Disseram que seria apenas alguns minutos, mas quando uma pessoa estava nervosa, cada segundo parecia uma eternidade.Mariane se sentia prestes a ser devorada pela escuridão, com vozes confusas ecoando ao seu redor. Sem pensar muito, ela agarrou novamente a camisa de Vinicius.O homem se moveu ligeiramente, mas desta vez não zombou dela, provavelmente temendo que ela realmente se apavorasse.Houve um minuto de silêncio no quarto.Mariane se acalmou e começou a ter pensamentos aterrorizantes.Quedas de elevador, ascensões rápidas.De qualquer forma, todas eram situações mortais.Ela ainda estava usando seus sapatos de salto médio.Pensando nisso, ela discretamente moveu seus pés, tentando tirar dos sapatos, pouco a pouco.- O que você está fazendo?“Como ele descobriu?”- Estou tirando meus sapatos.O homem riu desdenhosamente, zombando dela:- Assistiu muitos filmes?- É senso comum, melhor prevenir do que remediar. Você também deveria encostar na parede, é mais seguro. Não estamos tão
Porque ia encontrar Lucas, Mariane pensou por um momento e disse:- Marquei um jantar com um amigo, pode me deixar na beira da estrada.- Então eu espero por você por perto.- Não precisa, meu amigo tem carro, depois do jantar, eu pego uma carona com ele.O motorista hesitou um pouco, parou o carro e, percebendo que a área era bastante movimentada e provavelmente segura, concordou.- Tenha cuidado ao descer do carro.- Tudo bem.Mariane desceu, levando consigo uma grande bolsa.Ela reservou um restaurante nas proximidades e já tinha enviado a localização para Lucas, que respondeu: "Estou chegando."Entrando no restaurante, ela deixou suas coisas no guarda-volumes e foi escolher os pratos na mesa.Aproveitando que Lucas ainda não tinha chegado, ela foi ao minimercado ao lado para comprar alguns itens de uso diário para Tamires.Quando estava no caixa, ouviu uma voz feminina ao lado:- Não quero vinagre branco, quero o preto.Mariane se virou e viu que era uma conhecida.Joana estava ves
Mansão Blue Sky.Joana bateu na porta e foi Túlio quem abriu.Túlio parecia surpreso, não esperava que fosse ela quem entregasse.- Sr. Lopes está aí?- Sim.Túlio abriu espaço, o suficiente para Joana avistar Vinicius lá dentro.Quando Joana estava prestes a falar, ele tomou a frente:- Pode me dar isso aí.- Claro.Joana, sem pressa, o entregou o objeto.Vinicius, sentado no sofá, observava algo com uma postura relaxada, levantou os olhos para a olhar e disse com indiferença:- Por que você veio?Joana respondeu:- O macarrão foi feito por mim. Túlio disse para trazer assim que estivesse pronto. Eu estava preocupada que ele grudasse, então vim aqui, leva apenas alguns minutos para cozinhar. - Enquanto falava, ela procurava por protetores de sapatos, querendo entrar.Raquel, que estava jogando videogame ao lado, ao ver o movimento de Joana, se levantou imediatamente:- Você não pode entrar!Joana ficou surpresa.Raquel, abraçando o cachorro e erguendo o queixo com um ar de orgulho, di
As luzes do lado de fora da janela estavam tênues, e, sem querer, um carro passou.Mariane olhou rapidamente para fora, mas não deu muita atenção.Os pratos já estavam servidos, e Lucas tirou o anel que usava, pretendendo ajudar ela a lidar com o caranguejo.- Não precisa, não precisa! - Mariane o interrompeu, surpresa e lisonjeada. - Você é o convidado, já é demais eu não cuidar de você, não faz sentido você cuidar de mim.Lucas levantou os olhos e disse:- Você é uma garota.Mariane sorriu, acenando com a mão, colocou luvas descartáveis, pegou o caranguejo e mordeu diretamente, mostrando a Lucas o caranguejo mordido, ao ver que ele ainda a observava.- Meus dentes estão ótimos.Lucas assentiu.Mariane o serviu suco e começaram a conversar sobre coisas cotidianas.- Você sempre sai do trabalho tão tarde?- Acabei de começar a trabalhar. - Mariane disse, entre risos e lágrimas. - Nos últimos anos, eu ficava em casa.- Eu sei, a família Lopes não permite que as mulheres trabalhem por co
O restaurante não estava silencioso, vários garçons corriam para ajudar a limpar os cacos.Todos olhavam ao redor, comentando um pouco aqui e ali.Somente na mesa de Mariane e Lucas reinava um silêncio de morte.Mariane quase pensou que tinha ouvido errado, até encontrar o olhar sério de Lucas, sentindo um arrepio na nuca e um desconforto generalizado."Meu sobrinho, o que você está fazendo?"Ela abriu a boca, lambeu os lábios, e finalmente, sem saber o que fazer, se recostou na cadeira, cruzando os braços.- Lucas...- Eu gosto de você.Um segundo choque.Mariane não conseguia fechar a boca, lambia os lábios repetidamente, engolindo em seco.Ela ajustou sua posição na cadeira, levando um tempo para acalmar a sensação de formigamento no couro cabeludo, e finalmente falou:- Acho que você está confuso por causa de uma situação especial. Eu te salvei naquele dia, então você entendeu errado.Lucas franziu a testa, rebatendo:- Eu sou maior de idade.Mariane ficou sem palavras por um momen
Às onze horas, Mariane se sentava à mesa de jantar, com uma expressão abstraída.Tamires, na cozinha, aquecia as sobras que ela levou para casa, a ouvindo falar sobre suas experiências, não pôde deixar de exclamar:- Uau! Mariane! Você está indo muito bem!Mariane deu um sorriso irônico.Tamires foi pegar um pacote de macarrão instantâneo, dizendo animadamente:- E depois, o que seu sobrinho disse?Mariane sentia uma dor de cabeça.Lembrando a segunda parte da conversa no restaurante:- Eu só gosto de você, não é um crime. Deixando de lado o fato de eu ser um Ravino, para você, sou apenas um estranho. Quando comecei a gostar de você, não sabia que era esposa do Vinicius. Não estou brincando com você, se um dia eu puder ter você, darei tudo de mim.- Esse rapaz é muito astuto! - Exclamou Tamires, chocada.Mariane sorriu amargamente:- Você notou, não é?- Claro! - Tamires apoiou o queixo na mão, mudando de tom. - Mas é tão fofo!Mariane ficou sem palavras.Tamires se sentou ao seu lado,
Palco.- A programação é muito importante, assim como a divulgação. Se ninguém vier, de nada adiantará termos dez sessões por dia.- Mas eu acabei de ver no site oficial, o departamento de publicidade nem sequer nos deu um cantinho.- Será que vamos ter que pagar pela nossa própria divulgação?Algumas garotas conversavam em voz baixa, visivelmente desanimadas.Mariane também pensava nisso enquanto arrumava os adereços, discutindo com Cláudia.Cláudia, experiente, disse:- Geralmente, nesses casos, só podemos contar com nós mesmos. Distribuir ingressos promocionais, fazer parcerias com escolas ou empresas, oferecer como benefícios.Mariane estava cética e falou abertamente:- Ingressos para bons filmes são considerados um benefício, mas se formos nós a procurar as pessoas, provavelmente elas não darão valor.- Exato. - Cláudia concordou, falando baixo. - Você sabe o que é uma sessão privada?- O que quer dizer?- Venda fantasmas, pagam para aumentar a bilheteria, mas ninguém assiste.Ma
Quando Vinicius voltou, o segurança não ousou demorar, arrastou a louca para longe com pressa. Mariane arrumava os pratos, observando a expressão sombria de Vinicius, e disse:- Por que você não lida com esse tipo de pessoa?Vinicius se sentou, deu uma olhada rápida nas entradas e no macarrão, sem dar atenção.- Você ainda tem pena dos idosos e pobres?Mariane se aproximou para o olhar, achando um pouco curioso, era raro, ele parecia estar sendo bondoso.Vinicius levantou a cabeça e a olhou silenciosamente.Mariane brincou:- Falando nisso, eu também sou pobre, também sou mulher, Sr. Lopes, por que você não é mais tolerante comigo?Vinicius respondeu:- Seu avô também lutou pela vida pelo meu avô? - Ele riu ironicamente. - Seu avô lutou, sim, para sugar o sangue da família Lopes.Mariane fez uma careta.Vinicius pegou os talheres, escolhendo um pouco de macarrão.Rápida, Mariane pegou a garrafa de vinagre e derramou quase metade no prato dele.A sopa ficou escura.Vinicius ficou sem pa