Capítulo 622
Lúcia estendeu a mão trêmula. A dor era insuportável. Agora entendia quão cruel era a dor de um câncer. Parar os remédios? Que loucura. Logo no início, ela já não estava aguentando!

Ela queria tomar o remédio. Queria que a dor diminuísse. A enfermeira colocou as pílulas na palma gelada de sua mão:

— Vai, toma logo.

De repente, as palavras de Sílvio ecoaram em sua mente:

— Lúcia! Para de fazer drama! Agora é hora de birra? Vou te dar duas opções: ou você toma seus remédios e aceita o papel de senhora Baptista, ou você vai apodrecer nesse papel, sozinha, sem nunca mais ver o tal “homem da sua vida”.

A imagem de Abelardo caindo da sacada apareceu diante dos seus olhos. Como uma águia com as asas partidas, ele despencava, morrendo sem paz, com a boca cheia de sangue. Antes de morrer, ele ainda conseguiu escrever no chão, com o próprio sangue, o código do cofre do escritório: sua data de nascimento.

Em seguida, veio a lembrança de sua mãe, caída na neve, segurando sua mão trêmula, ofegante,
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