Dentro da sala grande, havia um enorme bolo no centro, cercado por pessoas, todos se divertindo com a festa do João.Mariane segurava um prato, dizia que estava comendo bolo, mas estava um pouco distraída.Ela virou a cabeça e encontrou o olhar de Vinicius no sofá.Ele descobriu que ela estava se fazendo de boba, tudo bem.Mas a culpou por trapacear!Aquilo era habilidade! Pura habilidade! Em uma situação dessas, nem valia a pena ela trapacear!Ora essa, ele não sabia aceitar a derrota!Enquanto pensava nisso, uma garota passou por ela segurando um bolo, o aroma do creme fresco flutuando no ar.Mariane torceu o nariz, sentindo um pouco de fome.Ela se levantou nas pontas dos pés e olhou para o bolo, coberto de cerejas.Ela adorava cerejas.Túlio veio na hora certa para ajudar Raquel a cortar o bolo.Ele era alto e facilmente raspou uma fileira inteira de cerejas.Mariane olhou com inveja nos olhos.Túlio olhou para ela.Ela mostrou seu sorriso característico, esperando que Túlio lhe de
Florida se afogou na piscina do condomínio.Naquele dia, quando Raquel a levou para passear, ela se despediu do mundo humano para sempre.Quando Túlio chegou, Raquel estava chorando descontroladamente e, depois de se acalmar, pediu a ele para enterrar Florida.Ele concordou naquela hora.Mas no condomínio, tudo era paisagismo e havia gatos e cachorros, então se enterrasse, seria desenterrado.Túlio pensou um pouco e entregou a galinha para seus subordinados, que a prepararam como frango assado.O estranho foi que, naquela noite, depois de Raquel terminar de comer, ela perguntou seriamente a ele:- Irmão, nós comemos a Florida?Túlio ficou atordoado naquele momento, já tinha pensado em enganá-la.Mas, para sua surpresa, ela suspirou e lambeu os lábios, dizendo seriamente:- A Florida estava deliciosa.Quando Mariane ouviu isso, os cantos de sua boca começaram a tremer freneticamente.Se ela soubesse disso antes, nunca teria brigado com Vinicius por causa da Florida.Ela virou a cabeça n
Após beijar o cartão, Mariane ouviu o som de sapatos de salto alto vindo de trás.- Srta. Mariane?Mariane ficou surpresa e se virou.Ela viu uma mulher vestindo um qipao chinês branco, com o cabelo preso em um coque por um acessório de madeira. Ela usava óculos sem armação com detalhes em diamante nas hastes, dando uma aparência elegante e rica.Era Marina.Ao seu lado, havia uma garota segurando uma pequena caixa de presente.Vinicius desceu as escadas enquanto Marina se aproximava de Mariane.A mulher acenou com a cabeça para Vinicius e, ao mesmo tempo, pediu a alguém para entregar o presente a Mariane.Mariane estava um pouco confusa:- O que isso significa, Srta. Marina?Marina sorriu e disse:- As meninas de Jardim Louvores são um pouco descuidadas, sem noção, e te ofenderam. Peço desculpas em nome delas.Mariane pensou por um momento e percebeu que ela estava se referindo a... Joana?Ela deu uma olhada na caixa de presente com o logotipo de uma marca de joias. Pelo seu tamanho,
Mariane entrou no carro.No banco de trás, Vinicius abriu os olhos.Ele levantou a cabeça e encontrou seu olhar refletido no espelho.Antes mesmo de trocarem qualquer palavra, Marina foi até a janela traseira e se curvou para cumprimentar Vinicius:- Peço desculpas pela recepção inadequada.Mariane viu Vinicius virar a cabeça e olhar para Marina com um olhar brincalhão e cansado, perguntando:- Você terminou com o Rafael?Essa pergunta deixou Mariane confusa.Marina, por sua vez, entendeu claramente e disse:- Ele é ele, eu sou eu. Ele tem uma relação com você, mas não posso me aproveitar disso como uma... Velha amiga. Se isso ofender você e sua esposa, é claro que ficarei com medo.Os cantos da boca de Vinicius se levantaram enquanto ele dizia:- Vou transmitir essa mensagem a ele, sem alterar uma palavra.Marina ficou em silêncio, sem nada a dizer. Ela só pôde se levantar e sorrir enquanto dava dois passos para trás.Mariane assentiu com a cabeça para ela e então deu partida no carro
Mariane estacionou o carro à beira da estrada, olhou para trás e viu Vinicius dormindo profundamente. Da sua perspectiva, ela só conseguia ver o perfil dele, iluminado por uma luz suave, destacando suas linhas bonitas.Ela abriu a porta do carro cuidadosamente, nem se atrevendo a fechá-la. Ao sair do veículo, se certificou de que ele não tinha acordado e correu rapidamente em direção à pastelaria.- Oh, é a Mari! - A dona da pastelaria a cumprimentou.Mariane cumprimentou a tia alegremente, olhando para a panela de óleo fritando pastéis e seu estômago roncando de vontade. Ela tinha comido um pedaço de bolo antes, mas agora estava com fome novamente.- Quer um pastel pequeno? Recheio de sempre? - Perguntou a tia.- De sempre, mas quero um grande!- Tudo bem! Senta aí.Mariane assentiu e escolheu uma mesa, esperando a comida obedientemente.Não demorou muito e o grande pastel chegou. Estava recheado de muito frango desfiado e muito catupiry, uma delícia, parecia estar muito apetitoso.“H
Mariane levantou a cabeça e percebeu que Vinicius estava olhando para ela com surpresa.Eles estavam cara a cara e ela estava saboreando o vinagrete lentamente.Vinicius torceu o nariz para o cheiro de cebola.Mariane não se importou e balançou a cabeça, dizendo:- Que pena, você nunca vai saber a maravilha do vinagrete.- Não insulte a palavra “maravilha”.- Ora, o vinagrete é muito gostoso.Assim que ela abriu a boca, o aroma chegou até ele, deixando a cabeça de Vinicius latejando.Sem opção, ele rapidamente pegou seu próprio pastel e tentou abafar o cheiro da cebola com o sabor do frango desfiado com catupiry.Mariane achou engraçado.Ela estava satisfeita com a comida, tinha dinheiro suficiente e estava de bom humor, então tinha tempo para conversar com ele.- Vou te dar uma colherada para experimentar.- Não preciso.- Tente, sério, você vai adorar.- Impossível.Mariane segurou a colher e disse:- Você ainda é jovem, precisa experimentar coisas novas- Não é necessário.Assim que
O pequeno quintal da casa do avô de Mariane era bem visível na rua estreita. As violetas que cresceram no topo do muro e os galhos da amoreira que vazavam para fora do jardim faziam com que aquele quintal se destacasse dos demais.De longe, Mariane já sentiu o cheiro. Ela chegou com cuidado na porta do quintal e abriu a fechadura.Ao abrir a porta, porém, o cheiro não era tão agradável quanto parecia de longe. Havia um odor de frutas podres no ar.Mariane acendeu as luzes do quintal e percebeu que estavam quebradas. Elas estavam perfeitamente funcionais da última vez que ela esteve aqui.Vinicius estava atrás dela e percebeu imediatamente a situação embaraçosa dela. Ele provocou de propósito:- Por que você não entra?“Entrar o caramba!”O chão estava coberto de amoras, todas apodrecidas.Mariane se virou para olhar para ele e disse:- As luzes estão quebradas, tenho medo do escuro.Vinicius percebeu instantaneamente o tom manhoso extremamente falso e forçado em sua voz, então pergunt
Com a luz, era fácil ver onde havia sujeira e onde não havia no quintal. Entrar no quintal ficou muito mais conveniente.Por sorte, nem todos os cantos eram inacessíveis.O casal da pastelaria voltou para casa e tudo ficou mais calmo. Mariane abriu a porta da sala de estar e convidou o Sr. Frescura Lopes a entrar.- Ainda tem muitas na árvore, vamos colher algumas para levar à vovó. - Ela disse.Vinicius não contestou isso, provavelmente achando que Mariane era sincera em presentear a avó.- Hmm. - Ele respondeu com nobreza, e Mariane revirou os olhos.- Eu não consigo alcançar, venha me ajudar a colher. - Ela disse novamente.- A última vez que levou aquele cesto inteiro de amoras para a montanha, foi seu avô quem voltou dos mortos e te ajudou a colher?Mariane se engasgou. Ela costuraria a boca dele, mais cedo ou mais tarde.Ela pegou um cesto e disse:- Naquela noite eu estava sozinha, hoje tenho alguém ao meu lado, um homem que pode respirar. Por que eu deveria passar por essa difi