Mariane ficou surpresa, ela não esperava que Vinicius se lembrasse disso.Antes que ela pudesse dizer algo, Mauro chegou perto de Vinicius e tirou um conjunto de cartas de tarô, recomendando fortemente:- Pode sim! Basta fornecer as informações do nascimento dessas duas pessoas, garanto que funciona!- Na verdade, não é muito preciso... - Murmurou Nando.- É preciso sim!Vendo que as duas crianças estavam prestes a discutir, Vinicius tomou um gole de chá tranquilamente e disse:- Faça uma leitura para mim.Dito isso, ele tirou algumas notas azuis do bolso e entregou para Mauro.Mauro olhou para o dinheiro e balançou as mãos repetidamente.- É uma taxa para a leitura. Se você não pegar, seu pequeno negócio vai falir. O pastor certamente ficaria possesso se soubesse que vocês dois mexem com cartas de tarô, não é mesmo? - Disse Vinicius, fazendo Mauro arregalar os olhos.Mariane suspirou, sem entender como Vinicius de repente estava agindo tão infantil e até mesmo brincando com as criança
Mariane estava prestes a repreender as crianças por falarem bobagens quando ouviram o pastor gritando do lado de fora, chamando pelos dois garotos.Nando ficou tão assustado que suas bochechas ficaram infladas.Mauro ficou em silêncio, muito nervoso.Mariane percebeu a situação e apontou rapidamente para debaixo da mesa, dizendo:- Escondam as cartas, rápido!As duas crianças agiram rapidamente e colocaram tudo debaixo da mesa.O pastor chegou à porta e viu Vinicius lá dentro, então adotou uma atitude mais cautelosa:- Sr. Lopes, precisamos ir para a capela para orar.Vinicius assentiu.O pastor acenou com a cabeça para Mariane e, ao mesmo tempo, repreendeu as duas crianças.Mariane estava preocupada que as crianças fossem punidas, então ela disse que chamou os dois pequenos para entrar e conversar, dando a eles oportunidade de escapar enquanto isso.Ao virar a cabeça, ela percebeu que Vinicius estava olhando para ela.- Você ainda acredita nessas coisas? – Ela perguntou.Vinicius esta
Sem precisar de explicação por parte de Mariane, Vinicius viu a expressão dela e sabia exatamente o que ela estava pensando.Ele franziu a testa e disse:- Fantasma? Fantasmas comem frango?Sua mãe e irmã eram pontos sensíveis para ele. Se não fosse pelo fato de ter visto Mariane limpando a urna de cinzas anteriormente, ele não conseguiria evitar de expulsar ela dali naquele exato momento!Mariane ficou atordoada por um momento e seu cérebro começou a funcionar novamente.De repente, ela se lembrou de algo.- Tem gambás nos arredores da igreja?Isso fazia sentido.A expressão de Vinicius melhorou um pouco e ele disse:- Não sei.Mariane ainda segurava o braço dele. Ao se acalmar, o soltou, um pouco embaraçada, e disse:- O frango sumiu.Vinicius respirou fundo e disse:- Pegue outro!- Mas para isso, tenho que ir para o galpão ao lado.Vinicius entendeu, ela estava com medo.Mariane temia que ele pensasse demais, então se apressou em explicar:- Não tenho medo da sua mãe, mas tem muita
Próximo à meia-noite, eles se dirigiram da cozinha para o quarto. A luz estava fraca e à distância, parecia fantasmas brilhantes.Mariane seguiu de perto Vinicius o tempo todo. Se ele diminuísse um pouco o ritmo, ela ficava nervosa.Quando chegaram ao quarto, ela finalmente sentiu uma sensação de segurança, como se tivesse chegado no quartel-general do campo de batalha.- Eu tenho dois tipos de colírio, qual você prefere? - Ela perguntou.- Tanto faz.Vinicius não tinha paciência para escolher, simplesmente se sentou na beira da cama, claramente esperando que ela viesse pingar o colírio.Mariane olhou para as instruções dos medicamentos, escolheu um deles e se aproximou dele.Ela olhou para os olhos dele e disse:- Você definitivamente ofendeu Deus batendo no gambá, caso contrário, não seria tão grave.Vinicius respondeu:- Aquele moleque disse que o seu destino me oprime. Talvez seja você ao meu redor emanando uma energia negativa muito forte.Mariane olhou torto para ele.Ela não que
Mariane abaixou a cabeça para girar a tampa do frasco, enquanto Vinicius retirava a mão que estava apoiada e se inclinava para frente.Já não havia muito espaço entre eles, e quando ela levantou a cabeça, seu queixo quase bateu na testa dele, quase se colando a ele.Ela rapidamente deu um passo para trás.Ele olhou fixamente para ela, com a mandíbula tensa e franzindo a testa.O que significava essa reação dela, evitando ele como se fosse uma serpente?Mariane piscou os olhos, momentaneamente sem reação, mas seu coração estava acelerado.Nenhum deles falou, e a quietude no quarto era irritante.Uma atmosfera desconhecida de intimidade começou a surgir, inexplicavelmente mais calorosa do que quando rolavam os lençóis no passado.Mariane lambeu os lábios, tentando dizer algo.Vinicius notou o rubor em suas bochechas, e aquela expressão descontente desapareceu um pouco. Vendo que ela estava com dificuldade para falar, ele decidiu ser generoso e falar primeiro.Ambos estavam prestes a abri
De volta ao quarto de hóspedes, Vinicius começou a tirar as roupas, quando Mariane de repente se lembrou de um problema para dormir.Ela ficou parada atrás dele, sem se mexer.Vinicius segurou o casaco e virou a cabeça para olhá-la, perguntando:- O que você está olhando?Mariane disse:- Eu vou dormir com a Raquel.Vinicius respondeu:- Tudo bem, pergunte ao Túlio se ele se importa em dormir com a Raquel e você.Mariane ficou em silêncio.Ela pensou por um momento e explicou:- O que eu quero dizer é que eu vou dormir com a Raquel e você vai dormir com o Túlio.- Arranje as coisas como quiser, não se intrometa na minha arrumação. - Disse ele.Dormir com o Túlio, quem lhe deu o direito de fazer essa atribuição?Mariane cerrou os dentes.O homem já estava arrumando as coisas, se preparando para deitar na cama.- Se você não vai dormir, então vá ficar de guarda lá fora. Aproveite para vigiar o gambá. - Ele disse.Mariane fez uma careta, resmungando mentalmente: “Deixa pra lá.”Ela olhou
Vinicius acordou por causa do calor.Seu braço estava claramente em contato com uma fonte de calor, como uma bolsa de água quente.Ele virou o rosto na escuridão e viu a forma da bolsa de água quente, que era uma pessoa encolhida.Mariane.Ela não sabia quando tinha se aproximado dele, com a cabeça enterrada no cobertor, revelando o topo da cabeça, com a testa encostada em seu braço.Ele achou quente e estava prestes a retirar o braço, quando ouviu dois gemidos involuntários dela e de repente percebeu que ela estava com febre.- Mariane?- Hmm...Como imaginava, ele realmente não conseguiu despertá-la.Ele se sentou na cama e acendeu a luz ao lado da cama.Olhou para o relógio e eram apenas duas da manhã.O ritual no grande salão ainda não estava concluído e ele podia ouvir vagamente o som de recitação dos versículos.Ele suspirou, se levantou ao lado de Mariane, se vestiu e saiu.Nesse momento, Túlio já estava dormindo. Ao ouvir a batida na porta, achou que algo estava errado e se lev
A pessoa em seus braços abriu os olhos e olhou para ele por um momento, em um estado de confusão. Finalmente, ela murmurou uma palavra:- Mamãe...Vinicius hesitou em sua ação.Eles se olharam por dois segundos, e ele ficou quieto por um tempo antes de dizer com uma voz rígida:- Quem é sua mãe?Quem ela achava que ele era? Que absurdo!A consciência de Mariane estava um pouco confusa. Ela passou a língua nos lábios algumas vezes, desejando provar aquela doçura novamente.Vinicius fez um som de desaprovação e afastou o frasco de remédio.Quanto tempo fazia desde que ela comeu açúcar? Precisava cobiçar aquele sabor doce de remédio?Embora ele pensasse assim, ele também sabia que ela provavelmente estava o associando ao fato de ele estar fazendo esse rito todo para sua mãe e acabou levando ela a pensar em seus próprios pais.Ele a deitou de volta na cama e percebeu que ela estava olhando para ele com olhos vagos.Provavelmente ele não conseguiria explicar nada para ela em um estado desse