“Sílvio, só quero estar ao seu lado, cuidar de você, ser sua esposa, a mulher que você mais ama. Posso abrir mão de tudo, fazer qualquer coisa por isso. Vou te provar que só eu posso te proteger. A Lúcia… ela só vai ser um peso para você.”Giovana completou essas palavras em silêncio, enquanto seu olhar brilhava com lágrimas que pareciam genuínas. Uma declaração tão tocante, acompanhada de olhos marejados, era difícil de ignorar.Os dedos de Sílvio, repousando sobre os joelhos, se curvaram levemente. Ele suspirou, levantando a mão para enxugar as lágrimas dela, num gesto que misturava ternura e culpa:— Não se preocupe. Eu vou melhorar logo, e então vamos nos casar de novo. Você será minha noiva mais uma vez.— Está bem.De repente, o som de uma mensagem interrompeu o momento. Giovana pegou o celular e, ao ler o conteúdo, seu rosto ficou pálido.— O que foi? Está se sentindo mal? — Sílvio percebeu a mudança em sua expressão.Ela forçou um sorriso, tentando disfarçar:— Não, não é nada.
Depois de finalmente decidir tirar as fotos de casamento, algo terrível aconteceu com Lúcia. Ao acordar, ela percebeu que estava em outro país. Basílio estava ao lado dela. Foi apenas através da televisão que ela descobriu a verdade: Sílvio estava organizando o seu funeral. Diziam que, de tanta tristeza, ele havia ficado com os cabelos brancos de uma noite.Lúcia, por outro lado, havia perdido todas as suas memórias. Tudo o que ela conseguia lembrar era dele, e, em sua mente, só existiam os momentos dolorosos e, ocasionalmente, doces, que viveram juntos na época da universidade."Como isso pôde acontecer?" Pensou Lúcia, sentindo o coração apertar. Ela havia desejado tanto voltar para o Brasil, reencontrar Sílvio, mas, agora que estava prestes a fazê-lo, havia outra "Lúcia" ao lado dele. As lágrimas começaram a se formar em seus olhos. "Por que é tão difícil simplesmente me casar com você, Sílvio?"O som de uma buzina a fez sobressaltar. Lúcia ergueu a cabeça e viu um Maserati preto est
Basílio percebeu que, ao mencionar Sílvio, os olhos de Lúcia brilhavam como nunca. Não era mais segredo para ninguém que ela gostava de Sílvio, mas ainda assim, o coração de Basílio parecia ser perfurado por agulhas de dor.Nenhum homem gosta de ver a mulher que ama com outro na cabeça. E Basílio não era diferente. Contudo, ele sabia que não tinha o direito de sentir ciúmes. Ele era consciente de sua posição: entre ele e Lúcia, havia apenas a amizade.— Como eu faço para testar? — Lúcia perguntou animada, ao perceber que ele estava distraído.Ele abriu um sorriso melancólico e, observando uma foto no álbum em que os dois estavam mais próximos do que nunca, respondeu com um tom amargo:— Simples. Faz o que eu digo. Sorria e olhe para a câmera.Lúcia não entendeu qual era o plano dele, mas estava disposta a descobrir os sentimentos de Sílvio. Então, colaborou, exibindo um sorriso radiante, embora fosse impossível esconder a tristeza que pairava em seus olhos.Depois disso, os dois contin
— Vou te avisar uma coisa. Só te dou uma semana para resolver isso. Se dentro de uma semana eu não ouvir a notícia de que o Sílvio teve uma morte súbita no trabalho, as provas de que você é uma impostora vão aparecer bem diante dele. — Ameaçou Arthur, com um sorriso perverso. — Vamos ver... quantos segredos seus eu tenho nas mãos? Você contratou Olga para matar Lúcia, forçou a morte de Olga, tomou o lugar da Lúcia e fingiu ser a benfeitora dele. Ah, e não podemos esquecer que você fez questão de acabar com o primeiro filho da Lúcia, destruiu o casamento deles e ainda enviou as fotos do seu casamento com o Sílvio para provocar o suicídio dela. Sem falar na cirurgia para ficar com o rosto idêntico ao da Lúcia.O rosto de Giovana perdeu toda a cor enquanto cada palavra de Arthur cortava como uma lâmina. Nervosa, ela engoliu seco e gritou, desesperada:— Para! Pelo amor de Deus, para de falar!Arthur ignorou o pedido, com a voz ainda mais afiada:— Ah, e quase esqueci da melhor parte. Ante
Na fazenda da família Araújo, Lúcia encarava a mesa cheia de pratos deliciosos. Tudo havia sido preparado por Basílio, que fizera questão de cozinhar pessoalmente. Apesar disso, ela não sentia o menor apetite.A imagem de Sílvio posando para fotos de casamento com outra mulher, recebendo um beijo no rosto, continuava a assombrar sua mente, como se estivesse gravada ali para sempre.Basílio, com um garfo na mão, começou a servir os pratos favoritos dela. Em pouco tempo, o prato de Lúcia parecia uma montanha de comida. No entanto, ela não demonstrava qualquer vontade de pegar no garfo ou na faca.— Assim que você terminar de comer, eu te digo como testar os sentimentos de Sílvio. — Disse Basílio, quebrando o silêncio.Ao ouvir isso, os olhos de Lúcia brilharam por um instante. No fundo, ela sempre acreditou que Sílvio tinha algum motivo oculto para tudo o que estava acontecendo. Ela não se conformava com o abandono dele e precisava descobrir a verdade.Determinada, Lúcia pegou os talhere
Basílio, envergonhado, murmurou seu nome:— Meu nome é Basílio.Lúcia sorriu radiante, aquele sorriso que parecia iluminar o mundo, e deu dois tapinhas nas roupas sujas dele:— Certo, Basílio. Vou lembrar do seu nome. A partir de agora, somos amigos, ok?Mas, na verdade, assim que virou as costas, Lúcia o esqueceu completamente.Basílio, por outro lado, nunca conseguiu esquecer aquele dia. Incontáveis vezes quis agradecer a Lúcia. Se não fosse por ela, ele jamais teria conseguido estudar em paz na sala de aula iluminada, protegido de todos os valentões, e ainda por cima com uma bolsa de estudos. Bastava dizer que ele era "amigo da Lúcia", e ninguém mais ousava encostar nele.Muitas vezes ele tentou criar coragem para se aproximar dela e dizer um simples "obrigado". Mas ela estava sempre rodeada de amigos ricos, vestindo aqueles vestidos de princesa, feitos sob medida, tão bonitos e caros que pareciam tirados de um conto de fadas.Basílio sentia-se pequeno demais. Ele era um filho ilegí
— Sr. Basílio, o que aconteceu? — Perguntou Lúcia, olhando para Basílio com curiosidade.Ele saiu de seus pensamentos e ficou apenas olhando para ela, sem responder.Ela insistiu:— O senhor estava pensando na pessoa que gosta?— Sim. — Respondeu ele com um sorriso amargo.Lúcia, intrigada, perguntou:— Vocês terminaram?— Nós nunca estivemos juntos.— Você gosta dela em segredo?— Exato.— Então por que não contou para ela? — Lúcia questionou, franzindo a testa, sem entender.Basílio, em vez de responder, devolveu a pergunta:— E se fosse você? No meu lugar, você contaria?Ela pensou por um instante antes de responder:— Sim, contaria.— Mesmo correndo o risco de ser rejeitada?— Claro! Se fosse eu, eu seria direta. Como você vai saber se tem chance se não tentar? Mesmo que não dê certo, é melhor do que viver com o arrependimento de nunca ter tentado. Olha só, eu e o Sílvio somos assim. Eu gostava dele sozinha, mas se eu tivesse sido mais reservada, talvez nunca tivesse corrido atrás
Talvez, se Basílio dissesse o que sentia, nem como amigo conseguiria ficar ao lado dela."Basílio, não alimente esperanças. Lúcia não é alguém que você deveria desejar."Com esse pensamento, Basílio mudou de assunto e lançou um olhar rápido para as roupas já organizadas dentro da mala:— Está tudo pronto?— Sim, já arrumei tudo. — Respondeu Lúcia.— Ele entrou em contato com você? — Basílio perguntou, observando-a com atenção.Lúcia pegou o celular que estava sobre a cama. Suas mãos estavam um pouco trêmulas enquanto desbloqueava a tela. Abriu o WhatsApp, ansiosa. Mas não havia nenhuma resposta de Sílvio. Nem uma mensagem. Nem uma ligação."Isso é estranho", pensou. Em outras épocas, quando ela provocava Sílvio saindo com algum pretendente para ir ao cinema, ele ficava tão furioso que a esperava no dormitório, apenas para dar uma bronca nela e ameaçar: "Se você não manter distância de outros homens, eu vou te fazer ficar na cama por dois meses!"E agora? Agora ele estava tão calmo, tão