara e ela estava saboreando o vinagrete lentamente.Vinicius torceu o nariz para o cheiro de cebola.Mariane não se importou e balançou a cabeça, dizendo:- Que pena, você nunca vai saber a maravilha do vinagrete.- Não insulte a palavra “maravilha”.- Ora, o vinagrete é muito gostoso.Assim que ela abriu a boca, o aroma chegou até ele, deixando a cabeça de Vinicius latejando.Sem opção, ele rapidamente pegou seu próprio pastel e tentou abafar o cheiro da cebola com o sabor do frango desfiado com catupiry.Mariane achou engraçado.Ela estava satisfeita com a comida, tinha dinheiro suficiente e estava de bom humor, então tinha tempo para conversar com ele.- Vou te dar uma colherada para experimentar.- Não preciso.- Tente, sério, você vai adorar.- Impossível.Mariane segurou a colher e disse:- Você ainda é jovem, precisa experimentar coisas novas- Não é necessário.Assim que
O pequeno quintal da casa do avô de Mariane era bem visível na rua estreita. As violetas que cresceram no topo do muro e os galhos da amoreira que vazavam para fora do jardim faziam com que aquele quintal se destacasse dos demais.De longe, Mariane já sentiu o cheiro. Ela chegou com cuidado na porta do quintal e abriu a fechadura.Ao abrir a porta, porém, o cheiro não era tão agradável quanto parecia de longe. Havia um odor de frutas podres no ar.Mariane acendeu as luzes do quintal e percebeu que estavam quebradas. Elas estavam perfeitamente funcionais da última vez que ela esteve aqui.Vinicius estava atrás dela e percebeu imediatamente a situação embaraçosa dela. Ele provocou de propósito:- Por que você não entra?“Entrar o caramba!”O chão estava coberto de amoras, todas apodrecidas.Mariane se virou para olhar para ele e disse:- As luzes estão quebradas, tenho medo do escuro.Vinicius percebeu instantaneamente o tom manhoso extremamente falso e forçado em sua voz, então pergunt
Com a luz, era fácil ver onde havia sujeira e onde não havia no quintal. Entrar no quintal ficou muito mais conveniente.Por sorte, nem todos os cantos eram inacessíveis.O casal da pastelaria voltou para casa e tudo ficou mais calmo. Mariane abriu a porta da sala de estar e convidou o Sr. Frescura Lopes a entrar.- Ainda tem muitas na árvore, vamos colher algumas para levar à vovó. - Ela disse.Vinicius não contestou isso, provavelmente achando que Mariane era sincera em presentear a avó.- Hmm. - Ele respondeu com nobreza, e Mariane revirou os olhos.- Eu não consigo alcançar, venha me ajudar a colher. - Ela disse novamente.- A última vez que levou aquele cesto inteiro de amoras para a montanha, foi seu avô quem voltou dos mortos e te ajudou a colher?Mariane se engasgou. Ela costuraria a boca dele, mais cedo ou mais tarde.Ela pegou um cesto e disse:- Naquela noite eu estava sozinha, hoje tenho alguém ao meu lado, um homem que pode respirar. Por que eu deveria passar por essa difi
Mariane continuou:- A sua família é diferente, a tragédia da sua mãe reside no fato de o seu pai não valer nada, não tem nada a ver com o destino.Vinicius franziu a testa e disse:- Se não sabe falar, cale a boca.Mariane riu.- Quando você diz essa frase para os outros, você não sente nenhuma culpa?Vinicius ergueu o olhar e olhou friamente para ela.Mariane olhou de volta.Vinicius ficou sem palavras e desviou o olhar.- Então? Trapacear, foi o seu avô que ensinou?Ao olhar para a decoração da sala, dá para perceber que o avô dela não era uma pessoa comum.- Trapacear? Isso é habilidade! - Mariane também não escondeu e disse. - Baralho, afinal, não é apenas um jogo? É normal ter um ou dois jogadores de alto nível, não é?- Jogar baralho é habilidade, e roubar cartas também? - Ele a questionou.Mariane ficou perplexa por um momento.Ele resmungou e continuou perguntando:- E o truque de trocar coisas de lugar também?Mariane se lembrou.Ele estava se referindo ao incidente no hipódr
Tesouro?Precisava falar assim?Ela pensou que ele era a Raquel, que precisava de palavras fofas?Vinicius resmungou em seu interior e deu uma olhada para baixo, dizendo:- Não vai fazer uma pequena demonstração primeiro?- Você nem vai me dar gorjeta, por que tem tantas exigências?Ela reclamou, mas ainda assim fez uma demosntração.Originalmente, ela tinha um caule em cada mão. Abriu e fechou as palmas das mãos, mostrando para ele, e de repente suas mãos estavam vazias. Depois de mais alguns movimentos, os caules reapareceram nas palmas das mãos. Ela fechou os punhos em ambas as mãos, os punhos se tocaram e depois abriu as mãos, revelando que havia um caule em cada uma delas.Vinicius arqueou a sobrancelha.Mariane sorriu de forma arrogante, um pouco orgulhosa.- Pronto, já deu. Agora você precisa adivinhar, melhor de três. - Ela estendeu a mão para ele e disse. - Estenda a mão.Vinicius fez o que foi pedido.Dois caules caíram em sua palma.Ela pegou um caule em cada mão na frente d
Mariane acabou de terminar sua apresentação e estava de bom humor. Além disso, Vinicius, pela primeira vez, diminuiu a própria imagem na frente dela, o que indiretamente elogiou seu avô. Ela passou a gostar um pouco mais dele.Ela se inclinou e perguntou:- Seu pai não presta e seu avô também não é uma boa pessoa?Chocante.Vinicius lançou um olhar para ela, claramente relutante em falar.Mariane fez um som de desaprovação e disse:- Não me admira que...- Não te admira o quê?“Que você seja tão desprezível. Seu pai não presta, e você ainda tem os genes ruins do lado da sua mãe. O que mais poderia ser esperado?”Mariane disse isso mentalmente, mas não ousou dizer mais nada para fora e, involuntariamente, seus olhos percorreram o rosto de Vinicius.- Nada. - Respondeu ela.Vinicius era uma pessoa que conseguia entender o que ela pensava com apenas um olhar. Ele não resistiu e estendeu a mão, querendo agarrar a bochecha dela.Antes que ele pudesse mudar de expressão, Mariane rapidamente
Nessa hora, houve um baque!A porta do pátio foi batida por alguém.Mariane ficou assustada e se virou rapidamente, seus olhos atravessaram a sala de estar e as duas portas do pátio, pousando no homem em frente à porta.Ela suspirou de alívio e colocou o bilhete no bolso.Vinicius entrou pela porta do pátio e franziu a testa ao ver a bagunça no quintal. Sem expressão, ele perguntou:- Esta é mesmo a casa do casal da pastelaria?Mariane achou que ele não poderia saber sobre Marcelo, pensou por um momento e pareceu desnecessário dizer a ele, e mesmo que dissesse, ele talvez não quisesse ouvir.Ela olhou ao redor e disse:- É a casa de um amigo de infância, vim dar uma olhada.Dizendo isso, ela saiu da sala de estar e fechou a porta.Ela se aproximou de Vinicius, cada vez mais perto, e só então percebeu que ele não estava com uma aparência muito boa.- O que aconteceu com você? - Ela terminou de perguntar e se lembrou de que ele tinha bebido, provavelmente não estava se sentindo bem por n