Raimunda enterrou as cinzas de Olga em um cemitério.Foi Giovana quem pagou pelo terreno.Uma multidão de jornalistas apareceu para registrar o momento, e Raimunda fez questão de colaborar, falando diante das câmeras sobre como Giovana era uma pessoa maravilhosa, alguém que havia ajudado sua família imensamente.Ela prometeu que, se tivesse a chance, faria de tudo para retribuir Giovana.À noite, depois que todos os jornalistas foram embora, Raimunda estava prestes a ir embora também. De repente, um saco foi jogado sobre sua cabeça.Antes que pudesse reagir, foi derrubada no chão e começou a levar socos e pontapés.No início, Raimunda gritou e xingou com todas as suas forças.Mas, espancada brutalmente, acabou se encolhendo e implorando por misericórdia.- Lembre-se, não mexa com quem não deve. Isto é um aviso!Uma voz masculina a advertiu.Raimunda tirou o saco da cabeça e viu o cemitério silencioso e vazio, iluminado apenas pela luz da lua.Se não fosse pela dor no corpo, ela pensar
Na mente de Sílvio, o conteúdo do vídeo enviado por Giovana vinha à tona de forma frenética.No vídeo, Lúcia sorria brilhantemente para aquele policial.Sílvio, no entanto, manteve a racionalidade, tentando suprimir a ciúme e a fúria que ardiam dentro dele.Lúcia tentou se desvencilhar, mas ele apertava seu braço cada vez mais forte.Ela soltou um suspiro de dor.Lúcia deu uma risada fria: - Desculpe, eu nunca aprendi a atuar, não sei fingir sorrisos. Se quer ver alguém sorrindo falsamente, vá procurar a Giovana.- É assim que você fala comigo?Sílvio semicerrava os olhos, seu olhar gélido.Lúcia não respondeu, abaixou os olhos, exausta, sem forças nem para brigar ou questionar.- Eu te liguei, por que você não atendeu? - Insistiu Sílvio.Lúcia olhou para os chinelos de algodão nos pés: - Estava sem bateria. Sílvio, posso emprestar seu celular um instante?- O que você quer fazer? - Perguntou Sílvio.Lúcia levantou o olhar, com um sorriso amargo: - Antes, eu podia mexer no seu celul
Sílvio soltou a mão que prendia o pulso dela.Claro que não, ele e Giovana sempre mantiveram distância em particular.- Precisa pensar tanto assim? Vai inventar mais uma desculpa para me enganar?Lúcia olhou fixamente para ele, com um sorriso desfeito, uma beleza trágica estampada no rosto.Sílvio viu os olhos dela vermelhos no canto, engoliu em seco e desviou o olhar, frio: - Fique longe daquele policial.- Sílvio, eu estou te perguntando, você e Giovana realmente transaram? - Lúcia insistiu, com os lábios apertados.Ela queria perder todas as esperanças, queria ouvir a verdade.- Ou você quer que eu espere você morrer para fazer isso? Desculpe, mas não posso esperar tanto. - Disse ele.O olhar cortante e sarcástico de Sílvio voltou a se fixar no rosto de Lúcia.Seus lábios bonitos se curvaram, exibindo um sorriso: - Lúcia, sua amiga na cama é bem mais divertida que você.Assim que ele terminou de falar, lágrimas enormes começaram a cair dos olhos de Lúcia.Ela tremia de raiva, os d
- Ou você acha que eu vim porque estou preocupado com você? Lúcia, você está se iludindo. - Sílvio riu, cruelmente.Lúcia tremeu, se apoiando na parede, piscando os olhos inchados: - Você quer tanto assim que eu morra?- Lúcia, você está com amnésia? Ou enlouqueceu? Esse é um dos seus questionamentos favoritos, né? Já perguntou isso umas cem vezes. Você não sabe o quanto eu desejo sua morte? Leopoldo já comprou seu caixão, só falta você morrer para deitar nele. Até os fogos de artifício para seu funeral eu já comprei.Sílvio cruzou os braços, aproximou-se dela, com um sorriso gelado no rosto: - Sua foto favorita é a do nosso casamento, certo? Eu te mando uma cópia para você usar como foto do seu obituário. Sou ou não sou generoso, meu amor?- Nem um dia você pode esperar? Está tão apressado em preparar meu funeral? - Lúcia perguntou, trêmula de raiva.- Exatamente, então se você tiver um pingo de bom senso, morre logo. Afinal, você já quer morrer, não é? Então, quanto antes, melhor,
Giovana ficou pasma: - Você não vai me levar?- Tenho coisas para fazer.Sílvio olhava para a estrada à frente, com os postes de luz iluminando seu rosto bonito e sério através das folhas das árvores, tornando-o ainda mais frio.Com a outra mão, Sílvio pegou uma caixa de cigarros, tirou um, acendeu-o, baixou o vidro da janela e começou a fumar.- Mas, Sílvio, foi a Lúcia quem me ligou para eu vir te buscar.Giovana mordeu o lábio, insatisfeita.Sílvio respondeu friamente: - Quem ligou, você procura.- Hoje a Lúcia derramou café em mim. Fiquei apavorada. Fica comigo, ou pelo menos me leva para casa. - Giovana, com coragem, puxou o braço de Sílvio, balançando-o em súplica.Sílvio olhou para a mão delicada em seu braço e franziu a testa com desgosto: - Solte.- Sílvio...- Não quero repetir.Giovana sabia que ele era firme em suas decisões.Isso significava que Lúcia havia brincado com ela.Giovana estava furiosa, já era a segunda vez que Lúcia a deixava na mão.O SUV preto parou ao la
O telefone do outro lado continuava a tocar.Mas ninguém atendeu.Já eram onze horas da noite, deveria haver um policial de plantão.Ela ligou duas vezes antes que o telefone fosse atendido, e a voz do outro lado era de um homem, estranhamente familiar: - Delegacia de Polícia, em que posso ajudar?- Eu quero fazer uma denúncia anônima...Lúcia desligou o telefone e ligou para o hospital.Quando a ambulância chegou, Lúcia já estava desmaiada de dor, caída no chão.Os paramédicos rapidamente colocaram Lúcia em uma maca e a levaram para a ambulância.Dentro da mansão, Giovana dormia profundamente quando foi acordada pelo som de batidas na porta do quarto: - Srta. Giovana, Srta. Giovana, acorde, aconteceu uma coisa!Giovana foi despertada, levantou-se da cama e deu um tapa na empregada: - Quantas vezes eu já te disse para não me incomodar enquanto eu durmo? Você perdeu alguém da sua família? Para estar com tanta pressa assim.A empregada, com a mão no rosto, começou a chorar, as lágrima
- Sim, Capitão Basílio. Pode ficar tranquilo, ela não vai escapar.Basílio deu um tapinha no ombro de alguns colegas, tirou o uniforme, empurrou a porta de vidro e foi embora.Giovana continuava tentando se safar, sorrindo para os policiais: - Eu estava apenas brincando com a Lúcia, vocês não vão encontrar nada. Se vocês me soltarem, eu dou dinheiro para vocês, o que acham? É só falar o quanto querem.- O quê? Você está tentando subornar a polícia?Um dos policiais olhou para Giovana como se ela fosse louca, balançando a cabeça em desaprovação.- Não, não é isso que eu quis dizer. Eu sou inocente de verdade. - Giovana tentou se explicar, mas parecia inútil.- Se não é isso, então pare de fazer joguinhos. Não vamos condenar um inocente, mas também não vamos deixar um culpado escapar. - Disse outro policial, com uma expressão séria.Quando Lúcia acordou, já era o dia seguinte.Ela abriu os olhos e percebeu que estava na cama de um hospital.O médico, o mesmo que a diagnosticou com cânce
Sílvio segurava o copo e tomou um gole de água. Ao ouvir aquelas palavras, ele engasgou e começou a tossir.Basílio se inclinou, pegou um guardanapo e o entregou a Sílvio: - Presidente Sílvio, vá com calma.Sílvio não aceitou o guardanapo, preferindo pegar um por conta própria e secar a água dos lábios. Ele sorriu: - Policial, espalhar boatos tem suas consequências.- Recebi uma denúncia anônima, não tive escolha a não ser verificar. Presidente Sílvio, se você estivesse em boa conduta, como poderia ser pego em flagrante? - Basílio sorriu levemente, sem mostrar qualquer sinal de medo.Sílvio estreitou os olhos: - Quem fez a denúncia?Basílio pegou o celular, encontrou uma captura de tela provocativa e uma mensagem, e entregou a Sílvio: - Presidente Sílvio, sua esposa, Lúcia, fez a denúncia. Esta foto foi enviada pela Srta. Giovana para o celular da Sra. Lúcia.O rosto de Sílvio ficou visivelmente mais sombrio, compreendendo instantaneamente as complicações envolvidas.- Presidente