O tempo passou gradualmente, e Raquel, que inicialmente estava animada para passar a noite inteira com Vini, logo começou a ficar com os olhos pesados e acabou cochilando apoiada em Túlio.- Leve ela para dormir. - Disse Vinicius.Túlio assentiu e pegou Raquel nos braços, saindo cuidadosamente do quarto.Apenas Mariane e Vinicius ficaram na sala, mesmo que não estivessem em silêncio total, ainda era possível ouvir um pouco dos cânticos vindos do salão principal.Mariane arrumou a mesa e saiu para ficar um pouco à toa com o celular.Não houve palavras entre eles.Depois de um tempo, um voluntário veio segurando aquele vaso de goivos e perguntou a Vinicius o que fazer com eles.Mariane se endireitou um pouco.Eles foram cortados do jardim do seu avô e, naturalmente, ela não queria que fossem desperdiçados.Vinicius notou o movimento dela com o canto do olho, refletiu brevemente e disse indiferentemente:- Transplante essa muda perto da capela.- Está bem. - Respondeu o voluntário e saiu.
Mariane estava tensa, com medo de cometer algum erro e arruinar tudo.No entanto, para sua surpresa, o homem soltou algumas palavras despreocupadas:- Me agradando sem motivo, com certeza tem algo por trás.Desde cedo, ela subiu a montanha, trouxe flores e amoras, agora estava preparando macarrão com um ovo frito a mais para ele.A princípio, Mariane ficou confusa com um ponto de interrogação na cabeça, depois ficou sem palavras.Ela abriu a boca e disse diretamente:- Eu cuspi na sua comida.A expressão de Vinicius ficou um pouco atônita.Mariane deu um leve suspiro e disse:- Relaxa, pode comer. Te agradar sem motivos realmente deve ter uma conspiração por trás, mas eu não estou te agradando sem motivo, estou sendo atenciosa por uma razão, então você está seguro.Depois de um dia agitado, ela finalmente estava falando a verdade.Vinicius, por sua vez, ficou um pouco mais animado e continuou a comer o macarrão calmamente, incluindo o ovo.A quantia do macarrão era considerável, mas el
- Você foi amigável comigo?- Não fui?- Criando galinhas em casa, saindo por aí com pessoas suspeitas, quando volta para casa ainda deixa a galinha me machucar e cantar no meio da noite. Como se isso não bastasse, ainda deixa o seu irmão me importunar o tempo todo. Você chama isso de amigável?Ele listou um por um, contando todas as más ações dela recentemente.Mariane estava prestes a responder, mas ele continuou:- Também não precisa ser amigável comigo, você disse isso ontem, cada um brinca com o seu.Ao dizer isso, ele claramente estava a provocando, havia um olhar zombeteiro em seus olhos, esperando ouvir sua desculpa sem sentido.Mariane apertou os lábios e disse:- Ontem eu te entendi errado, não sabia o que Gustavo tinha feito. Eu pensei que você estava se vingando por Luana, intencionalmente punindo meu irmão.- Ah, então eu não sou grandioso e humilde em sua mente, já que acha que eu agiria de forma mesquinha. - Ele disse.Mariane se engasgou.Ok, depois de uma grande volta,
Mariane ficou surpresa, ela não esperava que Vinicius se lembrasse disso.Antes que ela pudesse dizer algo, Mauro chegou perto de Vinicius e tirou um conjunto de cartas de tarô, recomendando fortemente:- Pode sim! Basta fornecer as informações do nascimento dessas duas pessoas, garanto que funciona!- Na verdade, não é muito preciso... - Murmurou Nando.- É preciso sim!Vendo que as duas crianças estavam prestes a discutir, Vinicius tomou um gole de chá tranquilamente e disse:- Faça uma leitura para mim.Dito isso, ele tirou algumas notas azuis do bolso e entregou para Mauro.Mauro olhou para o dinheiro e balançou as mãos repetidamente.- É uma taxa para a leitura. Se você não pegar, seu pequeno negócio vai falir. O pastor certamente ficaria possesso se soubesse que vocês dois mexem com cartas de tarô, não é mesmo? - Disse Vinicius, fazendo Mauro arregalar os olhos.Mariane suspirou, sem entender como Vinicius de repente estava agindo tão infantil e até mesmo brincando com as criança
Mariane estava prestes a repreender as crianças por falarem bobagens quando ouviram o pastor gritando do lado de fora, chamando pelos dois garotos.Nando ficou tão assustado que suas bochechas ficaram infladas.Mauro ficou em silêncio, muito nervoso.Mariane percebeu a situação e apontou rapidamente para debaixo da mesa, dizendo:- Escondam as cartas, rápido!As duas crianças agiram rapidamente e colocaram tudo debaixo da mesa.O pastor chegou à porta e viu Vinicius lá dentro, então adotou uma atitude mais cautelosa:- Sr. Lopes, precisamos ir para a capela para orar.Vinicius assentiu.O pastor acenou com a cabeça para Mariane e, ao mesmo tempo, repreendeu as duas crianças.Mariane estava preocupada que as crianças fossem punidas, então ela disse que chamou os dois pequenos para entrar e conversar, dando a eles oportunidade de escapar enquanto isso.Ao virar a cabeça, ela percebeu que Vinicius estava olhando para ela.- Você ainda acredita nessas coisas? – Ela perguntou.Vinicius esta
Sem precisar de explicação por parte de Mariane, Vinicius viu a expressão dela e sabia exatamente o que ela estava pensando.Ele franziu a testa e disse:- Fantasma? Fantasmas comem frango?Sua mãe e irmã eram pontos sensíveis para ele. Se não fosse pelo fato de ter visto Mariane limpando a urna de cinzas anteriormente, ele não conseguiria evitar de expulsar ela dali naquele exato momento!Mariane ficou atordoada por um momento e seu cérebro começou a funcionar novamente.De repente, ela se lembrou de algo.- Tem gambás nos arredores da igreja?Isso fazia sentido.A expressão de Vinicius melhorou um pouco e ele disse:- Não sei.Mariane ainda segurava o braço dele. Ao se acalmar, o soltou, um pouco embaraçada, e disse:- O frango sumiu.Vinicius respirou fundo e disse:- Pegue outro!- Mas para isso, tenho que ir para o galpão ao lado.Vinicius entendeu, ela estava com medo.Mariane temia que ele pensasse demais, então se apressou em explicar:- Não tenho medo da sua mãe, mas tem muita
Próximo à meia-noite, eles se dirigiram da cozinha para o quarto. A luz estava fraca e à distância, parecia fantasmas brilhantes.Mariane seguiu de perto Vinicius o tempo todo. Se ele diminuísse um pouco o ritmo, ela ficava nervosa.Quando chegaram ao quarto, ela finalmente sentiu uma sensação de segurança, como se tivesse chegado no quartel-general do campo de batalha.- Eu tenho dois tipos de colírio, qual você prefere? - Ela perguntou.- Tanto faz.Vinicius não tinha paciência para escolher, simplesmente se sentou na beira da cama, claramente esperando que ela viesse pingar o colírio.Mariane olhou para as instruções dos medicamentos, escolheu um deles e se aproximou dele.Ela olhou para os olhos dele e disse:- Você definitivamente ofendeu Deus batendo no gambá, caso contrário, não seria tão grave.Vinicius respondeu:- Aquele moleque disse que o seu destino me oprime. Talvez seja você ao meu redor emanando uma energia negativa muito forte.Mariane olhou torto para ele.Ela não que
Mariane abaixou a cabeça para girar a tampa do frasco, enquanto Vinicius retirava a mão que estava apoiada e se inclinava para frente.Já não havia muito espaço entre eles, e quando ela levantou a cabeça, seu queixo quase bateu na testa dele, quase se colando a ele.Ela rapidamente deu um passo para trás.Ele olhou fixamente para ela, com a mandíbula tensa e franzindo a testa.O que significava essa reação dela, evitando ele como se fosse uma serpente?Mariane piscou os olhos, momentaneamente sem reação, mas seu coração estava acelerado.Nenhum deles falou, e a quietude no quarto era irritante.Uma atmosfera desconhecida de intimidade começou a surgir, inexplicavelmente mais calorosa do que quando rolavam os lençóis no passado.Mariane lambeu os lábios, tentando dizer algo.Vinicius notou o rubor em suas bochechas, e aquela expressão descontente desapareceu um pouco. Vendo que ela estava com dificuldade para falar, ele decidiu ser generoso e falar primeiro.Ambos estavam prestes a abri