O início.Até aí tudo bem, Mariane respirou fundo e, ao chegar à frente do palco, quando o público da primeira fila viu que não era Sabrina, um deles saiu na hora.Os outros atores no palco tinham expressões sutilmente desconfortáveis.Mariane manteve o ritmo, nem rápido nem lento.A peça continuou e o público também continuou saindo.- Que atuação é essa? Não chega nem perto da Sabrina!- Promovendo novatos, que absurdo!- Podem fazer silêncio? Estou tentando assistir à peça, por que tanto falatório?O público da peça estava dividido em relação aos atores: alguns apreciavam a peça e a atuação, independentemente de quem estava atuando, enquanto outros, acostumados a ver sempre a mesma pessoa, não aceitavam substitutos!Na peça "Olhar para a Distância", o público era principalmente do segundo tipo. De cada dez pessoas, apenas uma ou duas eram espectadores casuais.A agitação na plateia aumentava e mais pessoas saíam, enquanto os figurantes no palco, distraídos, começaram a errar.O pior
- Planejar uma nova peça? - Ao ouvir a sugestão de Mariane, Flávia hesitou um pouco.Mariane assentiu, dizendo:- Eu sugiro que você escolha rapidamente um tema, pegue o mais simples! Primeiro estabilize a situação com o chefe e depois pense em competir com Sabrina.A situação atual não era sobre ganhar ou perder a aposta, mas sim se Flávia ainda tinha valor e isso era o que interessa ao chefe.- Eu sou uma artista...- As pessoas ao seu redor precisam comer. - Mariane cortou a fala de Flávia com uma frase.Ela olhou para os novatos restantes na sala, só podendo suspirar.- Planejar uma nova peça também é uma opção...Mariane, vendo que ela cedeu, ficou um pouco mais tranquila.Ela disse:- Entre em contato com a pessoa responsável pela programação para ver quais peças estão disponíveis recentemente.Ao lado, uma garota levantou a mão e disse:- As histórias de contos de fadas da Disney sempre vendem bem!- Bobagem! - Flávia arregalou os olhos. - Isso também é chamado de peça?Uma dire
Originalmente, o grupo de Flávia tinha dezessete pessoas, mas agora só restavam seis.Uma maquiadora chamada Maia, que havia sido agredida por Sabrina, permaneceu no grupo graças a Flávia, que a defendeu, ofendendo Sabrina definitivamente. Esta garota ainda tinha consciência, não partiu.Dos cinco restantes, quatro eram estagiários e uma, chamada Cláudia, uma bela mulher de cabelos longos, frequentemente ignorada, era uma garota bastante gentil.Assim que a porta do quarto se fechou, Flávia se sentou num canto, coberta de pelo, incapaz de aceitar as mudanças.Os estagiários começaram a limpar.Cláudia, contando os bens da produção, brincou:- Se fôssemos encenar 'Branca de Neve', teríamos pessoas suficientes. Mari seria a princesa, e nós, os anões.Nina, aparecendo, disse:- Diretora Flávia já está velha, não dá mais.Flávia olhou para ela sombriamente.Todos se calaram.Mariane, recostada na cadeira, cobriu o rosto com as mãos e riu inesperadamente.Flávia a empurrou, dizendo:- Garot
Do outro lado da linha, a voz do homem soava abafada e um pouco rouca, mostrando impaciência ao dar o endereço.- Venha para a Mansão Blue Sky.Mariane imaginou que ele deveria estar dormindo, pois sua voz soava extremamente cansada.Ela arrumou uma sacola com acessórios para levar, planejando cuidar dos detalhes à noite.Hoje ela não dirigiu, então teria que pegar um táxi para a Mansão Blue Sky. No caminho, Lucas ligou para ela.- Alô?- A galeria me ligou, disse que você pediu demissão?Mariane olhava pela janela, respondendo:- Consegui um novo emprego. Além disso, sempre tem fãs causando confusão na galeria, não consigo trabalhar direito e ainda atrapalho o negócio deles.- Se está complicado para você, me avise que eu arranjo outro emprego.- Está tudo bem, eu mesma encontrei um bom.Lucas perguntou:- Que emprego?- Em um teatro, nada de mais.Houve uma pausa antes de Lucas dizer:- Estou livre esta noite.Mariane hesitou por um momento, se lembrando de que tinha prometido o conv
O som da campainha soou.Mariane pausou brevemente a conversa casual com Vinicius e se levantou para abrir a porta.Do lado de fora, estava Raquel, segurando legumes, e atrás dela Túlio, carregando muitos petiscos.- Mari!Ao ver Mariane, Raquel pareceu muito feliz.Mariane também gostava dela e rapidamente deu espaço:- Vocês foram às compras?- Sim! Meu irmão estava com desejo, então eu o convidei para comer algo gostoso.Mariane sorriu ao ver as duas sacolas de petiscos, claramente não eram apenas para Túlio.Quando Raquel entrou, correu para cima e para baixo, pegando o cachorrinho para brincar com Mariane.De repente, ela notou um grande pacote na entrada.- O que é isso?Mariane respondeu:- São adereços.- Adereços? - Raquel piscou seus grandes olhos, curiosa.Mariane a tratava como uma criança, disposta a mimar ela, e agachou para abrir o zíper e mostrar.Um vestido de princesa, uma coroa e sapatos de salto alto.A maioria das meninas adorava essas coisas quando crianças, e Raq
Raquel, ao ouvir isso, imediatamente concorda com a cabeça:- Isso mesmo, os anões têm que chorar!Enquanto falava, ela mesma não chorava, e se voltou para organizar Túlio e Vinicius.- Chora, irmão. Chora, Vini!Vinicius, com a têmpora pulsando, sem alternativa, responde:- Por que você mesma não chora?Raquel, cheia de razões, disse:- Eu sou um anão tímido, anões tímidos choram baixinho!Mariane, rindo tanto que balança os ombros, concordou:- É, Raquel está certa.- A princesa morreu! Por favor, não fale.- Não vou falar, não falo!Ela riu internamente, sentindo que valeu a pena vir hoje.Raquel era simplesmente um anjo, quem a teria enviado especialmente para atormentar Vinicius?Como Vinicius não podia chorar, Raquel o ensinou, fazendo ele esfregar os olhos com as mãos.- Raquel, Vini não sabe chorar. - Túlio, não suportando mais, interviu para ajudar.Raquel ignorou, ocupada manipulando as mãos de Vinicius.Mariane, discretamente abrindo os olhos, flagrou Vinicius com as mãos em
- Sim!- Então me mostra como se faz.Mariane se surpreendeu. Pediu a Raquel para demonstrar, mas quem ela iria beijar?Vinicius enlouqueceu?Ela abriu os olhos com esforço novamente e, como esperado, Raquel, depois de pensar por dois segundos, se virou para segurar o rosto de Túlio e mostrar para Vinicius.- Raquel!Túlio, assustado, mudou a cor do rosto e rapidamente segurou Raquel, não se ajoelhando mais e tentando acalmar ela primeiro.- Irmão!- Tudo bem, Raquel, vamos parar de brincar.Raquel balançou a cabeça, ainda querendo o abraçar.O rosto de Túlio, sempre inexpressivo como o de um robô, quase não aguentava mais, segurando as mãos dela.- Chega de brincar! Se continuarmos, o macarrão que você comprou vai chegar e então não vai estar mais gostoso. - Disse ele, ludibriando e enganando Raquel para que ela fosse embora.Mariane deitou no sofá, bocejando, e ao virar a cabeça, encontrou o olhar sereno de Vinicius.Foi intencional.Ele já esperava que Raquel pedisse a Túlio para de
Mariane pensou por um momento, mas logo descartou essa ideia. Observando a atitude de Vinicius em relação a Daiane e aos outros, era improvável que ele tratasse bem a filha ilegítima de seu pai. Além disso, ele venerava Raquel como se fosse uma deusa. Por que seria assim? Ela estava intrigada e curiosa, sentindo como se estivesse prestes a ter uma revelação.Enquanto ponderava, o elevador deu um tranco. Em seguida, o alarme do elevador soou! Ela só teve um segundo para pensar antes que as luzes se apagassem. Mariane soltou um suspiro leve.Vinicius disse:- Por que você está gritando?A escuridão os envolvia.Mariane, tensa, se encolheu instintivamente, mas tentou parecer calma:- O que aconteceu?- O que mais poderia ser? Não ouviu o grito? Os fantasmas chegaram.Mariane, assustada, falou:- Não brinque com isso.Na escuridão, o homem franziu a testa, olhando em sua direção."É só isso que você tem de coragem?"Ele desviou o olhar, abrindo os lábios:- A energia caiu.Mariane suspirou