Próximo à meia-noite, eles se dirigiram da cozinha para o quarto. A luz estava fraca e à distância, parecia fantasmas brilhantes.Mariane seguiu de perto Vinicius o tempo todo. Se ele diminuísse um pouco o ritmo, ela ficava nervosa.Quando chegaram ao quarto, ela finalmente sentiu uma sensação de segurança, como se tivesse chegado no quartel-general do campo de batalha.- Eu tenho dois tipos de colírio, qual você prefere? - Ela perguntou.- Tanto faz.Vinicius não tinha paciência para escolher, simplesmente se sentou na beira da cama, claramente esperando que ela viesse pingar o colírio.Mariane olhou para as instruções dos medicamentos, escolheu um deles e se aproximou dele.Ela olhou para os olhos dele e disse:- Você definitivamente ofendeu Deus batendo no gambá, caso contrário, não seria tão grave.Vinicius respondeu:- Aquele moleque disse que o seu destino me oprime. Talvez seja você ao meu redor emanando uma energia negativa muito forte.Mariane olhou torto para ele.Ela não que
Mariane abaixou a cabeça para girar a tampa do frasco, enquanto Vinicius retirava a mão que estava apoiada e se inclinava para frente.Já não havia muito espaço entre eles, e quando ela levantou a cabeça, seu queixo quase bateu na testa dele, quase se colando a ele.Ela rapidamente deu um passo para trás.Ele olhou fixamente para ela, com a mandíbula tensa e franzindo a testa.O que significava essa reação dela, evitando ele como se fosse uma serpente?Mariane piscou os olhos, momentaneamente sem reação, mas seu coração estava acelerado.Nenhum deles falou, e a quietude no quarto era irritante.Uma atmosfera desconhecida de intimidade começou a surgir, inexplicavelmente mais calorosa do que quando rolavam os lençóis no passado.Mariane lambeu os lábios, tentando dizer algo.Vinicius notou o rubor em suas bochechas, e aquela expressão descontente desapareceu um pouco. Vendo que ela estava com dificuldade para falar, ele decidiu ser generoso e falar primeiro.Ambos estavam prestes a abri
De volta ao quarto de hóspedes, Vinicius começou a tirar as roupas, quando Mariane de repente se lembrou de um problema para dormir.Ela ficou parada atrás dele, sem se mexer.Vinicius segurou o casaco e virou a cabeça para olhá-la, perguntando:- O que você está olhando?Mariane disse:- Eu vou dormir com a Raquel.Vinicius respondeu:- Tudo bem, pergunte ao Túlio se ele se importa em dormir com a Raquel e você.Mariane ficou em silêncio.Ela pensou por um momento e explicou:- O que eu quero dizer é que eu vou dormir com a Raquel e você vai dormir com o Túlio.- Arranje as coisas como quiser, não se intrometa na minha arrumação. - Disse ele.Dormir com o Túlio, quem lhe deu o direito de fazer essa atribuição?Mariane cerrou os dentes.O homem já estava arrumando as coisas, se preparando para deitar na cama.- Se você não vai dormir, então vá ficar de guarda lá fora. Aproveite para vigiar o gambá. - Ele disse.Mariane fez uma careta, resmungando mentalmente: “Deixa pra lá.”Ela olhou
Vinicius acordou por causa do calor.Seu braço estava claramente em contato com uma fonte de calor, como uma bolsa de água quente.Ele virou o rosto na escuridão e viu a forma da bolsa de água quente, que era uma pessoa encolhida.Mariane.Ela não sabia quando tinha se aproximado dele, com a cabeça enterrada no cobertor, revelando o topo da cabeça, com a testa encostada em seu braço.Ele achou quente e estava prestes a retirar o braço, quando ouviu dois gemidos involuntários dela e de repente percebeu que ela estava com febre.- Mariane?- Hmm...Como imaginava, ele realmente não conseguiu despertá-la.Ele se sentou na cama e acendeu a luz ao lado da cama.Olhou para o relógio e eram apenas duas da manhã.O ritual no grande salão ainda não estava concluído e ele podia ouvir vagamente o som de recitação dos versículos.Ele suspirou, se levantou ao lado de Mariane, se vestiu e saiu.Nesse momento, Túlio já estava dormindo. Ao ouvir a batida na porta, achou que algo estava errado e se lev
A pessoa em seus braços abriu os olhos e olhou para ele por um momento, em um estado de confusão. Finalmente, ela murmurou uma palavra:- Mamãe...Vinicius hesitou em sua ação.Eles se olharam por dois segundos, e ele ficou quieto por um tempo antes de dizer com uma voz rígida:- Quem é sua mãe?Quem ela achava que ele era? Que absurdo!A consciência de Mariane estava um pouco confusa. Ela passou a língua nos lábios algumas vezes, desejando provar aquela doçura novamente.Vinicius fez um som de desaprovação e afastou o frasco de remédio.Quanto tempo fazia desde que ela comeu açúcar? Precisava cobiçar aquele sabor doce de remédio?Embora ele pensasse assim, ele também sabia que ela provavelmente estava o associando ao fato de ele estar fazendo esse rito todo para sua mãe e acabou levando ela a pensar em seus próprios pais.Ele a deitou de volta na cama e percebeu que ela estava olhando para ele com olhos vagos.Provavelmente ele não conseguiria explicar nada para ela em um estado desse
Mariane não conseguia se mexer e passou muito tempo sem conseguir dormir.Finalmente, ela não conseguiu aguentar e acabou dormindo com dificuldade.Quando abriu os olhos novamente, o quarto já estava claro.Ela se virou e não havia mais ninguém ao seu lado.Por um momento, ela se sentiu confusa, como se o belo rosto do homem que esteve próximo a ela fosse apenas um sonho.De repente, bateram na porta.Ela lembrou que ainda estava na montanha e, se já estava claro, deveria ser no dia seguinte, o dia em que ela havia concordado em participar dos ensaios da peça com Cláudia.- Srta. Mariane?Era voz do Túlio.Mariane rapidamente se levantou, verificou suas roupas e, se certificando de que estava tudo em ordem, foi abrir a porta.Assim que a porta se abriu, o frescor da manhã invadiu o quarto.Ela massageou a cabeça e perguntou com voz rouca:- Vamos descer da montanha?- Sim. - Túlio respondeu e olhou para o relógio. - Você pode descer, nós cuidaremos do resto aqui.- Oh, entendi. - Maria
Para descer a montanha, Mariane tinha seu carro, mas Túlio percebeu que ela não estava bem e insistiu para que ela fosse no carro deles, a levando até a entrada do teatro.Mariane chegou cedo e aproveitou que não havia ninguém por perto para descansar um pouco.Entre o sono e o torpor, flashes de vermelho cruzaram sua mente, como se ela tivesse voltado para a igreja, mas estava vazia ao seu redor.- Vinicius? Vinicius...Ela chamou duas vezes, mas não obteve resposta, e sua visão começou a ficar embaçada.De repente, ao virar a esquina, uma mulher corcunda, com cabelos brancos, se virou para ela, e seus olhos turvos estavam cheios de ressentimento. Ela gritou:- Devolve o Leo para mim!!Seu coração deu um salto.Sentindo como se estivesse pisando no vazio, ela abriu os olhos de repente e viu apenas uma luz branca.Mariane deu várias respiradas profundamente e, antes que pudesse entender completamente a situação, ouviu uma discussão do lado de fora.- Dependendo de homens para alcançar
Bem cedo, eles tiveram uma briga para se animarem e acordarem.Saindo do escritório do diretor Catelli, Mariane sentiu sua mente clara e frágil ao mesmo tempo.Cláudia riu e disse:- Você está tão combativa hoje.Mariane fez um gesto com a mão, dizendo:- Estou apenas fingindo. Na verdade, estou com vontade de vomitar.Ela disse a verdade, e a diretora Flávia também percebeu que algo não estava certo com ela, então a fez sentar e conversar.- Falta menos de duas semanas para o final do mês, temos uma missão apertada, precisamos nos apressar. - Disse a diretora Flávia.Mariane deu uma olhada no roteiro de "A Moreninha", um roteiro de época que a diretora Flávia era especialista, com um elenco feminino.A diretora Flávia disse a ela:- Mari, você é a única que pode interpretar perfeitamente esse papel feminino principal!Nina interrompeu:- O requisito para a personagem é a beleza, tenho certeza de que a Mari consegue.Mariane puxou o canto da boca, um pouco envergonhada. A diretora Fláv