- Espero que você saiba onde é o seu lugar.Ao ouvir isso, a raiva de Sílvio voltou a incendiar seus olhos.- Você me odeia tanto que chega a doer, mas finge se importar comigo. Você não se cansa? Eu já estou cansado só de olhar.As palavras frias de Lúcia irritaram ainda mais Sílvio: - Você me chamou de volta pra dizer alguma coisa ou não?Lúcia, como se tivesse lembrado de algo, colocou o copo de água na mesa, pegou três documentos ao lado do sofá e os jogou na cara de Sílvio com a mesma força que ele usara ao jogar os papéis do divórcio nela.- Presidente Sílvio, dê uma olhada. Se estiver tudo certo, assine.A ponta afiada dos documentos passou raspando pelo rosto de Sílvio.Sua pele foi cortada, deixando uma linha vermelha.Lúcia viu, mas agiu como se não tivesse notado, baixando os olhos e abrindo a gaveta para pegar uma caneta.Os três documentos caíram ao lado dos sapatos de couro preto de Sílvio.Ele se abaixou, pegou os papéis e os abriu, rindo: - O que você está tramando ag
Lúcia só queria se livrar daquilo, sem pensar nas complicações que sua falta de explicação traria para Basílio no futuro.Sílvio sentou-se no sofá ao lado dela e abriu o acordo de divórcio, examinando-o com atenção.Pelo canto do olho, viu Lúcia se afastar, mantendo uma distância deliberada.Sílvio apertou o acordo nas mãos.No papel, estava claro que ela concordava em sair sem nada.Lúcia se levantou e colocou a caneta na mesa de centro à sua frente: - Se está tudo certo, assine.- Sua mãe sabe que você quer se divorciar?Sílvio perguntou despreocupadamente, sem levantar os olhos para ela, com um tom leve e desinteressado.Lúcia não se surpreendeu. Ele nunca valorizou aquele casamento, muito menos a ela.Seus dedos se apertaram. Na verdade, ela ainda não tinha tido a chance de contar à mãe.Se sua mãe soubesse, certamente tentaria impedi-la, com medo de que Lúcia não conseguisse se sustentar sem Sílvio.A única solução era agir primeiro e contar depois.- Ela sabe. - Lúcia respondeu,
Sílvio segurou o rosto dela com força e a beijou intensamente, interrompendo as palavras que Lúcia ainda não havia terminado de dizer.Um sentimento de humilhação rapidamente tomou conta de todo o corpo de Lúcia, que empurrou o homem com força.Ela deu um tapa no rosto dele, que estava de perfil: - Sílvio, não seja tão abusivo!Depois do tapa, Lúcia se arrependeu imediatamente, sentindo um medo profundo. Aquele homem era um perverso, um verdadeiro monstro, e certamente não a deixaria em paz. Mas ela estava tão furiosa que não conseguiu se conter.Imediatamente, uma mão áspera segurou sua cintura delgada.Antes que pudesse reagir, Sílvio a puxou para junto de seu corpo, pressionando-a contra seu abdômen firme, coberto pela camisa cinza.Mesmo através do tecido, ela sentia o calor do corpo dele.Ela tentou se soltar, mas a mão dele, como aço, a segurava cada vez mais firme.- O que você está fazendo?Lúcia tentou se afastar, pressionando as mãos contra o peito dele, olhando-o nos olhos
Lúcia mordeu os lábios, tremendo de raiva: - Você precisa mesmo me humilhar assim?- Dormir com o marido, o prazer entre um casal, não era isso que você sempre desejou? Ou será que aquele policial já te satisfez tanto que você nem quer mais dormir com o próprio marido? - Sílvio riu levemente.As palavras dele eram como facas, cortando o coração de Lúcia em pedaços, deixando-o em carne viva.- Sílvio, eu não sou como você, eu não dependo de um homem para viver! - Lúcia gritou, com os dentes cerrados.Sílvio sorriu com desprezo e se virou para sair.Quando estava prestes a sair pela porta da Mansão do Baptista, ouviu um choro trêmulo atrás de si: - Eu aceito! Sílvio, eu aceito...O corpo de Sílvio ficou tenso por um momento.Ele conhecia Lúcia, sabia que ela era orgulhosa e que se rebaixar para agradar um homem era pior que morrer para ela.Mas ela aceitou, para conseguir o divórcio, ela aceitou.Sílvio não se virou, ficou parado.Aquilo ele não esperava.Lúcia se aproximou, forçando a
Sílvio pegouas duas caixas de preservativos, deu uma olhada e jogou no lixo: - Não gosto dessa marca, vá comprar de novo.- Sílvio, você está procurando problema? A marca não afeta sua performance. - Lúcia estava furiosa.Sílvio levantou-se do sofá, olhou para o relógio de pulso, pegou o paletó e começou a vesti-lo, como se fosse embora.Lúcia cerrou os dentes, tentando controlar a raiva: - Qual é a marca que você gosta, então?- Eu não sei, só sei que não gostei do que você comprou. - Sílvio olhou para Lúcia e viu que ela estava tão irritada que chegou a rir. Ele zombou. - Sra. Lúcia, você não disse que faria qualquer coisa para conseguir o divórcio? Se nem comprar preservativos você consegue, começo a duvidar se realmente quer se divorciar. Não tenho tempo para seus joguinhos.Lúcia voltou ao supermercado e comprou todas as marcas de preservativos que encontrou.A caixa ficou perplexa ao ver a montanha de preservativos: - Senhora, não precisa comprar tanto assim. Pode voltar e com
Ela fixou o olhar na gravata preta de Sílvio, um modelo simples, mas elegante.Lúcia já havia comprado gravatas dessa marca antes, mas claramente não foi ela que escolheu essa.Enquanto desfazia o nó da gravata, Lúcia perguntou casualmente: - Foi a Giovana que escolheu essa gravata para você, não foi?Sílvio sentiu um frio na espinha, percebendo imediatamente o que tinha acontecido.Leopoldo o enganou, dizendo que essa gravata foi um presente de Lúcia.- Não está bonita? - Sílvio respondeu com a voz rouca, o tom frio e cortante.- Essa gravata é horrível.- Não tanto quanto você.- Se me acha tão feia, por que se casou comigo? Estava cego?- Você é como chiclete, grudou em mim e não soltou. Eu tinha escolha?- Sílvio, quando nos casamos e fizemos a cerimônia, você estava com a cara fechada, sem esboçar um sorriso. Foi porque você se sentiu obrigado a se casar comigo, não foi? Naquela época, você pensava na morte trágica dos seus pais, né? Você me viu sorrindo tão feliz, como uma boba,
Lúcia, por instinto, tentou mudar a posição da mão para continuar a lavagem.Uma grande mão agarrou a dela com força, pressionando-a contra a parte íntima do homem.- O que foi? Está nervosa?Sílvio falou, encurralando-a contra a parede da banheira.Ela mordeu os lábios: - Não estou nervosa. Sílvio, vamos sair daqui. Eu já terminei de te dar banho.Logo em seguida, uma mão firme apertou a sua cintura, acariciando-a.Ela soltou um grito, pronta para falar.Seus lábios foram selados pelos dele.Com os olhos fechados, Sílvio a beijou de maneira dominadora e intensa, sugando profundamente seus lábios.Lúcia cerrou os dentes, mantendo a boca bem fechada.Esse canalha, o que ele queria agora...Mas ele mudou a intensidade, tornando-se gentil e prolongado.Ele beijou o lóbulo da orelha dela, mordiscando levemente, sua voz suave e carregada de desejo: - Lúcia, obedeça.Embora fizesse um ano desde a última vez que foram tão íntimos, ele ainda a conhecia muito bem.Lúcia, visivelmente, amolece
- Vou acabar logo. - A voz chorosa da mulher soou.Ela chorava.Com uma cena tão embaraçosa e humilhante, era normal que ela chorasse.Mas isso era algo que ela deveria suportar. Comparado à perda dos pais dele, ser humilhada verbalmente não era nada.Sílvio voltou a exibir uma expressão indiferente.Dois minutos depois, Lúcia saiu do banheiro vestindo um roupão, pegou o secador de cabelo e começou a secar o cabelo de Sílvio.Desde que começaram a namorar, toda vez que ele lavava o cabelo, ela insistia em secá-lo para ele.Mas agora, depois de um ano, era a primeira vez que ela fazia isso novamente, e ainda por uma exigência dele.No rosto de Lúcia, havia uma expressão de desagrado. Ela estava de boca fechada, secando rapidamente o cabelo dele, como se não quisesse passar mais um segundo ao lado dele.Sílvio pensou na expressão tímida dela há pouco, sabendo que nunca mais a veria assim.No futuro, ela faria cara de tímida para outro homem, dormiria com outro homem.Depois de secar o ca