Mas as palavras de Basílio tinham um peso difícil de ignorar.— Olga também foi enviada pela Giovana para matar Lúcia. Só que ela teve um surto de consciência e preferiu se jogar contra a grade e acabar com a própria vida. Sílvio, você nunca acreditou de verdade na Lúcia. Vive dizendo que a ama, mas essa sua "grande" paixão nunca chegou até ela. Nem mesmo depois de tudo o que você fez, ela ainda tentou me impedir de te procurar para acertar as contas. Qualquer outra mulher, com um pouco mais de juízo, já teria te deixado há muito tempo. — Continuou Basílio, com a voz carregada de desprezo.Os olhos de Sílvio começaram a ficar ligeiramente vermelhos, mas ele se recusava a demonstrar qualquer fragilidade na frente de Basílio. Suas íris cor de âmbar piscavam rapidamente, tentando conter as lágrimas que ameaçavam escapar.— Levanta! Vamos buscar a Lúcia e levar ela pra casa! — Basílio gritou, puxando Sílvio pela gola da camisa.“Levar ela pra casa? Ah, como eu queria que fosse tão simples.
Arthur congelou levemente a mão enquanto passava o remédio no ferimento de Sílvio.Através da fumaça nebulosa do cigarro, Sílvio conseguiu perceber com clareza a ligeira mudança de expressão no rosto de Arthur.— Arthur, o que você acha disso? — Sílvio perguntou de repente, tragando o cigarro e lançando um sorriso enigmático.Aquele sorriso fez Arthur se sentir desconfortável, e seu coração acelerou de nervosismo:— Sr. Sílvio, o senhor ouviu algum boato?— Boato?— Sr. Sílvio, o senhor e a Sra. Lúcia passaram por tanta coisa para chegarem até aqui. Não foi fácil. Entre marido e mulher, o mais importante é a confiança mútua. A Sra. Lúcia foi salva por mim. Se ela fosse falsa, eu saberia. Agora, o Sr. Basílio… esse sim, tem intenções duvidosas e está claramente tentando causar discórdia entre vocês.Enquanto continuava a enfaixar o ferimento, Arthur sorriu e comentou:— Eu lembro que, naquela vez, quando o senhor e a Sra. Lúcia quase se divorciaram, foi justamente por causa dessa proxim
O carro avançava em alta velocidade pela estrada asfaltada.A pista, molhada pela neve derretida, brilhava sob as luzes dos postes. Os flocos de neve caíam continuamente sobre o para-brisa, e o limpador trabalhava em um ritmo constante, empurrando a neve acumulada para os lados.Sílvio observava com um olhar frio as luzes de néon e os pedestres que passavam pela janela. O vidro estava meio abaixado, e o vento gelado cortava seu rosto, mas ele parecia completamente alheio ao frio.— Sr. Sílvio, os resultados dos exames do hospital ficaram prontos. — Leopoldo falou, segurando o volante com certo nervosismo.Sílvio finalmente desviou o olhar da janela e fixou os olhos nele:— Fale.— Seu instinto estava certo. A Sra. Lúcia que está na sua mansão realmente tem algo errado.— Continue.— O relógio que o senhor me entregou estava cheio de substâncias entorpecentes.— Entorpecentes?— Exato. É um tipo de droga incolor e inodora, quase impossível de ser detectada. Com o uso prolongado, ela cau
Giovana, determinada a impressionar Sílvio, escolheu uma lingerie fina e provocante para a ocasião. Pelas mensagens de Arthur, ela sabia que Sílvio havia brigado com Basílio por causa dela e que, até aquele momento, ele não suspeitava de sua verdadeira identidade.Era impossível para Giovana não se sentir tocada por isso. Mas, mais do que isso, ela sabia que precisava agir rápido e aproveitar o momento para conquistar Sílvio de vez.Ela escolheu um casaco branco, caprichou na maquiagem, dando ao rosto um ar sedutor, e usou o babyliss para deixar as pontas do cabelo levemente onduladas, criando um charme especial. Por fim, calçou botas de cano alto, pegou o celular e as chaves do carro antes de sair da mansão.O que Giovana não sabia era que toda aquela produção só aceleraria sua queda para o inferno.O carro de Giovana acelerava pela estrada, até que uma van surgiu de repente em seu caminho, forçando-a a entrar em um beco longo e estreito.O lugar era mal iluminado, sem postes de luz.
No consultório do médico.- Sra. Lúcia, suas células cancerígenas já se espalharam para o fígado. Não há mais o que fazer. Nos dias que lhe restam, coma o que quiser, faça o que desejar, sem arrependimentos.- Quanto tempo eu ainda tenho?- Um mês, no máximo.Lúcia Baptista saiu do hospital. Sem tristeza, sem alegria, pegou o celular e ligou para seu marido, Sílvio. Pensou que, apesar de não estarem mais apaixonados, era necessário contar a ele sobre sua condição terminal.O celular tocou algumas vezes e foi desligado.Ligou novamente, mas já estava na lista de bloqueio.Tentou pelo WhatsApp, mas também estava bloqueada.O amargor em seu coração aumentou. Chegar a esse ponto no casamento era triste e lamentável.Sem desistir, foi à loja e comprou um novo chip, ligando novamente para Sílvio.Desta vez, ele atendeu rapidamente: - Alô, quem fala?- Sou eu. - Lúcia segurava o celular, mordendo os lábios, enquanto o vento cortante batia em seu rosto, como lâminas geladas.A voz do homem no
Lúcia fixava intensamente a foto, com um olhar afiado e sereno, como se quisesse perfurá-la.Ela realmente se arrependia de não ter enxergado a verdadeira natureza das pessoas ao seu redor.Sílvio era seu marido, Giovana era sua melhor amiga, e ambos, que sempre diziam que a retribuiriam, agora a traíam pelas costas, causando-lhe uma dor atroz!A amante se sentia tão no direito de exibir sua conquista na frente da esposa legítima, era uma desfaçatez sem igual!Lúcia era orgulhosa. Mesmo que a família Baptista agora estivesse nas mãos de Sílvio, ela ainda era a única herdeira legítima da família.Giovana não passava de uma aduladora que sempre a seguia, bajulando e tentando agradar.Lúcia bloqueou todas as formas de comunicação com Giovana. Porque ela sabia que Giovana, sozinha, não teria coragem de agir. E Sílvio era a mão que impulsionava as ações de Giovana.Para esperar Sílvio, ela não jantou, apenas tomou o analgésico prescrito pelo médico.O relógio na parede marcava onze horas. L
- Eu vou soltar fogos de artifício por dias e noites no seu funeral para comemorar sua morte! - Disse Sílvio.Ao ouvir isso, o coração de Lúcia, que já estava pendurado por um fio, se despedaçou completamente. Cada pedaço, ensanguentado, parecia impossível de juntar novamente.Era difícil imaginar o quão frio Sílvio poderia ser. Ele desejava sua morte com tanta indiferença, falando com um sorriso sarcástico.- Sílvio, se quer casar com a Giovana, vai ter que esperar eu morrer.O homem que ela havia moldado com suas próprias mãos havia sido seduzido por uma mulher sem escrúpulos. Ela não podia suportar essa humilhação.Se estavam destinados ao inferno, que fossem os três juntos.- Lúcia, ainda vai chegar o dia em que você vai chorar e implorar de joelhos para se divorciar de mim!O olhar penetrante de Sílvio estava frio como gelo. Sem qualquer hesitação, ele bateu a porta ao sair.Aquela noite, ela não conseguiu dormir. Não era por falta de vontade, mas porque simplesmente não conseguia
- Pode ser parcelado? - Lúcia perguntou com a voz trêmula.A funcionária do caixa, com uma expressão fria e acostumada a esse tipo de situação, respondeu: - Somos um hospital particular, não fazemos parcelamento. Ou você transfere seu pai ou providencia o dinheiro.As pessoas na fila atrás dela começaram a revirar os olhos e a reclamar:- Você vai pagar ou não? Se não, sai da frente, estamos esperando.- Exato, está ocupando o lugar à toa.- Se não tem dinheiro, por que veio ao hospital? Vai para casa esperar a morte!Lúcia levantou os olhos levemente e, com um pedido de desculpas, saiu da fila.Ela tinha poucos amigos e pedir dinheiro emprestado era fora de questão.A única pessoa que poderia ajudá-la era Sílvio.Ela ligou, mas ele não atendeu.Mandou uma mensagem: [Assunto urgente, atenda, Presidente Sílvio.]Era a primeira vez que ela o chamava de Presidente Sílvio.Primeira ligação, sem resposta. Segunda, terceira, também não.Ela continuou insistindo, sem desistir, mesmo com o co